Beijos Roubados E Sorrisos Marotos. escrita por Ketlen Evans


Capítulo 22
Animagia


Notas iniciais do capítulo

lá lá lá lá lá lá cante uma canção (8) :D
Hoje estou feliz porque recebi duas recomendações nessa semana *--* sério, não to cabendo em mim de felicidade.
Sem contar que várias pessoas deixaram reviews lindos que me fazem cada vez querer escrever mais e mais, porém a falta de tempo atrapalha, mas hoje tive uma folguinha e terminei o cap pra vocês.
Então, fui escrever esse cap e me toquei que eu praticamente nunca coloco nada sobre as aulas em Hogwarts, então, vamos ter algumas lições de assuntos interessantes.
Capítulo dedicado à BiiaSiqueira e MelPotter pelas recomendações.



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Na manhã seguinte Lily recebeu passe livre para continuar cursando as mesmas matérias do ano passado. Suas notas tinham sido quase que perfeitas e os professores a recebiam orgulhosos.

   Em defesa contra as artes das trevas começaram a estudar feitiços mudos, uma prática bastante dificil, mas que Marlene e Alice, assim como os marotos, dominavam com maestria. O professor dessa matéria era Amico Friedrich, um bruxo magro e de aperencia batida, porém bastante severo.

   Depois disso foram para as masmorras rumo a única matéria que Lily teria sem a companhia de Marlene.   

   Lilian adorava poções. Adorava a o fato de misturar coisas aleatórias para conseguir elementos espetaculares e como dizia o professor  Horácio Slughorn, Lily tinha uma ótima mão para poções.

   Era fácil fazer Slughorn gostar de você. Bastava uma poção prepareda com perfeição, algumas respostas certas ou um ótimo desempenho num campo de quadribol. Qualquer pessoa que fosse boa em algo conseguia a aprovação e bajulação de Horácio, mas tirando o apreço que ele tinha pelos que se destacavam ele era um professor excelente.

    - É realmente satisfatório ver que tantos alunos resolveram continuar em poções. – Disse ele ao entrar na sala onde todos do sexto ano da Grifinória exceto Marlene e Pedro estavam com mais quatro corvinais, 3 lufanos e cinco sonserinos. – Mas já vou avisando para não esperarem moleza, pois os NIEM’s de poções são altamente complexos. Hoje vamos começar com uma poção que vem sendo muito usada ultimamente, a poção polissuco. – Ele apontou para um caldeirão onde algo que parecia lama burbulhava lentamente. – Alguém me diz os efeitos dela?

   Vários alunos levantaram a mão.

   - Snape, nos esclareça, por favor. – Pediu o professor apontando para o jovem que havia se sentado em uma das mesas da frente junto com seus colegas da Sonserina. Desde o dia daquele episódio no lago Lilian nunca mais havia falado com Severo e se surpreendeu ao constatar que não sentia falta do amigo.

   - A Poção Polissuco, permite que uma pessoa assuma a forma de outra. – Começou ele. – Ela é altamente complexa e alguns de seus ingredientes são bastante dificeis de se conseguir, como pele de ararambóia e é claro, algo da pessoa em quem você pretende se transformar.

   - Excelente Snape, 10 pontos para a Sonserina. – Disse o professor sorrindo. – Alguém tem algo a mais para acrescentar? Senhor Black? – Slughorn apontou para Sirius que tinha levantado a mão.

   - A Poção Polissuco só pode ser usada para transformações com humanos e se por acidente for usada para tentar se transformar em algum animal causa reações que podem ser um tanto preocupantes, como uma trasformação incompleta.

   - Muito bem, muito bem mesmo. 10 pontos para a Grifinória. – Horácio disse sorrindo. – Como sempre a turma de vocês é uma satisfação, agora abram os livros na página 15 e vamos ler sobre os ingredientes e o modo de preparo da poção.

   Os dois tempos nas masmorras passaram agradavelmente e depois disso Lilian, Dorcas e Alice encontraram-se com Marlene, que tinha tido o tempo livre, e foram para o salão principal almoçar.

   - Então, como estava o velho Slugue? – Perguntou Marlene enquanto servia-se.

   - Chato e bajulador como sempre. – Resmungou Alice. - Não dou duas semanas para ele começar com essas sua reuniãozinhas.

