Dedication escrita por Mandii_B


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tudo está acontecendo ao mesmo tempo e eu me mantive ocupada. Mas aí está. Espero que apreciem.



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Carlisle Cullen era meu pai acima de tudo, mas como médicos perdiam a identidade, ele era quem eu mais admirava como médico.

- Pai. – Abri os braços para recebê-lo num abraço. Meu pai era afetuoso comigo, abraços e beijos era comuns, principalmente para me irritar na porta da escola no ensino médio.

O homem loiro me envolveu em seus braços fortes. Que olhava para o doutor Carlisle não dizia que ele tinha uma filha de vinte e cinco anos. Para minha total felicidade, Carlisle era homem de uma única mulher, casou-se com Esme, uma estonteante mulher que eu precisava conhecer pessoalmente. Porque para agüentar um médico era preciso muita paciência e compreensão.

- Você está mais bonita, o que aconteceu?

- Mudança. Estava em Paris foi impossível resistir. – Ergui as sobrancelhas.

- Gostei do novo estilo. Esme infelizmente não está, ela está preparando um casamento e...

- Tudo bem pai, que tal jantarmos todos juntos?

Ele mostrou o belo sorriso o qual não herdei, infelizmente.

- Seria ótimo, não quer conhecer meu novo investimento?

- Estava demorando pra falar de trabalho.

- É a minha vida. – ele deu de ombros.

- Estou ansiosa para conhecer. – Disse mostrando como a paixão pelo trabalho estava no sangue.

- Aonde você vai ficar em São Francisco? Selecionei alguns apartamentos pra você, estão no escritório da clínica, mas você pode morar comigo se preferir.

Puxei minha paixão pela organização e sistematização de Carlisle também.

- Estou no apartamento de Jasper, vou ficar lá até arranjar um lugar pra morar. – Ele assentiu. Hesitei em falar de Henri, falava ou não falava?

- A propósito, está namorando?

Ele continuava sendo direto, engoli seco me ajeitando no sofá.

- Estou, o nome dele é Henri, é modelo, tem vinte e quatro anos e estamos juntos há dois anos.

- O que ele acha de namorar uma psiquiatra?

- Ele adora. – Na verdade ele achava sexy, mas eu não ia dizer isso para o meu pai.

- Ele é jovem pra você e modelo? Não gosto disso.

- Que preconceito pai, Henri é incrível, ele pagou os estudos com trabalho. Ele é formado em história da arte.

- Quero conhecê-lo, estou ansioso. – Disse num tom irônico. Não importava o que dissesse, ele era meu pai e tinha ciúmes de mim.

- Vamos para a clínica. Preciso mostrar as instalações, aquilo tudo também é seu.

Só de ouvir essas palavras estremeci, mal chegara e minha carreira estava definida. Não era bem assim, queria conquistar meu próprio prestígio e não às custas do nome de Carlisle. Não era algo simples, mas eu estava preparada para o desafio.

Ao chegar à clínica meu coração palpitava, a portaria do lugar era rigorosamente vigiada. Carlisle me apresentou para Joe, o responsável por quem entrava e saía do local. Gostei do modo como a frase “essa é minha filha” saiu da sua boca.

Visitamos todas as alas, a enfermaria, a farmácia, o refeitório, a sala da terapia em grupo, as salas individuais o pequeno auditório e finalmente a área de convivência que era um belo jardim com flores variadas e confortáveis cadeiras.

- Preciso te apresentar á um paciente em especial.

- Por que ele é especial?

- Ele é dependente de cocaína e sofre de depressão. – Até aí nada incomum medicamente falando. – Ele se internou, pediu ajuda e eu desenvolvi afeto por ele. é um rapaz bom , focado na recuperação, é impressionante.

Nos aproximamos do tão impressionante paciente do meu pai, o que ele tinha de tão impressionante? Os olhos verdes? O queixo marcante? O sorriso inconfundível? E irritante?

Oh meu Deus! Edward Masen internado numa clínica psiquiátrica. Era impossível esconder o meu olhar surpreso assim como as pernas tremendo. Ele ainda me afetava, merda! Edward era o mesmo, apesar das olheiras embaixo dos olhos demonstrando a noite difícil, os lábios ressecados e a magreza repentina. Quem diria que o garoto mais talentoso do colégio seria um consumidor de drogas em reabilitação?

Edward se levantou me avaliando com seus olhos, me senti desconfortável. Ele continuou chocado até que meu pai tocou seu ombro e sua expressão suavizou. Edward era sempre dissimulado, nunca mudaria.

- Essa é a minha filha, Isabella, ela vai trabalhar comigo.

- Isabella, é um prazer. Sou Edward Masen. – Meu nome saindo da sua boca fez meu coração se apertar trazendo lembranças de sete anos atrás, quando ainda éramos adolescentes desafiando um ao outro.

- Você já leu algum livro dele?

Franzi a testa.

- Só publiquei três, doutor. Não é grande coisa, apesar de ficarem seis semanas na lista do New York Times não é grande coisa.

Ele podia estar na merda, mas sempre seria soberbo.

- E um será transformado em filme. – Meu pai enfatizou sorrindo.

