Minha Perdição escrita por Nathália Luiza Potter


Capítulo 22
Atos Falhos e Fraquezas


Notas iniciais do capítulo

Bora Ler!!



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Pov.Astória

Escutar sua voz de novo depois de tanto tempo me deixou totalmente sem chão, mas eu não daria esse gostinho dele ver o quanto estava me afetando, respirei fundo secando as poucas lágrimas que caíram em meu rosto e finalmente me virei assumindo uma expressão dura.

– O que mais você quer que eu escute Malfoy? – perguntei com frieza

– Por favor, entre, explicaremos tudo o que você precisa saber sobre estar aqui – disse com um brilho de esperança no olhar.

– É realmente uma afronta e uma traição todos vocês estarem metidos nisso sabendo por tudo o que estou passando, mais não é surpresa até a onde a persuasão de um Malfoy pode ir – disse desgostosa – Está bem eu entrarei para ouvir mais mentiras se é assim que você quer.

– Antes de tudo quero dizer que a culpa não é de Draco e sim minha,a ideia do jantar de hoje – falou minha irmã entrando na minha frente.

– Não quero saber de quem é a culpa, mas já que mencionou que ela é sua, eu espero que saiba conviver sem falar comigo de agora em diante – disse levantando o nariz – Agora saia da minha frente preciso entrar na Mansão que será minha de agora em diante.

Passei por Dafne e por todos os outros com a cabeça erguida lembrando minuciosamente de tudo o que minha mãe havia ensinado a nós duas desde pequenas, claro que nunca dei ouvidos a essas bobagens, mas agora parecia certo me comportar dessa forma principalmente depois de descobrir a traição de todos os que eu considerava amigos e dele. Todos ficaram bastante surpresos com minha reação afinal o que esperavam que eu me jogasse no chão e chorasse como uma menininha boba.

– Por que está agindo desse jeito? Você não é assim – disse Draco segurando meu braço impedindo minha passagem

– Você não queria uma esposa sangue-puro querido? Aqui está ela, se contente porque de agora em diante agirei assim – segurei seu queixo e pisquei falsa fazendo ele me soltar e entrando logo em seguida na Mansão.

Entrei na Mansão sendo seguida pelos outros, entreguei minha bolsa e meu sobretudo para um elfo que me reverenciou logo em seguida o agradeci e esperei que Draco tomasse a frente para o lugar que todos iriamos conversar, o segui e senti como ele estava tenso, os ombros eretos, os passos duros , suas mãos fechadas e suspiros altos e cansados como se estivesse levando o peso do mundo em suas costas. Resolvi tentar me distrair de sua presença perturbadora e prestar atenção nos sussurros nada discretos atrás de mim.

– Eu não acredito no que ela disse, sabia que ficaria chateada, mas.. – disse Dafne com a voz chorosa.

– Não se preocupe meu amor, quando tudo for esclarecido todos nós voltaremos a nos falar – falou Theo como sempre mimando Daf.

– Ai pare com essa ladainha Daf, está me deixando mais nervosa do que já estou não foi você que recebeu o olhar magoado de Astória eu sinceramente prezo por sua amizade – brigou Pansy – Tudo que fizemos foi pela felicidade desses dois, Blás o que faremos?

– Gente tudo vai dar certo somos muito bons amigos e cupidos, Ma Pettit só está fazendo essa cara de azeda para nos assustar e Draco é um bobão que está cheio de medo dela – me virei dando um olhar cortante para Blásio que engoliu a seco.

– Mais uma palavra e eu te transformarei em um sapo – disse apontando minha varinha para Blásio, quando me virei vi Draco dando passagem para uma espécie de biblioteca.

Entrei observando a imensidão de livros que tinha por toda a sala, com toda a certeza eu iria adorar passar minhas tardes aqui e esquecer da hora, percebi que tudo nessa Mansão era muito escuro, sem vida e isso não me agradou mesmo eu não sendo o arco íris em pessoa também não era só escuridão. Fui direto para a janela que ficava atrás da mesa e parei observando o céu estrelado, não queria ficar próxima a ninguém e o ar da noite me ajudaria a enfrentar essa conversa e o que estava por vir, reparei que Draco veio se sentar na cadeira que ficava próxima a mim era onde os donos da casa costumavam se sentar e eu não iria sair dali por isso o olhei altiva deixando isso bem claro e desviei novamente o olhar para a imensidão do céu.