   - Nem me fale. – Reclamou Lilian. – Nada é mais chato do que ficar naquela sala acompanhada por quase todos os alunos da Sonserina.

   - Acho que está na hora de Slughorn começar a ser mais criterioso, do contrário ele vai ter que convidar todos os alunos do quinto ano para cima. – Disse Dorcas.

   - Na nossa turma por exemplo, - começou Marlene. – James e Sirius ganham convites porque são mestres em transfiguração e porque são as grandes estrelas do time de quadribol, Alice é incluida porque o professor Amico não cansa de dizer para todos que ela é a melhor aluna que ele já teve. Frank e Lupin são os meninos mais inteligentes que eu já conheci, Dorcas é a melhor da escola em feitiços, Lily é é monitora e tem as melhores notas de Hogwarts e eu ganho convite porque sou a única menina da escola que joga como batedora. – Concluiu. – Enfim, fora Pedro, que não tem nenhuma abilidade que se destaque além de ser um causador de confusão nato, o sexto ano da Grifinória e repleto de estrelinhas do clube do Slugue.

    - Que nojo. – Falou Alice.

   - Não quero ser uma estrilinha do Slugue. – Disse Lilian. – Apenas quero me formar com boas notas e conseguir um bom emprego quando deixar Hogwarts.

   - E conhecer um principe encantado. – Brincou Dorcas.

   - Não seja boba Dorcas. – Disse Marlene. – Lilian já conhece seu principe encantado, apenas é burra demais para perceber.

   - Nem começe Lene, eu não vou voltar a sair com o Digory. – Disse Lilian.

   - Eu não estava falando do Digory.

   - Então de quem? – Perguntou a ruiva.

   - Vou deixar você descobrir sozinha, aposto que não vai demorar muito. – Respondeu Lene sorrindo.

   - Você é má. – Disse Lilian.

   - E você pode ser inteligente quando se trata de estudar, mas é mais lerda que dois Pettigrews juntos em outros assuntos Lily. – Falou Alice.

   - Assim você me ofende Lice. – Reclamou Lilian.

   - É apenas a verdade.

   O almoço se passou calmo e com poucas conversas depois disso. Quando faltavam cinco minutos para o inicio da quarta aula as meninas subiram rumo a sala de transfiguração. Minerva estava sentada em sua mesa esperando a chegada dos alunos que aos poucos iam ocupando as cadeiras vazias.

   Quase todos os alunos do sexto ano tinham continuado em transfiguração, por isso, a Grifinória tinha aula apenas acompanhada pelos alunos da Corvinal.

   Melinda Crevey foi a ultima a entrar na sala e então depois disso McGonagall se levantou.

   - Hoje como primeira matéria dos NIEM’s vamos falar de um assunto muito cobrado e muito complexo. – Anunciou Minerva. – Vocês já estudaram isso no terceiro ano, mas agora vamos nos aprofundar mais. Abram seus livros na página 12.

    Lilian fez o que a professora havia pedido e se surpreendeu ao ver que a matéria estudada seria animagia.

    - O professor Slughorn me disse que vocês começaram a estudar a poção polissuco hoje. – Falou a professora. – Alguem pode me dizer o que essa poção tem a ver com animagia?

    Pela primeira vez em anos, Lily não fazia a menor ideia da resposta, por isso ficou terrivelmente surpresa ao ver Potter levantar a mão.

   - Por favor, senhor Potter.

   - Quando surgiram os primeiros animagos, várias pessoas se interessam por esse ramo da magia, porém eram poucos os que tinham aptidão para esse tipo de transformação. – Começou James. – Alguns bruxos que não conseguiam se tornar animagos pensaram que se usassem a poção polissuco com algum “pedacinho” do animal que queriam se transformar obteriam os mesmos resultados e foi assim que descobriram que a poção era inutil para transformações não humanas e que poderia ser muito perigosa.

   - Excelente como sempre Potter. – Disse McGonagall sorrindo aprovadora. – 5 pontos para a Grifinória. – Ela começou a circular pela sala. - A animagia é um ramo dificilimo que requer anos de pratica e estudo e que não pode ser tentada sem a supervisão de um especialista no assunto.

