POV House

Dei a ficha pra Potter e ele começou a jogar. Ouvimos a musiquinha. Até gosto dela, vou colocar de toque de celular. Enquanto Harry jogava Pacman, vi Voldemort se distanciar enquanto esperava sua vez. Ele foi até um pote onde estava escrito "Amendoins geneticamente modificados para crescimanto de órgãos. Cuidado: não abra". Claro. Faz todo o sentido do mundo um pote de amendoins na cantina e uma placa de "não abra". Voldy esticou o braço e pegou uma mão cheia de amendoins, e enquanto voltava para a máquina de Pacman, ia comendo um ou outro amendoim.

–Ei, Potter, já morreu? Você sabe que vai perder, não sabe? - provocou Voldemort.

–Cala a boca, Riddle, eu sou o herói da história, todo mundo sabe que o herói nunca morre. - Replicou o Cicatriz.

Voldemort fez um biquinho e comeu uns 5 amendoins de uma só vez. Que vício horrível. Ele não sabe que vícios fazem mal? Abri meu frasquinho de Vicodin e tomei uns 4.

Ocupado demais engolindo meus remédios, não percebi Voly caindo lentamente no chão depois de comer outros amendoins. Olhei para ele, que agora estava sobre meus pés.

Voldemort estava roxo.

–Wilson, me traz o pote de amendoins. - eu pedi.

Jimmy foi até o balcão e me trouxe o pote de amendoins. Em letras miúdias, abaixo do "cuidado: não abra", havia um outro aviso: "A ingestão excessiva deste alimento pode causar sufocamento imediato e relações alérgicas gravíssimas."

Ah. Isso explica tudo.

A essa hora, todo mundo que ainda tava vivo estava ao redor de Voldemort.

–House, faça alguma coisa! Seu paciente está morrendo! - Cuddy falou, enquanto se ajoelhava ao lado de Riddle para sentir seu pulso - ou... Já morreu. Ele está sem pulso! Alguém traga um desfibrilador! E precisaremos fazer uma traqueotomia!

Suspirei.

–MOÇA, VOCÊ TÁ É LOUCA! FAZ ANOS QUE EU ESPERO ESSA TIRIÇA DO VOLDEMORT MORRER! DEIXA ELE MORRER, TODO MUNDO FICA FELIZ! - Harry saiu da frente da máquina e se virou pra Cuddy, gritando.

Cuddy e Wilson me dirigiram olhares de "você decide".

Meu paciente é um bruxo do mal que matou milhares de pessoas.

E ao mesmo tempo é meu paciente. Cadê as questões éticas nisso aqui? Não li nada sobre ter que reanimar bruxos malignos quando eles quase se matam com Amendoins Geneticamente Modificados Para Crescer Órgãos.

Nunca realmente me importei com ética, mesmo.

Potter estava me olhando com uma cara de "vai logo".

Eu suspirei novamente e me sentei. Escutei o pulso de Voldemort.

Morto.

–Já faz mais de 3 minutos que ele tá assim e ninguém chegou com o carrinho de emergências ainda. Não vale mais a pena ressuscitar Riddle. Levem ele pra pra autópsia. - Eu disse para Taub, Chase e Treze, que assentiram e vieram carregar o corpo do meu paciente morto.

–HARRY, QUE DEMORA É ESSA? FAZ UM TEMPÃO QUE A GENTE TÁ TE ESPERANDO NO CARRO! - Um menino alto e ruivo apareceu na porta da cafeteria.

–Oi, Rony! - Harry acenou - desculpa, é que eu acabei me envolvendo numa luta bruxa de Pacman contra o Voldemort e perdi o controle do tempo. Quer salgadinho?

Nessa hora, o tal Rony percebeu meus lacaios levando o corpo de Voldy pela porta da cafeteria.

–VOCÊ MATOU VOLDEMORT? CARA, QUE INCRÍVEL! - Rony exclamou surpreso.

–É... - Harry hesitou - não foi bem assim...

–Ah cara, esquece isso, vamos comemorar!

E nessa hora apareceu um trio elétrico cheio de bruxas e bruxos dançando e cantando e comendo cupcakes de amendoim.

Cuddy pegou meu braço.

–Vamos, House, você precisa de uma bengala nova. Wilson está nos esperando no carro.

Ela seguiu pela saída e fui atrás dela.

Mas que caso louco, esse foi.