Beijos Roubados E Sorrisos Marotos. escrita por Ketlen Evans


Capítulo 21
Amigos


Notas iniciais do capítulo

DEMOREI, MAS CHEGUEI! Sentiram minha falta? SIM OU CLARO?
Então, eu realmente tentei fazer uma coisinha mais fofa nesse capitulo, mas não sei se deu muito certo, porém, espero que gostem.



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A carruagem puxada por nada entrou em movimento e começou a percorrer sacolejando o caminho que levava a escola.

   Logo as conversas começaram a parecer cada vez mais naturais e espontâneas entre as quatro amigas. Era Hogwarts que já começava a afetar todas elas. Trazia uma sensação de paz e segurança, como se nada pudesse atingi-las depois que estivessem dentro do enorme castelo.

   Assim que a carruagem parou, elas desceram e começaram a se dirigir para o saguão de entrada. Logo foram alcançadas pelos meninos que reclamavam por terem tido que vir em cinco na carruagem.

   - Eu disse pro James sentar no colo do Sirius, mas ele não me deu ouvidos. – Brincou Frank enquanto caminhava abraçado com Alice.

   - Sabe, eu e o Pontas não gostamos de demonstrar nosso amor em publico. – Disse Sirius dando uma piscadinha para James.

   - Eca, por favor, parem com isso. – Pediu Marlene. – Estão me dando náuseas.

   - Calma Lene, não se preocupe, por mais que eu ache o Jay atraente eu nunca trocaria você por ele. – Disse o maroto. – Afinal, eu tenho leves suspeitas de que ele pensa em me trair com a Evans.

    Sempre que os meninos começavam a fazer referencias dela com o Potter, Lily simplesmente fingia que não ouvia. Era melhor do que ficar se estressando a cada cinco minutos.

   Chegaram a porta do salão principal e então Sirius estacou fazendo com que todos parassem também. Lily olhou para dentro e viu que quase toda a escola já estava reunida.

   - Ta parado por que Black? – Perguntou Marlene irritada.

   Sirius sorriu malicioso.

   - Estava me perguntando se a senhorita me acompanharia em uma entrada espetacular no salão principal? – Perguntou com uma leve reverencia.

   Lily sorriu ao ver as bochechas de Marlene ficarem levemente rosadas.

   - Coisas espetaculares são comigo mesmo. – Respondeu Marlene.

   - Então vamos lá. – Ele estendeu o braço para Marlene e esta aceitou sem reclamar. Deram apenas um passo quando Sirius olhou para James.

   - Eu disse que ela me ama. – Brincou risonho.

   - É melhor caminhar Black, antes que eu resolva estuporar você. – Rosnou Marlene.

   - Sim senhorita. – Disse Sirius e então os dois entraram no salão de braços dados.

    Alice e Dorcas olhavam espantadas o gesto da amiga. Era no mínimo muito estranho Marlene não ter dado um soco no Black. As duas olharam para Lily que ria da situação e com apenas um olhar a ruiva conseguiu transmitir o recado. “No dormitório a gente conversa”.

   - Melhor entrarmos. – Disse Remo que também ria.

   Todos foram juntos e Lily teve que se segurar para não gargalhar no momento em que entraram no grande salão. Todos, absolutamente todos, tinham os olhos pregados em Sirius e Marlene que caminhavam lentamente em direção a mesa da Grifinória.

   Até mesmo Lily parou para observá-los. Os dois eram magníficos sozinhos, juntos então, pareciam um casal de modelos dando um voltinha por Hogwarts. Marlene parecia séria e facilmente irritável. Seus cabelos um pouco abaixo do ombro eram lisos e negros contrastando perfeitamente com a pele clara e os lábios rosados. A cor cinzenta dos olhos intimidava, ao mesmo tempo em que o brilho era convidativo. Era fácil ver porque Sirius insistia tanto.

    Porém ele parecia completamente descontraído, sua expressão relaxada. Os olhos azuis claros tinham um ar completamente sapeca que contrastava gritantemente com o rosto sério de Marlene. Os cachos balançavam enquanto ele andava, sorrindo e cumprimentando os conhecidos.

   Completamente diferentes, mas absurdamente compatíveis.

   Os dois sentaram-se lado a lado perto da extremidade que ficava mais próxima da mesa dos professores. Os outros logo também chegaram e Lily viu que todas as meninas do salão começavam a fofocar entre si lançando olhares mortais para Marlene, enquanto os meninos apenas encaravam Sirius com o que parecia ser uma expressão de orgulho.

