Meu Eterno Bebê escrita por Kashley


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOIIIIII GENTEEEEEEEEEE!!!! NÃO É ALUCINAÇÃO, NÃO É FANTASMA, NÃO É ESPÍRITO, EU VOLTEI MESMO!!!!
Ai meu amores, sério mesmo, eu acho que nunca vou parar de me desculpar com vocês. Eu fiquei quase dois meses sem postar capítulo, sem dar notícia nenhuma... Eu achando que a faculdade ia ser fácil e que daria tempo de escrever, doce engano o meu! Mal me sobra uns vinte minutos por dia. O único dia que eu consigo escrever mais tempo é no domingo, dia de semana só se eu for deitar de madrugada. Mas hoje eu to aqui, às 00:50 pra postar pra vocês. Quero agradecer infinitamente as meninas que não desistiram de mim e que continuaram comentando a fic. Eu só tive forças pra escrever por vocês, tá? Bem, como a espera foi longa, esse capítulo tá MEGA ULTRA HIPER ENORME, eu acho que é o maior que eu já escrevi. AVISO IMPORTANTE: não recomendado para leitoras diabéticas, pois esse capítulo está a base de mel, açúcar e leite condensado, resumindo, MELAÇÃO. Ah, e desculpem os erros, mas eu tava tão ansiosa pra postar que nem deu tempo de revisar hahaha, espero que gostem, BOA LEITURA!!!



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No capítulo anterior...

– Sabe Bella, eu sempre notei que desde sempre você chama a todos nós de irmãos, menos Edward. Você nunca o viu como um irmão, e eu garanto que ele nunca te viu como uma irmã também.

– Rose, faça-me rir. - eu disse, totalmente descrente das suas palavras.

– Ok, talvez o tempo te mostre isso. Mas vamos voltar para a festa?

– Vamos. E vocês duas, - disse, apontando para elas com o dedo. - boca fechada! E nem sequer pensem no que nós conversamos.

– Bella, e nós alguma vez já fizemos algo contra a sua vontade? - Alice disse, sorrindo, lançando a Rose outro daqueles olhares de quem está tramando.

Ok, agora eu tinha certeza que elas estavam aprontando alguma coisa!




Isabella Cullen

Saí do banheiro sendo escoltada por Rosalie e Alice. Dei um alto suspiro quando olhei a nossa mesa, constatando que Edward não havia desaparecido como eu temia. As duas só me olharam e explodiram em uma gargalhada, me fazendo rolar os olhos, e nossa família ficar com um ponto de interrogação na testa.

Me sentei novamente ao lado de Edward, e ele passou o braço sobre os meus ombros, me trazendo mais para perto de si. Me aconcheguei melhor ao lado dele, e eu podia jurar que se nós ficássemos assim pela eternidade eu não me importaria nem um pouquinho. O seu abraço me dava a plena felicidade.

– Ué, vocês não foram retocar a maquiagem? Porque a Bella está do mesmo jeito? - perguntou Emmett.

Eu senti minhas bochechas me entregando ao corarem violentamente, e Rose deu uma cotovelada no meu irmão boca grande que doeu até em mim. Aparentemente ele percebeu que devia calar a boca e ficou quieto.

– Onde está a mamãe e o papai? - perguntei assim que notei que eles não estavam mais à mesa conosco.

Edward apontou para a multidão de pessoas que já se esbaldavam na improvisada pista de dança e eu pude visualizar minha mãe e meu pai dançando.

– Mas esses dois não perdem tempo, hein?! - eu disse, fazendo todos rirem.

– Vamos dançar também! - gritou Lice, já rebocando Jasper para o meio do salão. Rose a imitou e também puxou Emmett para dançar.

Eu estava morrendo de vontade de chamar Edward para dançar também, mas minha vergonha não deixava.

Vamos lá, vamos lá, Bella! É só o Edward! O mesmo Edward de sempre!

Quando eu criei coragem, e até abri a minha boca para perguntar se ele não queria dançar, Edward se levantou e rodeou a mesa, me deixando sozinha e extremamente confusa. Ele ia embora?

As lágrimas traiçoeiras já queriam invadir meus olhos, mas o medo de ser deixada ali sozinha foi-se embora no momento em que Edward parou na minha frente, estendendo sua mão para mim.

– Será que esta bela dama me daria a honra de uma dança? - perguntou ele, me fazendo suspirar com o seu perfeito cavalheirismo.

– Uma, duas, quantas você quiser! - respondi, agarrando a sua mão. Pude contemplar um lindo sorriso se espalhando pela sua face, fazendo meu coração acelerar no peito.


Edward Cullen

Eu nunca, em toda a minha vida ou não vida, estive tão fascinado por uma criatura o quanto eu estava por Isabella hoje.

