Beijos Roubados E Sorrisos Marotos. escrita por Ketlen Evans


Capítulo 17
Confusões no Expresso.




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Gente hoje eu to pilhada, passei o dia todo rindo (ninguém perguntou).

Enfim, esse cap é pra dar risada, espero que gostem.

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     Levantar-se no outro dia de manhã foi algo diferente para James, o que foi engraçado porque ao seu redor tudo estava exatamente o mesmo.

   Sirius dormia agarrado ao travesseiro, murmurando vez ou outra coisas desconexas. Pedro roncava e Remo já estava tomando banho. Devia ser uma manhã normal, como todas as outras.

   Porém havia algo que o incomodava. Uma leveza no estômago cada vez que ele pensava em ver Lily. Um sorriso bobo que nunca sumia do seu rosto. E o pior é ele sabia exatamente o que tinha provocado essas sensações.

   No momento em que ele havia visto Lílian chorando, James soube que não haveria volta. Tudo aquilo que ele estava tentando enterrar a tanto tempo tinha vindo a tona quando ele resolveu escrever aquele pequeno bilhete, porque enquanto as palavras iam aparecendo no pergaminho ele sabia que todas elas eram verdadeiras. Lílian realmente era o que guiava ele. Sempre havia sido, desde o momento em que ele a tinha visto pela primeira vez tudo que ele fazia de algum jeito tinha relação com Lílian Evans. A aposta tinha acabado sendo apenas um meio de perceber o quão envolvido por ela James sempre esteve.

  Lupin saiu do banho e encontrou James com os mãos na nuca olhando para nada em particular, porém sorrindo feito um idiota.

  - Bateu a cabeça Pontas?

  - Seria melhor se tivesse sido isso.

   Remo ficou curioso, mas não perguntou mais nada, apenas observou James pegar uma toalha e rumar para o banheiro. Sozinho no quarto com Almofadinhas e Rabinho dormindo. O que faria? Uma idéia lampejou em sua mente e um sorriso enorme apareceu em seu rosto.

   James já estava quase vestido quando ouviu os gritos. Sem duvidas eram se Sirius e ele começou a rir apenas de imaginar o que Aluado havia aprontado.

   Ao sair do banheiro se deparou com Almofadinhas de ponta cabeça sobre sua cama, todo descabelado e com apenas uma bermuda listrada de dormir, mas o que realmente fazia James rir era o modo como o amigo se debatia completamente sem condições de se defender. O rosto de Sirius começou a ficar perigosamente vermelho enquanto ele xingava Remo de maneiras nada educadas.

   - Me coloca de voltaaaaaaa! – Berrava o maroto.

   - Espere só mais um pouquinho Almofadinhas. – Respondeu Remo que se contorcia de rir. – Aguamenti. – Remo apontou para a cama de Sirius que ficou imediatamente encharcada e então com um aceno de varinha derrubou o maroto no seu colchão molhado.

   Sirius estava encharcado e caído em uma posição pouco digna. James estava quase que sem fôlego de tanto rir e Pedro estava apenas começando a acordar.

   - Vou matar você Aluado. – A frase se Sirius saiu quase como um rosnado animal. Ele se posicionou na cama molhada, como se estivesse se preparando para um salto. James quase não viu o movimento, mas então Sirius estava se jogando na cama e em meio a um giro no ar ele não era mais Sirius, mas sim um enorme cachorro urso.

   Almofadinhas caiu com as patas no peito de Remo derrubando o maroto no chão. O pelo negro dele estava completamente molhado e James podia jurar que tinha uma espécie de sorriso animal em seu rosto. Então ele começou a sacudir. Bem daquele jeito que os cachorros de verdade fazem quando estão molhados. O pelo comprido balançava loucamente jogando água para todos os cantos. James se protegeu com a toalha que ainda tinha nas mãos, mas Remo não teve muito que fazer. Preso embaixo do animal que era Sirius pode apenas esperar que o amigo se desse por satisfeito e parasse.

