Joligae escrita por nara


Capítulo 1
Capítulo 1




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and I'd give up forever to touch you…

    Sentado embaixo da grande árvore que fornecia-lhe sombra, Kai cuidadosamente movia o lápis sobre a folha de seu caderno, um belo desenho se formava. O moreno olhava do modelo à folha continuamente, observava cada traço detalhadamente do outro, que estava há alguns metros esbanjando sorrisos numa roda de amigos, sem nem ao menos perceber que aquele o observava. No papel, o rosto de Taemin começava a ser percebido, Kai desenhara-o perfeitamente, como costumava fazer desde o primeiro dia que botou os olhos no outro,  já devia ter uma pasta completa de desenhos de Taemin, nunca se cansava de desenhá-lo, afinal o mais próximo que podia tê-lo era esboçado num papel.

    Obviamente aquilo não era suficiente para Kai, mas sempre lhe faltou coragem para até mesmo falar com o outro. Guardava essa paixão para si, trancafiada bem lá no fundo. Queria tocá-lo, ele seria capaz de dar tudo para passar, nem que só as pontas das digitais na suave pele da face de Taemin, isso bastaria para um garoto que insistia em esconder seus sentimentos.

cause I know that you feel me somehow…

    O sinal para o intervalo soava estridente, aquele era o momento do dia em que Kai sentia-se mais aliviado, pois era quando poderia avistar o rosto do belo Taemin por mais tempo. O moreno percorria a escola em busca do outro, mesmo que apenas para ficar de longe apreciando-o esse era um hábito do qual Kai não conseguia livrar-se.

     Naquela manhã Kai teve que procurar mais que de costume. Taemin infiltrara-se por entre a estrada de pedras rodeada de árvores, onde quase ninguém mais frequentava. Os jovens da escola só usavam aquele caminho discreto para dar beijos, até alguns amassos, mas certo dia foram pegos, e como é proibido fazer esse tipo de coisas lá, tornou-se um local sem utilidades, e sem nem se quer uma alma viva. Num banco abandonado no meio daquele lugar vazio, estava o mais velho, dormindo como um anjo.

     Era uma visão agradável, Kai ajoelhou-se ao lado do banco instintivamente, para enxergar o outro melhor. Era como se aquela pele sedosa chamasse seus dedos, Kai não resistiu tocá-lo. Acariciava levemente o rosto do loiro, com cautela para que esse não acordasse.

      Enquanto isso, Taemin perdia-se em seus sonhos. Inconscientemente sonhava com uma mão macia acariciando-o. A visão do sonho se expandia, Taemin podia ver-se deitado na grama esverdeada, com a cabeça apoiada nas pernas cruzadas de quem acariciava-o tão prazerosamente...ele só não conseguia decifrar o rosto do individuo misterioso.

you're the closest to heaven that I'll ever be…

    Subitamente, Taemin abriu os olhos, dando de cara com a face de Kai, que se punha assustada. Ambos arregalaram os olhos surpresos, e encararam-se por algum tempo. Nenhum sabia como lidar com aquela situação.

      Kai havia paralisado, a mão que antes passeava pelo rosto do mais velho permanecia levantada e intacta, exatamente como uma estátua.

        Taemin então levantou seu tronco, pondo-se a sentar no banco, fazendo com que Kai deixasse a posição de estátua, ficando em pé. Ainda encaravam-se.

       - Estava se aproveitando enquanto eu dormia? – disse Taemin com o semblante calmo, essas palavras fizeram o coração de Kai disparar de desespero – Pretendia me roubar? – continuou o loiro, fazendo o mais novo aliviar-se um pouco com essa frase, afinal o loiro não desconfiara da verdade.

       - N-não. – gaguejava Kai, no ápice do nervosismo. Não esperava que o primeiro contato com aquele que tanto estimava daria tão errado.

       - Então o que estava fazendo? – Taemin mostrava uma expressão duvidosa.

       - Eu estava só passando... – Kai tentava ao máximo pensar rápido em uma desculpa – Então te vi...dormindo...e...e... – eis que lhe surgiu uma ideia, mesmo não sendo boa foi a única coisa que conseguiu pensar. – o sinal já vai bater, eu só ia te acordar, mas aí você abriu os olhos de repente...me assustou. – riu nervoso.