   - Eu nunca vou entender as pessoas dessa escola. – Disse Alice sentando-se entre Frank e Dorcas. – Qualquer coisinha já é motivo pra fofocar. Já me chega ano passado, quando todas essas mal amadas queria azarar a Lily, se começarem a fazer a mesma coisa com a Lene eu juro que dessa vez não me controlo.

   - Olha só, que namorada de atitude você foi arrumar, hein Frank. – Disse Sirius.

   - Calado Black. Você vai ser uma das primeiras pessoas que eu vou mandar para a enfermaria, afinal, a culpa é toda sua. – Falou Alice.

   - Tudo bem, não ta mais aqui quem falou. – Sirius rapidamente se voltou para James que estava sentado do seu outro lado e eles começaram uma conversa sobre quadribol.

    Potter estava sentado diretamente à frente de Lily e só naquele momento ela reparou no pequeno distintivo que o maroto trazia em seu uniforme. Era bastante parecido com o que ela tinha. Um leão sobrepondo as cores da grifinória, porém ao invés do “M” de monitor, tinha dois bastões cruzados. Potter tinha sido escolhido capitão do time de quadribol da Grifinória.

   Embora não tivesse sido surpresa nenhuma ela não pode evitar o gemido de indignação. Capitão do time de quadribol. Era tudo o que faltava para o ego de James assumir proporções astronômicas.

   - Qual o problema ruiva? – Sirius perguntou ao ver os olhos de Lily fixos no distintivo de James.

   Por sorte ela foi privada de responder pela Professora McGonagall que escolherá aquele exato momento para entrar no salão, seguida por uma fila de calourinhos assustados.

   - Meu Merlin, como eles são pequenos. – Disse Pedro.

   - Pode ter certeza que você era menor Rabicho. – Falou Remo parecendo desanimado.

   A mudança na voz do menino fez com que Lily o observasse atentamente pela primeira vez no dia.

   Agora que ele não estava mais vermelho e ofegante devido a perseguição dos monitores era possível perceber que Remo estava pálido e possuía olheiras profundas. Parecia estar doente.

   Lily lembrou-se de seu primeiro dia em Hogwarts. No dormitório Dorcas havia dito a mesma coisa. Remo Lupin tinha aparência de doente.

   Uma sensação incomoda surgiu em Lily. Aquela sensação de estar deixando passar algo terrivelmente obvio.

    Enquanto a professora colocava o Chapéu Seletor no banquinho, Lily suspirou pesadamente e olhou para o teto da escola.

   A lua estava meio encoberta por nuvens, mas ainda assim era possível admirar a sua beleza. Sua fase crescente estava quase concluída, logo ela estaria cheia.

   Antes que ela pudesse dar continuidade aos seus pensamentos o Chapéu começou a cantar e então todos pararam o que faziam para prestar atenção.

   Quando a canção terminou todos aplaudiram e então McGonagall começou a chamar os alunos para serem selecionados.

   Vagarosamente a fila de calouros foi diminuindo enquanto eles eram divididos entre as quatro casas. Lílian lembrou-se de quando era ela parada lá, o quanto ela havia desejando ir para Corvinal ou Lufa-Lufa. Tantos anos depois ela ainda via Grifinória e Sonserina como faces diferentes da mesma moeda. Ambos os moradores de cada casa buscavam a glória, apenas os meios eram diferentes. Sonserinos usavam de astúcia, enquanto Grifinórios de ousadia, mas fora isso ela ainda se perguntava quais eram as reais diferenças das casas.

   A ultima aluna da fila, Mônica Wilkins, foi selecionada para a Corvinal e então, enquanto Minerva retirava o banquinho e o Chapéu do Salão Dumbledore levantou-se.

   Ele parecia diferente dessa vez. Seu sorriso sempre tão calmo demonstrava certa dose de preocupação. Quando ele abriu os braços diante de seus alunos, não era como se quisesse apenas acolhe-los para mais um ano letivo, mas sim como se quisesse realmente protege-los.

    - Bem vindos alunos novos. – Disse com sua voz baixa, porém clara. – E bem vindos de volta alunos antigos. Espero que aproveitem o banquete, porque depois disso temos alguns assuntos sérios a tratar.

    Dumbledore voltou a sentar-se e as mesas encheram-se de comida, porém ali no pequeno circulo de amigos onde estava concentrado o sexto ano da Grifinória ninguém atacou imediatamente como de costume, nem mesmo Pedro.