    Demorou alguns minutos e Remo já estava tão molhado quanto Sirius, quando o maroto finalmente voltou a sua forma natural, rindo de se acabar.

   - Nunca... mais... faça isso. – Sirius tentava dizer em meio as gargalhadas.

   - Só espero que você não tenha babado em mim seu pulguento. – Reclamou Remo enquanto ia para o banheiro.

   - Vou descer pro café. – James disse.

   - Tudo bem Pontas. Vai logo por que eu sei que você não se aguenta de vontade de ver a Evans. – Provocou Sirius.

   Em qualquer outro dia James teria parado e dito que Lílian não tinha nada a ver com sua vida, mas não hoje. Não agora que ele tinha quase certeza de que estava apaixonado.

                                                         ****

   Os nom’s de transfiguração foram fáceis para os marotos, mas bastante complicados para Lílian. Por fim ela achou que se conseguisse um Excede Expectativas já ficaria feliz.

   Depois de terminados todos os exames os alunos permaneceram ainda mais dois dias em Hogwarts e então se encerrou o ano letivo. Era hora de retornar para casa.

   O tempo para se passar com a família era algo valioso agora. A guerra no mundo mágico assumia proporções gigantescas e cada momento para se passar com as pessoas amadas era aproveitado como se fosse o ultimo.

   Lily não se incomodava mais em ler os jornais para saber o que acontecia. De uma maneira ou outra ela saberia se algo importante acontecesse. Quase todas as mortes causavam impactos na escola onde estudavam os filhos, sobrinhos, netos e primos das pessoas que estavam perdendo suas vidas.

   Na manhã que marcava o término do ano letivo todos os alunos da escola estavam reunidos em frente ao castelo esperando as carruagens que os levariam até a estação para embarcar no expresso.

   Logo a fila de carruagens que eram puxadas por nada, parou em frente a escola e os alunos começaram a embarcar. Lily estava, como sempre, acompanhada por Marlene, Dorcas e Alice. Elas subiram em um coche e saíram aos sacolejos pela estrada de terra que levava a estação.

   Demorou uns cinco minutos e elas já estavam embarcando no Expresso. Escolheram uma cabine e guardaram as bagagens antes do trem começar a andar.

   - Acabou mais um ano. – Disse Alice assim que a locomotiva entrou em movimento.

   - E o que aprendemos? – Perguntou Dorcas.

   - Eu aprendi que a vida é mais divertida quando você não tem namorado. – Respondeu Marlene.

   - Eu aprendi que nom’s só servem para nos enlouquecer. – Reclamou Alice.

   - Bom, eu aprendi que Remo Lupin é o garoto mais complicado que eu conheço. – Disse Dorcas.

   - E eu aprendi que não importa quanto tempo passe, o Potter vai ser sempre o mesmo idiota. – Declarou Lílian.

    - Alguém me chamou?

    Lily olhou para a porta da cabine e viu Sirius lá. Seus cachos negros balançavam devido o movimento do trem. Atrás dele, no corredor, Lily apostaria que estavam os outros marotos.

   - Bom, a Lily falou “Potter” e “idiota”. – Começou Marlene. – Você não é um Potter, mas pode se encaixar em idiota.

   - É ótimo ver que vocês desejam minha companhia. – O maroto disse e então se sentou em um lugar vago ao lado de Marlene.

   - Sabe Black, ninguém quer você aqui. – Falou Alice.

   - Isso mesmo. – Disse Lílian. – Vá ver se encontra algo divertido pra fazer.

   - Mas eu estou me divertindo muito aqui. É ótimo ficar na companhia agradável de tantas senhoritas lindas, doces, altamente pegáveis...

   - Cala a boca Almofadinhas.

   Lily se virou e viu que James, Remo e Pedro estavam na porta. Remo foi se sentar ao lado de Dorcas e passou o braço pelas costas da garota. Pedro apenas acenou um cumprimento para as meninas.

   - Qual é Pontas, não estrague minha felicidade.

   - Você é um idiota Almofadinhas. – Potter falou sorrindo.

