Dedication escrita por Mandii_B


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Demorei eu sei, mas vocês não sabem como minha vida está complicada. Vida adulta quando chama é uma droga, que bom que tenho o mundo das fics se não eu estaria perdida. Obrigada por esperarem, também sou leitora e sei que não é nada fácil.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/186858/chapter/9

 EDWARD POV

- Eu sei, isso é terrível. – ela disse olhando para pra mim. Quando Carlisle disse que ia viajar e deixaria a filha como substituta, eu deixei escapar um sorriso perceptível. Tentei disfarçar dizendo que ela era bem mais atraente por ser jovem e bonita, ele riu e então ficamos por aí mesmo, nada mais. Haviam coisas que Carlisle não precisava saber e nem eu queria que ele soubesse, esse segredo entre mim e Bella deixava tudo mais interessante.

Tamborilei os dedos nos encostos da cadeira olhando pra ela. Linda como sempre dentro da camisa social branca de seda, eu queria desfazer cada botão.

- Enfim sós. – Brinquei descontraindo o ambiente.

- Não é engraçado Edward. – Ela e essa mania de dramatizar tudo.

- Não, é como se estivéssemos em uma novela mexicana. Podemos deixar o drama de lado?

- Você não leva nada á sério?

- Não o que não tem que ser levado.

O mais engraçado de tudo isso era a expressão furiosa no rosto de Caius, além da irritação de Bella.

- Olha, eu tenho que estar aqui. – Levantei-me ficando atrás da cadeira dela sorrateiramente, Bella estremeceu ao me sentir tão perto. – E você também, então o que tiver pra me dar, dê.

De repente ela sorriu, seu sorriso tornou-se genuíno quase que maléfico.

- Aquele é seu notebook, certo? – perguntou apontando para meu macbook em cima da sua mesa.

- Sim, escrevo nele todos os dias.

- E essa ânsia por escrever que quase te matou, certo?

Ela tinha razão, mas qual era o ponto? Assenti erguendo as sobrancelhas.

Bella levantou-se, pegou o meu notebook bem guardado pelo case, colocou numa gaveta atrás da mesa e fechou-a com a chave. Só então entendi aonde ela queria chegar. Mesmo que a amasse com todo meu coração, reconhecia aquele ato como um golpe muito baixo.

- Mas que...

- Merda. Eu sei. Tente achar outras atividades que te interesse, ginástica, basquete, faça amigos, interaja. Seu notebook é seu muro contra o mundo real.

- Eu quero te matar nesse exato momento. – Ela sorriu. Seu pescoço era um alvo fácil das minhas mãos e estávamos sozinhas na sala de Carlisle.

- Eu sei.

- Espero que curta sua temporada de Tony Soprano. – Disse entre dentes fechando a porta atrás de mim. Era um jogo no qual ela queria provar quem possuía mais poder. E eu precisava obedecê-la se quisesse sair de lá e ter minha tão almejada alta.

O primeiro dia foi difícil. Era como se tirasse a liberdade de um animal selvagem. Eu tentei participar da oficina de pintura, mas tudo que consegui desenhar era meu macbook. Tentei assistir televisão e explicar meu ponto de vista sobre os programas de entretenimento norte americanos. No final do dia eu desejei voltar pra Bella e admitir que falhei.

Contudo quem venceria era ela.

Meu charme era um ponto ao meu favor. E eu sabia como proceder com ela. Era aguardar a hora certa de atacar. Pensando nisso reli meus gibis dos Vingadores e mais tarde os emprestei pra Bree.

- Cuide como se fosse sua vida.

Ela riu  em seguida eu entendi o porque. Ela quase morreu por causa das anfetaminas, mal cuidando da própria vida.

- Está bem, cuide como se fossem seus então.

- Aí sim. – Ela sorriu pra mim, até que enfim uma mulher que dava o mesmo valor aos livros que eu.

Fui até a sala de Bella na esperança dela liberar meu notebook, no dia seguinte. Contudo, o que encontrei foi uma das suas técnicas malucas para exercer poder sobre mim. Eu era seu animal experimental, restando a mim aceitar.

- Eu vou dizer uma palavra e você dá significado á ela com outra palavra que vier a sua cabeça no momento.

Olhei pra ela compenetrado em minha tarefa, sem fazer nenhuma objeção.

Ela pigarreou olhando a lista de palavras, não sabia aonde esse método poderia dar.

- Você confia em mim?

- Talvez, é como se fosse o doutor Carlisle só que bem mais atraente. – sorri levemente.

- Livros.  – Bella iniciou o jogo.

- Sobrevivência.

- Faculdade.

- Caminho.

- Irmão.

- Idiota.

- Ambição.

- Necessário.

- Ironia.

- Diversão.

- Paixão.

- Você. – realmente ela foi a primeira pessoa que me veio á mente.

- Medo

-Recaída.

- Desejo.

