Little Red Riding Hood escrita por Susan Salvatore


Capítulo 9
O Veneno da Alma


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela imensa demora, leitores.Hey, como compensação que tal uma "preview" desse e dos próximos capítulos? Vou deixar nas notas finais. Acreditem, eu levei uma semana pra escrever esse capítulo. Houve momentos em que eu tive que parar por um momento se não chorava. Eram tantos sentimentos...



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Se antes eu havia dado o primeiro passo até o Inferno, agora eu acabara de pôr os pés nele.

Há uma razão pela qual certas criaturas são chamadas de demônios. Às vezes é por serem monstros, literalmente; outras, é por que eles podem te causar muito mal; mas em certos casos – os mais comuns – é porquê podem te levar à beira da loucura. Seja através da dor, do delírio ou da sedução. Não há como escolher o pior. As sensações eram totalmente diferentes, mas o caminho sempre levava às letras R.I.P.

Estou dizendo isso para avisar-lhe. Não seja como eu fui. Fuja. Nenhuma vida é tão perfeita que não possa ser reconstruída. Fuja, não importa o que você perca. Porque qualquer um que ame você lhe imploraria para ir embora e esquecê-lo. Fuja, porque uma vez que você é capaz de aceitar – ou até mesmo gostar – daquilo, estará perdido.

Fuja.

Esse tipo de coisa é venenosa.

Meu coração batia em um só ritmo: tenha Klaus e a dor faz parte.

Não queira isso. É o Inferno.

Eu avisei.

Ele fora pegar mais bebidas, me deixando sozinha na pista de dança. Nós dois já dançáramos tanto. Ele sabia o que fazia e isso me deixava doida. Cada movimento dele era uma provocação explícita, a qual eu não tinha certeza se resistiria por muito tempo.

O local estava completamente cheio de gente, todos mega ricos e com idade entre 16 e 30 anos. Quando se tem dinheiro, não há lugar onde não se possa entrar. Era um espaço em forma hexagonal, com o teto e as paredes de vidro, dando a impressão de que o lugar era tridimensional. Havia uma porta circular, que dava pra uma sala totalmente escura, iluminada apenas pelas luzes da pista de dança. A sala era cheia de poltronas e divãs onde as pessoas podiam continuar se divertindo. As luzes variavam do azul até o vermelho. Às vezes elas se apagavam completamente, apenas pessoas bêbadas dançando no escuro.

E as bebidas! Eram coquetéis exóticos, com os mais diversos sabores, todos de cores metálicas ou fluorescentes. O efeito era uma onda de adrenalina e excitação e, quanto mais se tomava, mais se queria tomar. Eu mesma já havia tomado 5 drinques.

Havia uma outra sala, do lado oposto à outra. Essa era iluminada ocasionalmente. E as garotas faziam strip-tease e os garotos pegavam as garotas e os garotos que se dedicavam às dança exóticas também. Muitas pessoas, a maioria em grupo, saía de lá e ia para a sala oposta. Nessa, a música de misturava aos gemidos o que tornava o lugar muito excitante.

Dois caras saíram daquela sala e foram até mim. Eu dançava entre eles, esfregando entre os dois corpos. Eles tinham um cheiro muito bom. Ah, perfumes sempre foram o meu fraco e o desses caras era simplesmente delirante. Um deles mordeu o meu pescoço, mas de um jeito humano. O outro descia a mão pelo o meu corpo. Isso me fez arrepiar. Agarrei-os pela camisa e levei-os até a parede mais próxima, ficando entre eles. Eu beijava, mordia e puxava. Eles pareciam gostar da brincadeira.

- Nome? – perguntou um. Esse possuía olhos pretos e cabelo loiro-mel totalmente liso e arrepiado. Era muito bonito e tinha um sotaque russo na voz. Oh, os russos são bons.

- Elena Gilbet – respondi, beijando seu pescoço.

- Elena... prazer? – disse o outro. Ele tinha cabelos pretos, também desarrumados e espetados, mas ligeiramente mais compridos. Tinha olhos pretos. Percebi então que eram gêmeos. O outro só tinha o cabelo pintado. Eles eram muito altos.

- Todo o que conseguir de mim – disse eu, rindo – E vocês, quem são?

- Adrian – disse o moreno.

- Vladimir. – respondeu o outro

- Bem, que tal à outra sala? Lá, entendam, é melhor.

Você deve pensar que eu sou uma vadia doida. Eu sou, e daí? Estava bêbada e com um desejo incontrolável de levá-los até a outra sala. E havia mais uma coisa. Eu tinha que provar que não precisava dele. Havia outros caras, que poderiam me fazer sentir a mesma coisa. Não importava o que eu realmente desejasse; se não fosse capaz de querer outros, eu estaria presa a ele. Pra sempre.

Quando entrei, vi que era melhor ainda do que aparentava por fora. No fundo da sala havia mais uma porta circular que dava para um corredor que terminava com outra porta circular, e assim sucessivamente. Nós caminhamos – na verdade, cambaleamos pelos túneis – durante uns cinco minutos. Até que encontramos a sala perfeita. Ela era similar à sala de entrada, com a pista, embora fosse muito mais apertada. Havia umas poucas pessoas, algumas “trabalhando” e outras observando. Klaus era um dos que observava. Ele era um voyeur.

Isso me fez sorrir. Era bastante engraçado. Não, não era. Mesmo estando com outras pessoas, era Klaus quem meu corpo clamava.