   - Eu sei que você tem muito ciúmes cara, eu entendo... – enquanto falava Sirius fez aquele famoso movimento de se espreguiçar e pousou o braço nas costas de Marlene. – Acabou se acostumando a bancar o "primo" protetor.

   Lílian observou Potter começar a sorrir. Olhou para onde estavam Sirius e Marlene e imediatamente identificou o motivo do sorriso.

   Marlene observava a mão de Sirius pousada em seu ombro. A testa franzida, claramente se perguntando “o que essa coisa esta fazendo encostada em mim?”

   Os movimentos dela eram lentos, como se ela não soubesse bem o que deveria fazer, ou como se ainda estivesse processando a informação.

   Ela olhou para James que estava rindo, então para Lílian que também tinha dificuldades em permanecer séria. Por fim seus olhos caíram sobre Remo e Dorcas e acho que foi a percepção de que eles estavam exatamente do mesmo jeito que um casal que fez Marlene começar a reagir.

   As bochechas dela começaram a ficar vermelhas, um claro sinal de que algo ruim iria acontecer. Era como observar uma bomba que estava prestes a explodir. Lily até mesmo começou a contar.

   Cinco... Quatro... Três...

   - SIRIUS BLACK!

   Ops, não deu tempo de chegar no um.

   - O que foi Lene? – Ele perguntou sem nem se abalar com o grito da menina. Devia ser acostumado com isso já.

   - Tire. Suas. Mãos. De. Mim. AGORA!

   Sirius parou de sorrir, mas não a soltou.

   - Mas Lenezita, nós somos amigos, não tem problema eu abraçar você. – Ele disse sorrindo do jeito que uma criança sorriria em uma manhã de natal. – Alias, sempre quis fazer isso.

    Ele passou o outro braço ao redor de Lene e a puxou para um abraço daqueles estilo quebra costelas. Mesmo de longe Lílian podia ver uma veia começar a latejar no pescoço de Marlene. Isso era um péssimo sinal. Na única vez em que Lily havia visto essa veia pulsar no pescoço de Marlene, Mulciber havia ficado na ala hospitalar três dias.

    - Já terminou? – Lene perguntou docemente, assim que ele a soltou.

   - Acho que sim. – Sirius respondeu sorrindo.

   - Ótimo. – Marlene se levantou e puxou a varinha das vestes. – Porque agora é minha vez de fazer algo que eu sempre quis.

    Sirius levantou-se e meio que ficou encurralado na cabine. Ele olhava para Marlene e depois para a varinha dela apontada para seu peito. Devia ser ameaçador, mas mesmo assim ele ainda sorria.

    - Se ferrou Almofadinhas. – Remo estava rindo, assim como Alice e James.

    - Cala a boca Aluado, cuide da sua namorada que eu cuido da minha.

    Se Sirius queria piorar a situação tinha acabado de conseguir.

    - Não sou sua namorada Black. – Marlene meio que rosnou. – Não sou sua amiga, nem sua colega. Resumindo eu não sou nada sua.

   Sirius fez sua melhor carinha de cachorro abandonado.

   - Mas é claro que você é algo minha Lene.

   - Ah é? – Ela perguntou irônica. – E o que seria?

   Sirius se aproximou um pouco, o que Lílian achou ser um pouco arriscado, uma vez que Marlene estava armada. Ele sorria radiantemente e parecia completamente à vontade, enquanto Marlene estava bastante corada e consideravelmente descabelada.

   - Você é meu sonho. – Sirius disse displicentemente, como se estivesse falando do seu corte de cabelo.

   Lily, quase podia ver as engrenagens se mexendo na cabeça de Lene. Ela não era nada burra, mas às vezes levava algum tempo para digerir certas frases ou ações. Parecia que ela estava quase prestes a arrancar a cabeça de Sirius quando o maroto resolveu fechar suas cotas de estupidez do dia.

    Decidido ele deu mais um passo em direção a Marlene e a beijou. Um selinho demorado e estalado.

