Meu Eterno Bebê escrita por Kashley


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olááááá meus amores! Primeiro de tudo: FELIZ ANO NOVO! Que todos os seus desejos se realizem nesse ano que começou! ♥
Então, vamos lá para mais um capítulo de MEB! Eu achei esse capítulo o melhor até agora, tava muito inspirada. Boa leitura!



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Edward Cullen

Eu acho que uma semana nunca demorou tanto para passar. E ainda faltavam hoje e amanhã. Foram cinco dias torturantes, em que o único torturado foi eu, óbvio. Tive o cuidado de ir caçar todos os dias, para que nenhum acidente acontecesse. Mas eu estava mesmo decidido a ir embora, não era porque eu me acostumei um pouco com o cheiro da criança que me daria motivos pra ficar.

Eu acho que nunca minha família esteve tão feliz. Eu podia ler na mente de cada um a felicidade que aquela criança dava a eles.

Mas além da felicidade, ela também dava trabalho. Eles queriam o quê? É uma criança, não um animal de estimação! Aqui está um breve exemplo do que aconteceu na semana mais turbulenta da minha vida.

Primeiro dia:

Esme teve que mudar do turno da manhã para a tarde da empresa onde trabalhava como decoradora para poder ficar cuidando da criança de manhã, pois nós íamos à escola e Carlisle ia para o hospital.

Rosalie e Alice foram ao shopping comprar tudo que a criança precisava, pois ela só tinha a roupa que estava nela. Se eu bem conhecia aquelas duas, deviam ter comprado as lojas infantis inteiras.

E ainda deixaram a criatura nos cuidados do Emmett e do Jasper. No Jasper eu até confiava, mas no Emmett... É muita loucura. Eu estava trancado no meu quarto, obviamente, lendo um livro. Tentado ficar o mais longe possível do cheiro da criança. Eu não estava obtendo muito sucesso, pois aquele cheiro já havia sido espalhado pela casa toda. Meus dois irmãos estavam lá embaixo, na sala, cuidando da Isabella.

– Bellinha, diz o nome do titio Emmett, diz!

– Emmett, ela só tem uma semana de vida.

– E o que é que tem?

– Ela nunca vai falar o seu nome com uma semana de vida.

– Mas, cara, ontem eu ouvi ela falando. Ela disse “gu”. Ela pode muito bem dizer “Em-me-tt” agora, nem é tão diferente!

Será que na hora da transformação, o veneno torrou os neurônios dele? Pensou Jasper, me fazendo prender o riso.

Logo, pudemos ouvir um chorinho fino e agudo preencher a casa. Ótimo, agora meus irmão imbecis fizeram a criança começar a chorar! Adeus, silêncio e sossego.

– Parabéns, Emmett, você conseguiu a fazer chorar! - disse Jasper, irritado. Pela mente do Emmett, o vi pegando a criança no colo e a embalando, totalmente sem jeito. Ela chorou mais ainda.

– O que eu fiz, Jasper? Será que ela está com fome?

– Ela provavelmente se assustou com essa cara feia que você tem! - disse Jasper, fazendo Emmett bufar, irritado.

– Jasper, eu acho que o comentário do Emmett faz sentido. Essa criança não come nada desde... Sei lá quando. - disse, me intrometendo. Eu só queria que o choro acabasse de uma vez por todas.

– Jasper, será que ela gosta de manga? Tem uma árvore aqui perto que dá manga! - disse Emmett, me fazendo revirar os olhos.

– Você tá tirando com a minha cara, né? Cara, ela por acaso tem dentes? Como ela vai comer manga?

– O que nós vamos dar pra ela comer, então? - perguntou Emmett, confuso. Esse aí bateu a cabeça demais quando era humano ainda.

– O que as crianças tomam? Leite, Emmett, leite! - disse Jasper, fazendo meu irmão burro soltar um “Ahhhh” surpreso. - Agora vê se faz uma coisa que preste, vá ao supermercado e compre leite. Mas não leite normal, crianças não podem tomar leite normal, compre leite em pó. E uma mamadeira também.

– Ok! Viu, Bellinha? O titio Emmett já vai trazer comida pra você!

