Dedication escrita por Mandii_B


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Finalmente esse capítulo saiu, ninguém tá mais feliz que eu com isso, galera. Espero que curtam e desculpem a demora, apenas estava sem ânimo pra nada, minha psicologa chama de sintomas depressivos, mas agora tá tudo bem.



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Capítulo 16

BELLA POV

Não sei como isso aconteceu, mas aqui estou eu respirando fundo, preparando-me para ir á praia encontrar Edward Masen. Enquanto isso meu namorado que veio da França só pra ficar comigo, dorme. Fiz o café esperando que isso fizesse minha consciência ficar limpa, mas não fez. Sei que precisava terminar o relacionamento com Henri, se é que existia algo chamado caráter ainda em mim, porém era mais difícil do que imaginei, era como abrir mão da minha vida em Paris e dar um passo em falso relacionando-me com um cara inconstante.

Acho que era por isso que eu amava tanto Edward. Ele era um perigo maravilhoso, daqueles tipos de perigo que você quer correr. Então eu fui até á nossa parte favorita da praia, ainda era cedo e isso não impedia os surfistas de deslizarem sobre as ondas. Nenhum sinal de Edward, o que me deixou preocupada, uma mulher sozinha na praia cercada por surfistas, que maravilha!

- Bom dia doutora. – ouvi alguém sussurrar em meu ouvido, me arrepiei quase saltando. Olhei para trás encontrando o sorriso inconfundível de Edward. Ele segurava duas pranchas e usava um macacão de surf.

- Você está parecendo um avatar nessa roupa, querido.

- Você me chamou de querido? – ele ergueu as sobrancelhas.

- Preferia coração, baby, docinho?

- Prefiro que você me dê um beijo de bom dia. – ele fixou as pranchas na areia e puxou-me pela cintura e me beijou. Beijar Edward tornava-se a parte preferida do meu dia, estava virando um hábito, uma necessidade. Quando nossas línguas se tocavam eu sentia como se voltasse para o colegial, eu me sentia mais viva.

Depois do beijo demorado, fomos surfar, ou seja, ele surfou e eu só entrei na água fria para ficar admirando e batendo palma á cada onda que ele pegava. Depois foi minha vez de se aventurar no mar, caindo, tomando caldo das ondas grandes e pegando apenas as pequenas. Mas foi divertido. Depois fomos tomar café numa lanchonete á beira da praia. Era divertido ser apenas Edward e Bella sem ninguém para implicar.

- Então, eu vou te esperar, mas preciso saber até quando vai durar essa tortura de esconder o que eu sinto por você.

Eu suspirei. Era injusto comigo e com ele.

- Tem Henri, tem meu pai, têm coisas que não podem ser reveladas assim, Edward, preciso de pelo menos um mês. Sei lá.

- Você tá mais confusa do que eu. Nossa! É só que eu tenho uma entrevista no programa da Ellen Degeneres lá em Burbank, eles sempre perguntam sobre namoro e eu quero ter segurança no que eu vou dizer.

- O que você vai dizer?

- Que estou solteiro.

Eu estava irritada, furiosa em lidar com a verdade, Edward era solteiro. Será que ele ficava com outras garotas e vinha correndo pra mim? Era só o que me faltava, ciúmes.

- Mas você não está.

- Estou sim e você sabe disso. – seu sorriso era irritante e seu olhar acompanhava cada reação minha.

- Então o que nós temos? Um caso? Porque se for isso podemos desconsiderar tudo agora.

- Você está tão alterada, lutando por dentro pra não fazer um escândalo. Essa situação foi você que criou Bella, você que continua com aquele cara, que quer esconder nosso namoro por causa de um emprego. Você é qualificada pode arranjar emprego em qualquer outro hospital se seu pai te demitir.

- Não é isso!

- É o que então, meu amor? Me explica porque isso tá me matando, eu quero ser pra você, quero estar com você, quero te expor pra meus amigos, quero poder te pegar em casa, te levar ao cinema. Explica o que é?

- É o orgulho que meu pai tem de mim, o sorriso dele quando me vê atuando, Edward você não entende isso porque não convive com seus pais. Eu sou o espelho do meu pai, se perder isso certamente vou perder parte de mim.

Ele tinha que entender, ele precisava entender o que estava em jogo. Não era minha profissão e sim a admiração e respeito que Carlisle tinha por mim.

- Quem é o verdadeiro doente aqui Bella? Você, implorando por aprovação ou eu recém-saído da reabilitação? Você é uma neurótica, olhe pra mim, me queira, me admire. – sua acusação doeu, mas era verdade. Era a pura verdade. Depois que minha mãe e meu pai separaram-se eu não queria perder esse elo com ele, então tentava-o agradar de todas as formas, Edward adiantou o que eu iria descobrir mais cedo ou mais tarde e isso era assustador.

- Acho que eu já vou. – disse respirando fundo, levantei-me deixando uma nota de vinte dólares na mesa.

- Eu também. Certamente você não quer que eu te leve pra não levantar suspeitas. – ele sorriu sarcástico, Edward sofria e não podia fazer nada, quer dizer, podia, porém será que eu conseguiria?

