Meu Eterno Bebê escrita por Kashley


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

*desviando dos tomates* Oi... Tudo bem com vocês?
Desculpa, meus amores, eu sei que sumi. Mas tudo tem uma explicação, e eu acho que devo pra vocês. Isso aqui vai ser grande, e eu peço que leiam.
Este é o primeiro capítulo que eu escrevi como Bella. Eu simplesmente empaquei. Eu não sabia o que escrever, eu só tinha ideia de como escrever como Edward. Eu fiz o melhor que pude, mas não sei se ficou bom, vocês que precisam me dizer. Como vocês podem ver, eu dei um pulo no tempo. Era o melhor a ser feito.
Coisas a serem esclarecidas: a Bella não vai ser a mesma. Tipo, a minha Bella não vai ser a mesma do livro. Afinal, essa Bella viveu a vida inteira com os Cullens. Eu fiz ela diferente, mais a lá Cullen. Ela é extrovertida, ama compras e não sente repulsão por presentes e festas. Eu ia falar mesmo isso pra vocês, mas a partir do comentário da Colorada eu decidi que estava mais do que na hora de explicar essas coisas. Obrigado pelo comentário, tá flor? Eu adoro quando vocês expõe opiniões e críticas pra fic! E em relação à Alice, Alice não seria Alice se não adorasse compras e interferisse na vida de todo mundo. Eu não consigo imaginá-la de outro jeito.
Bem, eu acho que já tomei bastante o tempo de vocês. Esse capítulo é dedicado à Maribell que recomendou a fic! Amei a recomendação, linda! ♥
Como vocês esperaram demais e comentaram muuuuuito no capítulo passado, eu fiz um MEGA capítulo! Sem mais enrolações, BOA LEITURA!



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Isabella Cullen

Treze anos

– MÃÃÃÃÃÃEEEEEE... - meu grito de desespero preencheu a casa.

Mas eu estava mesmo desesperada. Deus, como uma coisa dessas foi acontecer? Quero dizer, é claro que um dia iria acontecer, afinal eu sou menina, mas eu não tinha pensado em uma solução ainda.

Como eu vou poder ficar em uma casa com sete vampiros, estando menstruada?

Graças a Deus eu não fui à escola hoje. E graças a Deus o povo todo de casa resolveu sair pra caçar.

Eu sou a garota mais azarada desse planeta.

– O que foi, filha? - perguntou minha mãe preocupada, entrando em um átimo no meu banheiro. Às vezes eu me esquecia da velocidade deles.

– Mãe, você não está sentindo nada? - perguntei, duvidosa.

– O que há de errado, meu amor? - mamãe começou a olhar para todos os lados do banheiro, procurando a origem dos meus berros.

– Você não está sentindo cheiro de nada? Realmente?

– Bella, você está me assustando.

– Mamãe, a água está vermelha. - eu disse, torcendo para que ela entendesse.

– Como?

– Eu fiz xixi vermelho, mãe. Eu fiquei menstruada! - eu sussurrei, mesmo sabendo que só tínhamos eu e ela em casa.

– Oh, meu bem, que maravilha! Minha filha está ficando mocinha! - disse minha mãe. Ela só faltava pular de felicidade. - Ah, amorzinho, que orgulho... Meu bebê...

– Mãe, não tem nada de maravilhoso nisso, não! - eu disse, e ela me olhou estranho.

– Por quê? - como assim ela ainda me pergunta por quê?

– Mãe, eu moro com um bando de vampiros. Eu vou matar todos vocês! - eu disse, desesperada. Como eu vou fazer agora?

Minha mãe, surpreendentemente caiu na gargalhada.

– Meu bem, nós não sentimos nada.

– Como? - perguntei, confusa.

– Não faz diferença pra nós. O cheiro não nos incomoda.

– Mas... Como? É sangue. - perguntei novamente. Agora eu estava mesmo confusa.

– Bem, como eu vou explicar pra você... Esse sangue não é um sangue fresco, é um “sangue morto”. Seu corpo está o expulsando para fora, não é a mesma coisa que ver o sangue correndo nas veias.

– Ahhh... - exclamei, finalmente entendendo.

– Alice me alertou que isso logo aconteceria, e é claro que eu já estava prevenida. - disse minha mãe, sumindo do banheiro e reaparecendo logo depois com um pacotinho de absorventes na mão. - Toma. Você quer que eu te ensine a colocar?

– Mãe! - a repreendi, morrendo de vergonha.

– Desculpe! - disse ela, risonha, saindo do meu banheiro.

Logo depois que eu saí do banheiro ouvi meu celular tocando em cima da cama. Olhei no visor e era Alice.

– Fala, baixinha.

– Você também não! - disse ela, e eu ri. Podia até imaginar o beicinho que ela estava fazendo.

– Desculpa, irmãzinha. O que você quer, Lice?

– Vamos chegar em vinte minutos. Quando eu chegar quero você prontinha para irmos no shopping. Você está precisando de roupas novas.

