Estava sentada no sofa com minha namorada, por mais que a minha mãe não gostasse ou algo assim, eu ainda trazia Mel para cá. Não que minha mãe fosse preconceituosa... pelo amor, quem estou querendo enganar? Minha mãe não podia ver gays em sua frente que já tinha um ataque, o lado bom disso, era que pelo menos o meu pai não tinha preconceito, mas , bem, ainda era dificil pra ele aceitar que sua filha mais velha gosta de mulheres, não de homens como ele esperava que eu gostasse.

- Amor, tem certeza que não é nenhum encomodo eu ficar aqui? - Mel disse se virando pra mim com cara de preocupada.

- Por que esta tão preocupada Mel?- Eu disse fitando os olhos verdes que ela tinha, eu amava aqueles olhos.

- Sua mãe me odeia - Ela quis ser um pouco óbvia.

- Ela odeia tudo Melissa - Falava enquanto revirava os olhos.

-Principalmente de mim. - Ela colocou o balde de pipoca na mesa central e se levantou - To vazando. - A puxei pelo seu braço e dei um rápido selinho nela.

- Ãnh... Lizzie? - Ouvi uma voz reconhecida enquanto dava um selinho na minha namorada. Droga, era minha mãe. Ela, de vergonha se soltou rapidamente de mim e ficou parecendo um pimentão, bom , de tanto que aquela garota era branca, poderia ficar mesmo.

- Que? - Falei querendo parecer brava, aliás, eu estava, minha mãe nunca gostou dela, mas por favor né, por que ela não pode ser como as outras mães normais e não demonstrar que gosta da(o) namorada (o) da filha?

- Mel, se importa? Queremos conversar um pouco com a Lizzie, a sós. - Meu pai disse gentilmente a ela.

- AH, tudo bem, eu já estava de saida. Bom, tchau Senhor e Senhora Paker. - Ela falou ainda timida e saiu.

- Que foi? - Disse seca.

- Por que ainda tras essa menina aqui? Alias, ela nem devia estar aqui e se o seu irmão te pega vendo uma cena horrorosa que nem essa? Ele vai ficar traumatizado menina - Minha mãe começou com o sermão que logo de cara fez eu revirar os olhos.

- Paaaaai, o que foi hein? Ou era isso mesmo? - Falei entediada

- Não querida, não é isso - Ele veio até mim junto com a  minha mãe e se sentou do meu lado. -, sei que o que vamos dizer agora pode parecer um pesadelo ou simplesmente uma brincadeira de mal gosto pra você, mas...

- Mas (?) - Quis deixa na cara que eu queria acabar de uma vez com aquele assunto.

- Vamos voltar pra Huntigton Beach - Minha mãe disse vencida e sorrindo largamente. PERAI, O QUE? VOLTAR PRA INFERNO BEACH? E EU AINDA ESTAVA NO COLEGIO, A NÃO SER QUE... NÃO NÃO PODE SER, EU VOU TER QUE IR PRA AQUELA ESCOLA?

- O QUE? - Gritei sem acreditar. - ESTA TUDO PERFEITO E VOCÊ QUER ME TIRAR DAQUI? PUTA QUE PARIU GEORGE - Era o nome do meu pai, eu sei que ele odiava que eu falava palavrão, mas... ah foda-se, to estressada, posso falar e fazer qualquer coisa.

- Não grite e não fale esse palavreado, seu irmão pode ouvir. - Meu pai disse calmo.

- QUE NÃO GRITA O CARALHO - Me levantei frustrada  - VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO, EU ODEIO TUDO QUE TEM LA, VOCÊS SABEM DISSO. - Gritei fazendo gestos com as mãos.

- Não pude dizer não Elizabeth - Pronto, fodeu, meu pai nunca me chamou de Elizabeth, a não ser quando queria era na verdade dar um belo de um tapa na minha cara e como ele era um homem de classe, ele não faria isso. -, a oferta era muito boa, fala sério, acha realmente que eu iria recusar um salario de 6.000 doláres por mês por caprichos seus? Não seja tola, você me conhece e sabe que eu nunca desperdiçaria dinheiro. Então faça as malas, daqui a três dias partiremos.

Sai do sofá e fui bufando até meu quarto, mas esperai ai...Ok, aquilo não me parecia que a oferta foi dada a ele hoje.

- A quanto tempo você recebeu essa oferta? - Disse voltando.

- A Algumas semanas... - Ele nem se virou e ligou a TV.

- Então por que me disse só agora? - Eu falei não querendo parecer frustrada, mas estava literalmente muito na cara, estava vermelha de raiva.

- Pra não dar tempo de você querer fazer alguma loucura como da ultima vez.. - Ele disse ainda atendo na programação da TV, ele só queria usar aquilo pra não complicar as coisas, afinal, ele mesmo falava que a televisão estragava o cérebro, só comprou uma por que a sem cérebro aqui insistiu.

E afinal, a loucura que ele se referia, realmente não foi uma loucura, eu apenas fugi pra casa de uma senhora que tinha na antiga rua que eu morava, e ela me tratou super bem. 

Deitei na cama e adormeci com a raiva.