- Isabella Cullen.

- Sonhos.

- Sexo.

- Sexo? – Ela se surpreendeu.

- Eu sonho em fazer sexo com alguém que eu desejo, eu desejo você.

Dei uma boa explicação. Ela deixou a caneta deslizar no papel sem querer.

- Isso é totalmente inadequado. – ela falou com a voz trêmula.

- São meus impulsos Bella. – respondi, ela refez sua postura séria. – Podemos continuar se você não tiver o mesmo desejo que eu, é claro.

- Droga.

- Medo.

- Inspiração.

- Vida.

- Dinheiro.

- Péssimo.

- Juventude.

- Perdida.

- Pais.

- Inferno.

- Idéia

- Escrever.

Ela fez suas anotações.

- Seu teste tem a intenção de descobrir mais sobre meus impulsos e necessariamente sobre mim.

- Acertou.

- E o que você descobriu?

- Você está indo bem, associa a droga ao medo. A inspiração á vida. Só quero que você desenvolva outras potencialidades além de escrever.

- Eu sou bom em algo que você não pode descobrir. Pode até querer, mas não pode.

Bella revirou os olhos. Por dentro eu sei que ela pedia por isso. Tornarmos um do outro, tão íntimos que nada poderia separar. No final de tudo, quem escondia seus impulsos era ela, sendo cercada por toda a sutileza e poder exercido pela profissão.

Saí da sala de Bella esperançoso. Ela sentia algo por mim que estava bem guardado, na hora certa sairia. Assim que eu saísse daqui colocaria meu plano em prática seria um cara melhor pra ela. Errei muito tentando afastar o que amava por medo de demonstrar fraqueza, sendo que fraqueza era negar o que eu sentia.

- Edward telefone pra você. – Um dos auxiliares me guiou até a recepção onde ficava o telefone.

- Quem é?

- Uma mulher. Parece que é da sua editora.

Será antecipando a publicação do livro? Se fosse daria um jeito de conseguir meu computador de volta. Levei o objeto ao ouvido temendo o que ouviria.

- Alô.

Um suspiro foi dado do outro lado da linha.

- Até que enfim meu amor.

Era Jane. A voz me fez voltar ao lado negro que eu tanto espantava. Meu coração bateu mais forte com as lembranças do passado dependente e doloroso. Mal conseguia respirar.

- Edward?

- O que você quer? – Consegui questionar.

Ela riu.

- O que você acha? Te ouvir, sentir os efeitos de sua voz em mim. Eu ainda te amo Edward. E tenho certeza que você sente o mesmo por mim.

- Amor? – Eu perguntei. O rush da cocaína invadiu meu cérebro, aumentando minha vontade de buscar a droga. Minha garganta secou, minhas mãos tremiam.

- Sua vagabunda desgraçada vadia, aposto que está dando pra alguém em troca de droga. Você não vai me afundar.

- Você já está no fundo do poço, amor. Eu sou sua pra sempre, não penso e quero mais ninguém além de você.

- Eu quero que você se mate sozinha. Porque a mim você não vai levar.

- Não seja rancoroso Edward. Eu sei  o que você quer agora. Está pensando nela, não está?

Desliguei o telefone sentindo como se o chão fosse se abrir. Numa explosão de ódio me pus á chorar com o fracasso, a dor da recaída.

Como eu fui capaz de usar drogas? Acabando com a minha própria vida.

Alguém me guiou até a sala de Bella e eu nem fiz esforço para negar. Era passivo e doente.

Olhar de Bella congelou em mim. Seus braços envolveram meu corpo tenso e neutro.

- Fala comigo Edward, você estava bem nesse instante, o que aconteceu?

- Eu... Jane... Tudo de volta. – Senti sua mão em minha testa.

- Droga, você está suando frio.

- Ela voltou.

- Não querido, eu não vou deixá-la chegar perto de você.

- Como se você conseguisse impedir. – Ri amargo.

- Eu vou impedir sim.

- Sempre querendo abraçar o mundo.

Foi a vez de ela rir. Os braços de Bella se estreitaram em torno de mim. Senti meu mundo voltar ao normal aos poucos.

- Vou te levar para o quarto.

Ela caminhou ao meu lado com mão em minhas costas sem nada acrescentar. Sentei em minha cama apertando meu couro cabeludo com as mãos. Não deixava meus sentimentos dominarem, mesmo assim, o poder que Jane tinha em me derrubar falou mais alto.

- Eu a odeio.

- Eu também, por te deixar assim.

- Não fale isso. – Sussurrei. – Soa nada profissional.

- Como assim?

- Eu quero mostrar tudo que eu sinto por você, mas não consigo. – Bella mordeu o lábio inferior, seus olhos cercaram os meus.

- O que você quer Edward?

- Te beijar. – Disse sem rodeios. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários serão bem vindos.
Já sabem o que vai aconteceu no próximo capítulo né?
bjão