Ela surpreendentemente conseguiu ficar mais linda do que ela já é naturalmente, coisa que eu julgava impossível. Meu peito se aqueceu quando a visualizei descendo as escadas, e posso garantir que se o meu coração ainda batesse, nesse momento ele estaria frenético.

Meus olhos brilhavam cada vez que olhavam aquela menina, quase mulher... Minha menina mulher.

Qual não foi o meu orgulho ao vê-la pegando o seu diploma. Mais uma etapa vencida na vida de Bella, mais uma das muitas que ainda virão. E com certeza, em todas elas eu vou estar lá, torcendo por ela, comemorando junto com ela.

Depois da colação, haveria uma festa no ginásio da escola. Todos nós concordamos em ir, afinal hoje era um dia importante para Bella.

Jasper de cinco em cinco minutos lançava olhares mortais para mim, pois obviamente ele estava sentindo toda a veneração que eu estava praticamente exalando pelos meus poros por Bella. Mas hoje eu estava meio “rebelde”, por isso não me importei ou me amedrontei nem um pouco com os seus pensamentos, que gritavam pra mim que eu estava sendo irracional.

Fazendo totalmente o contrário do que Jasper dizia, não me afastei de Bella o máximo de tempo possível, pois a sensação de não ter a sua mão na minha, ou os seus ombros sobre o meu abraço, era como se ela não passasse de um sonho que de uma hora para outra, sumiria diante dos meus olhos. Além de que ter ela junto à mim ela a melhor coisa que eu poderia querer.

Eu, sinceramente, não sabia o que seria da minha vida depois dessa noite... Pois ficar tão perto de Bella hoje, com certeza não me fará bem futuramente. Vê-la em casa todos os dias e não poder ficar junto dela como hoje será uma grande tortura. Mas com o futuro eu posso lidar depois.

Quando eu me descobri apaixonado por Bella, eu tentei com todas as minhas forças lutar contra esse sentimento. Eu tentava reprimir esse sentimento que me invadia, mas ao invés dele diminuí-lo, como era a minha vontade, ele só crescia cada vez mais. Minha razão estava perdendo a luta para o meu coração, e eu acabei aceitando que esse era o meu destino, afinal. Amar Isabella Cullen acima de qualquer outra coisa.

Eu guardava todas essas emoções só para mim, mas é claro que Jasper ia sentir o que eu sentia, o que complicava consideravelmente a minha situação. Maldito poder do meu irmão!

Bella batia os pés no chão no ritmo da música que tocava alta tamanha a sua ansiedade para dançar. Nossos irmãos já tinham ido para a pista de dança, então resolvi que deveria levá-la também. Ela pareceu surpresa ao me ver convidando-a para dançar, mas logo seu sorriso que eu jurava ser capaz de iluminar até a mais profunda escuridão preencheu o seu rosto, e aceitando o meu convite sua mão foi de encontro a minha, para que eu pudesse puxá-la.

Bella dançava consideravelmente bem, para uma humana. Ela ama dançar, e só parou com as aulas de ballet porque na nossa nova cidade não havia nenhuma escola de dança que ela pudesse frequentar. Alice até tentou ensinar um tempo para ela, mas a mesma disse que “com a Lice não tem graça”.

As músicas agitadas estavam a todo o volume, levando o pessoal à loucura. Bella se remexia, pulava, girava e algumas vezes cantava a música junto, me deixando fascinado com a visão daquela criatura à minha frente. Ela dançava com os olhos pregados em mim, o corpo se mexendo de um lado para o outro inocentemente provocador... Tentei me concentrar nos olhos dela para que minha mente não começasse a ter pensamentos indevidos.

Se eu havia dito que Bella dançava consideravelmente bem, agora eu estava mordendo a língua, pois eu não podia estar mais errado... Bella dançava muito bem, bem até demais.

Depois de algum tempo Bella e minhas irmãs resolveram se juntar para dançarem juntas, deixando eu, meus irmãos e mais metade do salão praticamente babando por elas. Apesar de que Jasper não parava um segundo se quer de me lançar olhares de repreensão.

– Agora uma música lenta para acalmar os ânimos... E para os casais apaixonados. - disse o DJ, depois de minutos e mais minutos de pura agitação.

Os casais começaram a se formar na pista de dança. Bella, a alguns metros longe de mim, olhava para os lados meio perdida.

Edward, deixa de ser lerdo e vá pegar a Bella de uma vez! Os berros mentais de Alice invadiram a minha mente.