   - O que será que aconteceu? – Alice foi a primeira a falar.

   - Provavelmente algo muito grave. – Disse Frank. – Geralmente Dumbledore tranquiliza ao invés de preocupar.

   - Seja o que for, quero estar de barriga cheia para ouvir. – Disse Pedro já começando a encher seu prato.

   - Dessa vez eu concordo plenamente com você Rabicho. – Falou James seguindo o exemplo do amigo.

    O jantar ocorreu em um clima agradável, com as meninas rindo constantemente das brincadeiras dos marotos. Lily tinha que admitir que era legal passar um tempo com eles, contando que o Potter não estivesse a infernizando.

    Quando os restos da sobremesa foram retirados todos voltaram seus olhares para o diretor, sentado em sua cadeira no centro da mesa dos professores com suas longas barbas quase completamente brancas jogadas para as costas. Assim que o bruxo percebeu que todos estavam esperando ele falar levantou-se.

   - Confesso que em todos esses anos nunca vi os alunos ficarem em silêncio sem ter alguém em pé aqui na frente. – Disse sorrindo. – Acho que assustei demais vocês.

   Alguns pareceram ficar mais relaxados com isso, mas a maioria permanecia tensa.

   - Vamos aos avisos. – Voltou a falar Dumbledore. – Como sempre eu insisto em lembrá-los de que a floresta da propriedade é absolutamente proibida a todos os alunos, incluindo os senhores Potter, Black, Lupin e Pettigrew. – O diretor encarou os quatro diretamente enquanto o resto dos alunos ria. – Quem quiser se escrever para a equipe de quadribol deve falar com o diretor da sua casa que este encaminhará a lista ao capitão do time.

    - O nosso inspetor acrescentou mais dezenove itens na lista de objetos proibidos no castelo, sugiro que dêem uma olhada nisso.

    - E por ultimo, mas talvez o mais alarmante, sinto-lhes informar que devido as atuais circunstancias algumas normas da escola sofreram leves alterações. Por isso de agora em diante teremos apenas dois passeios a Hogsmeade nesse ano letivo, sendo que, aurores do ministério estarão patrulhando o vilarejo nesses dias e os professores vão sempre acompanhar os alunos.

    - As aulas de trato das criaturas mágicas serão dadas nos jardins do castelo e não mais na orla da floresta e os treinos noturnos das equipes de quadribol serão supervisionados sempre por dois ou mais professores.

   - E por ultimo, fica estritamente proibido estar em qualquer lugar fora do castelo depois das cinco da tarde, a não ser que esteja acompanhado de algum funcionário da escola. Qualquer aluno que for pego descumprindo essas regras será mantido em detenção por tempo indeterminado.

    - Conto com a ajuda de vocês para manter o castelo em perfeita ordem. – Finalizou o diretor com um leve sorriso. – Por hoje estão dispensados.

    O barulho dos bancos sendo afastados tirou Lílian de seus pensamentos. Com um salto ela levantou-se, agarrou Remo pelas vestes e começou a arrastá-lo até onde estavam, com cara de perdidos, os calouros da Grifinória.

   - Alunos do primeiro ano, acompanhem-nos, por favor. – Pediu Remo assim que estavam perto o bastante para serem ouvidos.

   Eles pareceram aliviados ao ver alguém vindo ajudá-los. Fizeram uma fila meio desengonçada e começaram a seguir os monitores para fora do salão.

                                                         ****

   Enquanto toda a Grifinória subia calmamente as escadas que levavam a sala comunal e enquanto Lily e Remo se ocupavam com os calouros, James, Sirius e Pedro já estavam parados em frente ao quadro da mulher gorda.

   - Alguém sabe a senha? – Perguntou Pedro.

   - Droga, esqueci de perguntar pro Remo. – Lamentou-se James.

   - O que fazemos então? – Perguntou Sirius.

   - Esperamos os monitores chegar. – Disse James escorregando pela parede e sentando-se no chão.

   Pedro imitou-o, porém Sirius apenas ficou em pé observando atentamente o retrato que cobria o buraco para a entrada da sala comunal.

   - O que você tanto olha rapazinho? – Perguntou a Mulher Gorda.

   - Nada, eu estava apenas pensando que não deve ser muito legal ser chamada de Mulher Gorda. – Disse Sirius.

    - Você tem razão. Não é. – Respondeu a senhora.

    Sirius encarou-a por alguns instantes.

