Dedication escrita por Mandii_B


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ano novo, fanfic nova! É isso aí! Não quer dizer que vou abandonar as outras, estou trabalhando em atualizá-las, mas enquanto isso essa daqui estava pedindo pra ser postada. É estilo Intense Therapy, quem me acompanha desde os primórdios sabe qual é, contudo é diferente em vários aspectos. Espero que gostem e principalmente comentem. Só assim saberei a receptividade de vocês diante do que escrevo.



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Voltar para os Estados Unidos depois de cinco anos na Europa causava um terrível choque. O primeiro foi ao deixar o aeroporto sentindo a lufada de ar típica de San Francisco. Mas também causava emoções inigualáveis, foi nessa cidade que cresci, conheci pessoas maravilhosas, fiz inimigos e amei pela primeira vez, foi nessa cidade que meus pais se separaram quando julgavam ter o maior amor do mundo.

Estudei na Salpetrie na França, um dos grandes nomes quando se fala em saúde mental. Foi um grande salto pra mim, como estudante de psiquiatria. Eu sempre soube que era medicina, principalmente quando ouvia as histórias que meu pai contava ao chegar em casa exausto de um plantão. Não era qualquer exaustão, ele gastou o seu suor para salvar vidas e aquilo pra mim, cujo poder de controle sobre a vida era alto, foi o auge.

Não senti o baque da separação dos meus pais, eles apenas decidiram um dia que precisavam seguir caminhos diferentes. Continuei morando com minha mãe, mas sempre que possível ficava com o meu pai, com ele as coisas eram mais fáceis Carlisle era mais carinhoso que Renné. Quando se separou a primeira coisa que fez foi arranjar um novo marido, Charlie. Charlie era delegado, porém diferente da imagem de durão carregava consigo a doçura e simplicidade era um homem generoso e ficamos muito amigos durante esses anos. Ele não era como um padrasto e sim amigo. Quando Charlie teve problemas de coluna e decidiu que era hora de se aposentar, Renné e ele aproveitaram para fazer viagens passando por Paris uma vez.

Contudo, nunca esqueci o meu admirável pai. Ele montou uma clínica particular para dependentes químicos durante esses anos juntamente com alguns sócios. Era lá que eu iria iniciar minha carreira, e o melhor de tudo ao lado dele. Nada poderia ser mais fantástico.

Meu celular tocou enquanto eu esperava um táxi pra me levar até ao apartamento de Jasper, meu antigo amigo do colegial.

Sorri, era meu namorado Henri , ele realmente não se cansava de falar comigo. Ele mais falava do que ouvia, nem parecia modelo. Nos conhecemos numa festa de ano novo e nunca mais nos largamos. Claro que eu tinha ciúmes dele por ser modelo e viajar muito, mas tudo isso passava quando ele me garantia que iria voltar pra mim.

– Ma cherrie, chegou em paz?

– Sim, estou em São Francisco, amor e você onde está?

– Em um ensaio para o Calvin Klein, triste, desolado e sem você. Mas semana que vem estarei aí.

– Por que você não espera até eu conseguir um apartamento?

– Porque eu não posso esperar pra ver a ex loira mais incrível e apaixonante da Califórnia. – ele disse com seu sotaque francês marcante.

Cheguei á França loira e voltei morena, por isso Henri me chamava de ex loira. Ele negociava com uma agência norte americana e aproveitaria pra me ver semana que vem.

– Amor tenho que ir, estão me chamando, mas não se esqueça de mim.

– Eu tenho um álbum seu no meu celular e sua bunda certamente está nos outdoors da Califórnia querido.

Ele riu e desligou.

Henri era bem humorado, inteligente e capaz de encantar qualquer mulher com apenas um sorriso. Mas ás vezes sentia que ele não era o cara. Não sentia por ele o que senti por Edward Masen no colegial. Edward era simplesmente o cara com o qual eu brigava por tudo, nós competíamos quando tínhamos chance e não éramos amigos apenas fazíamos questão de nos provocar. Eu era mais inteligente do que qualquer outra pessoa em álgebra, mas Edward Masen fazia questão de me tirar do páreo. Ele era bom em vôlei, mas meu time ganhava do dele na praia. Ele era um excelente escritor e ninguém podia tirar esse prêmio dele, no jornal da escola ele foi um marco. Seguimos caminhos diferentes, ele foi pra Evergreen e eu pra França, e éramos diferentes. Edward me chamava de previsível e criticava todo livro que lia e filme que assistia. Soube que um dos seus livros virou bestseller e que seus direitos foram comprados para virar filme com alguns atores importantes cotados para o papel principal, ele com certeza deve estar bem, afinal é o safo Edward Masen.

Com o garoto de sorriso sacana e olhos verdes na mente, peguei meu taxi. O endereço de Jasper nas mãos. Meu melhor amigo era produtor musical, um dos bons. Ele morava num bairro razoável de São Francisco.

Jasper avisou ao porteiro que eu chegaria, pois o mesmo deixou-me passar. Apertei a campainha ansiosa, não via meu amigo há seis anos, apenas nos falávamos pelo Skype quando nossos horários coincidiam.

A porta se abriu revelando um rapaz de cabelos loiros bagunçados e cara de sono. Provavelmente passou tempo demais numa balada qualquer. Sorri contagiada pelo seu olhar surpreso a me ver.