Pov.Draco

Já estava cansado disso tudo minha vontade era jogar tudo para o alto e agarrar Astória naquele exato momento mesmo que me batesse a faria entender que ela é minha e ponto final, essa noite nem bem começou e já estava sendo um desastre imagina o que me aguardava pelo resto da noite.

– Bom quem irá começar a falar? Estou esperando não tenho todo o tempo do mundo – disse Astória cruzando os braços e arqueando a sobrancelha.

– Caramba Asty você está uma chata sabia? Nunca pensei ver você agindo dessa forma – disse Blás revirando os olhos e indo pegar uma bebida.

– Não se atreva a falar comigo dessa forma, eu estou agindo da maneira que vocês merecem por terem me apunhalado pelas costas – falou exaltada jogando os braços no ar.

– Chega vocês dois, não estamos aqui para brigar e sim traçar e executar o plano de hoje – disse Theo tomando a frente da situação e olhando sério para os dois.

– Tudo bem me contem o que está acontecendo aqui, estou ficando confusa, Pansy poderia falar já que me arrastou até aqui? – Astória se dirigiu a Pansy que estava nervosa.

– O que acontece é que todos já sabemos do que está acontecendo entre você e Draco, da história sobre o casamento arranjado que você escutou da conversa entre a senhora Malfoy e sua mãe e sobre suas desconfianças de que ele tem algo haver com isso – ela falou de uma vez só com os olhos marejados – E por não acreditarmos que Draco esteja envolvido nessa sujeira toda e por queremos ver vocês dois juntos é que tivemos a ideia de fazer um jantar com a família dos dois e confrontá-los sobre toda verdade sobre o casamento.

– Nossos pais estão lá embaixo? – perguntou Astória saindo de perto da janela olhando para a irmã.

– Estão e não desconfiam de nada do que vai acontecer hoje nesse jantar e nem os Malfoy, eu e Draco tivemos a ideia do jantar e do confronto aos nossos pais e Blás disse que poderíamos começar a fazê-los falar tudo com vocês dois dizendo que.. – a voz de Daf morreu no meio do caminho.

– Que não iremos mais nos casar – disse recebendo um olhar incrédulo vindo de Tori – assim eles com toda a certeza ficariam chocados e começariam a se delatar dizendo que deveríamos cumprir um contrato ou o que quer que eles tenham tramado.

– E você acha que eles vão cair nessa nossa armadilha? –perguntou dirigindo a palavra a mim.

– Vocês é claro terão que fingir que estão extremamente felizes e que esse jantar é para falar sobre o casamento, quando todos estiverem sentados vocês anunciam que não iram se casar e aí vemos o que acontece – respondeu Theo animado e ansioso.

– Então Ma Pettit vai participar de toda essa loucura ou não? – perguntou Blás.

Todos esperávamos pela resposta de Astória, que por sua vez foi novamente em direção à janela com uma expressão de pura confusão e receio respirou fundo fechando os olhos, percebi que ela gostava de olhar as estrelas no céu como se elas pudessem lhe dar alguma resposta achei por um momento que talvez ela fosse dizer que iria embora e não participaria de tal confusão mais a resposta dela veio ao contrário do que pensava.

– É claro que vou – se virou sorrindo – Eu quero saber tudo sobre essa história e faço questão de tirar tudo a limpo, não acharam que logo eu perderia uma confusão dessas não é?

– Essa é a Asty que nós amamos – disse Pan sorrindo abertamente.

– Não pensem que eu me esqueci de toda essa mentira que vocês armaram principalmente você Parkinson que inventou que Zabine estava traindo você e por isso iriamos dar um flagra nele está noite – tive que rir do que Asty falou não acredito que Pansy inventou uma história dessas – Me apunhalaram sim logo vocês que eu amo tanto não só como amigos mais como parte da minha família, sabe o que vocês são? – perguntou com lágrimas escorrendo pelo rosto.

– Uns cretinos, idiotas, trasgos que só fazem besteiras, mas que me amam muito e a Draco também para querer nos ver bem, felizes e juntos e por isso eu os perdoo de todo o coração – terminou abrindo os braços e logo sendo abraçada por Pan e Daf seguidas de Theo e Blás.

– Fala sério Pansy não poderia ter inventado uma história melhor do que eu estar te traindo, Merlin sabe o quanto ando me comportando bem – reclamou Blásio – E ainda arrastar Astória com essa história maluca, quando vai entender que eu te amo mulher?