   - Então qual é o seu nome de verdade? – Perguntou.

   Ela pereceu surpresa com a pergunta e por um tempo apenas ficou em silêncio.

   - Não tenho nome rapaz. Quando se pinta um quadro você da um nome a obra e não as pessoas relatadas nela. – Explicou. – O bruxo que me pintou, que ele queime no inferno, batizou meu quadro de “A Mulher Gorda” e assim eu sou conhecida.

    - Mas é errado não ter um nome. – Disse James levantando-se e se intrometendo na conversa. – Por que não escolhemos um nome para ela Almofadinhas?

   - Eu estava pensando exatamente nisso Pontas. – Respondeu Sirius sorrindo. – De que nomes a senhora gosta?

    - Não me importo com isso. – Disse a mulher dando de ombros.

    - Então vamos escolher sem sua opinião. – Falou James.

    Os meninos pareceram pensar por alguns instantes.

   - Que tal Rosa? – Perguntou Pedro olhando para o vestido de babados da mulher.

   - É um bom nome. – Disse Sirius pensativo. – O que a senhora acha?

   - Acho que é adorável. – Respondeu sorrindo.

   - Então que seja Rosa. – Concluiu James.

   - Mas o que meninos tão agradáveis fazem parados no corredor? – Perguntou docemente.

   - Não sabemos a senha. – Respondeu Sirius fazendo sua melhor carinha de pidão.

   - Oras, não seja por isso. – Disse a senhora. – Eu os vejo entrando aqui faz tantos anos, que mal tem em contar-lhes a senha? – Perguntou como se estivesse falando com sigo mesma. – Muito bem, podem entrar, e a senha é Amortentia.

   O quadro girou mostrando a entrada para a torre. Ao longe já era possível ouvir o resto dos Grifinórios aproximando-se pelas escadas.

    Os meninos entraram e garantiram para si as melhores poltronas ao lado da lareira onde se sentaram para esperar a chegada dos outros.

    Era maravilhoso estar de volta ao aconchego da sala vermelha e dourada. O fogo brilhava fortemente e um cheiro doce se desprendia do lugar, como se a sala guardasse o aroma de cada sapo de chocolate que já havia sido trazido para lá.

   Não demorou para que todos começassem a chegar. Alguns foram direto para suas camas descansar do dia de viagem, enquanto outros, assim como os meninos apenas ficaram de bobeira sentados em algum canto.

  Por ultimo chegaram Lily e Remo em frente a uma tropa de anãzinhos.

  - Os dormitórios ficam subindo as escadas. – Disse Lílian virando-se para encará-los de frente. – Meninas para esquerda e meninos para a direita. E quando vocês estiverem aqui na sala comunal eu peço que mantenham a ordem, do contrário eu não verei problema algum em mandá-los diretamente para a professora McGonagall. Fui clara?

   Lily parecia quase assustadora, com os cabelos ruivos revoltos e o rosto com uma expressão séria. Os novos alunos apenas assentiram e então meio que correram para os dormitórios.

   - Não precisa assustá-los tanto Lily. – Disse Dorcas se aproximando.

   - Até eu fiquei com medo. – Acrescentou Alice.

   - É bom demonstrar rigidez. – Falou a ruiva procurando um lugar para sentar. – Imagine se eu os deixo fazer o que quiserem e eles acabam se tornando uma nova geração de marotos?

    Quase não havia lugares para sentar e Lily já estava quase considerando ir para cama quando Marlene começou a arrastá-la para perto da lareira onde estavam os meninos.

    - Nem pense nisso Lene, já pensei tempo com eles o suficiente para o ano letivo.

    - É bom você começar a se acostumar com isso Ruiva, porque Alice continua firme com o Frank, Dorcas e Remo estão quase namorando e eu não vou ficar por ai apenas com você por companhia.

    - E depois você não consegue mais ficar longe do Black. – Provocou Lily. – Uhum, sei teus planos.          

    Marlene não protestou, apenas continuou arrastando Lílian para perto dos marotos. Alice já estava lá acomodada nos braços de Frank, assim como Dorcas que havia se sentado no braço da poltrona de Remo que tinha os braços em volta da sua cintura. Pedro ao que parecia já tinha ido dormir.

    - Eu não vou sentar no chão. – Disse Marlene ao chegar e ver que todos os lugares estavam ocupados.

    Sirius imediatamente tratou de derrubar James do sofá de dois lugares onde eles tinham se sentado. James caiu de cara no chão e Sirius sorriu para Marlene do jeito mais idiota possível.