– Eba! - gritei. Eu adorava fazer compras. Mas logo depois eu me lembrei de certos empecilhos.

– Alice, eu não sei se vai dar...

– Por quê?

– Porque eu estou... Hã...

– Eu sei disso, florzinha. Eu vi. - às vezes eu esquecia que ela tinha dons paranormais. - Mas isso não te impede. Quando eu chegar em casa eu te dou os devidos parabéns.

Porque todo mundo queria me dar parabéns? Até parece que é uma coisa boa. Bufei.

– Ok. Só vou lá perguntar pra mamãe se eu posso ir...

– Ela vai deixar, acabei de ver isso.

– Como você é sem graça! - eu gritei. Ela riu e pude ouvir mais risadas ao fundo.

– Beijos. - ela disse e desligou o telefone.

Eu me arrumei em quinze minutos e desci. Minha mãe estava sentada no sofá vendo alguma coisa na televisão. Eu me atirei ao lado dela e ela me abraçou de lado.

– Vou no shopping com a Lice.

– Eu sei. - ela disse. Eu rolei os olhos. É claro que ela tinha escutado toda nossa conversa no telefone.

– Mãe, você não sente nada mesmo? Cheiro nenhum? - perguntei. Eu ainda estava em dúvida se ela estava tentando me enganar. Ela suspirou antes de falar.

– Bella, é muito fraquinho, não dá nem pra sentir quase... - eu arregalei meus olhos.

– Ai, meu Deus! Eu vou morrer de vergonha! - eu disse, escondendo meu rosto em minhas mãos.

– Bella, querida, você sabe que seus irmãos não vão comentar nada sobre isso, eles são muito educados.

– Mas isso não elimina o fato que eu vou morrer de vergonha! Todo mundo vai saber! - disse. Eu queria me enterrar!

– Meu amor, todos eles sabem que isso é normal. Você é uma menina... Tecnicamente uma mulher agora. Eu garanto que eles não vão falar nada sobre isso.

– Ok. - eu concordei, mesmo duvidando de suas palavras.

Subi para o meu quarto para pegar minha bolsa. Quando estava descendo as escadas, ouço vozes na sala.

– Olá! - eu disse, descendo o último degrau.

Foi quando meus olhos se encontraram com os do Edward. Inconscientemente abri um sorriso maior que a minha cara, o qual ele retribuiu com rapidez. Era sempre assim, era só eu olhar nos seus olhos pra encontrar tudo que eu precisava. Nós somos melhores amigos desde sempre, eu simplesmente não me vejo sem ele.

– Mas que cheiro de bicho morto é esse? - disse Emmett.

Meu sorriso logo se transformou numa careta de constrangimento. Meu rosto devia ter atingido o nível máximo de vermelho. É claro que ninguém iria comentar nada... Com exceção do Emmett.

– Emmett, cala a boca! - disse Rose, dando um tapa forte no marido.

– Ai, ursinha. Doeu. - reclamou ele.

– Vamos, Lice. - eu disse, correndo para fora de casa sem olhar para ninguém.

– Por que a Rose não vai junto com a gente? - eu perguntei, quando já estávamos dentro do carro.

– Porque ela está de mau humor.

– Como se fosse novidade... - eu disse, fazendo Lice rir e afundar o pé no acelerador.

Alice me fez comprar praticamente o shopping inteiro. Quando terminamos já era noite e ela ligou para minha mãe avisando que nós iríamos jantar no shopping. Quer dizer, eu iria jantar.

Sentamos na praça de alimentação e eu comia, enquanto minha irmã só me observava. Eu já estava bem acostumada com isso.

– Como você está se sentindo, amorzinho?

– Com fome! - eu respondi, tomando meu refrigerante. Alice rolou os olhos para mim.

– Você sabe do que eu estou falando. - ela disse, levantando as sobrancelhas.

– Ah, Claro. - eu resmunguei. - Eu me sinto a mesma. Nada mudou.

– Você diz isso agora. Daqui três meses seus hormônios estarão borbulhando, praticamente transbordando pra fora de você.

– Credo, Alice. Você falando assim, até parece que eu vou ser uma tarada. - eu disse, a repreendendo.

– Eu vejo o futuro, esqueceu? - disse ela. Minha boca escancarou e meus olhos arregalaram, a fazendo gargalhar.

...

Quatorze anos

– Eu nunca deveria ter aceitado isso! - eu disse, andando de um lado para o outro. Eu estava muito nervosa.

Meu nervosismo tinha nome, sobrenome e músculos super bem trabalhados: Derek. Ele estuda comigo na escola, o que significa que ele é dois anos mais velho que eu. Depois de muita insistência dele, e quando eu digo muita é muita mesmo, eu aceitei jantar com ele. E bem, eu não estava nem um pouco preparada para isso.

– Bella, é isso que você quer? - perguntou Edward. Eu olhei nos olhos dele e tive que pensar um pouco antes de responder.

Nós não estávamos em casa, o que deveria estar deixando Rose e Alice loucas, porque elas queriam me arrumar para sair. Era o meu primeiro encontro, e até mamãe estava eufórica.