– Meu amor não acredito que tive que inventar toda essa história para que você pudesse se declarar pra mim – disse Pansy pulando nos braços de Blás – Você deveria dizer que me ama mais vezes sabia?

– Eu te amo e quero você para sempre maluca – sorri feliz em saber que meus melhores amigos estavam felizes.

– Você perdoou todos mais e eu não mereço que me dê uma chance? – perguntei diretamente a Astória que estava distraída com o casal.

– Gente vamos deixar os dois conversarem mais a vontade – Dafne chamou a atenção de todos – Esperamos vocês lá em baixo já com tudo ensaiado combinado?

Assentimos mutuamente em resposta e observamos nossos amigos saírem da biblioteca, Astória se afastou ainda mais de mim e um clima de silêncio se instaurou no ar nos deixando ainda mais desconfortáveis, me levantei a fim de continuar a conversa mais ela foi mais rápida.

– De todas as pessoas que eu posso oferecer uma chance você é o único que eu não consigo – disse com um pesar na voz.

– Por quê? Eu estou pedindo, ou melhor, implorando que me de a chance de te fazer feliz, mesmo eu não tendo nada haver com esse plano eu poderia me ajoelhar aos seus pés e pedir perdão por algo que nem fiz – Já estava cansado de argumentar com Tori e por isso tomei uma decisão – Eu não vou aguentar sua indiferença, por isso independente do que for falado hoje eu libero você, não precisa se casar comigo.

– E você estaria disposto a quebrar as cláusulas do contrato mesmo sem saber quais seriam as consequências? – Astória me perguntou estreitando os olhos.

– Não me importo com o que acontecer, já fui covarde o bastante para uma vida inteira, dessa vez não hesitarei – terminei massageando a testa e indo em direção a porta – Vamos, todos já devem estar nos esperando.

– Eu amo você é por isso que é tão difícil perdoar que tenha feito algo tão sujo assim – disse Astória chorando – Você foi o único que conseguiu chegar tão profundo no meu coração e me desarmou como nenhum outro, por isso eu te darei uma chance e serei a melhor esposa do mundo se você não tiver nenhum envolvimento nessa história.

Diminui a distância entre nós dois e a beijei intensamente a levantando pela cintura colocando- a sentada na mesa da biblioteca estávamos colocando todos os nossos sentimentos de amor, frustração, nossos medos e todas as mentiras em que estávamos metidos, infelizmente o ar se fez necessário terminei nosso beijo com um selinho encostando nossas testas.

Pov.Astória

Não estava acreditando que tinha me declarado para Draco, depois de tudo o que nós estamos sofrendo eu tomei coragem e me libertei foi como se eu tirasse um peso enorme do meu coração e que enfim talvez pudesse ser feliz, claro que a pior parte estava por vir enfrentar nossos pais, saber de toda a verdade isso tudo ainda esta noite por hora pelo menos queria estar nos braços dele e sentir como se nada pudesse nos atingir.

– Eu amo você mais do que minha própria vida – Draco disse sorrindo, uma lágrima escapou dos meus olhos.

– Vou confiar em você, mas quando chegar a hora eu espero que não tenha me enganado e que apenas seja uma trama dos nossos pais – disse limpando as últimas lágrimas e ficando de pé.

– Não vou te decepcionar – ele garantiu- Vamos já devem saber que está aqui e precisamos acabar logo com isso.

Concordei dando a mão a ele que sorriu foi em direção à porta abrindo – a, logo estávamos voltando pelo mesmo caminho que fizemos para chegar aqui. Devo admitir que estou muito nervosa nunca conheci pessoalmente a Família Malfoy tentei por uma grande ironia do destino lembrar de tudo que minha mãe ensinou sobre como me portar perante a família de seu noivo, claro que não me lembrava de nada mas de todos quem me dava mais medo era Narcisa Malfoy antes de todo o sobrenome herdado pelo marido ela é uma Black, tentei espantar todas as preocupações da cabeça eu deveria ser eu mesma eles é que deveriam me tratar com respeito e que Merlin me ajude se eles começarem com a política deles de sangues puros já me bastava escutar isso em casa aqui também não vou aguentar.

