Little Red Riding Hood escrita por Susan Salvatore


Capítulo 2
Submissão Negada




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Qualquer pessoa normal, no meu lugar, procuraria desesperadamente por uma forma de escapar. Mas eu não podia. Porque, e Klaus sabia que eu tinha consciência disso, se eu fugisse, ele voltaria pra Mystic Falls e mataria cada um que eu conhecia. Ou seja, fugir não era uma opção viável.

Eu podia pedir ajuda, mas para isso teria que fugir dele, o que dava na mesma. Estava sem saída. Era o quinto dia ali. Eu estava assustada, fraca e queria desesperadamente que aquilo tudo fosse um sonho. Mas não era.

Definitivamente, não via solução. Ia ser tudo como ele queria: ia me matar, mas tornaria os meus últimos dias de vida os piores possíveis.


– Querida, eu não imaginava o quanto você é entediante. – falou ele, suspirando.

– Oh, desculpe se eu não estou divertindo-o. É que estar na presença de um assassino psicótico me deixa meio tímida.


Os olhos dele brilharam.


– Você me deu uma ótima ideia. Diversão. – falou, sorrindo.


Oh, Deus.


– Hm, vai sair pra beber? – falei, nervosa.

– Eu já tenho minha bebida bem aqui.

– Não, não faça isso, por favor, não. – disse, histérica. Pulei da cama e me aproximei da janela.

– Por favor? – ele riu – Acha que isso faz alguma diferença pra mim?


Ele estava se aproximando. O medo me consumiu. O problema nem era ser mordida, de fato; o problema era que Klaus tornava aquilo o mais doloroso possível, fora as visões que ele me fazia ter.

– Venha aqui – disse ele, sentando na cama – Agora.


Senti que seria bem pior pra mim desobedecer.


– Por favor – repeti – Não faça aquilo.


Ele me puxou para seu colo, de modo que eu ficasse de frente pra ele. Afastou meu cabelo e acariciou meu pescoço, ainda com as feridas abertas. Ele passou o dedo por elas, quase gentilmente. Então foi para o outro lado.

Eu já tinha sido mordida antes; em situações de emergência ou quando um vampiro do mal me perseguia. Mas aquela mordida foi diferente. Causou um prazer estranho, como se eu ansiasse por aquilo, como se eu fosse feita pra satisfazê-lo. A sensação era tão boa que me fazia suspirar.

Klaus parou de beber, limpou o sangue com a língua e olhou pra mim. Eu ainda estava extasiada. Então, num movimento brusco, mas que não machucou muito, me jogou na parede oposta à cama. Prensou meu corpo contra ela e enlaçou minhas pernas na cintura dele. E continuou a beber meu sangue. Não sabia se aquilo era uma das ilusões dele, mas se era, eu queria muito que ele prosseguisse.

Passei a mão por seus cabelos – e, como comentário adicional, posso dizer que eles eram realmente muito macios – e trouxe sua cabeça pra mais perto. Ele gemeu e mordeu-me mais forte. Descobri o nome pra aquela sensação: submissão. Eu queria que ele me dominasse.

Então ele parou. Olhou pra mim com um olhar de satisfação. E me empurrou pra cama. Então pareceu mudar de ideia.


– Vá dormir, querida. Preciso de mais amanhã. – falou saindo e trancando a porta.


E me deixou lá, com um olhar de incrédula no rosto. Por Deus, o que acabou de acontecer?

Que sensação era aquela? Era como provar uma droga – bem, eu imagino que seja. E o olhar dele, era como se me desejasse. Não queria admitir, mas queria ele continuasse. Ah, eu queria que ele continuasse com aquilo pro resto da vida. A mordida de um original devia ser diferente das outras. Ah, era muito, muito bom.

Elena Gilbert! Que merda é essa?


Nem nos meus sonhos ele me deixava em paz. Eu estava na ponte, perto do cemitério, e não havia um pingo de claridade ali. Eu estava procurando por... alguma coisa. Alguma coisa realmente importante. Essencial. Olhei pra baixo. Eu estava vestida com um vestido de seda vermelho sangue. Falando em sangue, havia várias gotas no chão. Elas caíam do meu pescoço.

Eu não me lembrava do que estava fazendo ali. Sentia-me fraca e queria sair dali, mas algo me impedia. Eu tinha que encontrar aquilo que procurava, era muito importante.

– Procurando por isso? – falou uma voz, com um sotaque conhecido. O dono da voz estava atrás de mim e me entregou uma faca. Ele acariciava o ferimento em meu pescoço, e eu sentia que ele estava rindo do que acontecera ali – Pronta?

– O... o que eu tenho que fazer? – perguntei.

– Você sabe. O que você anseia.

– Ir embora?

– Não, minha querida. Você sabe o que é, no fundo sabe.


Então eu descobri.

Enfiei a faca em mim mesma.



Acordei assustada e suando frio. Estava atormentada física e mentalmente. Pelo visto não podia confiar em mim mesma. Eu queria gritar chorar e, principalmente, queria matá-lo. O plano dele era me deixar louca e ele estava conseguindo. Meu corpo estava todo dolorido, mas continuava ansiando por aqueles dentes.

Já havia passado por aquilo antes. O medo de vampiros. Primeiro com Stefan e depois com Damon. Eles eram monstros e quando vi do que eles eram capazes, quis fugir. Com Klaus, era tudo mil vezes pior, especialmente porque não podia fugir.

Eu até não podia ser paranormal, mas sabia o que significava aquele sonho. E eu não ia deixar isso acontecer.

Porque aquilo era uma mensagem de Klaus. Ela dizia “Você vai se entregar pra mim”.



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