Eu entendi o porquê dos gritos da minha irmã no momento em que certos pensamentos alheios me invadiram. Derek, o garoto que beijou minha Bella no ano passado, ia chamá-la para dançar. Apesar de ele nunca ter feito nada de mal à Bella e de ser realmente um amigo para ela, eu não conseguia gostar dele. Só de pensar que ele tinha posto os lábios em Bella enquanto eu queria ter sido o primeiro a fazer isso... A raiva me invadia. Eu sabia que estava sendo possessivo e muito ciumento, mas era inevitável.

Bella olhava para mim. Eu sabia que ela não pediria para dançar comigo, então antes que mais algum garoto tivesse a ideia de pegá-la para dançar antes que eu pudesse fazer isso, caminhei a passos rápidos em sua direção.

– O que você está fazendo? - perguntou Bella, assim que coloquei minhas mãos em sua cintura.

– Dançando com você? - respondi com outra pergunta.

Seu coração começou a acelerar e sua respiração ficou pesada. Ela estava nervosa? Será que ela queria que eu me afastasse?

– Se não quiser...- murmurei tão baixinho que acho que nem ela ouviu, já começando a soltá-la. Ela mais do que depressa, ágil até demais enroscou as mãos no meu pescoço.

– Aonde você pensa que vai? É claro que eu quero. - me respondeu, sorrindo. Aquele sorriso que me fazia sorrir em troca.

Puxei Bella mais para perto, sentindo seu doce aroma. Antes queimava minha garganta como fogo, e hoje é como o perfume mais raro, o mais poderoso, o mais doce do mundo todo.

E pensar que há anos atrás eu não queria que essa pessoa que hoje está em meus braços vivesse conosco. Eu não conseguia me imaginar sem Bella, ela é de extrema importância para mim. Mas de uma coisa eu tenho certeza, que se não tivesse sido naquele dia que ela apareceu em nossa porta, Bella entraria em nossas vidas de algum outro jeito. Porque eu acredito em algo chamado destino, e o destino com certeza nos uniria de uma forma ou de outra.

Ri silenciosamente pela frustração do garoto Derek ao chegar tarde demais.

– Do que você está rindo?

– Eu acabei com o sonho de alguns garotos hoje. - ela levantou as sobrancelhas, demonstrando que não tinha entendido anda. - eu estou dançando com você, Bella.

– Ahhh... - ela disse, finalmente compreendendo.

– Você está linda demais essa noite. Não vou poder te soltar mais, nem mesmo se eu quisesse. Mas posso garantir que não quero.

Ela colou o rosto em meu peito, e eu soube que ela estava com vergonha quando senti suas bochechas esquentando contra a minha pele fria.

Nos movíamos de um lado para o outro, no ritmo da música. Bella parecia alheia a tudo à nossa volta, sua respiração estava tão calma quanto se estivesse quase adormecendo, e pela pressão que suas mãos faziam contra o meu pescoço, ela deveria estar segurando ali com força. Sorri internamente ao pensar que talvez ela quisesse ficar tão grudada em mim quanto eu nela.

Jasper e Alice. Não muito distante de nós, cochichavam para que os humanos não pudessem ouvir.

Mas eu ouvia.

– Isso é errado, Alice!

– Jasper, você não está sentindo a grandeza das emoções deles? O que há de errado nisso?

– É errado! Ela é apenas uma criança.

– Eu não sei da onde vocês vêem que Bella é uma criança. - eu poderia apostar que Alice estava rolando os olhos nesse momento. - Bella já é bem gradinha, e você pode ver o que ela sente também.

– Você não entende, Alice. Ele está morrendo de amores por ela. Céus, será que eu sou o único que entende a gravidade da situação?

– Bella sente o mesmo?

– Você esqueceu que não é sempre que eu consigo senti-la? Ela pode muito bem me enganar...

– Jasper, responda.

– Sim. - disse, de má vontade.

– É verdadeiro?

– Sim, mas...

– Não tem mas, Jazz. Deixe as coisas fluírem.

– Alice, você ainda não entendeu? Edward está apaixonado. Por Bella. Bella está apaixonada. Por Edward. Isso é errado.

A surpresa me invadiu com as palavras de Jasper. Bella estava apaixonada por mim? Ela sentia o mesmo que eu? Eu sabia que ela me amava, mas eu achava que era apenas fraternalmente.

Apesar de ouvir toda aquela conversa tensa entre Alice e Jasper, meu ser se encheu de alegria.

– Me diga um, apenas um bom motivo para esse seu preconceito todo, e nós continuamos essa discussão. - Alice falou, depois de um tempo.

– Ela vai se magoar. - Jasper realmente achava que eu poderia magoar Bella? Eu nunca faria isso. Eu sou capaz de fazer qualquer coisa para que não precisasse ver dor nos olhos dela.

Alice deu uma risada forçada.