    - Obrigada por me ceder seu lugar Jayzito. – Disse Marlene ao sentar-se ao lado de Sirius. – Bom menino. – Ela passou a mão nos cabelos do maroto ainda no chão como se este fosse um cãozinho.

   - Desculpa ter que cortar você Lenezita, mas o cachorro da história é o Sirius, não eu.

   - E você Lily, vai ficar parada ai? – Perguntou Sirius.

   - Acho que vou dormir já. – Respondeu.

   - Nem pensar. – Reclamou James. – Eu não vou ficar de vela aqui sozinho, se eu posso ficar no chão você também pode.

   Lílian deu de ombros e acabou sentando-se encostada nas pernas de Marlene que começou a trançar o cabelo da amiga.

   Ficaram conversando por um tempo e logo a sala foi se esvaziando. Alice acabou dormindo encostada em Frank e as chamas da lareira foram perdendo a força. O sinal de que já estava na hora de ir para a cama.

   - Melhor subirmos. – Disse Remo. – Amanhã antes das aulas ainda temos que ver que matérias iremos cursar nos NIEM’s.

   - Falando nisso, como vocês foram nos NOM’s? – Perguntou Marlene.

   - Eu e o Sirius tivemos resultados exatamente iguais. – Disse James. – Passamos em oito matérias e conseguimos “ótimo” em transfiguração.

   - Eu passei em todas. – Falou Remo.

   - Eu também. – Disse Frank. – E a Lice só não passou em Astronomia.

   - Eu não consegui passar em Runas. – Disse Dorcas.

   - E eu fiquei com um “Deplorável” em poções. – Reclamou Marlene. – E você Lily, como foi?

   - Passei em todas também. – Respondeu dando de ombros.

   - Aposto que conseguiu algum ótimo. – Disse Remo.

   - Na verdade tirei ótimo em todas, menos em transfiguração. – Contou sorrindo.

   - Aposto que você consegue umas aulas de transfiguração com o Pontas aqui se quiser. – Riu Sirius. – Ele é ótimo em transformações, costuma revelar o lado verdadeiro dele.

   - Eu juro que vou te dar um soco hoje Six. – Resmungou o maroto.

   - Você fala como se fosse conseguir. – Desafiou Sirius.

   James apenas levantou as sobrancelhas e olhou para Sirius. Segundos depois os dois já estavam rolando no chão.

   - Meu Merlin, o que é isso? – Marlene levantou do sofá, mas acabou tropeçando nos meninos que estavam embolados ali perto dos seus pés. Ela caiu por cima dos dois, mas nem por isso eles pararam.

    Frank, Remo e Dorcas riam e Alice continuava dormindo.

    Eles só pararam depois que Marlene acabou recebendo um pontapé de James. A morena se levantou e puxou a varinha das vestes.

   - Petrificus Totalus. – Disse ainda ofegante apontando para os dois que acabaram paralisados em uma posição pouco digna. – Seus idiotas.

   Todos continuaram rindo e dessa vez Lily os acompanhou.

   - Eu devia deixar vocês ai até amanhã, mas teriamos complicações, então acho que quinze minutos é um tempo razoavel. – Disse a morena, tentando acentar os cabelos.

   - Como vamos levar a Alice? – Perguntou Dorcas olhando para a amiga que dormia.

   - O Frank leva, obviamente. – Respondeu Marlene.

   - Mas meninos não podem entrar no dormitório das meninas. – Disse Remo.

   - Podem se forem convidados. – Contou Lily. – E Frank, você acaba de receber permissão para subir levar a Alice.

   - Tudo bem então. – Ele levantou-se e ergueu Alice nos braços como se esta não pesase mais que uma pluma. Quando chegou as escadas pareceu meio desconfiado, mas logo ficou claro que elas não iriam virar um escorrega e então ele sumiu escada a cima.

   - Estou tão cansada. – Lilian se espreguiçou bocejando no sofá. – Dormir parece uma ideia fabulosa agora. Vou subir tambem.

   Ela começou a se afastar, mas então seus olhos cairam nos dois marotos parados no chão. Não pareciam nada confortaveis.

    Mesmo sabendo que eles mereciam o castigo, mesmo sabendo que Marlene brigaria com ela e mesmo tendo certeza absoluta de que se arrependeria com um movimento rápido e imperceptivel ela sacou a varinha.

    - Finite.