Estávamos próximos da sala de estar onde todos estavam conversando, pois escutávamos as vozes de todos principalmente da minha mãe, eu conseguia distinguir o quanto ela elogiava a mansão, o quanto ela falava de mim e do quanto Draco e eu estamos demorando, antes de colocar o pé na sala e enfrentar as feras nos olhamos profundamente e no olhar dele pude ver o quanto estava nervoso, apreensivo, com medo, julgo dizer que até transmitia amor por mim, respirei fundo o beijando e sussurrando em seu ouvido que daria tudo certo, estava na hora entramos na sala e toda a conversa se dissipou.

– Boa Noite a todos – disse com um meio sorriso.

– Asty querida que demora foi essa de vocês, achei que tinham se esquecido de nós – minha mãe falou não perdendo a oportunidade de alfinetar, a pesar de tudo estava com saudades dela.

– Desculpem por fazer vocês esperarem, precisava conversar com Astória a culpa foi toda minha – Draco se desculpou indo em direção aos pais.

– Astória, quero que conheça meus pais Narcisa e Lucius – fui até Draco e seus pais.

– É um prazer conhecer os senhores – estendi a mão ao Sr°Malfoy que a apertou me dando um sorriso de canto bem característico de Draco e quando fui estender a mão a Sr°a Malfoy ela me surpreendeu com um abraço.

– Me desculpe pelo abraço querida é que me pareceu tão formal apertar a mão de alguém que vai entrar para nossa família – disse sorrindo abertamente para mim.

– Não se preocupe não tem nada que se desculpar fico feliz em ser bem recebida pelos dois – agradeci sorrindo aliviada por gostarem de mim.

– Querido quero que conheça meus pais também, vamos? – sorri me lembrando de que estamos ali para encenar.

– Claro estou ansioso – Draco percebeu minha intenção e apertou minha mão.

– Draco estes são os meus pais Nora e Ricardo – disse os apresentando.

– É um prazer conhecer vocês – estende a mão para meu pai e sorri galante para minha mãe.

– Estava bastante ansiosa para conhecer meu futuro genro, já ouvimos tanto falar sobre você – disse minha mãe ácida e perspicaz – Afinal teremos que ver se você merece minha filha.

Surpreendi-me com o que minha mãe falou, parecia que estava preocupada com o meu bem estar que gostaria de estar segura sobre a pessoa a quem eles estavam me entregando, claro que isso tudo é parte do plano deles para disfarçar afinal eu já tinha sido entregue as cobras. Narcisa chamou todos para ir à mesa o jantar estava servido é agora que nosso plano seria posto em pratica, nos dirigimos até a sala de jantar cada homem puxando a cadeira para seu respectivo par, Lucius sentou na cabeceira da mesa e Narcisa em seu lado direito, Draco sentou a esquerda do pai me colocando ao seu lado fiquei de frente para Blásio definitivamente foi o melhor lugar que já me puseram quando olhava para ele sentia confiança era como um irmão que me dava apoio apenas com o olhar.

Narcisa balançou um sino que tinha ao seu lado e rapidamente vários elfos entraram vindos da cozinha com bandejas para nos servir sem nenhum mínimo erro, estávamos aproveitando o jantar a uns 40 minutos e as conversar se tornavam amenas e fluíam muito bem como se todos ali já fossem velhos amigos, Draco apertou minha perna por baixo da mesa como um sinal de que estava na hora, olhei para todos os nossos amigos e minha irmã os “informei” que o jogo ia começar.

– Com Licença, gostaria que todos erguessem suas taças para brindar ao anúncio que Astória e eu temos a fazer – levantou chamando a atenção de todos para ele – Amor, por favor, poderia se levantar – pegou em minha mão me auxiliando nessa tarefa, sabia que Draco estava me chamando de amor para deixar todos exultantes e ansiosos com a notícia.

– Bom gostaríamos de anunciar que não haverá mais casamento algum, conversamos bastante e percebemos que seremos amigos a partir de agora – Draco disse com um belo sorriso direcionado a mim – Um brinde a nossa felicidade – sorri abertamente batendo minha taça com a de Draco e logo depois com todos os nossos amigos que nos parabenizavam, olhei disfarçadamente para nossos pais que se encontravam pasmos como se tivessem sido atropelados por hipogrifos.

– Mais que porcaria está acontecendo aqui posso saber? – O pai de Draco se levantou batendo na mesa calando a todos nós.