      - O sinal já vai bater? Tão rápido, nem parece que dormi tanto. – Taemin abriu um sorriso simpático, inocentemente acreditou nas palavras do outro. Kai não esboçava reação alguma, então Taemin pôs-se em pé.  – Deveriamos ir então, né? – Kai acenou positivo com a cabeça e quando o outro começou a andar, seguiu seus movimentos. – Então,... – Taemin resolveu puxar assunto, já que o outro permanecia calado e com uma expressão esquisita – o que veio fazer aqui? Ninguém nunca vem.

     - Só estava andando sem rumo, nada demais. – Kai continuava uma pilha de nervos, apesar de não transparecer – E você?

     - O que acha? Vim dormir né, não é óbvio? – riu Taemin – Aqui é mais calmo. – sorriu acolhedor dessa vez olhando para o outro.

      Eles caminhavam sobre uma estrada de pedras, mas Kai sentia como se pisasse em rastros de nuvens. Estar ao lado de Taemin, poder conversar com ele, ser notado por ele, era o que mais queria, era a sensação de estar no céu.

and I don't want to go home right now…

            Os dois enfim chegavam ao fim daquele trecho, podendo avistar o enorme campus da escola. Mas algo estava errado, as pessoas pareciam estar assustadas. Taemin e Kai se olharam confusos, então o mais velho decidiu perguntar a pessoa mais próxima o que estava acontecendo. Taemin então foi em direção ao garoto que estava um pouco a frente deles, trocaram algumas palavras, então Taemin regressou.

       - É...um incêndio. – Kai estava tão extasiado pelo outro ter voltado lhe informar, que nem prestara atenção quando ele disse se tratar de um incêndio. – Então...acho que podemos ir pra casa agora.

       - É. – Kai logo começou a andar, seguindo as ordens do outro de ir pra casa.

       - Hm... eu não disse isso porque queria me livrar de você, se foi o que pareceu. – disse Taemin segurando o outro pelo punho, impedindo-o de continuar andando. – É só que, não dá mais pra fazer nada aqui com a escola pegando fogo. – sorriu sem jeito.

       - Pegando fogo? – disse assustado.

       - É...eu já te disse isso, onde você tá com a cabeça? – sorriu Taemin. Nos pensamentos de Kai, ele respondera “em você”, mas a realidade pedia um pouco de precaução.

       -  Só estou distraído hoje. – sorria Kai, não sabia o por quê do sorriso, só lhe deu vontade repentinamente.

       - Bem distraído né, pra não notar um incêndio.

       - Você também não notou. Até ir perguntar, você nem tinha reparado na fumaça, e olha o tamanho disso.

       - E você que só tá vendo agora? – riu – Talvez eu esteja um pouco distraído também – continuava sorrindo – mas é que eu estava dormindo, demoro um pouco pra raciocinar depois de acordar. – Kai novamente ficara sem reação, só permanecia olhando-o, prestava atenção no que Taemin dizia, só não lembrava de responder, o que implicava no loiro ter que continuar falando. – Hm...qual é seu nome que até agora eu não perguntei?

       - Kai. Na verdade é Jong In, mas todo mundo me chama de Kai. – dizia com os olhos fixados em cada traço do rosto do mais velho, e não diferiam de seus desenhos, ele realmente havia decorado cada mínima parte do outro.

      - Meu nome é Taemin. – disse mesmo após não ser perguntado, levava  como distração o menor não ter perguntado.

     - Eu sei. – sorriu Kai. – Bom, eu vou indo agora. Não estou interessado em ficar vendo a escola pegar fogo. – dizer que estava indo era o único jeito de fugir de explicar saber o nome do outro na mente de Kai, ele não queria demonstrar nenhum pouco do grande interesse que tinha no garoto, então achou melhor ir embora pra casa, apesar de desejar profundamente ficar mais um pouco ao lado do loiro. Sabia que se fosse não poderia ver Taemin tão cedo, já que depois de queimada a escola, que era o único lugar em que o via, não voltaria a funcionar tão cedo. Mas mesmo assim preferiu virar as costas e caminhar pra casa.

and all I can taste is this moment

and all I can breathe is your life…

       Sentado em sua cama, com seu inseparável caderno, Kai sorria                                                     alargadamente, estava muito feliz por ter enfim falado com Taemin. Nunca esqueceria das primeiras palavras que ele o dissera “Estava se aproveitando enquanto eu dormia?”. Passou, desde que chegou da escola até aquele finzinho de tarde, pensando no momento que passara com Taemin.

       O telefone tocava, invadindo seus pensamentos com o outro.

      - Alô? – atendeu Kai.

      - Alô, quem fala? – do outro lado da linha uma voz masculina desesperada.

      - Kai.

      - O senhor Jong In se encontra?

      - Eu sou o Jong In.