    Ela ficou meio petrificada é claro. Essa era uma daquelas ações que ela precisaria de alguns segundos a mais para compreender. Sirius ao que parecia, não era completamente burro e suicida, porque antes que Marlene “despertasse” ele saiu correndo da cabine dizendo um “até mais, damas” antes de desaparecer rapidamente no corredor.

     Todos os olhares da cabine convergiram para Marlene. Não apenas uma veia pulsava em seu pescoço, mas duas.

    - É melhor correr mesmo Black. – Ela disse parecendo completamente louca. Lily teria sentido medo da amiga, se não estivesse ocupada rindo. É melhor correr muito.

    E então ela saiu da cabine, varinha em punho e desapareceu no corredor.

   Por algum tempo eles ainda ficaram rindo na cabine até que James resolveu que não queria a morte de Sirius.

   - Melhor ir atrás deles Rabicho. – James disse e saiu seguido de Pedro que tinha entrado mudo e saído calado. - Impedir que Sirius seja morto sabe.

    Minutos depois Remo também saiu e deixou Dorcas, Lílian e Alice sozinhas.

   - Então parece que o Black gosta da Lene. – Falou Alice.

   - Ah, eu já sabia disso desde as nossas férias. – Disse Dorcas.

   - Como? – Lílian perguntou.

   - Ele ficou irritado quando soube do envolvimento de Lene com o gêmeo maravilha, não foi?

   - É verdade. – Lily disse. – Mas pensei que fosse só essa necessidade que os garotos têm de saber que são eles que mandam no pedaço.

   - E vocês acham que ele gosta mesmo dela? – Perguntou Alice.

   - Acho que isso é algo para descobrir com o tempo. – Disse Lílian pegando uma revista qualquer para ler.

   - Isso é, se o Black sobreviver depois de hoje. – Dorcas disse fazendo as meninas rirem.

   Um silêncio gostoso se instalou na cabine, mas foi quebrado minutos depois quando Marlene surgiu na porta da cabine parecendo absolutamente feliz, dando pulinhos e sorrindo.

    - Consegui! – Ela meio que cantou e deu uma pirueta. – Nocauteei Sirius Black!

                                                        ****

    Do outro lado do Expresso de Hogwarts, Remo e James apoiavam um Sirius que parecia perdido entre a inconsciência e a realidade.

   - O que ela fez com ele? – Perguntou Remo. Ele tinha chegado apenas quando Marlene já tinha terminado seu ataque. Havia encontrado James fazendo alguma contra azaração no amigo.

   - Primeiro ela o desarmou, obviamente. – Começou Pedro. – Depois foi a vez de impedimenta e o Almofadinhas ficou lá, como um cãozinho encurralado, sem conseguir se mexer direito enquanto aquela maluca ria.

   - Lene não é uma maluca Rabicho. – Remo a defendeu. – Sirius pediu por isso.

   - Mas continuando. – James falou. – Ela usou diffindo para isso. – Jay apontou para um lugar onde o cabelo de Sirius parecia ter sido cortado. – Mas então o Six começou a dizer algo como “o cabelo não” e ela parou de cortá-lo.

    - Por fim ela o azarou com o furúnculus, mas Pontas conhecia a contra azaração. Então venho o pior de tudo. – Rabicho dramatizou. – Ela foi até ele e deu-lhe um chute caprichado naquela parte que nós sabemos que dói muito e que é a que o Sirius mais preza. Depois ela o estuporou e foi embora.

    - Vocês viram tudo e não fizeram nada para impedir ela? – Remo perguntou parecendo inconformado.

   - Foi divertido ver o Almofadinhas perder pra uma garota. – Rabicho deu de ombros.

   - E depois, eu disse que ia impedir que ela o matasse. – Continuou James. – E ao que parece ele está vivo, então vamos considerar a missão um sucesso.

    Rabicho concordou, mas depois fez uma cara de dor misturada com solidariedade.

   - Ele está vivo, mas acho que vai ser difícil dar continuação a linhagem dos Black depois do chute que a Marlene acertou.

   - Vamos torcer apenas, para que ele não esteja mais sentindo a pancada quando acordar. – Falou Lupin.