Quinze minutos depois, eu estava apenas de roupa íntima. Os irmãos, agora sem camisa, continuavam mordendo e beijando. Klaus estava sentado em uma poltrona, bebendo seu drinque, sem tirar os olhos de mim.  Observei uma coisa: só havia nós quatro na sala.

Então, Klaus se levantou e foi até os irmãos, afastando-os de mim. Pensei que ele iria mordê-los, mas ele apenas usou sua compulsão. “Vão. Agora.” Ele olhou para mim e me beijou. Carinhosamente. Mas isso não impediu de tirar meu fôlego.

E foi como se eu acordasse. O que eu estava fazendo? Bebida maldita. Aquela não era eu. Aquela não era a Elena que estava apaixonada pelo cara que agora a olhava de um jeito que ela nunca vira antes. Estava errada, afinal de contas; era ele quem eu queria e não havia bebida no mundo que fizesse isso mudar. Eu olhei para baixo e peguei minha roupa, vestindo-a. Isso fez a atenção de Klaus se voltar para o meu corpo. E aquele olhar voltou.

- Me leve para casa – falei.

Ele concordou.

Pra minha surpresa, não estávamos voltando para o hotel. Voltávamos para a casa e isso nos dava duas horas sozinhos no carro. Eu não sabia o que dizer. Mas sabia o que fazer. E, quando ele parou para abastecer e voltou ao carro, eu o beijei. Eu.

Quando chegamos, ele abriu a porta do carro e saiu, exasperado. Eu o segui.

- Conseguiu o que queria? – perguntou ele

- Quê?

- Como eu posso matá-la se nem consigo te tirar da cabeça?! – gritou ele, socando uma árvore.

Isso, meu amigo, eu entendo bem.

- Deve haver algum jeito, Klaus.

- Que jeito? O feitiço é claro: a morte da doppelganger. E se não reparou, você é a única que eu posso matar.

Fui até ele e peguei sua mão.

- Não precisa ser assim.

- É, tem razão, não precisa – disse ele, jogando algo em mim. Um celular. – Quando amanhecer, ligue para alguém vir buscá-la.

- Como assim? Onde você vai?

- Pra onde mais eu posso ir, Elena? Além de longe de você?

- Você não... não pode simplesmente ir embora.

Ele riu, mas era uma risada vazia e seca.

- Não vê? Eu já estraguei tudo. Não me resta mais nada. Sabe, aposto que foi coisa das bruxas... Sentir isso pela garota que eu devo matar.

Naquele momento, eu senti raiva.

- Pare de culpá-las por tudo! – gritei – Isso não tem nada a ver com elas.

- O que você...

- Se você for embora, é por você. Porque eu sei o que quero. Eu amo você.

Era um amor doentio, perigoso e que provavelmente me levaria à morte, mas era amor. Não fazia nenhum bem, mas ele sem dúvida existia.

Klaus olhou para mim e então me beijou. E, enquanto ele fazia isso, eu realmente vi que era o que eu queria. Uma coisa jamais sentida antes, mas que sempre esperara.

Nós entramos na casa e fomos até o quarto dele.

- Elena... – começou ele

Eu pus um dedo em sua boca, calando-o. Não era hora pra isso.

Tirei sua camisa e ele fez o mesmo com meu vestido. Levou-me para a cama e começou a me beijar em todos os locais onde ainda haviam marcas de mordidas dele. Não havia violência. Nós olhávamos um para o outro e eu tive a certeza de que aquilo era o que ele queria também.

Cada toque, cada movimento dele sobre mim faziam meu coração disparar. Uma corrente constante de prazer percorria meu corpo. Não havia som nenhum no quarto, exceto o crepitar da lareira e os nossos suspiros.

Mudamos de posição, e agora ele estava sentado e eu no colo dele. Klaus passava a mão pelo o meu rosto com uma espécie de adoração no dele.

Durante toda a minha vida, eu estive perdida. E não entedia o porquê de meu coração estar tão partido. Agora, com Klaus, tudo fizera sentido. Eu esperara 17 anos por ele. Porém, ele esperara muito mais por mim. Antes dele, eu sentia que meu coração rejeitava o amor de qualquer outro; tudo isso porque alguém já o pertencia.

Tudo o que acontecera à apenas algumas horas atrás, foi apagado de minha mente. Sabia que daqui a muitos anos, essa seria a única parte de que eu me lembraria.

Ele me deitou de novo na cama e dessa vez senti que seria pra valer. Quando ele entrou em mim, preenchendo-me por completo, nós dois suspiramos de prazer. Ele fazia movimentos vagarosos, prolongando aquela noite o máximo possível. Mesmo gemendo e quase perdendo o controle, Klaus às vezes parava e tocava meu rosto. Beijava-me. Ele começou a ir mais rápido, afinal era de carne e osso também. Seus suspiros começaram a ficar mais constantes e, quando chegamos no ápice, enquanto eu só conseguir sussurrar seu nome, ele disse:

- Você não faz ideia do quanto esperei por você.

Lembrei-me de nossa primeira noite juntos. Ele dissera a mesma coisa, mas havia ironia no que dizia. Agora, senti que o que ele dizia era verdade. Eu sorri.

Não há palavras o suficiente para descrever o que eu sentia. Ele fazia dessa noite o mais especial possível – não entendia que era ele o motivo de ela ser especial.

Era bastante complicado e controverso isso, mas acho que esse era o significado de amor.

E, se eu me permitia ter esperanças, arriscaria dizer que ele me amava também.

Como se lesse meus pensamentos, ele olhou para mim, acariciando meu rosto.

- Eu amo você, pequena Elena.


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Notas finais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=EBcbQtsPbSE