– Acho que fomos bastante claros Sr°Malfoy, decidimos esquecer toda essa história de nos casarmos e sermos apenas amigos – disse transparecendo calma mas no fundo me contorcendo de risos.

– Vocês não estavam tão certos dessa união minha filha, o que fez vocês mudarem de ideia? – perguntou meu pai pálido suando frio.

– Ora papai a verdade é que mal nos conhecemos como poderíamos pensar em casar se o mais importante de tudo é que não nos amamos – disse como se estivesse falando o óbvio – Acredito que nos precipitamos.

– Lá vem você com essa história de amor de novo, quantas vezes eu tenho que repetir Astória que amor não enche barriga de ninguém – minha mãe levantou da mesa e começou a andar de um lado para o outro – Um casamento para dar certo precisa haver interesses e depois os sentimentos.

– Você e eu temos opiniões bastante diferentes sobre o significa amor e casamento – me exaltei massageando as têmporas – Sempre com essa mania de dizer o que Dafne e eu temos que fazer como nos portar, nos obrigando a fazer coisas que não queremos, e se fazemos algo que saia do seu plano perfeito passa por cima de nós eu me pergunto se você também já teve que passar por isso.

– Astória para já de falar com sua mãe dessa maneira, não estamos em casa e você deve a ela respeito – meu pai me repreendeu defendendo ela, eles se amavam eu sabia a maneira deles e por isso era tão difícil aceitar o que faziam conosco.

– A deixe Ricardo, vocês dois querendo ou não iram cumprir a droga do contrato caso contrário todos nós iremos morrer – minha mãe disse séria encarando Draco e a mim – Fizemos um voto perpétuo para nos assegurar da união de vocês.

– Nora combinamos que depois deles mesmos terem se conhecido e decidido se casar não contaríamos a verdade em hipótese alguma – Narcisa disse exasperada.

– Infelizmente dada às circunstancias Nora está certa em revelar tudo para eles – Lucius disse voltando a se sentar – Quem vai contar?

Nossos pais voltaram a se sentar se entreolhando nervosos, passei o olho em nossos amigos, Blásio e Theo pareciam bastante contentes em ver que o plano corria como o esperado assim como Draco que me pedia para sentar, já Pansy e Dafne compartilhavam do meu sofrimento e choque com o que havia sido dito e nós três sabíamos que ainda viriam muitas mais revelações essa noite e algo me dizia que nada boas.

– Agora quem exige explicações somos nós, que contrato foi esse? Que merda é essa de voto perpétuo? – perguntou Draco colocando toda sua frustração para fora.

– Olha a boca mocinho, não foram esses os modos que eu te dei – Narcisa ralhou carrancuda com Draco.

– Chega – gritei calando a todos – Dá para algum de vocês abrirem logo a boca? – todos me olhavam assustados pela minha reação.

– Bom eu começo, quando se tem duas filhas e um mundo bruxo sendo corrompido pela mistura com os trouxas temos que tomar medidas drásticas para que nossa linhagem não fique impura e que o sobrenome não perca sua força, sua mãe e eu queríamos o que tivesse de melhor para vocês duas e o melhor para Dafne e você era que se casassem com jovens puros sangues de famílias tradicionais e então como não só nós tínhamos essa preocupação outros bruxos também a tinham e foi assim que escolhemos para vocês a Família Malfoy e Nott – pela primeira vez vi meu pai falando tanto sem estar influenciado por minha mãe – A medida que as duas foram crescendo eu percebi que você e sua irmã eram totalmente diferentes, enquanto Dafne concordava em nos obedecer em tudo, você era a questionadora a que sempre queria o porque das coisas e foi aí que eu percebi que você seria a mais difícil de aceitar tudo isso – vi nos olhos do meu pai que ele não conseguia mais continuar a falar, parecia extremamente envergonhado do que fizeram.

– Por isso o acordo com Dafne foi feito quando ela já estava maior, ela quer essa vida, sempre quis casar e ter filhos independente de como iria conseguir e quando ela nos disse que estava apaixonada por Theodore simplesmente pulamos de alegria, não precisamos nos esforçar para fazer acontecer e então firmamos o contrato em troca deles nos ajudarem financeiramente, sempre fomos ricos mas com a possível ascensão do Lord das Trevas e a guerra ficamos quebrados por não apoiarmos lado algum, claro que foi apenas uma injeção de capital e já devolvemos o dinheiro por fim estamos nos reerguendo aos poucos, só que você saiu de mim e eu a conheço com a palma da minha mão sabia que seria mais difícil te convencer de participar de algo assim então deixamos você pensar que suas desobediências e impulsos nos fazia tardar toda a história sobre casamento quando na verdade o contrato já estava pronto desde quando você tinha 12 anos – olhei incrédula para minha mãe que tinha dado uma pausa no relato como eles podiam ter feito isso comigo.

