Ela entrara no Palácio e subira as escadas, passando pelo pequeno hall de entrada e ignorando um corredor que levava à outros aposentos. Ao contrário do que ela estava imaginando, apenas o andar de baixo era na água, felizmente o andar de cima continha uma bolha de oxigênio, fazendo com que tudo fosse igual à uma casa comum, tirando o fato de que se você olhasse pelas janelas, veria água, água, água, peixes e outros animais aquáticos, e mais água. O lugar era lindo, espetacular, na verdade, mas Atena estava muito.. abalada para prestar atenção em qualquer detalhe da magnífica decoração.

E então ela os ouvira novamente, os gemidos. Ela ando por toda a extensão do corredor principal, que levava à vários cômodos, ela notou que na verdade o primeiro e segundo andares do Palácio não eram a casa de Poseidon, eram como um grande centro de administração. Haviam diversos escritórios, e as portas que davam para o corredor eram secundárias, como se fosse para o "chefe" averiguar, de tempos em tempos, o trabalho de seus funcionários. Duvido que ele realmente venha ver como eles estão trabalhando. 

Os escritórios, pelo que Atena conseguiu perceber, variavam de assuntos. Ela percebera que existia uma repartição para cada tipo de assunto, para cada problema. Havia o departamento da Pesca ilegal, dos envenenamentos por resíduos dos humanos, e muitos outros, até uma parte inteira que parecia funcionar como Fórum, para resolver coisas que fugiram da "lei", Atena parou para ler uma lista de audiências que aconteceriam. Várias de conciliação, algumas de divórcios, e a maioria era para oficializar documentos, e então ela viu uma porta grande que era apontada por uma placa onde dizia "Crimes", a sua curiosidade era maior do que sua razão, e por um momento ela esqueceu os gemidos, que foram levemente abafados.

Quando ela passou pela grande porta, se encantou. A sala era enorme, e a sua saída "oficial" eram duas portas enormes, que davam para o mar aberto. A sala também era no mar, mas Atena não notou isso até tentar se locomover novamente. Ao menos a planta funcionou bem, ao contrário eu seria esmagada pela pressão ou me afogaria, e ficaria aqui até alguém me achar.

A sala estava vazia, havia poucos móveis, apenas algumas estantes, diversos quadros enfeitando as paredes e dois tronos. Ah, os tronos eram magníficos. Diferente do trono "improvisado" que Poseidon mantinha no Olimpo, esse, na "Sala dos Crimes", era espetacular. Fora construído para Poseidon no seu tamanho "normal" (7/8 metros), todo cheio de detalhes maravilhosos. Mas mesmo com os enfeites, não parecia ser de "mulherzinha", o trono deixava todo o ar com um jeito intimidador, sua cor verde-mar, juntamente com os detalhes em esmeraldas brutas.. Atena ainda estava absorta com a maravilha dos detalhes do trono de Poseidon, quando notou o outro trono ao lado desse, um pouco menor, todo cheio de "frescuras". E aí ela lembrou de Anfitrite. E ela lembrou dos gemidos. E ela os ouviu novamente.

Eu cheguei até aqui, posso ir adiante. E ela foi. Subiu mais um lance de escadas e se deparou com o que deveria ser a casa oficial deles (Poseidon e vadia Anfitrite), todos os cômodos era embaixo da água, mas automaticamente uma esfera de ar havia envolvido Atena quando ela terminou de subir as escadas. A Sala de Estar era enorme e bem decorada. A Sala de Jantar tinha uma mesa não muito comprida, e a cozinha era estilo "americana". Ela não conseguiu prestar atenção, as lágrimas haviam encharcado seus olhos. Por que eu estou me torturando assim?! Mas era tarde demais para voltar atrás. Ela andou até o final do corredor avistou o quarto, origem dos gemidos tão perturbadores.

A porta estava pouco aberta. Talvez ele esteja a torturando até ela perder a imortalidade e ir se encontrar com o Hades. Mas ela percebeu que era besteira. E fez o maior erro de todos, espiou pela porta.