Depois da praia voltei desanimada pra casa. Encontrei Henri no sofá com uma caixa marrom que por acaso era minha e eu achava que estava bem escondida. Engoli seco, queria dar volta e meia e fugir, porque aquela caixa continha todas as minhas fotos do ensino médio. Fotos com Edward. Fotos de Edward.

- Veja minha surpresa quando arrumava seu bagunçado armário e me deparei com sua caixa de recordações.

- Arrumava? Sério? – Tentei virar o jogo mesmo sabendo que não daria muito certo, Henri era esperto e possivelmente entendeu tudo.

- Você e esse Edward tem uma ligação profunda né?

- O que você quer dizer com isso?

- Associei a foto á pessoa. Eu tomei a liberdade de pesquisar a clínica onde Edward Masen estava internado e olha o que descobri? Era a do seu pai. E ele não deve saber dessa ligação né?

Respirei fundo, eu estava nas mãos de Henri, tudo bem que ele não era o tipo de homem que se vingava, mas ao saber que eu o traia tudo poderia mudar. E cabia á mim assumir as consequências dos meus atos, mesmo que doesse.

- Senta.

- Bella, eu não vou sentar, eu quero a verdade.

- Então senta!

Ele me obedeceu mesmo contrariado, olhei nos olhos suplicantes de Henri, ele sofria, eu sofria e tudo encaminhava para o pior.

- Eu era, aliás, eu sou, apaixonada por Edward Masen desde o colegial. Ele era arrogante, lindo e misterioso, ele não gostava de mim na época, nós competíamos por tudo até que me vi louca por ele. E ele sabia que eu gostava dele, mas continuava com seu jogo. Aí cinco anos se passaram, veio você, minha viagem, eu pensava que havia o superado, até que cheguei aqui e dei de cara com ele internado na clínica do meu pai. Foi um misto de sentimentos, uma confusão dentro de mim, eu lutei pra ser fiel á mim e á você, mais ainda, eu lutei pra não ver Edward daquela forma que eu via antes.

- Mas não deu certo né? – pude ver lágrimas nos olhos de Henri, meu coração ficou apertado. – Você estava com ele agora?

Respirei fundo e cerrei meus olhos. Um sim saiu dos meus lábios. Henri aquietou-se.

- Ok, eu vou arrumar minhas coisas e sair completamente da sua vida. Eu não queria que fosse assim, eu pretendia me estabelecer aqui e te pedir em casamento. A vida não tem um plano, ela sempre muda a rota, eu deveria saber.

Assisti Henri se mover pelo apartamento e desabei no chão de joelhos, chorando.  Deixei Henri ir embora sem interferir. Não sei quanto tempo fiquei lá, Henri despediu-se de mim com um beijo na testa e saiu pela porta. Permaneci onde estava até que o telefone tocou. Era Alice.

- Henri terminou comigo.

- Eu sinto muito querida, quer vir dormir aqui comigo e com Jazz, não entre nós, mas na nossa casa, pra não se sentir só.

- Claro, seria bom.

Dormi chorando no quarto que antes era reservado pra mim na casa de Jazz, e assim foi durante uma semana. Tentei me comunicar com Henri, sem sucesso. A mágoa que ele sentia não passaria tão cedo. Eu era uma traidora, eu não prestava. Eu merecia ficar sozinha. Essa ideia me perseguiu por dias. Edward ligou-me várias vezes e várias vezes eu desliguei o telefone.

Eu devia saber que Edward não era do tipo que desistia. E naquela noite o assisti dizer em rede nacional ele dizer que estava apaixonado. Não falou apenas do livro, não falou apenas da reabilitação, falou sobre mim de forma indireta.

- Então Edward, o país todo quer saber se esse escritor charmoso está solteiro.

- Eu... – ele titubeou com aquele sorriso típico, meu não namorado trajava terno e gravata preta o que combinava bem com seu estilo misterioso. – Eu estou solteiro, porém apaixonado demorei muito tempo pra perceber, mas agora estou refazendo minha vida e queria que ela estivesse comigo nessa fase.

Todos aplaudiram, o que Edward dizia era sincero e doía em mim. Eu ignorei ele, ignorei porque me sentia culpada por trair Henri e por sua pressão em cima de mim. Se ele realmente me amava teria que esperar, só o tempo faria acostumar-me com essa situação toda.

Cosmic Love – Florence + the machine

Os dias se passaram e Edward não tentou comunicar-se comigo novamente, ele respeitou meu tempo. Mantive minha rotina normal, apesar da minha tristeza. Carlisle até cogitou que eu procurasse ajuda terapêutica. Quando eu voltava do trabalho pra casa de Jasper, passei em casa pra pegar algumas coisas e dei de cara com uma encomenda enorme na minha porta, tinha um bilhete.

“Te esperaria pela eternidade, mas como nada é eterno apenas te espero pelo tempo que for necessário, só te peço que volte pra mim. E.M.”

Suspirei com o recado e rasguei o embrulho enorme. Sorri me deparando com uma prancha de surfe enorme. Eu já sabia o que fazer. Só precisava de coragem. 


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