Posena escrita por Filha de Apolo


Capítulo 22
XXII - ...us.


Notas iniciais do capítulo

(dik; o nome de um capítulo completa o outro)
Me amem, postei dois capítulos hoje, e ninguém viu ainda.
Esse até que ficou comprido. Melhor que o outro.
Reviews para deixar uma semideusa feliz.



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Depois do banho, e de ter lido todos os livros que levara consigo, Atena fora se deitar, para que descansasse e pudesse sair do quarto no outro dia.

Ela arrumou sua cama, com seus muitos travesseiros, pegou alguns livros caso ela se entediasse, colocou sua camisola preta que ia a um palmo acima do joelho. Deitou-se e descansou a cabeça no travesseiro, fechando os olhos e suspirando.

Será que você está bem? Por que é que eu ainda não te vi hoje?” As dúvidas martelavam a cabeça de Atena, e aquele pontinho de razão em seu cérebro ainda a dizia que algo estava errado.

Muito errado.

Atena adormeceu logo, pensando nos seus olhos verdes, o cabelo negro, os músculos definidos, a delicadeza com que ele a levantava, seus lábios carnudos, as mãos calejadas, o modo como agia impulsivamente, suas piadas...

Ela havia se apaixonado por ele. Nunca pensou que fosse um dia se sentir assim, tão... vulnerável. E nunca imaginaria que se sentiria assim com ele, que sempre fora seu pior inimigo. Vai ver Afrodite sempre esteve certa quando dizia que “o amor e o ódio andam lado a lado”. Atena sempre imaginou que ela falasse isso pelo fato de ela e Ares estarem saindo juntos, e ele “ser” o ódio, e ela, o amor. Mas talvez ela sempre soubesse. Soubesse da paixão que Atena mantinha escondida dentro de si. Soubesse antes mesmo que a própria Atena descobrisse.

Atena se arrependia de tratar Afrodite do jeito que ela tratava antes, quando as coisas que ela falava não faziam o mínimo sentido na mente milimetricamente calculada de Atena. Agora, tudo fazia mais sentido. Ela entendia o porquê de Afrodite ser do jeito que era, e falar tanto do amor. O amor, realmente, é tudo que ela sempre disse. Ah, como ela queria ter prestado atenção quando Afrodite descrevia como se deveria fazer para não sofrer, como ela mesma fazia quando Ares não a dava bola.

O caso Atena/Poseidon seria notícia no Olimpo, assim que descoberto, ajudando, de um certo modo, Ares, que fora recentemente rejeitado por Afrodite, que por algum motivo que todos desconhecem voltou com Hefesto.

Atena estava perdida em sonhos e pensamentos quando alguém bateu forte em sua porta, despertando-a brutalmente.

-O que é? - Sua voz saiu com dificuldade quando ela sentou na cama. Dificuldade e raiva. E sono.

-Sou eu. - A voz familiar soou nos ouvidos de Atena. Ele sempre chegava nas piores horas. Ela levantou e abriu a porta.

-Pacote de quem dessa vez, Hermes?

-Apolo. Está mandando os remédios para você não passar mal novamente, e aqui – ele a entregou a caixa com os remédios e um jornal. - O jornal de hoje, para você se divertir com os acontecimentos dos mortais, já que a TV Hefesto está temporariamente fora de serviço - “Isso porque Hefesto saiu em uma segunda lua-de-mel” Atena pensou.

Ela abaixou os olhos para o jornal, deu uma lida rápida e então percebeu a data. 28 de novembro.

-Hermes?

-Sim? - o deus, que já estava indo embora, se virou e deu uns passos na direção de Atena, para que fosse mais fácil ouvi-lá. - Algo de errado?

-Sim. Hoje não é dia 28, é dia 20.

-Não, não.

-Eu dormi por quase 10 dias?!

-Sim, o vírus é forte, você sabe disso, Apolo avisou a todos nós.

-Vírus? Que vírus?

-Atena, você bebeu?

-Não!

-Não se lembra de nada?

-Não tem do que eu me lembrar!

-Ah, céus. - Hermes entrou no quarto de Atena, largando sua mochila com os outros pacotes que ele tinha de entregar no chão. - Então, por onde eu começo?

-Pelo começo. - Atena disse, fechando a porta e sentando-se na cama.

-Haha, muito engraçado. - Hermes fingiu uma risada e sentou-se também na cama, mas mais afastado dela. - Enfim, há um mês, um vírus terrível atacou o Olimpo, vindo só Urano sabe de onde, e começou a enfraquecer-nos. Apolo, depois de duas semanas, assim que ele conseguiu organizar suas pesquisas e anotações, deu o comunicado de que o vírus obviamente não matava, mas poderia deixar os deuses por muito tempo desacordados, e atacaria os mais fracos primeiro, para depois chegar nos mais fortes, que talvez não se abalassem tanto.

Mas tudo deu errado” Contava Hermes. “Os deuses menores que foram atingidos se curaram bem rápido, enquanto o Ares, por exemplo, demorara muito tempo para ter a mesma disposição de antes. Apolo pôde notar que o vírus agia diferente em cada um, pois enquanto Ares apenas ficou fraco e sonolento, você desmaiou assim que teve contato com o vírus, mas podia-se ver que você não estava fraca, se conseguíssemos te acordar, tenho certeza de que derrotarias o Tifão. Você só ficou inconsciente. O que fez os neurônios restantes de Apolo se jogarem para fora da sua cabeça loira, o deixando enlouquecidamente confuso. Assim, no dia 13 você desmaiou, e Apolo enlouqueceu, e então você acordou, e fim.”

-Coitado do Apolo...

-Ah, tudo bem, ele já está fazendo progresso, conseguiu descobrir que o vírus causa tontura, ânsias, cansaço e alucinações.

Alucinações?!”

-Ah... obrigada, Hermes... eu tomarei os remédios e...

-A recomendação está em um envelope dentro da caixa, ele deixou bem claro que você deveria seguir o que ele indicou, porque é a única coisa que está adiantando.

-Obrigada, novamente.

-Descanse e melhore, ok? - Hermes disse, por final, se levantando junto com Atena e indo para a porta. Ele beijou a testa da irmã antes de pegar suas coisas e partir.

Será que... não. Não pode ser. Não pode. Ele... nós... Céus.”

Lágrimas escorriam dos olhos de Atena, manchando seu delicado rosto com seu rastro doloroso. Tudo que ela podia ver claramente, em meio as suas lágrimas, eram os olhos verdes. Ela podia sentir o gosto salgado dos lábios dele nos seus. Salgados como a água do mar.

Atena tomou os remédios e se deitou. Nada mais importava. Nada.

Corações partidos não podiam matar fisicamente os deuses, mas Atena não era mais capaz de sentir nada. Estava morta por dentro.

Uma mentira. Uma alucinação. Não...”


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Notas finais do capítulo

Ai, eu não presto.