– Acho que você não conhece Edward direito. Ele é altruísta demais. E além do mais, sou eu quem vê o futuro, não você. Mais algum motivo?

Jasper ficou em silêncio, provavelmente não havia encontrado argumento algum.

– Você quer ver Bella feliz?

– Claro que quero. Eu a amo.

– Pois então, fique sabendo que é ao lado de Edward que ela será feliz. - disse Alice, encerrando a conversa.

Suspirei. Não seria nada fácil se um dia algo entre nós fosse anunciado. Aparentemente, só Alice nos apoiaria, talvez Rose também.

Um toque quente na minha bochecha me tirou dos meus devaneios.

– O que está se passando nessa cabecinha, hein? - perguntou Bella. Eu sorri.

– Geralmente sou eu quem digo essa frase.

– Podemos inverter os papéis hoje.

Minha mão, ansiando por sentir o calor de sua pele, tomou vida própria e foi de encontro ao seu rosto. Bella fechou os olhos no mesmo momento em que meus dedos tocaram sua testa. Percorri cada milímetro do rosto dela, suas bochechas, seus olhos, seu nariz, seu queixo. Um sorriso sereno repousava em seus lábios, deixando aquela visão ainda mais linda. Aquela garota à minha frente parecia um anjo. Um perfeito anjo.

– O que você está pensando? - perguntei, não aguentando mais o silêncio dela. Suas bochechas ganharam cor, ela estava com vergonha.

– Você é curioso demais, Edwad. - ela disse, sorrindo de canto. Ela não iria me falar, o seu silêncio confirmava isso.

Antes que eu pudesse raciocinar direito sobre o que eu estava fazendo, meu rosto se aproximou lentamente do rosto de Bella. Meus lábios tocaram sua testa, quente e macia. Logo depois, os direcionei aos seus olhos, para logo depois beijar suas duas bochechas, que pelo calor que emanava dali, deveriam estar muito vermelhas. Por último, dei um beijo na pontinha do seu nariz. Colei nossas testas, a respiração dela estava rápida e o seu coração batia descompassado.

Sua mão, que antes acariciava minha bochecha, foi colocada novamente atrás do meu pescoço. Ela fazia força, tentando me puxar para mais perto, e eu tinha uma leve impressão de que sabia o que ela queria.

– Edward... Eu... - antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, eu encostei meus lábios nos seus.

Ficamos parados, os dois. Nenhum de nós dançava mais, eu não ouvia mais música. A única coisa que eu ouvia era um coração batendo muito acelerado. O mundo parecia ter parado lá fora, era como se só existissem Bella e eu.

Em momento algum eu ousei movimentar os meus lábios. Eu sabia o quanto aquilo era perigoso para Bella, caso eu me deixasse levar. Sua respiração batia contra mim, me deixando ainda mais cheio do cheiro dela. Nosso leve roçar de lábios não poderia ser considerado um beijo, mas sentir a sua boca contra a minha, seu calor, seu sabor, estava com certeza sendo a melhor sensação que eu já havia experimentado. Se um beijo é melhor do que isso, eu não posso imaginar como é.

De muita má vontade, tirei os meus lábios de Bella, colando nossas testas novamente. Agora éramos os dois que estávamos arfando. Até parecia que nós havíamos corrido uma maratona de tão pesada que estavam nossas respirações.

– Bella, você ainda vai me deixar louco. - falei bem baixinho contra o seu ouvido, para que certos vampiros metidos não escutassem. Senti a sua pele se arrepiar ao som da minha voz, e ela riu.

– Você acaba de descobrir. - ela disse, encostando a cabeça em meu peito novamente. Começamos a nos embalar no ritmo da música de novo. Encostei meu queixo no topo de sua cabeça, meus braços firmes em volta dela.

– O quê?

– O que eu estava pensando.

...

Isabella Cullen

Dezesseis anos

– Falta muito ainda? - perguntei, impaciente.

– Calma, a gente já ta chegando.

Eu já falei que eu odeio esperar? É, eu odeio esperar. Paciência é uma virtude que eu não possuo.

– Tá perto agora? - Edward me olhou de lado e começou a gargalhar, me fazendo fechar a cara. - O quê que foi?

– Há doze anos atrás, você estava me fazendo essas mesmas perguntas. - ele disse, só para recomeçar a rir de novo. Eu não achava nada engraçado.

Cruzei meus braços em frente ao peito, emburrada. O fato é que de uns tempos pra cá, qualquer coisa que acontecia me deixava muito irritada. Mamãe dizia que eram meus hormônios adolescentes. Mas eu sabia o que era, essa minha TPM constante tinha nome e um sobrenome igual ao meu: Edward Cullen.