   Os marotos se olharam sorrindo debochados. James adoraria levantar-se naquele momento e mostrar a todos que era um animago, mas se meteria em encrencas além da conta e é claro, não queria ser preso, muito menos perder pontos para a Grifinória.

   - Por esse grau elevado de dificuldade são poucos os bruxos que se aventuram nesse ramo. Alguém pode me dizer quais os animagos que temos hoje?

   Lilian imediatamente levantou a mão.

   - No momento o ministério tem registro de apenas três animagos. Wendelin Marvel, Otto Vandinski e é claro a senhora professora.

   - Muito bem Lilian.

   - Pode demonstrar professora? – Perguntou Sirius.

   - É claro Black. – E então Minerva sumiu dando lugar a um gracioso gato malhado. Era possivel ver as marcas dos óculos ainda em volta dos olhos da gata.

   Assim que voltou a sua forma original Marlene levantou a mão.

   - Pois não senhorita McKinnon?

   - Se não for algo muito indiscreto a senhora poderia dizer por que escolheu a forma de gato? – Perguntou.

   - Na verdade animagos não escolhem a forma em que vão se transformar. – Explicou a professora. – A forma é definida através da personalidade da pessoa. Por exemplo, uma pessoa que é muito brincalhona e tem caracteristicas de lealdade tenderia a um animal que tivesse essas mesmas caracteristicas.

   - Então uma pessoa que fosse traido pela namorada, tenderia a um animal com chifres? – Perguntou Sirius arrancando risos da turma, enquanto Potter o olhava como se fosse matá-lo, gesto que Lily não entendeu.

    - Não saberia dizer senhor Black. – respondeu a professora dividida entre desaprovação e riso. – As formas mais comuns entre animagos são pássaros, ratos, gatos e cachorros, porque são animais que se misturam facilmente, uma vez que a animagia deve funcionar como um meio de disfarçe, de passar despercebido, seria um tanto estranho , por exemplo, se os animagos fossem animais como leões, ou zebras. Também a relatos de animagos insetos e de bichos mais selvagens como raposas, pacas ou cervos...

    O resto da aula passou rapido e por fim como sempre Minerva deu um dever de altissima dificuldade.

   Na quarta aula Lilian foi para a sala de Runas antigas com Alice e Frank, enquanto o resto do pessoal ia para os jardins ter Trato das criaturas mágicas.

   A professora de Runas, Magna Stout, era uma bruxa loira, bastante jovem e simpática, que trazia os alunos para sua matéria não por interesse acadêmico, mas sim por sua alegria. Tinha uma aparência contraditória. Traços delicados com expressões marcantes de mais. Os olhos azuis as vezes assustavam ao adquirir um brilho de fanatismo sonhador ao falar de assuntoa banais. Era por fim, uma figura meio excentrica, porém admiravelmente brilhante. 

    Ela ocupou seu tempo de aula falando sem sessar sobre a importancia dessa nova etapa na educação dos jovens bruxos e de como era essencial não se abater diante tempos dificeis e continuar estudando. Quando faltavam menos de cinco minutos para o fim da aula, ela acabou por passar de dever 50 centimetros de pesquisa sobre jogos onde runas eram utilizadas e então dispensou a turma para a ultima aula do dia que era de Feitiços.

    O Professor Flitwick era um bruxinho miudo, cujos cabelos já estavam começando a perder a cor. Também puderá, uma vez que as aulas de sua matéria eram tumultuadas com objetos voando em todas as direções e com tanto barulho que era impossivel se fazer ouvir.

   Assim que entrou na sala, Lilian viu Dorcas e Marlene dividindo uma das mesa na frente e logo sentou-se acompanhada de Alice em um lugar próximo. Frank foi até os fundos e sentou-se com Potter que estava em frente a mesa de Black e Pettigrew. Procurou Remo pela sala, mas não o encontrou.

   - Remo desistiu de feitiços? – Perguntou para Dorcas.

   - Não, ele adora essa matéria. – Respondeu a loira. – Ele apenas passou mal e teve que ir para a enfermaria.

   - Bem que eu reparei que ele estava com uma cara nada boa ontem. – Comentou Lily.

   - Eu não sei o que aconteçe com o Lupin. – Disse Marlene. – Passa quase que o ano todo na ala hospitalar.

