Não Conte A Ninguém escrita por viccke


Capítulo 8
Capítulo 8 – Final


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente amei este último capítulo. Eu espero que vocês também gostem.



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Cindy confiou nas palavras de Amy e a convidou para entrar. Elas foram em silêncio até a sala e se sentaram. Ainda em silêncio as duas se fitavam. Amy foi curta e grossa:

– É o seguinte, o Richard é meu marido também. Nós moramos do outro lado da cidade. Hoje de manhã ele sumiu – nesse momento as duas puderam ouvir Richard cantando no banheiro – e presumo que ele tenha vindo para cá. – disse isso olhando em direção às escadas.

– Sim, ele veio. Mas como poderei acreditar em você? Eu não te conheço. Além disso, ele é um homem bom e sei que posso confiar nele.

– Confiou no homem errado. Ou pior, nós confiamos no homem errado.

– Você não tem provas de que ele é seu marido.

– E precisa? Deixa de ser estúpida garota! Você acha mesmo que ele ficava fora uma semana só pra poder trabalhar?! Ele estava comigo, isso sim. Ele não foi despedido coisa alguma. Nem emprego ele tinha. E a pressa pra fugir daqui é por conta disso tudo. Ou você realmente acha que ele só quer uma vida melhor?

– Olha, vamos esperar ele sair do banho e... Espera! Como você sabe disso? Sobre sair daqui... Ele só disse isso pra mim, e foi agora pouco.

– Estou cansada de joguinhos estúpidos. Eu vim aqui por outro motivo, então vamos acabar logo com isso. – disse para si mesma e sorriu ironicamente, mostrando seus belos caninos. Caninos? Oh yeah!

– Por qual motivo? – Cindy já estava aflita e de olhos arregalados.

– Você realmente quer saber? – levantou do sofá e em um piscar de olhos já havia abocanhado o pescoço de Cindy. Ok, acho que já posso parar com essa formalidade. Eu levantei do sofá e abocanhei o pescoço da garota, mais rápida que beija-flor enquanto voa. Sim, é isso mesmo que você está pensando. Amy na verdade não existe. Era eu o tempo todo.

Pude perceber que o som do rádio tinha parado, então apenas peguei o corpo da garota morta e a deitei no sofá, como se estivesse apenas dormindo. Me escondi. Richard desceu as escadas um tempo depois e, ao observar Cindy “dormindo”, aproximou-se.

– Cindy, querida, acorda. Vai tomar um banho. – Dizia sussurrando e acariciando seu cabelo. O silêncio prevaleceu.

– Cindy? – nada.

– Cindy, acorda! – já tinha começado a alterar o tom de voz. Nessa hora ele notou o pescoço da garota. Dois furos, iguais aos feitos no corpo de sua mãe.

– Mas que porra é essa?! – disse gritando e se afastou assustado.

– Alguma semelhança com o que foi encontrado no corpo de sua mãe? – ele se virou repentinamente para trás e caiu no chão com o susto que levou ao ver-me. Cruzei os braços esperando uma resposta. Ele estava boquiaberto.

– Amy? O que você faz aqui? O que você fez com a Cindy? Como descobriu onde eu estava?

– Cala a boca. Eu sempre soube onde você estava. Amy não existe. Fui criada em um laboratório. Eu sou uma vampira, Richard.

– O que você quer de mim?

– O que eu quero? – ri. – Eu queria amor, Richard. Mas nem isso você foi capaz de dar. E o pior, como você pôde mentir para a mulher que você realmente amava? Cindy era uma pessoa boa, mas você não soube dar valor.

– Então porque você simplesmente a matou? Porque não nos deixou em paz e sumiu?

– Se você ao menos tivesse tido a decência de me contar a verdade, eu faria isso. Mas você mentiu! Mentiu para mim e para ela. Esse foi seu preço. A morte de todos que você amava foi o preço por tudo que você causou. Eu realmente te amava, Rich. – Silêncio se fez por um instante. – O pior ainda não é isso. Já fui casada mais de 30 vezes, e sabe em quantas me traíram? Em todas! Exceto em uma... O único cara que me amou, até depois de descobrir quem eu era. Mas ele morreu cedo, tinha câncer. E como eu sou imortal, vivo procurando outro alguém. Mas algo me diz que não tenho sorte com isso. – fui irônica ao dizer isso.

– Eu realmente sinto muito, eu não queria ter...

– Será mesmo que não queria? É fácil demais sentir muito agora. – interrompi. – E eu estou cansada. Quer saber? Isso já foi longe demais. – pulei sobre ele e o abocanhei.

Vingança? Eu amo essa palavra. Mas só amar a palavra não tem graça, o interessante é praticar. Mas apenas os que merecem vão me ver praticando esse delicioso ato de se vingar. Por que eu lhe contei essa história? Senti-me com uma necessidade tremenda de contar para alguém tudo o que vivi. Pelo menos até hoje. Desabafar. Acho que essa é a palavra correta para se aplicar ao contexto. Mas não se alegre tão depressa. Eu estarei te observando. Então não conte a ninguém, ou você acabará como Richard. Não é isso que nós queremos, não é mesmo?


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Notas finais do capítulo

Mais uma fic que termino. Queria agradecer a todos (que eu acho) que acompanharam até o final e é isso aí. Acho justo você não sair daqui sem antes deixar um review falando sobre o que achou da fic toda e principalmente do final, não é? ha ha. Até a próxima.