      - Quê? Tá, tá... venha logo pro hospital, seu irmão se machucou no incêndio da escola. – desligou o telefone.

      Kai, assustado, saiu apressado e de qualquer jeito, indo direto ao hospital. Chegando lá, o diretor da escola encaminhou-o ao quarto em que o garoto estava internado. Ao olhar na cama, Kai surpreendeu-se com a figura desacordada que lá estava:

       - T-taemin!

    - Sua mãe está onde garoto, que não veio? – dizia o diretor mais desesperado que ao telefone.

   -  Ele não é meu irmão! – Kai exaltou o tom de voz devido a preocupação.

   - Mas... como não... ele é a sua cara! Não brinque numa hora dessas.

   - Não estou brincando, vá ligar pra família dele de verdade!

   - Certo, você fica com ele enquanto isso. – disse o diretor desorientado.

   Kai sentou-se na cadeira que estava ao lado da cama, pegou a mão do outro e encostou a testa sobre a superfície da cama. Fechou os olhos, estava preocupado, seu coração doía.

    - O que aconteceu com você? – suspirava – Taemin, como isso aconteceu?

    - E-e-u vi alguém...- uma resposta inesperada foi obtida – eu entrei na escola porque vi alguém precisando de ajuda lá dentro – Kai arregalou os olhos, levantando a cabeça e olhando direto para o que acabará de acordar, a voz de Taemin estava fraca. – A fumaça começou a ficar mais espessa, não me lembro de mais nada. – Kai ao ouvi-lo falando, impulsivamente abraçou-o devido ao alivio. Os olhos de Taemin arregalaram-se com a surpresa, mas ele não soltou-se.

    - Sua família já vai chegar, o diretor foi ligar...já que eles chegam. – dizia Kai apertando o outro mais forte e logo depois soltando-o.

    - Que bom. – sorria fraco – E... o que você tá fazendo aqui?

    - Eu...

    - Não que eu esteja desdenhando sua companhia. – interrompeu Taemin – É só que você me acha um chato, mas chegou aqui antes da minha família.

    - Eu te acho chato?

    - É que, hoje de manhã, eu te irritei não foi? Você nem se quer queria me responder e eu continuava falando, desculpa.

    - Não é assim, eu é que estava distraído, já disse. Você não é chato, a fumaça é que deve ter afetado seu cérebro. – brincou Kai rindo.

    - Pode ser. – riu de volta.

    - O diretor achou que eu fosse seu irmão, por isso estou aqui.

    - O quê? – riu.

    - Ele me ligou pra vir pra cá urgente, quando cheguei e vi você disse que não éramos irmãos, ele achou que era brincadeira minha. – riu – Ele disse que você é a minha cara.

     - Sério? – riu – Espera, quando você nasceu?

     - Em 94, por quê?

     - Aha, sou de 93 o que quer dizer que eu não sou sua cara, você é que é minha cara. Nasci primeiro. – ambos riram.

     Taemin conversava como se estivesse bem, apesar do enorme cansaço de seu corpo. Seu corpo estava fraco e debilitado, mas ele não estava incomodado, vendo o outro cheio de vida dava-o forças, e ele não conseguia nem entender o por quê.

       and sooner or later it's over.

I just don't want to miss you tonight…

      No dia seguinte, Kai acordou tarde, afinal tinha quase madrugado no hospital sem Taemin saber, pois realmente estava preocupado. Iria visitá-lo, mas não naquele exato momento, apesar de ser o que queria. Esperaria até o fim da tarde, para não ficar óbvio que estava desesperado para ver como o loiro estava.

       Quando já anoitecia, Kai foi ao hospital, os médicos informaram-lhe que Taemin já havia recebido alta. Então Kai voltou pra casa.

     - Filho, onde você estava?

     - No hospital, um amigo se machucou no incêndio da escola.

     - Sério? Ele está bem?

     - Está, já até recebeu alta. – sorriu.

     - Que bom! Ah, por falar em amigo, um amigo seu está aí, mandei ele esperar no seu quarto.

      - Quem?

      - Não sei o nome.

      - Então tá. –riu

      Ao entrar no quarto, para sua surpresa, aliás surpresas depois que Taemin entrou em sua vida não era o que faltava, quem esperava-o era o dito cujo.

     - Oi, Taemin.

     - Oi. – sorriu, levando rapidamente as duas mãos as costas, como se escondesse alguma coisa.

     - Você está esperando faz tempo?

     - Não. – sorriu  - Mas mesmo que fizesse tempo, era o mínimo que eu podia fazer. Os médicos contaram que você ficou lá até de madrugada, eu vim pra agradecer.