– Jasper, com a burrice do Emmett ele provavelmente vai trazer açúcar ao invés de leite em pó. - eu disse. Jasper pensou por um tempo e viu que a minha afirmativa fazia total sentido.

– Vai você então, Edward! - disse Emmett.

– É, Edward! Vai você, é nossa única esperança! Eu não posso deixar a Bella sozinha com Emmett, ele provavelmente vai colocar fogo nela!

– Dá pra vocês pararem de falar como se eu não estivesse aqui?

Eu estava pronto pra negar quando lembrei que se eu fosse até o mercado, eu pelo menos poderia respirar ar puro por um tempo.

– Ok, volto em dez minutos.

Fui à garagem pegar meu carro e me direcionei à cidade. Rapidamente cheguei a um mercadinho onde comprei o tal leite em pó, a mamadeira e uma chupeta, com aquele choro todo eles iam precisar.

Edward Cullen, comprando mamadeira e chupeta? Não vai me dizer que ele engravidou alguma garota? Não, deve ser só uma irmã... Espero. Pensou alguém. Me viro e vejo Rachel Bell, uma garota da escola que já havia dado em cima de mim umas... Incontáveis vezes.

Será que ele está comprando tudo isso pra um filho? Tão jovem... E tão bonito, um desperdício. Os pensamentos da moça do caixa chegaram até mim, uma mulher que aparentava uns vinte e poucos anos. Paguei o que eu comprei e saí dali antes que mais pensamentos enchessem a minha cabeça.

Rapidamente cheguei em casa e o choro ainda atormentava meus irmãos.

– Edward, pelo amor de Deus, faz esse leite logo! - Disse Jasper, desesperado com o choro da criança.

– Faz você. - rebati.

– Então você segura a Bella.

– Estou indo para a cozinha.

Fiz o tal leite e dei pro Emmett dar ao Jasper, eu não ia ficar tão perto daquela criança. Subi as escadas quase voando e me enfiei no meu quarto novamente.

Segundo dia:

– Coisa querida da maninha, por que você não para de chorar? - perguntou Alice aflita, pra criança que berrava incansavelmente.

– O que você te, Bellinha? Está com frio? Com fome? Alice, será que ela não está doente? Acho melhor pedir para Carlisle examiná-la. Não é normal uma criança chorar tanto assim! - Rosalie era outra que estava totalmente desesperada, corria pra todo lado sem saber o que fazer.

Aquela criatura só podia ter um fôlego incrível. Fazia três horas que nós havíamos chegado da escola e ela não parou de chorar por um minuto sequer. E também devia ter um megafone no lugar das cordas vocais, tão alto eram os seus berros.

Adeus minha vida calma e serena.

– Cara, essa criança não cansa, não? O que será que ela quer? - ouvi Emmett perguntar ao Jasper lá no andar de baixo, na sala. Óbvio que eu estava trancado no meu quarto. Os dois estavam vendo um jogo de baseball na televisão, ou pelo menos tentavam.

– Eu já disse, Emmett, ela ficou muito traumatizada de ter visto sua cara feia. - disse Jasper, fazendo Emmett se emburrar e ir para o quarto.

Alice continuava tentando acalmar Isabella no seu novo quarto. As loucas das minhas irmãs compraram berço, cadeira de balanço, milhares enfeites de criança para o quarto e incontáveis peças de roupas. Com a ajuda de Esme, elas decoraram todo o quarto na noite passada.

Edward, você não consegue ler na mente dela o que ela quer? Por favor! Pensou, ou melhor, berrou mentalmente Alice, no auge do seu desespero. Fui tentar fazer o que Alice pediu.

Silêncio.

Tentei de novo, me concentrando mais.

Novamente, silêncio.

Será que por ela ser criança, ela não pensa nada? Qual outra explicação para eu não poder ler sua mente, então? Eu nunca tinha tentado ler a mente de um bebê, vai ver a explicação era essa, não posso ler a mente de bebês.

E então, Edward? Perguntou mentalmente Alice.

– Nada, Alice. A mente dela é um total silêncio. Vai ver eu não posso ler a mente de bebês. - disse, tentando convencer isso a mim mesmo. Será que o meu poder tinha falhas?

