Capitulo 3 – Conflitos internos

- Você finalmente chegou Sakura... você finalmente poderá me ajudar.

Sakura observou bem aquele lugar. Era uma casa humilde e fria. Aquele senhor que parecia debilitado estava sobre uma cama e demonstrava um semblante contente ao vê-la.

- Tsunade-sama me mandou para cuidar de você. Como se sente?

- Ah!Aquela velha realmente tem um bom pupilo!

- Vocês se conhecem há muito tempo? – perguntou Sakura curiosa.

- Sim. Mas isso é um assunto do passado minha criança. E eu acho que você não ficaria muito contente ouvindo sobre.

- Na verdade...

- Eu preciso de sua ajuda Sakura. Esses dias têm sido muito difíceis. Sei que é uma boa médica, você com certeza resolverá meu problema.

- O que o senhor tem?!

- Estou ficando cego. De uns meses pra cá, minha visão tem piorado muito... se eu continuar assim, provavelmente, não verei mais nada.Agora eu ainda consigo te ver, embora com um borrão na minha frente.Mas vem piorando a cada dia.

(...)

“Sakura... Sakura com certeza não ficará calada sobre o que aconteceu agora pouco. Com certeza ela contará para Naruto.”

Sasuke estava certo. Ele tinha certeza. Certeza de que Sakura não ficaria calada enquanto àquilo. E ele não ficaria quieto enquanto não tirasse aquela situação a limpo. Deu meia volta e decidiu procurá-la. Não tinha se passado muito tempo, então, ela podia estar por perto.

- Você é fraco. – disse a si mesmo. – Fraco!Um merda. Se você tivesse acabado com eles antes, não ficaria assim. Não se sentiria assim.

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É triste olhar para o passado

E ver que aquele que era o seu amigo,

Hoje não passa de um simples desconhecido.

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- Você não quer um pouco de chá Sakura? – perguntou-lhe.

- Ah!Não precisa se incomodar. Estou muito bem.

- Sente-se enquanto eu o preparo para você. Estou quase cego, mas ainda consigo me virar.

- Obrigada.

Sakura não pôde de deixar de reparar aquele homem. Algo diferente vinha dele. Mas o quê?Será que era a simpatia exagerada que ele tinha mostrado a ela como uma forma de gratidão por ela vir ajudá-lo?Talvez sua cabeça só estivesse um pouco confusa pelo repentino encontro com Sasuke.

- Então Sakura...

Ela o encarou.

- Você acha que realmente poderá me ajudar?!

- Bem, eu nunca tratei nada igual. Mas claro, eu irei me esforçar. Se Tsunade-sama me pediu sua ajuda para tratar de sua doença, eu irei fazê-lo. Sabe, ela me disse que achou estranho o seu pedido.

- Hã?

- Porque fazia muito tempo que vocês não conversavam. Parece que vocês não se davam muito bem. - comentou.

- Isso é um problema pra você?

- Não. Claro que não.

“Estou te mandando nessa missão porque confio em você Sakura. Mesmo que eu estranhe as atitudes dele. Então, não cometa nenhum erro. Não confie em tudo que ele te disser.”

- Seu chá está pronto. Vamos tomá-lo lá fora?! O ar livre é mais gostoso.

- Claro.

- Me diga Sakura... você aprendeu muitas coisas com Tsunade? – perguntou.

- Sim. – ela começou a beber o chá. – Ela me ensinou muitas coisas. Eu sempre estou aprendendo mais.

- Vejo que ela te passou bastantes coisas do que aprendeu.

- Sim.

- Ela não te disse para não confiar em mim também?

Os olhares se cruzaram. Sakura sabia que aquilo tinha sido uma indireta, mas era muito tarde para reagir. Quando tentou desviar, seu corpo simplesmente não reagia. Ele a segurou pelo pescoço enterrando seu corpo sobre o chão.

- Isso dói? – ele provocou. O que estava acontecendo?O que ele realmente queria?

- Por quê? Por que não sinto meu corpo?

Sakura numa tentativa frustrada tentava se mexer, enquanto ele permanecia sobre ela.

- Você é mesmo muito ingênua. Não, melhor. Você é mesmo inocente. Por que você beberia algo que um desconhecido te oferece?Você acha que todas as pessoas são boas?

“Droga! Eu não consigo me mexer! Qual é o tempo de efeito disso?! Por que eu..?”

- O que você quer?