     - Contaram? – disse Kai sem jeito.

     - Obrigado Kai, você me conhece faz um dia e já fez muito mais por mim do que meus amigos de tempos. Eles nem foram pro hospital.

     - Sinto como se eu te conhecesse há mais tempo. – ironizou Kai – Nenhum dos seus amigos foi te visitar? Você chama isso de amigos? – sorriu.

     - Ah, talvez eles não sabiam. Você só ficou sabendo porque o diretor não bate bem. – riu.

     - É. – riu de volta, olhando fixo o outro – Espera, tem um cisco no seu rosto. – Kai apontava em si com a mão o lugar correspondente.

     - Onde? – Taemin movia as mãos, mas nunca alcançava o lugar certo.

     - Aqui. – Kai aproximou-se, usando um de seus dedos para limpar a pele do mais velho. – Pronto.

     - É você. – disse Taemin, soltando o que estava segurando, que caiu ao chão. – Nos meus sonhos, é você.

     - O que você está dizendo? – o coração de Kai acelerou.

     - Eu sempre sonho com alguém com esse mesmo toque, exatamente esse. Mas nunca consigo ver o rosto nos sonhos. É você...Aquele dia na escola, você acariciou meu rosto enquanto eu dormia, não? Eu senti... no meu sonho.

     - Taemin... – Kai se via sem saída, mas estava envergonhado demais para achar palavras para se explicar.

     - Diga a verdade, diga. Eu já vi os seus desenhos. – Taemin pegou-os do chão. – São muitos, e são muito detalhados. Bonitos... Kai, me diz, você gosta de mim?

    - Eu... – Kai estava um pilha de nervos, o que ele mais temia acontecera, tinha medo de perder Taemin pra sempre, mas não havia outra maneira se não contar a verdade – Eu gosto muito de você. – bufou – Mas me escuta...

    - Eu não tô bravo. – Taemin interrompeu a fala do outro.

    - Mas aposto que nunca mais vai querer olhar pra minha cara. Um cara gostando de você, vai ser vergonhoso falar de novo com ele, né? Então me escuta só agora, se você não vai olhar mais pra minha cara, escuta o que eu tenho pra te falar. Eu NÃO te conheço faz um dia, eu te conheço faz três anos. E desde o primeiro dia que eu te vi, eu senti alguma coisa. Eu te desenhei e nunca mais consegui parar, desenhar outras coisas não fazem mais sentido. Eu fiquei quieto, nunca falei com você, eu tinha medo que isso acontecesse, que ao invés de eu ser uma pessoa indiferente pra você, que você nem conhecia, eu me tornasse uma pessoa que você não quisesse perto. Mas agora que aconteceu, eu posso dizer tudo que eu tava guardando há três anos: eu te amo. – os olhos de Kai lacrimejavam, mas as lágrimas ainda não escorriam. A expressão de Taemin era surpresa, mas não dava pra saber se pro lado ruim ou bom.

    - Você sabe o quanto eu queria achar o dono desse toque? Sabe o quanto eu desejei que fosse real?

    - Você só me conhece há um dia. Você tá tentando jogar comigo? Não faça isso.

    - Se eu te conheço há um minuto ou há uma eternidade, isso importa? E o que eu sinto?

    - Em um dia dá pra sentir tudo isso?

    - Você em um dia já estava apaixonado por mim, não estava?

    -  Estava, mas eu não tinha certeza. Você está jogando, não está? Certeza de um dia, não vale pra mim, não existe.

    - Um dia? Três anos! Desde que eu cheguei nessa escola eu tenho esses sonhos. Desde que eu parei pra ver uma pessoa desenhar na sala de artes, e essa pessoa tocava o seu desenho com amor. Eu quis aquele toque desde aquele momento. Mas eu não sabia de quem era, a pessoa estava de costas pra mim. Toda noite, eu sonho e sinto aquelas mãos em mim, mas não consigo ver o rosto. E agora eu sei...agora eu te achei. – ao ouvir isso Kai derramou as lágrimas que estavam presas. – Agora que você tá na minha frente, eu não quero te perder de novo, eu não quero sentir falta do seu toque, como eu senti por três anos. – Taemin pousou suas mãos nas mandíbulas de Kai. – Se fazem três anos ou um dia, não importa, eu quero sentir isso. – O loiro agora beijava o moreno com fúria. E não o soltaria tão cedo.

         and I don't want the world to see me

'cause I don't think that they'd understand…

    Duas silhuetas nuas, cobertas apenas pelo mesmo fino lençol, ainda sonolentas, permaneciam olhando-se.

