Little Red Riding Hood escrita por Susan Salvatore


Capítulo 5
Aspirante à Vampira




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Dor, êxtase e medo; estava dividida entre essas três emoções. Já fazia certo tempo que eu havia acordado; no momento, me encontrava no chão do quarto, sem forças para levantar. Lembranças da noite passada tentavam insistentemente aparecer, apesar de eu bloqueá-las.

Olhei para o lado. Minha blusa estava lá, toda manchada de sangue. Eu não trouxera mais roupas. Com muita dificuldade, consegui vesti-la, mas minha cabeça estava dolorida. Parecia que um caminhão havia me atropelado.

Ok, hora de rever o que aconteceu.

1.         Klaus era um psicopata. Confere.

2.         Ele matou todo mundo do hotel. Também confere.

3.         Ele ia me matar. Confere.

4.         Mudou de ideia e...

Ah, Meu Deus, o que aconteceu?!

Vamos, memória, ajuda.

Certo, ele me mordeu. Nós quase transamos. Mas... não aconteceu. Disso eu sabia. Ele sequer me beijara, não na boca.

Não sabia dizer se eu estava aliviada ou decepcionada com isso. Felizmente, antes de eu me decidir, ele entrou no quarto. E tudo o que eu sentira voltou à tona. Principalmente o medo. Tentei me levantar.

- Nós vamos sair daqui. Se apresse.

Apenas balancei a cabeça. Eu posso até gostar de provocá-lo, mas vira do que ele era capaz, e isso me assustara bastante. Portanto, nada de irritar Klaus.

Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar. Tomei impulso e levantei, ignorando a mão estendida dele. Foi aí que me olhei no espelho. Tudo o que vi foi roxo e vermelho. Eu estava completamente machucada, toda mordida. Não havia uma região sequer que não tivesse a marca dos dentes dele. Levantei a blusa. Além das mordidas, havia marcas de unhas também. E, meu rosto possuía mordidas também, fora o ferimento causado pelo soco dele.

Arfei.

Klaus se aproximou por trás de mim e também me olhou no espelho. Meus olhos ardiam e lágrimas ameaçavam cair. Vi um sorriso se abrir nos lábios dele; então me puxou pelo braço, arrastando-me com o dobro da força que seria necessária.

Quando chegamos ao andar de baixo, vi que não estávamos sozinhos. Havia cerca de quinze pessoas ali. Bem, eu presumia que eram pessoas. Ele abriu a porte de um dos cinco carros que havia ali. Eu recebera uma verdadeira escolta.

Klaus abriu a porta de um dos carros e me jogou dentro do banco de trás. Entrou e sentou no banco do motorista. Só iríamos nós dois naquele carro. Não sabia pra onde estávamos indo e, sinceramente, não importa. Só queria que a maldita noite chegasse logo, pra ele acabar com isso. Deitei-me no banco, sem ligar pra cinto de segurança, e, inevitavelmente chorei enquanto pensava no que os Salvatore estariam fazendo.

Ótimo, eu ainda não havia me decidido.

Mas havia entendido uma coisa. Klaus queria me deixar louca do pior modo possível. Ele iria me aterrorizar e depois faria eu o desejar. O problema era que eu não sabia se seria capaz de resistir.

- Suas feridas estão muito ruins? – perguntou ele, de repente.

- O que você acha? – respondi, virando o rosto.

- Perguntei se elas estão ruins – repetiu ele

- Estão. Feliz agora?

Ele levou o pulso até a boca e o mordeu. Depois, num movimento muito rápido, enfiou o machucado na minha boca. O sangue escorreu. Não era ruim. Na verdade, era muito, muito bom mesmo. Peguei seu pulso e o trouxe até minha boca, desesperada para conseguir mais. Eu gemia enquanto tomava aquilo.

- Ei, vá com calma, pequena Elena. – disse ele, puxando o pulso. Fui tomada por uma sensação parecia com a que eu tinha quando ele me mordia: êxtase. Estava diminuído e sem dúvida não era tão bom, mas com certeza era viciante.

Olhei para baixo, constrangida. E o que vi me surpreendeu. Minhas mãos estavam curadas. Olhei para o espelho do retrovisor; meu rosto estava normal. Dei um pequeno sorriso para Klaus. Talvez eu devesse estar grata, mas algo dizia que não seria a última vez que ele faria isso. E doía, não só fisicamente, mas provocava uma dor estranha no meu peito. Ele não me beijara. Apenas estava sendo o predador que era. Isso me incomodava.

Não estava certo e eu sabia. O cara era um monstro, eu não devia gostar de estar com ele. Mas não podia evitar. A noite passada mudara algo em mim. Não era apenas medo que eu sentia. Meu corpo reagia a ele. Meu cérebro reagia a ele. Mas se eu quisesse que meu coração continuasse reagindo, não podia deixá-lo entrar nele.

- Elena... – chamou ele

- Sim?

- Só faltam vinte dias.

- Bom saber que você está contando. Aliás, deve saber até as horas que faltam.

Ele não falou mais nada.

Esse era o grande problema. As coisas podiam mudar pra mim, mas não para ele. Não havia chances de ele me poupar. Imagino o quanto vou perder. Damon, Stefan, Jeremy, Alaric... Minha família. Eu só espero que Stefan diga a eles o quando eu sinto muito. Jeremy sempre teria a Alaric, eu sabia que ele cuidaria de meu irmão. E Damon e Stefan cuidariam um do outro, como sempre fizeram esses anos todos.

- Você está um pouco mais emotiva agora. É efeito do sangue, não se preocupe, depois passa. Só não morra. Isso traria problemas.

- Vá se foder. – falei.

- Está se candidatando?

- Até parece que você é capaz disso. Teve uma garota quase nua na sua frente e não fez nada.

- Porque eu não queria a garota. Só o sangue dela.

Touché.

Alguém me segure, eu vou matá-lo. Metaforicamente falando.

Uma ideia surgiu.

E se eu virasse uma vampira?

Teria que passar o resto da vida fugindo dele, mas quem se importa? Katherine conseguiu. Enquanto Klaus olhava para frente, eu abri a porta do carro. Está vamos passando por uma ponte. Pulei para fora e olhei para o rio. Subi na ponte e pulei.

Não foi exatamente agradável, mas também não foi aterrorizante. Até eu sentir o choque da água. Ah, aquilo realmente doeu. Era como cair no chão. Ardia. O impulso fez com que eu fosse parar no fundo do rio. Sabia que tinha sangue de vampiro em meu sistema, então não me importei. Deixei que o rio fizesse o que bem queria comigo.

Bem, eu só não contava com uma coisa. Aquilo não era bem um rio, e sim uma cachoeira. E eu estava indo diretamente até a queda.

Eu chegara à beirada. Senti um vento frio seguido de um impacto.

Tudo ficou escuro.

Tchau vida.


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