   No mesmo instante os dois levantaram-se do chão sorrindo enquanto Marlene encarava indignada.

   - Que coração mole hein? – Sirius estava rindo da cara de Lene que parecia ter sido atingida por um balaço na nuca.

   - Por que fez isso? – Perguntou a morena.

   - Na verdade, eu não sei. – Disse simplesmente. – Apenas não parecia certo deixa-los do jeito que estavam.

   Lilian não esperou mais nada, apenas se virou e foi para o dormitório, dando um encontrão em Frank que descia as escadas. Uma palavra rondava sua cabeça de um jeito assustador. Amigos. Talvez eles fossem seus amigos e por isso ela os tinha ajudado.

   - O que aconteceu? – Perguntou Frank ao ver a cara estupefada de Marlene.

   - Nada, apenas parece que a Lilian anda com o coração meio mole. – Respondeu Lupin.

   - Eu não acredito. – Sussurrou Marlene para si mesma ainda olhando pasma o lugar por onde Lily tinha sumido. – Eu realmente não acredito.

    - O que foi Lene? – Perguntou Sirius.

   - Nada. – Respondeu rapido. – Eu apenas... melhor eu ir dormir tambem. – Disse e então começou a levar Dorcas com sigo. Porém antes que ela saisse da sala comunal olhou para o lugar onde James estava sentado ainda com a mesma cara de bobo com a qual tinha ficado quando Lilian desfez o feitiço.  Marlene sorriu sozinha. Um sorriso daqueles que esconde um segredo, como se ela tivesse acabado de descobrir algo espetacular.

   E com certeza tinha.

                                                           ****

   Assim que Lene saiu arrastando Dorcas com sigo, os meninos resolveram que já era tarde o suficiente para irem dormir tambem.

   Subiram tentando não acordar o resto da Grifinória e assim que chegaram ao dormitório todos foram logo tratando de trocar de roupas e jogar-se em meio as cobertas macias. James foi o único que ainda permaneceu sentado na cama, olhando para o criado mudo que tinha ao lado.

   Estava feliz como nunca havia estado. Talvez os outros não tivessem percebido, mas havia passado todo esse tempo junto de Lilian quase sem nenhuma briga ou grito. O fato de ela te-los escondido dos monitores no vagão havia deixado-o euforico e depois ela ainda tinha ajudado ele e Sirius. Era bom pensar que talvez estivessem começando pelo menos a serem amigos.

   Era quase ridiculo o jeito como ele sorria bobamente ao lembrar dela. As férias tinham sido dias dificeis, sem nunca poder ve-la e nem ouvir o som estridente de seus gritos. Agora sentado lá, sabendo que ela estava a apenas alguns lances de escada de distancia era impossivel não admitir o óbvio. Ele a amava. Ele sempre havia amado.

    James deitou na cama, mas algo o impedia de cair no sono. Era como se alguma coisa estivesse faltando. Olhou para o criado mudo novamente. Estava vazio exeto pelo seu óculos e foi então que uma ideia lhe ocorreu.

   Pegou a varinha e mentalizou o feitiço certo. Um pequeno feiche de luz apareceu e começou a tomar forma diante de seus olhos. Quando o brilho sumiu revelou um trabalho mais do que bem feito.

   A mesinha agora estava ocupada por um delicado vaso de cristal onde repousavam diversos lirio brancos com as pontas mescladas de vermelho. Tinham ficado perfeitos, exatamente do jeito que ele tinha imaginado.

   Ele voltou a se deitar, mas foi tirado de seus pensamentos por uma voz que chamava da cama ao lado.

    - Pontas. – Ele levantou a cabeça e viu Sirius que o olhava sorrindo debochado. – Você é um viado apaixonado. – Constatou o amigo.

    - Eu sei Six. – Respondeu sorrindo. – Eu sei.

   Logo o aroma das flores tinha impregnado o ar em volta da cama de James que depois disso dormiu rapidamente, sonhando com o brilho esverdeado dos olhos de Lilian Evans.



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Notas finais do capítulo

Gente eu sei que eu ando demorando pra postar e eu não vou mentir, dessa vez foi por absoluta preguiça, porque eu passei o feriado todo sem fazer nada e com o pc só pra mim (le desvia das avadas), porém eu acho que merecia porque eu trabalho toda a tarde com a minha mãe antão espero que vocês entendam.
Agora eu tenho uma perguntinha. Alguém ai tem Pottermore? Quem tiver manda o user pra mim adicionar o/ kk