Desde o inesquecível dia da formatura, Edward parece que teve um surto de amnésia, esqueceu, apagou da memória o fato de quem nos beijamos. Tudo bem que foi praticamente um semi beijo, mas pra mim foi um beijo.

Ele continua exatamente o mesmo. Meu melhor amigo, cavalheiro, carinhoso, preocupado, atencioso, enfim, perfeito. Mas... Só.

Depois daquele dia, ele nunca mais nem tocou no assunto do nosso quase beijo, e não vai ser eu a fazê-lo. Isso às vezes me leva a pensar que ele fez aquilo por puro impulso, sem querer. É a única explicação que eu consegui achar mais justa.

Em casa nós continuamos nos tratando igual, não mudou nada. Durante esse ano, como eu já acabei a escola e não fui para a faculdade, eu ficava o dia inteiro em casa. Mas nenhum dia eu fiquei sem estudar, e Edward sempre estava comigo. Eu me dediquei a aprender a falar outras línguas, então eu estudava alemão, francês, italiano, português e espanhol. Italiano é a que eu mais gosto e a que eu tive mais facilidade em aprender. Edward disse que eu devo ter sangue italiano para saber tão bem.

Na verdade, eu aprendi todas essas cinco línguas sem muita dificuldade, deixando minha família vampira boquiaberta. Papai me disse que minha inteligência era quase comparada à deles, que têm a mente muito mais desenvolvida do que a minha. Lice disse que a minha convivência com eles estava me tornando uma semi vampira, e que para ser uma vampira completa só faltava a transformação em si, porque todos os requisitos eu tinha.

Todos os idiomas que eu estava praticando era Edward que me ajudava. Às vezes eu me via relembrando o nosso quase beijo da minha formatura, e quando eu lembrava das sensações que eu senti naquela hora e no meu coração que batia fortíssimo dentro do meu peito, uma saudade de sentir os seus lábios encostados nos meus me invadia. Mas logo depois eu dava uma leve balançada na cabeça para dissipar meus pensamentos, agradecendo fervorosamente aos céus pela minha mente ter problemas e Edward não poder lê-la.

Meu celular apitou no bolso da minha calça, alertando que uma mensagem havia chegado. Rolei os olhos assim que vi que era Alice me mandando mensagem.

Faltam treze minutos e quarenta e dois segundos para chegarmos. Agora dá um jeito de melhorar essa cara de criança birrenta!

Rolei os olhos e bufei. Agora eu parecia uma criança?

– Ok, senhorita Impaciência. Falta uns doze minutos para chegarmos. Satisfeita agora?

– Lice acabou de me avisar.

– Mande a baixinha se catar. - ele disse. Prontamente comecei a escrever uma mensagem.

Edward mandou você se catar.

Nem consegui apertar o botão de enviar, pois outra mensagem de Alice já estava chegando. Maldita vidente estraga prazeres!

Diga a ele que eu não sou piolhenta, ao contrário dele.

Coloquei o telefone bem na frente de Edward para que ele pudesse ler a mensagem.

– Eu nem vou revidar. - disse ele, depois de bufar.

Bem, ele não ia revidar, mas eu ia provocá-la mais um pouquinho.

Eu tenho cara de pombo correio, agora?

Dessa vez eu consegui enviar a mensagem. Talvez ela não tenha conseguido me ver, como acontece algumas vezes.

Outra coisa estranha que eu tenho. Às vezes os poderes deles não funcionam comigo, com exceção do de Edward que não funciona nunca. Alice nem sempre consegue ver o meu futuro, assim como Jasper nem sempre consegue sentir nem modificar minhas emoções. Meu cérebro deveria ser altamente estudado em um laboratório, já que era mais que óbvio que eu não era normal.

O celular apitou, me tirando dos meus pensamentos.

Bellinha querida, eu vi você mostrando a mensagem ao Edward. Quem você pensa que é para enganar a Licezinha aqui, hein?

Revirei os olhos, desistindo de mandar mensagens.

– Graças a Deus! - eu praticamente gritei, assim que Edward adentrou a conhecida estradinha de terra que existia entre a floresta.

– Isso tudo é saudades? - ele me perguntou, me olhando de lado.

– Claro que sim! Faz quanto tempo que nós não viemos aqui?

– Acho que quatro anos. - respondeu ele, pensativo.

– Então. Estou morrendo de saudade de tia Carmem, e da tia Irina, e do tio Eleazar, e da tia Kate... - menos de Tanya, completei mentalmente.

– Vai poder matar as saudades agora. - Edward mesmo percebendo que eu havia esquecido propositalmente de Tanya, não comentou nada.

Assim que desci do carro escutei a gargalhada altíssima de meu tio.