   - Eu já perguntei tantas vezes, mas ele nunca me da respostas claras. – Reclamou Dorcas. – Sempre vem com essa desculpa de que tem diversos problemas de saúde, porém nunca me esclareçe.

    - Os meninos provavelmente sabem, uma vez que eu sempre escuto eles dizendo que Remo tem um “probleminha peludo”. – Falou Alice. – Mas não faço a menor ideia do que possa ser.

    - Só espero que não seja nada grave. – Disse Dorcas em meio a um suspiro seguido pelos murmurios de concordancia de Alice e Marlene.

   Lilian porém não disse nada. Algo se remexia novamente dentro dela. De novo se repetia aquela sensação de estar deixando passar algo óbvio. “Probleminha peludo”, o que será que queriam dizer com isso?

    Naquele momento o professor entrou na sala e foi logo fazendo mais um daqueles discursos sobre o quanto é importante se dedicar aos estudos nessa fase e em seguida colocou no quadro um feitiço dificilimo para a turma praticar e Lilian acabou se esqueçendo que tinha algo que devia saber a respeito de Remo Lupin.

    Assim que a ultima aula do dia terminou, Lily foi junto de Lene, Alice e Dorcas para o salão principal e depois de uma refeição caprichada subiram para a sala comunal onde começaram a fazer os deveres do dia.

    Escolheram um lugar perto da janela que tinha vista para o lago negro e resolveram começar pelo dever de trasfiguração, que era o mais trabalhoso.

    Alice trouxe diversos livros sobre animagia que Frank tinha achado no dormitório dos meninos e puseram-se a escrever a redação. “Como diferenciar um animal comum de um animago”.

   - Me pergunto por que eles tem tantos livros sobre o assunto. – Disse Marlene encarando a quantidade de material empilhada na mesa.

   - Frank disse que Sirius e James se interessam pelo assunto e que querem tentar animagia depois de Hogwarts. – Contou Alice.

   - Deve ser fácil para eles. – Disse Dorcas. – Afinal, são ótimos em transfiguração.

   - É um ramo interessante. – Falou Lilian. – Animagia. Eu gostaria de tentar, mas obviamente não sou boa em transformações.

   Depois de algumas poucas frases trocadas o silêncio se fez presente e só era possivel ouvir o arranhar das penas no pergaminho.

   Lilian apanhou um livro de capa preta, bastante simples, que tinha o titulo em letras prateadas. “As vantagens da animagia”. Procurou no sumário o conteúdo que precisava encontrando o seguinte texto.

   “É muito fácil diferenciar um animal verdadeiro de um animago, se você for um bruxo observador. A primeira coisa que se deve observar e se o animal possui características que se destaquem, como marcas em formatos estranhos, ou cores diferenciadas.

    Também se deve observar o porte do animal, uma vez que formas animagas se apresentam com tamanho maior do que seria natural a um bicho comum, assim como parecem animais mais belos e mais inteligentes.

   Porém para bruxos de grandes abilidades, os detalhes fisicos são pouco importantes, uma vez que toda magia deixa marcas particulares é quase possivel sentir quando um animal não é exatamente um animal, o que faz com que animagia acabe sendo um “disfarçe” sem muita utilidade entre bruxos com grande conhecimento em transformações”.

    Copiou esse trecho e acrescentou mais algumas informações que foi encontrando em outros livros. Já estava quase terminando o dever quando Marlene chamou atenção das amigas.

    - Olhem só isso aqui. - Ela olhou para o livro e começou a ler. – “No começo muitos pensavam que bruxos que resolvessem se tornar animagos acabariam adquirindo caracteristicas “animalescas”, mas depois de muitos anos de estudo concluiu-se que a única consequência para um bruxo animago é a modificação do patrono, como no caso de Adolf Mistles (1863-1945) que tinha seu patrono como um cavalo, que mudou para um gato depois de ter assumido tal forma animaga.”

    - Interessante. – Disse Alice. – E bastante lógico também, uma vez que patronos devem refletir a personalidade da pessoa.

    - Eu não sei qual é o meu patrono. – Falou Dorcas tristemente. – Já tentei fazer o feitiço, mas nunca consegui.