Quarto dia:

Alice havia feito uma escala para cada dia da semana, para que todos nós pudéssemos colocar Isabella pra dormir. Eu, obviamente, me retirei o mais rápido possível, provocando uma ira na baixinha por destruir seu plano perfeito, porque nos éramos sete e a semana tem sete dias e que era perfeito, e blábláblá. Eu continuei negando até ela concordar, dizendo que até o meu dia, que ficou por último, eu iria querer pôr Isabella pra dormir. Bufei, achando aquilo impossível.

Nos dias passados haviam ido Rosalie, Carlisle e Esme. E hoje era o dia do... Emmett.

Bem, pôr pra dormir não significava somente pôr pra dormir; tinha que dar banho, colocar a fralda, vestir, dar mamadeira e fazer dormir. Emmett estava super animado quando pegou a criança (que hoje milagrosamente, nem chorou tanto) no colo e foi em direção ao seu quarto para começar a dar banho nela. Rosalie insistiu para ir ajudá-lo, mas o Emmett, cabeça dura como ele é, recusou a ajuda dizendo que poderia fazer aquilo sozinho.

Mas eu não perderia essa por nada! Fiquei de olho na mente do Emmett para ver o que ele ia aprontar.

Emmett, surpreendendo a mim, deu um banho decente na criança. Pelo menos ele não a afogou. Agora era hora de colocar a fralda.

Meu irmão cabeça oca pegou a fralda, abriu-a e ficou analisando em que posição ficava na criança. Prendi o riso, achando aquilo tudo uma comédia. Umas dez tentativas depois, ele entendeu como deveria ficar e tentou colocar a fralda na criaturinha. Isso mesmo, tentou, porque a criança não parava quieta e ele não conseguia fechar a fralda de jeito nenhum. Eu não aguentei e dei uma sonora gargalhada, que obviamente chamou a atenção do Emmett.

– Edward, cala a boca! Você ri porque não é você! - brigou Emmett, finalmente conseguindo fechar um lado da fralda. Ele sorriu orgulhoso do seu feito. Quando foi fechar o outro lado, o lado que já estava fechado se abriu, fazendo meu irmão dar um sonoro tapa na testa. Eu não pude segurar a risada, provocando resmungos de insatisfação na anta disfarçada de vampiro.

Ele ficou naquele fecha e abre por uns dois minutos, até que conseguiu finalmente fechar a fralda da Bella.

Eu disse Bella? Não, não, eu quis dizer Isabella! Esses apelidos pegam.

Emmett vestiu a criança com uma roupa que já estava separada e se sentou na cadeira de balanço para dar a mamadeira, que já estava pronta. Depois disso foi tudo normal, ele conseguiu fazer a criança dormir depois de muito embalar e embalar.

– Viu, gente? Nem foi tão difícil assim! Eu sou o cara! - chegou ele, todo se gabando na sala. Alice e Jasper haviam saído para caçar, então estavam apenas Carlisle, Esme e Rose.

Bastou ele falar a última palavra para ouvirmos um choro preenchendo a nossa casa.

– É, Emmett. Agora o cara vai ter que ir lá fazer o bebê parar de chorar. - disse Rose, divertida, fazendo Carlisle e Esme rirem.

– Droga! - resmungou Emmett, indo em direção ao quarto do bebê chorão.

(...)

É, deu pra entender que foram dias conturbados.

Agora estávamos somente eu e Alice em casa. Nossos pais estavam trabalhando e os outros foram caçar. Alice brincava com a criatura no chão da sala e eu estava mais uma vez trancado no meu quarto. Eu só saía dele para ir à escola e caçar, e só. Não demorou muito para que eu pudesse ouvir o choro da criança lá embaixo.

– Oh, meu Deus, o que você tem, hein? - perguntou Alice, visivelmente cansada. Ela simplesmente não sabia o que a criatura queria, e isso a deixava angustiada.