– Meu Deus, Bella, olha o seu tamanho! - eu sorri e fui correndo ao seu encontro.

Logo depois que eu fui abraçada (quer dizer, quase esmagada) pelo meu tio, tive que abraçar todas as minhas tias. Graças a Deus Tanya não estava ali. Após todos os “Como você cresceu!”, “Está linda!”, “Que saudades!”, todos os outros também se cumprimentaram e nós finalmente pudemos entrar na casa.

O nosso principal objetivo de ir à casa dos meus tios (além de visitar, é claro) era levar o meu convite de aniversário. Meus pais resolveram que iriam me dar a famosa festa de 16 anos, e Alice quase enlouqueceu. Ela estava eufórica com tudo, buffet, convidados, decoração. Eu também estava eufórica e super ansiosa, mas nem tanto quanto ela.

Meu aniversário tinha sido há dois dias, e a festa seria daqui a duas semanas.

Depois de muita conversa e de minha mãe fazer a janta para mim, eu resolvi ir me deitar. Eu praticamente tinha um quarto aqui, já que sempre que nós vínhamos eu o usava, e ele tinha várias coisas minhas, desde quando eu era criança. Várias fotos minhas com meus pais, meus irmãos e meus tios estavam espalhadas pelo quarto, e havia uma até na parede.

O dia na estrada havia sido tão cansativo que eu não levei nem dois minutos para desmaiar na cama.

...

– Bella, acorda. - uma voz ao longe me chamava.

Eu queria mandar a voz calar a boca e me deixar dormir mais. Eu estava cansada, poxa!

– Bella, anjinho, acorda. - Todo o meu sono se foi ao ouvir essa palavra.

Anjinho. Eu odiava com todas as minhas forças quando Edward me chamava assim. Eu me sentia ainda mais infantil do que eu me sentia diariamente.

– Já estou acordada. - respondi não muito delicada.

– Bom dia. - Ele me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto.

Porque eu tinha que amar tanto esse vampiro? Às vezes minha vontade era batê-lo até as minhas mãos sangrarem, mesmo sabendo que nada aconteceria com ele. E às vezes, nesses momentos fofos como quando ele beija minha testa, minha vontade é puxá-lo para perto de mim e não soltá-lo mais, na esperança que ele talvez grude em mim e não me solte nunca mais.

Dei um suspiro antes de me levantar e me arrumar para o café da manhã.

– Bom dia, tia. - disse, assim que vi Kate na cozinha. Aparentemente ela fazia... o meu café da manhã?

– Bom dia, florzinha. Dormiu bem? - perguntou ela, sorrindo. Eu amava isso em Kate, ela estava sempre sorrindo amavelmente, aquele sorriso acolhedor, o sorriso que me lembra minha mãe.

– Como uma pedra. Desde quando você sabe cozinhar? - perguntei, a curiosidade me vencendo. Ela riu antes de me responder.

– Desde a segunda vez que você veio aqui. Não se lembra? - fiz que não com a cabeça. Eu realmente não me lembrava. - Então deguste o seu café da manhã e me diga se eu posso ser uma chef de cozinha.

Ela me serviu suco de laranja e croissant com queijo e presunto. Meu estômago roncou só de olhar, e pela alta risada que Kate deu, é claro que ela escutou.

– Meu Deus, tia, isso daqui tava bom demais! - eu falei, logo depois de tomar o último gole do meu suco.

– Que bom que gostou. Posso fazer o seu almoço, também.

– Muito, muito obrigada, tia Kate. Eu acho que vou levar você junto para minha casa pra poder cozinhar para mim.

– Dispensando dos meus serviços, filha? Assim você magoa a mamãe. - disse minha mãe, adentrando a cozinha. Kate riu alto.

– Acho que temos uma mãe com o ego ferido aqui, Bella.

– Ah, mãe, eu magoei você? Me desculpa. - disse, levantando e indo abraçá-la.

– Só desculpo com um beijinho. - ela disse, fazendo um biquinho.

– Mas que mãe mais dengosa eu tenho! - eu disse, fazendo as duas rirem. Dei um beijo estalado na bochecha de minha mãe.

– Estou perdoada, agora? - perguntei, brincando. Ela riu e devolveu meu beijo.

– Bom dia, filha.

– Bom dia, mãe. Onde está o Edward?

– Lá na sala. - ela disse. No mesmo instante eu saí correndo.

– Edwad! - eu praticamente gritei, me atirando ao seu lado no sofá. Ele só riu.

– Que animação toda é essa?

– Tem sol. Me leva pra correr? - eu perguntei, fazendo cara de cachorrinho pidão. Eu adorava correr junto com Edward, e adorava vê-lo no sol.