   - Nem eu. – Disseram as outras três meninas ao mesmo tempo.

   - Eu adoraria ser capaz de fazer esse feitiço. – Suspirou Lilian.

   Novamente elas se concentraram em suas tarefas, e quando enfim terminaram a de transfiguração, Alice insistia em começar a de Poções.

   - Nem vem Lice, - começou Marlene – não vou ficar até tarde fazendo deveres no primeiro dia de aula.

   - Eu também não estou muito disposta hoje. – Disse Lilian. – Queria aproveitar que não tem nenhum maroto por aqui, e ficar apenas relaxando, antes de ter que fazer a ronda pelo castelo.

   - Falando nisso, onde eles se meteram? – Perguntou Marlene.

   - Foram ver o Remo na ala hospitalar. – Contou Alice. – Frank foi com eles. Parece que James disse algo sobre um bolo explosivo.

   - Pobre Lupin. – Disse Marlene sorrindo.

   - Espero que pelo menos o bolo seja de chocolate. – Acrescentou Dorcas.

                                                            ****

   Não havia nenhum bolo explosivo na ala hospitalar. Havia apenas três meninos preocupados em volta da cama de Remo Lupin que parecia prestes a desmaiar.

   - Vai aguentar até amanhã ou vai ser antes? – Perguntou Sirius.

   - Provavelmente só amanhã quando começar a anoitecer. – Respondeu o menino com a voz meio rouca porém estável.

   - Talvez fique mais complicado sair do colégio agora. – Disse Pedro. – Com todas essas medidas de segurança a mais.

   - Não seja covarde Rabicho. – Falou James. – Nada segura os marotos, e depois temos o mapa e a capa.

   - Você tem a capa Pontas. – Protestou Rabicho. – Nós temos feitiços de desilusão.

   - Mas não podemos arriscar agora. – Disse James. – Vamos ter que ir todos com a capa. Podemos usar o feitiço de desilusão caso os pés apareçam e o abaffiato vai sevir para sumir com o barulho.

   - Não é um plano excelente, mas é o melhor que temos. – Disse Sirius parecendo pensativo. – Talvez o Rabicho possa se transformar no castelo e então podemos leva-lo no bolso.

    - Isso mesmo. – Falou James. – Assim não vai ter perigo de alguém ver os nossos pés.

   - Eu já disse que vocês não precisam se envolver em problemas por mim. – Disse Remo. – Eu posso ficar sozinho, fiz isso por quase cinco anos.

   - Mas agora você não precisa mais passar por isso sozinho Aluado. – Falou Sirius. – Se pudermos ajudar você nós ajudaremos.

   - E quanto ao Frank? – Perguntou Remo. – Quais desculpas vocês vão usar dessa vez? Ele não é idiota, provavelmente suspeita de alguma coisa.

   - Também acho que ele está começando a suspeitar. – Disse Pedro. – No fim do ano passado vi ele lendo um livro enorme sobre lobisomens.

    Todos ficaram em silêncio por um tempo. Seria horrivel se alguém descobrisse sobre Remo e ele tivesse que sair da escola.

   - Talvez ele estivesse apenas curioso sobre o assunto. – Disse James. – E mesmo que ele descobrisse, Frank é uma boa pessoa Remo, ele nunca contaria para ninguem e não deixaria de ser seu amigo.

    - James tem razão. Eu até estava pensando em contar tudo para ele. Seria mais fácil se tivessemos alguém para nos encobrir e Frank é quase um maroto. – Falou Sirius.

   - E arriscar que ele conte para todos que nós somos animagos clandestinos? –Perguntou Pedro. – É loucura, seremos todos mandados para Azkaban.

   - O único que devia ser mandado para Azkaban é o Chapéu Seletor, por ter colocado um ser tão covarde como você na Grifinória, Rabicho. Isso devia ser considerado um crime. – Disse James. – Frank é nosso amigo e eu confio nele, mas quem deve decidir se contamos ou não é o Remo, uma vez que ele é o que mais pode ser prejudicado.

   Todos olharam para Lupin, que parecia exausto e estava muito pálido.

   - Vamos esperar mais algum tempo. Ver se ele vai ficar desconfiado demais esse mês. – Disse Remo. – Também confio nele, acho que seria melhor não esconder isso por mais tempo.