   Os meninos andaram um pouco mais levando Sirius que resmungava algumas coisas completamente sem sentido. Chegaram na cabine e o deitaram no banco.

   - Enervate. – James murmurou apontando a varinha para o amigo que acordou na hora.

   Eles estavam esperando qualquer coisa. Xingos, dor, revolta, mas não isso.

   Sirius sorria feito um bocó.

   - Se sente bem? – Remo perguntou desconfiado.

   - Não. – Sirius respondeu e ainda sorria.

   - Então por que ta com essa cara de idiota? – James perguntou.

   - A Lene me ama! – Ele disse e se sentou.

   - Te ama tanto que resolveu te deixar estéril. – Falou Pedro.

   - Ah, um dia ela vai se arrepender disso. – Sirius disse se sentando. – Quando ele quiser ter filhos e não puder, só vai poder culpar a si mesma.

   - Tem certeza que ela não usou algum feitiço de loucura nele antes de vocês chegarem? – Remo perguntou.

   - Hey, eu não estou louco. – Sirius gritou indignado e se sentou no bando.

   - Deve estar, pra pensar que a Lene ama você. – James disse. – Parece que você esta perdendo a prática com as garotas Sirius.

   - Olha quem fala. – Retrucou Almofadinhas. – Está um ano atrás da Evans e não conseguiu nada. A propósito o prazo da aposta termina hoje.

   - Não me importo mais com aposta Six, me importo em ficar com ela pelo meu bem e não pelo bem do meu ego. – Disse James.

   Sirius sorriu ainda mais, acompanhado por Remo.

   - Eu sabia que você tava gamado na ruiva. – Sirius disse rindo.

   - Isso significa que você vai ter que suar muito pra sair com ela Pontas. – Falou Remo.

   - Ah, mas agora vai ser mais fácil, você vai ver. – Disse Sirius. – Já que não é por uma aposta contra os outros marotos e sim algo pelo bem de um maroto, nós podemos ajudar.

    - É verdade. – Acrescentou Aluado. – Afinal juramos que não faríamos nada de bom e juntar James Potter e Lílian Evans com certeza não vai ser algo bom.

   James sentou-se no bando e olhava para a paisagem passando rapidamente do lado de fora. O sol se levantava rápido, logo seria hora do carrinho de lanches passar. Remo olhou para o relógio que estava em seu pulso.

   - Tenho que ir encontrar com a Lily agora. Já é hora da Grifinória fazer a ronda.

   - Vai lá senhor maroto responsável. – Disse James. – E cuidado com o que fala perto da Lily, ela explode fácil.

   - Olha quem fala. O especialista em fazer Lily explodir. – Remo disse enquanto saia da cabine e ia ao encontro da colega monitora.

                                                         ****

   Quando a ronda da Grifinória terminou Lily voltou para sua cabine e a encontrou vazia. No banco havia um bilhete com a letra de Marlene.

    Estamos na cabine das quintanistas da Lufa-Lufa. Emelina nos convidou para um torneio amistoso de Snap Explosivo. Logo estaremos de volta, se quiser pode vir aqui, estaremos esperando.

    Lily considerou a oferta, mas não era boa em Snap Explosivo, por isso resolveu ficar em sua cabine e ler alguma coisa.

   Já passava das duas da tarde e logo chegariam a Londres, então ela trocou seu uniforme de Hogwarts por uma roupa normal de trouxas. Calça jeans e uma camiseta azul. Manteve o distintivo de monitora para o caso de precisar interferir em alguma atividade suspeita e então sentou-se meio na horizontal e começou a ler a revista que havia pegado antes.

   O balanço do trem e as letras coloridas fizeram com seus olhos ficassem pesados e ela cedeu ao sono.

   No começo teve sonhos normais. Trabalhos da escola, suas notas dos nom’s. Sonhou com os pais e também com coisas horríveis, como as pessoas que estavam morrendo na guerra mágica.