– Edward, venha aqui segurá-la, por favor. Eu tenho que fazer a mamadeira da Bella. - disse Alice. Estaquei. Eu achei que ela já havia entendido que eu nunca iria chegar muito perto daquela criança! Tudo bem que eu até já conseguia respirar dentro de casa, mas no meu quarto! E mesmo tão longe, aquele cheiro ainda fazia minha garganta arder terrivelmente. Eu já estava razoavelmente acostumado com a queimação

– Alice, você sabe que eu não pos...

– Edward, será que dá pra você deixar de ser covarde e vir aqui na sala, por favor? - ela disse, irritada. Suas palavras me chocaram. Todos os argumentos utilizados antes por ela haviam sido em vão, mas esse me fez pensar em ir até a sala e segurar aquela criança, o quão fraco eu estava sendo. A coisa que eu mais odiava era a covardia. Eu não queria ser nenhum covarde, alguém que nunca faz nada com medo de errar, com medo de não conseguir. E foi com esse pensamento que eu tranquei minha respiração e desci as escadas em direção a sala. Cheguei lá e Isabella continuava berrando nos braços de Alice, sentada no chão com diversos brinquedos em volta. Sentei em frente a ela, sem olhar a criança nos seus braços, e posicionei meus braços para que ela pudesse colocar Isabella ali. Senti quando ela a colocou sobre eles e se levantou.

– Não vou demorar, são só dois minutinhos. - disse Alice. Eu pude sentir a presença de um o sorriso nela enquanto falava.

Um minuto. Dois minutos. Três minutos. Quatro minutos. Quanto tempo demora pra preparar uma mamadeira, meu Deus? Eu estava tão concentrado olhando para frente e cronometrando o tempo da baixinha fazer o leite que nem percebi que o bebê em meus braços não chorava mais. De repente, senti algo quentinho e macio tocar minha bochecha, algo bem pequenino, me surpreendendo. Uma mãozinha. Desgrudei meus olhos que olhavam fixamente para frente e pela primeira vez, visualizei Isabella.

Sua pele estava vermelha de tanto chorar. Lágrimas quase secas marcavam seu rosto. Sua boquinha bem formada, com lábios naturalmente rosadinhos, narizinho arrebitado. Poucos e delicados fios de cabelo castanho na sua cabecinha. Seus olhos marrons como chocolate derretido me estudavam, e se fosse possível, eu poderia jurar que vi confusão expresso neles. Sua mãozinha quentinha e totalmente aconchegante continuava na minha bochecha, afagando-a, passando uma corrente elétrica pelo meu corpo, que não sentia calor humano há muito tempo.

Seria capaz um coração morto voltar a bater? Pois eu jurava que podia sentir meu coração batendo com aquele calor que a mãozinha de Isabella passava.

E, do nada, como se eu já não estivesse o bastante encantado com aquela criança, ela riu, diretamente para mim. Um riso gostoso, sem dentes, mostrando apenas sua gengivinha, fazendo seus olhinhos brilharem. Foi impossível não devolver seu sorriso. Eu me sentia totalmente deslumbrado. Encantado. Era surreal.

Alice obviamente escutando o riso de Bella veio correndo até a sala.

– Isso foi um... riso? Ela riu pra você? Espera aí, ela não está mais chorando? Você fica por cinco minutos com ela e ela simplesmente para de chorar? - Alice estava totalmente confusa se fazendo perguntas. Em choque eu acho que é uma definição melhor. A baixinha ficou alguns segundos em silêncio e logo depois arfou, surpresa. Ela devia ter tido uma visão.

– Oh, meu Deus. Oh, meu Deus. Oh. Meu. Deus. - repetia Alice, mas eu não prestava atenção. Eu só conseguia sorrir para a criança nos meus braços e sentir sua mãozinha ainda na minha bochecha. Pude ouvir Alice dar uma sonora risada.

Você vai ficar, não é? Ela pensou. Eu, não querendo quebrar o sorriso que dava para o bebê em meus braços, apenas assenti com a cabeça.

Porque no momento em que eu olhei naqueles olhos chocolates pela primeira vez, eu soube. Eu nunca seria capaz, eu nunca teria forças o suficiente para me distanciar deles.



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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou super mega grande! E aí, gostaram? Comentem! E, se possível, poderiam recomendar a fic? :B beijos e até o próximo cap!