    James tirou de dentro da capa um pedaço de pergaminho meio amarelado e tocou-o de leve com a varinha sussurrando as palavras “juro solenemente que não vou fazer nada de bom”. Observou o pergaminho por um tempo e então voltou-se para os amigos.

   - Temos que ir. – Disse rapidamente. – Aquela enfermeira rabujenta está voltando para cá e Frank já deve estar voltando também.

   - Então vamos. – Falou Sirius. – Vamos tentar vir aqui no intervalo das aulas amanhã.

   - Tudo bem. – Respondeu Remo já se arrumando na cama para dormir. – Vou tentar descansar um pouco, porque amanhã a noite vai ser longa.

   - Boa noite Aluado. – Disse Pedro e então os três sairam para o corredor dando de cara com Frank que tinha ido a biblioteca depois de falar um pouco com Remo.

   - Já estam indo? – Perguntou meio ofegante.

   - Achamos melhor não abusar da sorte. – Disse Sirius. – Não quero acabar dando de cara com aquela morcega velha.

   - Então melhor começarmos a subir. – Falou Frank. – Essas escadas acabam com a gente.

   O mais silenciosamente possivel eles começaram seu caminho de volta para a torre da Grifinória. Mais de uma vez Frank ficou confuso com as atitudes de James que andava com um pedaço de pergaminho na mão, e ia dando instruções malucas para que fizessem desvios em lugares inesperados. Por fim, mesmo tudo parecendo muito estranho eles chegaram em frente ao retrato da mulher gorda sem terem encontrado nem uma alma viva, nem morta.

    - Vocês não deveriam estar andando por ai a essa hora. – Disse o retrato assim que pararam em sua frente.

   - Estavamos visitando um amigo doente Rosa. – Respondeu Sirius.

   - Nem me fale em visitar amigos doentes. – Reclamou a mulher. – Violeta está com uma gripe horrivel e Dumbledore se recusa a me dar uma folga para cuidar dela, diz que é muito dificil encontrar um substituto para o meu posto. Francamente, onde eu estava com a cabeça quando aceitei ser guardiã da Grifinória?

   - É horrivel com certeza, mas agora gostariamos de entrar. – Disse James.

   - Claro, mas primeiro a senha, por favor.

   - Amortentia. – Respondeu Frank e imediatamente o retrato se abriu e eles entraram na sala comunal da Grifinória.

   Havia poucas pessoas presentes, a maioria eram do sétimo ano que ao que pareciam já tinham recebido toneladas de deveres logo no primeiro dia. Num canto um pouco mais afastado, perto de uma das janelas, estavam Alice e Dorcas que conversavam tranquilamente. Frank foi até lá e os outros o seguiram.

   - Acordadas ainda? – Perguntou James.

   - Resolvemos aproveitar um pouco o sossego daqui. – Respondeu Alice.

   - Lilian e Marlene? – Perguntou Sirius.

   - Lene foi dormir e Lilian saiu para a ronda. – Respondeu Dorcas. – Hoje era dia do Remo, mas como ele está na ala hospitalar ela teve que cobri-lo.

   - Entendo. – Disse Frank. – E vocês ficaram de bobeira aqui o tempo todo?

   - A gente fez o dever de Transfiguração. – Respondeu Alice. – A propósito, obrigada pelos livros meninos, Frank disse que são de vocês.

   - Que livros? – Perguntaram James, Sirius e Pedro, no que Lice respondeu apenas comum aceno de cabeça para a direção onde estava a pilha de livros sobre Animagia.

   - Parece que vocês se interessam muito pelo assunto hein. – Disse Dorcas.

   - Bom... – começou Sirius. – Minerva disse que eu e James temos jeito para transfiguração e que poderiamos tentar animagia, então resolvemos nos informar sobre o assunto.

   - E devem ter ficado muito informados. – Disse Alice. – A gente leu uma coisa que me deixou meio curiosa. – Continuou. – Alguém de vocês consegue fazer um patrono?

   - Eu consigo, mas é apenas fumaça prateada. Nada de forma definida. – Respondeu James.

   - E eu nunca tentei na verdade. – Disse Sirius.

   - Nem eu. – Falou Pedro.