– Como escolheram a família Malfoy? – perguntei com a voz rouca pelas lágrimas que tentava segurar.

– Na época Draco tinha 14 anos era um adolescente que não se preocupava com o futuro mais nós pensávamos em algo para salva-lo caso o Lord perdesse a guerra que estava por vir e quem o apoiasse viesse a cair em desgraça nada passava pela nossa cabeça até que nós chegamos a conclusão que ele deveria se casar com alguém de sangue puro, que tivesse muito prestigio e força no ministério e na sociedade bruxa, casamentos por contrato eram algo que faziam muito na nossa época e por isso escolhemos o que achamos melhor – Narcisa falava como se tudo o que tivesse dito fosse desculpa para tudo o que fizeram.

– Além de influência no ministério eu também tinha alguns negócios em algumas empresas e uma delas era a dos Greengrass, queríamos a todo custo proteger Draco e eu acabei comentando com Ricardo sobre isso e ele disse que poderia me ajudar casando uma de suas filhas com Draco, pensamos na possibilidade de ser Dafne afinal os dois tem a mesma idade, eram da mesma casa e já se conheciam não seria difícil para nenhum dos dois quando chegasse a hora, mas Nora nos disse que seria melhor para Draco que fosse Astória então nós concordamos e montamos o contrato que foi assinado por nós quatro e Draco – Lucius terminou de falar olhando para o filho.

– Você disse que não tinha participação alguma nisso tudo, não sabia o que eles planejavam – esbravejei não segurando mais as lágrimas – Como pode mentir descaradamente e me fazer acreditar em você? – observei Draco bagunçar os cabelos e ficar calado.

– Tenha decência de ser homem o suficiente para dizer a minha filha que também participou disso tudo e não jogar a culpa para nós – minha mãe se levantou apontando o dedo para Draco que permanecia quieto.

– Cara você realmente tem alguma coisa a ver com isso? Porque nunca falou nada? Ninguém se esquece de dizer que está noivo – Blás perguntou a Draco confuso, Pansy ao seu lado também mostrava nítida raiva por não saber disso.

– Estamos esperando você responder o porquê fez todos acreditarem na sua inocência quando era tão culpado quanto eles – Dafne indagou com seriedade.

Uma bolha de silencio se instaurou na sala de jantar, todos nós olhávamos para ele esperando que dissesse algo em sua defesa, eu esperava que ele desmentisse tudo isso sabia que não aguentaria se ele realmente tivesse me enganado da maneira mais fria que um ser humano pode fazer.

– Eu sabia, eu assinei o contrato – Draco respondeu olhando para mim segurando lágrimas que com toda a certeza eram falsas.

Naquele momento eu perdi o chão, eu já não conseguia escutar todas as conversas e alvoroços que tinham se dado depois da revelação, senti meu rosto ser inundado por todas as lágrimas que eu havia segurado até então, olhei para minha irmã desolada ela estendeu por cima da mesa sua mão em sinal de conforto, a peguei como se minha vida dependesse disso tentei controlar minhas emoções e agir friamente.

– Não se preocupem ninguém irá morrer, faremos tudo o que está no contrato, só não espere que eu perdoe você teremos que conviver e isso já nos basta – terminei me levantando da mesa para ir embora.

– Astória – Narcisa me chamou – Vamos conversar.

– Receio que não temos nada o que falar Sr°a Malfoy acho que perderemos nosso tempo tentando ser o que não somos, isso não vai nos levar a nada – me virei tentando sair logo do campo de visão de todos.

– Eu disse agora – falou em tom rude passando por mim para que eu a seguisse.

Abri a boca incrédula quem ela pensa eu sou para ordenar algo como se eu fosse um de seus elfos, olhei para minha mãe, Pansy e Dafne e todas elas menearam a cabeça dizendo para seguir Narcisa, é pelo jeito a conversa vai ser longa e nenhum pouco agradável.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem!!
Adiei a conversa delas por querer fazer um capítulo bem específico disso.



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