   Ela estava sonhando com risadas. Era algo indistinto. Ela ficou curiosa, mas permaneceu no sonho. Algumas palavras que ela não entendeu e então sentiu que alguém estava lhe beijando a bochecha. Era um beijo carinhoso e leve. Fazia com que se sentisse bem, fazia com que se sentisse em seu devido lugar. Automaticamente ela sorriu.

   Mais risadas. Em algum lugar da sua mente ela decidiu que havia algo estranho nesse sonho. Talvez devesse acordar, mas estava tão bom. Houve mais uma rodada de conversas e então ela estava sendo beijada novamente, dessa vez no pescoço. Não parecia mais algo carinhoso. Era quente e provocativo, mas ainda assim era bom. Sentiu um leve arrepio.

   As risadas ficaram mais altas. Com certeza havia algo errado. Junto com as risadas, as vozes ficaram mais claras e uma palavra penetrou o torpor que era seu cérebro.

   Pontas.

   Pontas. Pontas. Pontas. A palavra rodava sua cabeça. Ela sabia o que significava, mas parecia que o seu cérebro não buscava uma conclusão direta, parecia querer ir por etapas. Será que era assim que Marlene se sentia quando estava naqueles seus momentos de “carregando”?

   Pontas. Um apelido. Um garoto, sim era isso. O garoto... James Potter. Aha, estávamos chegando em algum lugar. James Potter era igual... encrenca! Isso Lily trabalhe essa cabeça. Se era igual encrenca ele definitivamente não devia estar aqui. Lily devia acordar.

   Devagar ela abriu os olhos e deu de cara com um rosto assombrosamente malicioso. O único problema era que esse rosto estava perto demais. Quase nariz com nariz.

   - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – Lily gritou enquanto sentava-se rapidamente no sofá. James acabou gritando também devido o susto e caiu sentado no chão.

    Lily olhou para o maroto caído. Seu coração batia tão rápido que parecia que ia fugir dela a qualquer minuto. Colocou a mão no peito e então viu os três meninos sentados no outro lado da cabine rindo de se acabar. Sentiu seu rosto começar a esquentar.

   - O que vocês estão fazendo aqui? – Lílian perguntou e sua voz estava um pouco mais fina do que o normal.

    - Nada de mais. – James respondeu se levantando. – Estávamos passando no corredor e vimos você dormindo ai sozinha, então Pedro fez uma aposta e você sabe Ruiva, eu não fujo de uma aposta.

   - Que tipo de aposta? – Lily perguntou temerosa.

   - Nada muito sério. Pedro é meio sem criatividade, ele apostou que eu não teria coragem de beijar seu rosto enquanto você dormia.

   Lily sentiu a cabine rodando ao seu redor. O sonho! Provavelmente não tinha sido sonho, tinha sido real. E ela tinha sorrido! Sentiu ficar cada vez mais vermelha.

   - Então, é claro, eu beijei. E como você parecia ter gostado Remo me desafiou a beijar seu pescoço.

   - E você parecia amarradona em Evans. – Sirius disse. – Posso jurar que você chegou a suspirar, então eu fiz o obvio não é? Desafiei Pontas a te dar um beijo de verdade, mas ai você acordou.

    Lílian começou a ver vermelho. Todo o constrangimento se convertendo em raiva.

   - Seu... seu... tarado! – Ela se levantou e foi pra cima de James socando cada parte do corpo dele que estivesse a vista. – Seu pervertido de uma figa! Vou matar você! – Lily sacou a varinha, mas James já estava preparado.

   - Expelliarmus! – E a varinha de Lílian caiu nas mãos treinadas de James. – Sou um cavalheiro, mas isso não me faz permitir que você faça a mesma coisa que Marlene fez com Sirius.

   - Cavalheiro? – Lílian perguntou incrédula. – Desde quando é cavalheirismo invadir uma cabine e se aproveitar de alguém que está dormindo?

   - Nossa Evans, foi apenas um pequeno desafio. – Falou Pedro.

   - Odeio desafios. Odeio apostas. – Lílian se virou para James. – Devolva minha varinha Potter.