- Quero brincar com você um pouco.

Sakura sentiu seu corpo ficar ainda mais pesado. Sentiu ele atirar sua cabeça mais e mais vezes no chão e nocautear seu rosto.Sakura era forte, mas contra o efeito daquele medicamento que tinha sido colocado no seu chá, ela não podia fazer nada.Não podia mexer nenhuma parte do seu corpo.O sangue começou a escorrer pela sua boca enquanto alguns hematomas se formavam em seu rosto.

- Eu também sou um ninja médico. – disse ele se levantando e deixando Sakura estirada sobre o chão. - Tsunade e eu nos conhecemos faz tempo. Mas ela e eu tínhamos alguns conflitos. Ela realmente foi uma idiota te mandando aqui.Eu só queria usá-la para provocá-la.Então menti, dizendo que estava cego.

- E acha que me usando vai conseguir algo?

- Oh, vejo que você consegue falar muito bem mesmo depois de todos os golpes que lhe apliquei. – abriu um sorriso.

- Idiota. Uma hora esse efeito vai terminar e eu vou acabar com você.

- Sério? – ele a pegou pelo pescoço a levantando. – Não se antes eu te matar e deixar seu corpo em Konoha como um presente para aquela velha. O que você acha?

- Ahh...

Sakura começou a suspirar enquanto ele apertava seu pescoço.

- Você parece muito forte menina, mas por dentro você é fraca e patética.

O ancião caiu com o golpe forte que tinha acabado de receber. Sakura foi segurada e deixada sobre o chão.

- Você... – balbuciou o ancião.

- Sasuke-kun... – disse Sakura. Por que ele estava ali?E por que ele tinha acabado de salvá-la?- O que está fazendo aqui?!

- Oh, não sabia que Konoha ainda mantém laços com um traidor como Uchiha Sasuke.

- Hn.

- Não me leva a mal, Sasuke-kun. - provocou – Mas eu tenho que acabar minha brincadeira com sua amiguinha Sakura.

Sasuke o ignorou, como fazia com a maioria das pessoas. Era um jeito típico seu, ignorar. Deixou aquele velho falando sozinho, enquanto observava àquela que um dia estava lutando do mesmo lado que ele, caída sobre o chão, chorando.

- Eu sou mesmo patética.

O gosto do sangue e das lágrimas se misturavam. Sakura se sentia uma inútil, e o pior era que ele a tinha visto assim.

- Sakura... – sussurrou Sasuke, ajoelhando-se perto dela.

Sakura. Quem fez isso com você?

Sakura!Me diga!

Quem te machucou?

Sasuke a olhava perplexo enquanto lembranças passavam pela sua mente. Por que aquelas memórias estavam o atormentando?Parecia que tudo estava acontecendo de novo. Uma obrigação de protegê-la como fazia antigamente surgiu do nada. Observá-la daquele jeito era perturbador.

- Vamos...

Ele a puxou pelo braço. Sakura se assustou com aquela atitude.

O mais assustador veio a seguir. Quando Sasuke recebeu um golpe nas costas daquele homem.

- Estava tão distraído assim que não conseguiu prever meu ataque?

- Sasuke-kun, você se machucou?- Sakura perguntou preocupada. – Sabe, você não precisa... realmente não precisa fazer isso.

- Cale-se. Eu vou proteger você.

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Não falo, não suspiro, não escrevo seu nome.

Mas a lágrima que agora queima a minha face me força a fazê-lo.

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- Quem é essa garota Sasuke?

- Como ela está? – perguntou ele ignorando a pergunta.

- Alguns hematomas pelo corpo, mas nada sério. Vejo que também se machucou.

- Isso não importa. Apenas cuide para que ela fique boa rápido. Ela é de Konoha, não pode ser vista por aqui.

- Também não posso ser visto aqui com você. Serei rápido.

- Obrigado por ajudar.

- Você agradecendo?

Sasuke tinha acabado de lutar com o ancião e levado Sakura para a caverna onde estava vivendo, aproveitando para pedir a ajuda de um velho conhecido para que cuidasse dos ferimentos dela.

- Ei... sabe algo interessante? Desde que comecei a cuidar dela, ela chamou pelo seu nome, pelo ao menos umas dez vezes.

O sorriso dele logo desapareceu quando percebeu a cara nada receptiva do Uchiha, que deu um jeito de sair e deixá-lo sozinho cuidando da rosada.