   - Te olhar assim é bom... – Kai quebrou o silêncio. – Finalmente não é só um desenho, finalmente não é só um pedaço de papel.

   - Quem entenderia nós dois? –sorriu Taemin – Um rezando para que os pedaços de papel que recebiam seu toque desaparecessem, dessem lugar a algo real e o outro invejando um pedaço de papel, o toque que ele recebia. Duas pessoas que queriam exatamente o oposto, mas o que queriam se encaixava perfeitamente.

  - É, não há alguém quem entenderia. Mas quem além de nós precisa entender?

  - Exato. Ninguém mais precisa saber.

  - Você está dizendo isso porque não quer que eu conte pra ninguém sobre nós, né? – riu.

  - Se for possível. – riu de volta. – Não é que eu prefira esconder, é que os outros não entenderiam.

  - Eu não ia contar de qualquer jeito. Pelo menos, não por enquanto. É melhor a gente deixar isso em segredo até que possamos enfrentar todos os que irão contra... e serão muitos.

when everything's made to be broken,

I just want you to know who I am…

        Taemin já havia ligado por vezes para Kai naquele dia. Depois do dia anterior, em que passaram a melhor noite de suas vidas, Kai não dera mais sinal, não retornara nenhuma ligação do outro.

        Finalmente o telefone de Taemin tocava e o número era da casa de Kai.

    - Alô? – atendeu empolgado.

    - Taemin, desculpe...só agora pude ver que ligou tanto pra cá, Kai está tão mal, só consegui voltar pra casa agora. – dizia a mãe de Kai.

    - Kai está mal? – sua empolgação deu lugar a uma enorme preocupação. – O que ele tem?

    - Desculpe Taemin, preciso voltar rápido ao hospital, não dá tempo pra explicações. Só não ligue mais, quando Kai voltar pra casa mando ele te ligar, ok?

    - Tá.

       Taemin estava um poço de preocupação com aquela notícia, pôde sentir o desespero que Kai sentira quando a situação era invertida. Taemin não ficaria esperando até que Kai ficasse bem e ligasse, foi depressa ao hospital.

         O loiro estava procurando feito louco nos corredores do hospital, não encontrava nada sobre Kai. Quando depois de algum tempo por sorte avistou a mãe do moreno, em prantos.

         - Posso ver o Kai? Por favor.

         - Oh, Taemin, você está aqui? – disse a mulher limpando as lágrimas – Ele vai adorar vê-lo. Só não sei se você vai querer vê-lo nesse estado.

         - É muito grave? – após essa pergunta, a mulher chorou mais ainda e não deu-lhe uma resposta, mas dava para saber mesmo ela não falando. – Me deixa entrar! – disse Taemin, tentando esconder o desespero.

            Taemin entrou, a visão de Kai naquela cama era triste, ele estava muito pálido, quase como um cadáver, mal conseguia manter os olhos abertos, e as olheiras estavam enormes e escuras, quem o via naquele estado não diria que ele era o mesmo Kai vigoroso do dia anterior.

           - Kai... – disse Taemin, sendo forte para não deixar as lágrimas caírem.

           - Você veio. -  a voz do mais novo mal saía. – Não queria que você me visse assim. – tentou sorrir, mas até para isso estava fraco.

           - O que aconteceu?

           - Estou doente, muito doente.

           - Eu sei, pelo que parece é grave. Então me diz o que é, me diz, eu quero te ajudar.

           - Você não pode me ajudar. Ninguém mais pode...

           - O que você quer dizer? – uma lágrima corria o rosto loiro.

           - Tudo tem que terminar Taemin, tudo mais cedo ou mais tarde acaba. Relacionamentos acabam, estudos acabam, juventude acaba, a vida acaba...

           - Não diga isso.

           - Sabe a única coisa que não acaba? Amor. Esses dois dias passados foram os melhores da minha vida, e mesmo que não possamos repeti-los, de onde eu estiver ainda vai haver amor. Espero que daqui você continue me amando também, ame-me tanto que quando achar alguém que possa te dar amor que você tem por mim, você vai aceitar. Se você é feliz por me amar, ame-me tanto que vai ser capaz de daqui pra frente acordar feliz, mesmo sem mim, o amor por mim vai te fazer feliz. Então não chore, sempre sorria. Sempre.  

-

Preferi sentir seu cabelo uma vez, sua pele uma vez, seu beijo uma vez, do que passar a eternidade sem isso


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