Depois de um tempo paralisado, inconformado com o que acabara de escutar, ele finalmente reagiu.

– Oi? Estou falando com você Richard! – Amy esperava uma resposta.

– Necrotério? – se fez de desentendido.

– Sim.

– Não sei por que esse cara me ligou. O que ele falou?

– Eu atendi e perguntei quem era, aí ele me explicou que trabalhava no necrotério e que precisava falar com você urgentemente.

– Estranho. E o que você respondeu?

– Disse que você estava ocupado no momento e que retornaria a ligação. Você não sabe mesmo do que se trata?

– Já te disse que não, Amy. – silêncio se fez. Richard apenas se jogou na cama e dormiu, não falou mais nada. Depois do ocorrido, Richard se aliviou por Amy não ter descoberto nada. Ainda.

Na manhã seguinte ele acordou tarde. Quando olhou para o relógio já era meio dia. Richard se vestiu e desceu para almoçar, mas teve uma surpresa muito, mas muito desagradável. Os peritos, que encontrara no dia anterior no hospital, estavam lá, e pior, conversando com Amy, na sala. Ele se aproximou sem dizer nada, estava incrédulo.

– Richard! Porque você não me contou antes? – disse Amy assim que o viu.

– Porque não te contei o que?

– Não se faça mais de desentendido. Sobre sua mãe. Eles me contaram tudo.

– Tivemos que vir aqui, já que o senhor não retornou a ligação. – interrompeu um dos peritos.

– O que os senhores querem que seja tão importante pra ter que vir até aqui? – notava-se que Richard estava um pouco alterado.

– Analisamos o corpo de sua mãe e encontramos apenas uma única ferida em seu corpo. Dois furos na região do pescoço. Achamos que o assassino usou algum tipo de objeto que a perfurou. – disse um dos peritos.

– Além disso, voltamos ao local do crime, ou seja, na casa de sua mãe, e encontramos algo que lhe pertence. Sua aliança. – disse o outro perito.

– O quê? Como assim? Eu não estive lá na noite do crime. Além disso, olhe, minha aliança está aqui no meu de... – parou de falar e se assustou ao olhar para o seu dedo.

Não está entendendo mais nada? Eu explico. Todas as noites antes de dormir, Richard tira sua aliança e coloca em cima do criado-mudo. Antes de eu ir até a casa da mãe dele para matá-la, eu peguei a aliança. Quando terminei o serviço, deixei a aliança por lá para incriminá-lo propositalmente. E você quer saber o porquê eu fiz isso? Simples, porque é divertido!

– Não pode ser. Acho que deixei minha aliança lá no quarto. Eu vou buscar. – continuou ele.

Dito e feito ele subiu até o quarto e pegou a aliança do outro casamento, que, para a sorte do vagabundo, era igual à aliança de seu casamento com Amy, um anel simples e dourado. Assim que colocou, ele desceu.

– Aqui está! – e mostrou a aliança em sua mão – Devem ter falsificado ou algo do tipo para me incriminar. Eu nunca mataria a minha mãe! – e não é que o vagabundo conseguiu inventar uma desculpa?!

Eles viram que a aliança era exatamente igual à de Amy e nem se preocuparam mais com isso, o inocentaram. Assim que foram embora, Amy o abraçou forte.

– Querido, você deveria ter me contado sobre tudo isso. Eu iria te dar a maior força.

– Eu sei amor, mas não estava preparado... É difícil, sabe?! – era muito mentiroso.

– Pelo menos agora você vai poder ficar mais tempo aqui, sem ter que ficar indo pra lá por mais de uma semana... – Richard congelou. Ele tinha se esquecido desse detalhe. Como ele voltaria para a casa de Cindy agora?

– Pois é amor, pois é... – foi o que ele conseguiu responder.

O circo está se fechando cada vez mais para esse palhaço. Agora sim as coisas estão começando a ficar divertidas.