   - Eu gostaria de aprende-lo rápido. Nunca se sabe quando se vai precisar. – Falou Alice. – Nesses tempos malucos, com dementadores andando soltos por ai.

   - Realmente, acho que a gente devia começar a praticar. – Disse Frank.

  - Aluado é bom nesse feitiço. – Disse James. – Foi ele quem me ensinou o básico.

   - Falando no Remo, o que é que ele tem? – Perguntou Dorcas.

   - O de sempre. – Respondeu Sirius. – Fraqueza e tonturas. Madame O’connel disse que talvez ele fique um tempo lá até que melhore. Talvez uns dois dias.

   - Tudo isso por causa de umas tonturas? – Perguntou Alice. – Essa história parece meio mal contada.

   - Não é nada para se preocupar. – Respondeu Sirius.

   - Talvez amanhã a noite eu vá visita-lo. – Disse Dorcas. – Tenho certeza de que a Lily também adoraria.

   Os meninos trocaram um olhar assustado. Amanhã a noite Remo provalmente estaria na casa dos gritos transformado em lobo. Não podiam deixar que as meninas fossem ve-lo.

   - Na verdade, acho que não é necessário. – Intervenho James. – Remo não gosta de sentir que está ocupando o tempo de alguém. Ele se sente melhor quando sabe que não incomoda.

   - Então por que vocês foram lá hoje? – Perguntou Alice.

   James olhou para Sirius em busca de ajuda, mas foi Frank quem respondeu.

   - Fomos levar o dever de feitiços para ele. – Disse calmamente.

  Pedro olhou-o desconfiado e quase acabou com a mentira perfeita.

   - Dever de feitiços? – Perguntou bobamente olhando para James que o encarou com um olhar mortal. – Aah sim, o dever de feitiços! Já estava me esquecendo, pensei que era apenas o de trato das criaturas mágicas. – Disse tentando contornar.

   - Sei, dever. – Resmungou Alice parecendo desconfiada. – Dorcas acho melhor irmos dormir. - Disse se levantando.

   - Concordo. – A loira levantou-se e tinha uma expressão preocupada no rosto. – Boa noite meninos.

   Assim que as duas sumiram pelas escadas James deu um tapa na cabeça de Pedro.

   - AAI! – Disse o maroto confuso.

   - Você é uma anta mesmo Rabicho! – Xingou. – Devia agradecer ao Frank por ter nos tirado de um embaraço e não quase denunciar a mentira.

   - Essas meninas estão ficando intrometidas. – Disse Sirius. – Devemos tomar mais cuidado.

   - Não podemos deixar elas irem para a ala hospitalar amanhã! – Falou James. – Como vamos conter quatro loucas desconfiadas?

   - Podemos tranca-las no dormitório. – Sugeriu Pedro.

   - Ou podemos pedir para Rosa dar um jeito de não deixar elas sairem da sala comunal. – Disse Sirius.

   - Talvez possamos apenas distrái-las. – Disse Frank calmamente. – Eu posso intrete-las enquanto vocês cuidam do Remo.

   - Tudo bem, é uma boa ideia. – Disse James. – Você pod... – Ele parou bruscamente e olhou para Frank, só agora se dando conta de que estavam discutindo um assunto de suma importante em sua frente e que ele estava participando da situação.

   - Você... – Sirius tentou perguntar, mas não conseguiu, apenas olhava para o menino.

  Frank encarou-os por um tempo e James soube. Soube que ele sabia sobre Remo há muito tempo e que sempre estiverá ali, esperando para ajudar.

   - Vou dar um jeito de mante-las aqui. – Frank disse e então subiu as escadas que levavam ao dormitório, com os outros três em seus calcanhares.



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Notas finais do capítulo

Todos na expectativa com o Lupin? haha
Todas essas informações sobre animagia e sobre a poção polissuco são puros frutos da minha imaginação, então me desculpem se algo tiver ficado meio sem noção.
Gente, gostaria de pedir para quem puder que de uma olhada na fic "Recomeçando a viver" que eu estou betando para a lorien
https://www.fanfiction.com.br/historia/221113/Recomecando_A_Viver
Quem escreve sabe como é difícil o começo, então eu agradeceria se vocês dessem uma passadinha lá.
Por hoje é só, e espero que tenham gostado.