- Foi um bom livro, espero estar bem para ir á premiere.

Meus olhos não saiam dos dele. A barba crescente em seu rosto o deixava mais homem. Edward tornou-se mais bonito do que naquela época, porém ficou vulnerável as drogas. Assim como todo humano Edward era propício ao erro, o garoto forte e determinado caiu nas tentações.

- Bom eu vou resolver alguns problemas pendentes, fique á vontade filha. – ele cumprimentou Edward e saiu andando até a área interna da clínica.

Fiquei tensa ao ver que meu pai se distanciava, ficaria sozinha com Edward. Até as palavras faltavam diante de tal situação. De certa forma eu sentia raiva dele, esperava que Edward fosse um escritor de sucesso com a saúde inatingível e o sorriso irresistível. Vê-lo acabado e cansado devido á abstinência e aos anti depressivos.

- Bella Swan. – Ele sorriu. – Ou seria Bella Cullen? Nunca imaginei que Carlisle fosse seu pai.

- Nunca imaginei que você se afundaria nas drogas.

- Eu estou bem aqui. Sério. Mas não melhor que você linda, morena, médica, vestindo roupas de grife e completamente previsível.

- Sabia que você não perderia a oportunidade Masen.

Ele disse que estou linda? Foi irônico certo?

- Você deve estar feliz não é? Seu maior adversário beijou a lona.

- Estou pulando de alegria Edward. Não está vendo? – Esse homem me tirava do sério, bastava sua imponência e firmeza. – Eu não gosto de te ver assim, nunca te quis mal. Éramos competidores saudáveis e...

- Você fica mais linda ainda quando sai do sério. – A mão de Edward alcançou meu rosto, não me afastei do seu toque suave em minha bochecha. – Nunca quis sair comigo?

- Eu sempre saí com você e a galera. – Edward riu.

- Quer saber uma história engraçada? – Ele pôs sua mão no bolso.

- A história da sua vida pós colegial?

- Sim.

Caminhamos calmamente pelo jardim, Edward encontrou um banco reservado do resto do jardim fazendo sinal pra Bella sentar.

- Eu era só mais um cara em Evergreen. Você sabe que meu foco sempre foi perseguir o sucesso, meu primeiro trabalhos obre a análise de um livro de Virgina Wolff rendeu elogios, até suspeitaram que comprei na internet ou algo assim.

Depois vieram outros trabalhos. Os professores elogiaram meu talento, as alunas vinham me pedir reforço e em troca ganhava outros favores, fui convidado pra festas enfim, virei vip. Até que no penúltimo ano me enfurnei na faculdade pra escrever meu primeiro livro e ele foi um sucesso de crítica. Imagine a pressão de ser comparado com o seu ídolo. – Ele riu captando meus olhos, os seus tinham uma sombra de tristeza. – Foi aí que comecei a escrever meu segundo livro, eu era bom. Sucesso garantido como meu agente dizia. O segundo também foi bem vendido, ganhei bastante dinheiro. Era tudo que eu queria e quanto mais eu alimentava idéias  mais elas pediam para serem escritas. No terceiro livro com o meu surto vieram os vícios. Como eu fazia sucesso, as mulheres vinham facilmente e as festas também. Foi quando conheci Jane, meu anjo que depois virou demônio, ela que me apresentou ás drogas.

Senti ódio dessa Jane sem nem ao menos conhecê-la. Mas não foi ela quem levou Edward ás drogas, foi a ambição dele.

- Eu a amava na mesma proporção que a odiava e foi assim que terminei meu terceiro livro movido á cocaína. Essa droga me dava energia, aquela sensação de alcançar o topo do mundo com as mãos e eu me entreguei.

- Você amava a sensação não é?

- Sim, Jane tinha o melhor fornecedor do mercado. Dinheiro, dinheiro e mais dinheiro, quanto á isso eu não medi esforços para gastá-lo, pra conseguir mais vendi meu primeiro livro, coisa que eu nunca faria lúcido. Acho a industria do cinema um...

- Total fracasso, completamente previsível. E adaptar livros é uma forma de mostrar a falta de criatividade das roteiristas.

Ele sorriu e eu me senti de volta ao terceiro ano. Aquele frio na barriga, o aperto no peito, o coração batendo forte demais.

- Bella você realmente me conhece.

Mais do que gostaria, acrescentei mentalmente.

- O futuro é imprevisível, mas você vê marcas dele no seu presente. Quando as festas acabam e as luzes se apagam, é só você e mais ninguém. Eu chorei compulsivamente, vi Emmet se afastar, Jane não suportava meu lado melancólico e me internei. Foi a solução que encontrei pra mudar meu futuro, contudo percebi que não era o bastante. Não sou o primeiro a passar por isso, quando sair daqui vou encontrar todas as portas fechadas.

 Aquele era um homem amargurado, buscando se recuperar, juntar os cacos. Eu fiz uma coisa completamente anti profissional, toquei sua mão.

- Previsível como sempre. – Edward riu do meu ato. – Vai ser divertido ter você de volta.

Engoli seco, pena que não posso dizer o mesmo. Voltar pra San Francisco, e me deparar com Edward era no mínimo tentador.


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Notas finais do capítulo

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