– Oh, não. Para agora com essa carinha de Alice. - ele disse, me fazendo rir. Eu estava de bom humor hoje.

– Me leva? - perguntei, com a mesma cara, e ainda cruzei minhas mãos.

– Ok, ok. Espere um pouco. - eu consegui contar nove segundos até que ele voltasse para a sala com outra roupa. - Vamos?

– Aham. Cadê todo mundo?

– Saíram, foram caçar. Está na época boa para pegar leões.

– E porque você não foi junto? - perguntei. Edward adorava o famoso “leão da montanha”.

– Eu queria ficar com você.

Meu coração disparou. Ele não foi caçar apenas pra ficar comigo? Suas palavras me encheram de felicidade. Meu dia estava radiante.

– Agora chega de papo. Vamos? - ele perguntou. Já estávamos na rua, e o sol batendo em Edward o deixava cheio de diamantes. Eu acho que nunca iria deixar de admirá-lo.

Dei alguns passos para trás enquanto ele virava de costas para mim. Quando eu vi que a distância estava boa, corri e saltei em suas costas.

– Eu estou ficando boa nisso. - falei, o fazendo rir. Menos de um segundo depois ele já estava correndo.

Sentir o vento bater no meu rosto era muito bom. Dava uma sensação de liberdade, até parecia que eu estava voando. Eu até abri meus braços, e a impressão era que eu realmente voava.

Mas Edward acabou com a minha alegria segundos depois. Ele estava com medo que eu caísse e me fez agarrá-lo de novo.

Nem sei dizer quanto tempo ficamos correndo, só sei que eu me diverti muito. EU gargalhava cada vez que Edward saltava algum riacho, ou quando ia escalando as árvores. Meu esporte favorito era correr com Edward... digo, ser carregada enquanto Edward corre.

Nós já estávamos no lado de casa. Eu continuava rindo na garupa de Edward, e ele nem corria mais, só caminhava.

– Edward! - uma voz estridente chamou a nossa atenção. Minha risada cessou assim que vi a dona da voz.

Edward me tirou das suas costas. Eu já estava pronta para entrar dentro de casa quando Edward agarrou minha mão, entrelaçando nossos dedos. Aquele choque elétrico gostoso que acontecia sempre que nós nos tocávamos me invadiu a partir do local onde sua mão encostava na minha. Minha surpresa foi tão grande que eu até me esqueci que Tanya estava na nossa frente. A única coisa que me importava eram os olhos de Edward.

– Edward! - disse Tanya novamente. Sua voz estava bem mais perto, e antes que eu pudesse processar alguma coisa senti meu braço sendo puxado.

Tanya abraçou Edward e levou meu braço junto. Uma raiva sem fim me invadiu. Quem era ela para chegar abraçando ele desse jeito? Que intimidade eles tinham? Ela estava praticamente se esfregando na frente dele!

Edward, para o meu alívio conseguiu se livrar do abraço dela. Foi aí que ela pareceu se tocar que eles não estavam sozinhos.

– Bellinha! - falou ela, bem falsa. - Como você cresceu! Mas continua o mesmo amorzinho de sempre. Que lindinha que você está! - eu estava ficando enjoada com tantos diminutivos que ela utilizava. Com certeza, o objetivo dela era fazer eu me sentir criança.

– Oi Tanya. Obrigada. - eu disse, seca. Minha vontade era dizer “E você continua a mesma vadia de sempre”, mas a minha mãe me educou muito bem, e provavelmente ela ia me botar de castigo depois.

Tanya era a única das Denali que eu não chamava de tia. Nós não tínhamos intimidade o suficiente para isso. Ela não gostava de mim, eu não gostava dela, nós ficávamos bem afastadas uma da outra e todo mundo vivia feliz.

– Edward, parece que cada vez que eu te vejo você está mais lindo! - disse Tanya, toda atirada.

Eu rolei meus olhos, reprimindo minha raiva. Quem ela era pra chamar o meu Edwad de lindo?

– Tanya, nós temos que entrar, Bella tem que almoçar. - eu tenho que almoçar? Já está na hora do almoço?

– Ela não pode ir sozinha?

– Eu vou fazer o almoço dela. - não, tia Kate vai fazer meu almoço. Era impressão minha ou Edward estava tentando enganar Tanya?

– Por Deus, Edward, quantos anos ela tem? Quinze? Dezesseis? Já pode fazer o próprio alimento. Vocês mimam demais essa criança.

Meu sangue ferveu. Minha raiva chegou no ápice.

– Não fale assim dela! - Edward disse. Ele não gritou, mas a seriedade emitida na sua voz daria medo em qualquer um.

– Eu não sou criança. - praticamente rosnei. Tanya me ignorou.