   Ele entregou a varinha a ela e Lílian deu as costas para sair da cabine. Já estava quase na porta quando James a segurou pelo braço.

  - Ainda não cumpri meu ultimo desafio Lírio.

   Lily tentou fugir, é claro que ela tentou, mas James era muito mais forte do que parecia. Com as mãos firmes ele a encostou na parede e começou a se aproximar. O hálito quente dele lhe provocou arrepios enquanto ele brincava um pouco com sua mandíbula, quando ele a beijou não teve para onde fugir. Num surto de inspiração Lílian mordeu o lábio inferior de James com toda força que pode. Antes que ele se afastasse ela conseguiu sentir o gosto do sangue.

   - Você me mordeu! – James parecia indignado. Tocou o dedo nos lábios e viu que ela realmente tinha tirado sangue.

   - Sério? Não tinha percebido. – Lily chegou mais perto de James e deu um chute na sua canela. O maroto começou a pular em um pé só. Uma cena bastante ridícula. – Tchau capitão óbvio. – Ela deu as costas e saiu da cabine, deixando os outros três marotos rindo de James.

   - Eu não entendo isso! – James disse de repente.

   - Não entende o que “capitão óbvio”? – Sirius perguntou ainda rindo.

   - Como Dorcas é tão calma e meiga enquanto Alice é um general e Lílian e Marlene são duas selvagens.

   Todos pareceram pensar por um instante.

   - Garotas são um mistério cara. – Respondeu Lupin.

   - Complicadas como Runas antigas. – Acrescentou Sirius.

                                                            ****

   Lily passou o resto da viagem na cabine das lufanas. Ela e Marlene formaram uma bela dupla, reclamando sem parar de serem atacadas por pervertidos.

    O desembarque na plataforma 9 ½ foi, como sempre, bastante agitado. Solaris não parava de se debater em sua gaiola o que fazia Lílian ter dificuldade em sair com o malão. Acabou se batendo em uma porta e soltou o malão que caiu sob seu pé. Meio manca, não conseguia mais andar direito, mas por sorte uma alma caridosa apareceu e começou a levar seu malão. Quando Lily olhou para ver quem era seu sangue ferveu.

   - Não preciso da sua ajuda. – Ela disse petulante.

   - Parece que precisa sim. – James respondeu sorrindo.

   Ele não permitiu que ela discutisse, apenas saiu levando o malão a obrigando a segui-lo. Quando James desceu do trem logo avistou os pais de Lílian afastados em um canto. Esperou que Lily o alcançasse e se dirigiu até eles.

  - O que você pensa que está fazendo? – Lílian quase gritou.

  - Sendo um cavalheiro e levando seu malão até seu pai, para que você não precise carregá-lo.

   Assim que chegaram até o casal Lílian se jogou nos braços dos pais.

   - Senti saudades. – James ouviu ela falar e então se afastou e parecia sem saber o que dizer. – É... esse é James Potter.

   - Muito prazer. – James apertou as mãos do casal e então se virou para Lily. – Eu acho que já vou indo Lils. Tenha boas férias.

   Lílian observou James se afastar e ir ao encontro de Charlus que estava bem distante deles. Quando se virou de novo para seus pais eles a olhavam desconfiados.

   - É seu namorado? – August perguntou direto.

   - Não! – Lílian meio que gritou. – É apenas um colega.

   - Um colega bem charmoso. – Falou Roberta. – James Potter. Não é aquele garoto que vive te perturbando?

   - Esse mesmo. – Lily respondeu.

   - Bom, é melhor irmos indo se quisermos ter tempo para fazer um bom jantar. – Roberta saiu abraçada com a filha, enquanto August levava o malão até o carro.

   E então tinha terminado mais um ano em Hogwarts.

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Leitores lindos do meu coração (le carinha de cachorrinho pidão que aprendi com o Six) sabado é meu aniversário \o/ 17 anos

Azar ou sorte fazer aniversário um dia antes da Pascoa? kkk me mandem presentes viu! Mentira, me mandem reviews, fico muito mais feliz.



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