– Hey! Cadê o seu cabelo e os óculos? – ele estendeu os braços pra me receber. Abracei meu amigo o mais forte que podia.

– Não estou mais no segundo grau Jazz.

Ele riu.

Minha vida era realmente corrida e eram poucos os momentos que podia sentar e falar com ele.

– Mas eu me sinto como se fosse o segundo grau e você estivesse reclamando da vida e do quanto Edward Masen é metido. – ele disse me ajudando com as malas de carrinho. Seu apartamento era arejado e perto da praia, o sol da tarde invadia e as cortinas balançavam com a brisa.

– Você tem uma boa vida aqui.

– O que posso dizer, sou um produtor quente. – ele disse se jogando no sofá.

– Rá! Muito engraçado amigo. Aonde são minhas instalações?

Jasper bocejou indicando o corredor dos quartos.

– O que está mais arrumado, o último do corredor, pedi a faxineira para limpar da melhor forma possível porque a doutora Isabella Swan chegaria.

Quando você diz que é médica, as pessoas te olham de uma forma diferente, como se você tivesse o poder em suas mãos, o status que a medicina dava era perigoso e ao mesmo tempo importante. Foi importante porque me ajudou a escolher minha profissão e ajudava a medicina a crescer sempre buscando a cura. O lado ruim é que éramos seres humanos como qualquer outro, mesmo que com o conhecimento diferenciado, também erramos, nos estressamos, temos nossos surtos.

– Obrigada pela parte que me toca amigo, mas não precisava tanto. – disse sentando na ponta do sofá. Ele riu me chutando com os pés.

– Você não sabe como estou feliz por te ver de novo. Eu sentia falta da sua amizade, das suas palavras de conforto, de me por no lugar certo. Alice que o diga.

Quando Jasper contou-me da sua paixão platônica por Alice desde o oitavo ano do colegial eu dei risada, ele era o tipo de garoto que apenas por sorrir já conquistava qualquer garota, porém ele não possuía esse efeito sobre mim, pois eu sempre fui apaixonada por um certo Edward Masen. Então Alice o dispensou na primeira oportunidade e ele ficou arrasado, forçado ao título de amigo, ele se regenerou e pôs sua confiança pra baixo para conquistá-la, o que aconteceu no segundo ano e desde então eles estavam juntos.

– Eu também morri de saudades. Como ela está?

– Ela deve chegar a qualquer minuto.

– Você sente falta dele?

– De quem você está falando?

Jasper suspirou levantando-se do sofá com a mesma preguiça anterior.

– Edward.

Engoli seco ao ouvir o nome dele.

– Não, eu tenho namorado. – Resisti a perguntar como ele estava, depois pesquisaria, ou perguntaria a alguém que não me atordoasse. Ele me encarou e riu.

– Você sempre se comprometendo, mas ele vai estar aí presente em você sempre.

Durante a época de colégio namorei com Mike por dois anos, ele não era o melhor aluno da turma, caia melhor no estereótipo de melhor jogador de basquete e garoto popular, mas por dentro era sensível e obcecado por mim. Talvez o namorei por mera distração, ou por me magoar ao ver Edward com outras garotas. Então Mike tentou tirar minha virgindade e eu simplesmente terminei por não estar pronta pra isso.

– Lembro da nossa turma do colégio. Eu, você, Alice, Mike, Ângela, Edward...

Os desafios que Edward propunha a mim, como eu era tola em cair em suas provocações, como ele discordava de mim durante as reuniões do jornal da escola.

– Foi uma época boa, mas passou. Agora preciso me focar no futuro profissional. – Respirei fundo tentando afastar o sorriso arrogante de Edward da minha mente.

Felizmente a campainha tocou. Jasper correu até a porta supondo ser Alice. A baixinha o surpreendeu ignorando os braços abertos do namorado e correndo para me abraçar.

– Bellinha, como você está linda! – ela se afastou apertando suas mãos nas minhas. Seus olhos passearam pelo meu corpo. – Magra, mas linda. Você precisa entrar na academia, sabia? Tenho umas ótimas indicações e...

– Como vai Alice?

– Bem! Tudo está ótimo, tirando que seu amigo aqui não pára em casa e a galeria de artes está cheia de trabalhos.

Alice se formou em Belas Artes , era assistente da diretoria numa importante galeria de artes em São Francisco. Todos nós fomos bem ao que nos implicamos a fazer.

– Que tal uma comemoração?

– Eu quero ir à praia, agora. – eu precisava sentir a areia em meus pés, a maresia entrando em minhas narinas, aquele vento no meu rosto, era como se fosse um mundo á parte que eu precisava reconhecer como meu.

Shake It Out – Florence and the machine.

Queria expulsar meus demônios que me circundavam durante minha viagem, agora era recomeçar com os pés firmes no chão. Consolidar minha carreira, e quem sabe casar com Henri. Ser estável como meu pai, segura como ele, talentosa, ele era meu espelho, minha vontade de vencer. Com esse pensamento caminhei sozinha até a praia que ficava em frente ao apartamento de Jasper. Fechei os olhos deixando os outros sentidos me guiarem quando meus pés descalços entraram em contato com a areia. Era minha hora de fazer meu futuro, de esquecer o passado e guardar apenas o que havia de bom. Ri dos meus pensamentos, como se isso fosse fácil...












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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Expectativas?