– Não falar o quê? A verdade? Que ela é uma criança? - será que ninguém ouviu a confusão aqui fora? Será que tinha alguém em casa?

– Eu não sou criança! - gritei.

– Bella não é uma criança. - eles realmente iam ficar conversando como se eu não estivesse aqui?

– Você só sabe falar dessa garota, Edward! - disse Tanya, mudando de assunto e perdendo o controle. - é Bella pra lá, Bella pra cá, vou colocar Bella pra dormir, vou fazer a comida da Bella. Desde que ela nasceu, desde a primeira vez que vieram aqui com ela, é só dela que você cuida! Você faz tudo por ela, só falta respirar por ela!

– Cala essa boca, Tanya. Até agora você só falou uma coisa que preste. Sim, eu respiraria por ela se fosse preciso - ele falou, amargo. A raiva na voz de Edward estava me assustando, e a sua última frase me deixou surpresa.

– Olha só a que ponto você chegou, Edward! Que decadência! - ela disse, em tom de zombaria. - Sabe, Edward, um dia você ainda vai sair magoado dessa história... Um dia ainda vai chegar um garoto que afastará Bella de você. Ou você acha que ela vai morrer solteira?

Eu não tinha a mínima noção de qual seria a reação do vampiro ao meu lado. Mas a última coisa que eu pensei foi que ele iria... Sorrir. Ele sorriu, mas não foi um sorriso verdadeiro. O sorriso não chegou aos seus olhos.

– Acredite, Tanya. Esse garoto já chegou. E eu posso te garantir que ele não é tão garoto assim.

Minha boca devia estar aberta. Meu queixo deveria estar encostando no chão. Aquela frase de Edward ficava martelando na minha mente, e eu não conseguia pensar em mais nada.

Tanya foi desmanchando aquele sorriso idiota da cara, sem entender nada. Fixou os olhos nas nossas mãos entrelaçadas, e ficou um tempo fulminando nossas mãos juntas.

– Sua vadiazinha... Sua vadiazinha mirim! - ela me acusou, apontando o dedo na minha cara.

Antes que eu sequer pudesse pensar em me defender, Edward já estava prensando Tanya em uma árvore.

– Nunca. Nunca mais ouse falar assim de Bella. Você está me ouvindo? - Edward gritava na cara dela. Pela cara da mulher, ela finalmente ficou assustada. - A única vadia que eu estou vendo aqui, é você. Que de mirim não tem nada. Sabe aquela garota ali? - ele apontou para mim com uma mão, enquanto a outra continuava segurando fortemente o pescoço de Tanya. - Ela é linda, e não faz nenhum esforço pra isso. Ela não fica se esfregando em mim para que eu precise notá-la. E acima de tudo, ela tem muitas qualidades, o que a torna perfeita. Não é só a beleza exterior que conta, Tanya. Nós somos apenas casca, o que importa é a luz que reflete dentro de nós. Então, pense muito bem antes de pensar em agredi-la verbalmente na minha frente. Nem preciso comentar sobre agressão física. Eu sou capaz de tudo, e eu só não te mato aqui e agora, porque meus princípios mandam deixar o aviso antes.

O silêncio se instaurou. Eu somente podia os sons da floresta, nem minha respiração eu ouvia. Percebi que a estava trancando desde que Edward começou a falar.

Nem sei como minhas pernas se moveram, mas quando eu vi, já estava ao lado de Edward, tocando o seu braço. Tanya me olhava furiosamente.

– Vamos. - disse Edward, me puxando pela mão. Mas eu não iria embora ainda, eu não ficaria quieta pra isso tudo. Retirei minha mão da sua.

– Para, espera. - eu disse. Ele se virou para mim, a confusão e a raiva estampadas nos seus olhos. Mas eu não ficaria o olhando, não agora.

Me virei e encarei a vampira a minha frente. Ela iria ouvir algumas verdades agora.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? TANYA SE DEU MAL!! Eu nunca gostei dela mesmo. E o que acharam da parte super romântica e mega fofa dos dois dançando? Me digam o que acharam! (se é que eu ainda tenho alguma leitora... huasuhsauhsausah) Ah, e em relação aos dias de atualização: como os capítulos tão saindo cada vez maiores e eu não tenho tempo quase nenhum de escrever, eu vou postar um por semana, vou demorar no máximo duas semanas pra postar. Eu sei que é muito tempo, mas eu espero que me entendam.
Ah, e já tem muitas meninas sacando que tem alguma coisa de errado com a Bella... Eu não vou falar o que é, mas posso afirmar que ela não é normal! HUASUHASUHAHUSUHASUHSAUHASUHSAUHSA
Comentem muuuuuito e recomendem muuuuito também! Beijosssssss e até o próximo! ♥