Pedi para Edward me levar para correr. Sempre me acalmava, e eu precisava pensar. Estávamos no meio da floresta, perto de um riacho.

– Você acha que é o certo? - perguntei, retoricamente. Ele fez uma careta, mas rapidamente a desmanchou, esperando que eu não visse.

– Bella, é você quem decide isso, não sou eu.

Andei até onde ele estava e sentei ao seu lado, encostando minha cabeça no ombro de Edward. Seu cheiro foi como um calmante instantâneo para mim.

– Você sempre sabe o que é melhor. - eu respondi.

– Eu sei o que é melhor quando se trata de você, mas não quando se trata do seu coração. - ele me respondeu.

A verdade é que eu nunca fazia nada sem perguntar a opinião do Edward. Era como se a opinião dele fosse tudo para mim. Ele é o melhor... Irmão do mundo.

Fiz uma careta de desaprovação. Eu, misteriosamente, não conseguia pensar em Edward como meu irmão. Era inconsciente, como se essa definição fosse errada. Não era a mesma coisa com os outros, o que me deixava mais confusa ainda. Eu cresci ao lado de todos eles, mas principalmente de Edward. Ele me ajudava a fazer os deveres da escola quando eu ainda aprendia a calcular. Ele me emprestava seus livros e seus cd’s. Ele que me levava e buscava na escola quando eu ainda estava no primeiro grau. Tudo era ele, nossa ligação era indescritível.

Balancei levemente a cabeça para clarear minha mente. Eu tinha outros problemas para resolver.

– Meu coração está indeciso, Edward! - eu disse, me levantando e começando a caminhar novamente. - Dê um jeito nele!

Depois que as palavras saíram da minha boca que eu percebi o que tinha falado. Ruborizei na hora, mas Edward pareceu nem notar.

– Você... Você gosta desse garoto, Bella? Desse Derek? - ele perguntou. Olhei-o e ele estava estranho. Porque ele estava apertando as mãos daquele jeito?

Quando ele perguntou aquilo, a primeira coisa que me veio à mente foi um “NÃO!” convicto e honesto. Mas eu queria ir ao encontro. Na verdade, eu não queria, mas eu aceitei. Mamãe sempre me ensinou a lidar com as consequências.

– Aham. - respondi, sem me prolongar mais para Edward não me pegar mentindo.

Ele suspirou e se levantou.

– Então, eu vou levar você pra casa. Acho que tem que se arrumar.


Edward Cullen

– O quê que há, Edward? - perguntou Alice, irritada por eu ter feito ela parar de arrumar Bella.

– A Bella não pode ir a esse encontro. - disse, direto.

– E eu posso saber o por quê? - ela me desafiou, cruzando os braços.

– Ela só tem 14 anos, Alice!

– Então, Edward. Ela tem 14 anos, é bem crescidinha para saber o que quer.

– Ela é só uma criança! - argumentei.

– Edward, você melhor do que ninguém sabe que nós não temos mais nenhuma criança nessa casa. - disse a baixinha, em tom sério, o que não era normal dela.

Eu abri a boca para falar mais alguma coisa, mas nada saiu dela. Eu queria ter mais argumentos, mas eles acabaram. E foi nesse momento, que eu não sabia realmente por qual razão eu não queria que Bella fosse jantar com esse tal de Derek.

Desde que nós estávamos na floresta, uma palavra poderia descrever meus sentimentos: confusão. Eu não sabia pelo quê estava tão irritado. Eu não tinha ideia porque eu fazia tanta recusa desse encontro acontecer.

Quando Bella me perguntou se eu achava certo ela ir se encontrar com Derek, minha careta foi impossível de esconder. Eu queria dizer que não, que ela deveria ficar em casa porque lá ela estaria segura. Mas eu não podia fazer isso com ela, eu não podia privá-la de ir. Ela provavelmente me xingaria dizendo que eu não mando nela, o que é a mais pura verdade.

Depois, eu ainda tive a ousadia de perguntar se ela gostava dele. Eu não sei porquê eu fiquei tão irritado quando eu a ouvir dizer que sim. Eu fiquei com raiva desse Derek, o que me deixou mais confuso ainda. Como eu podia sentir raiva de uma pessoa que não fez nada?

Quando nós estávamos voltando pra casa, Bella estava nos meus braços apreciando a velocidade, assim como quando ela era um bebê de menos de um ano. Eu ainda conseguia ver nela aquela criança encantadora.

Então só podia ser isso! Eu a via como uma criança, por isso não queria que ela fosse a esse encontro. Ela ainda é uma criança, a minha criança!

– Não importa o que você diga. Ela é sim, uma criança. - disse, mais confiante depois das minhas suposições. Alice rolou os olhos.

– Ela é um adolescente. Você tem 17 anos e é um adolescente.

– Eu tenho 100 anos e sou um adolescente. Então a Bella poderia ser considerada apenas um bebezinho. - sorri, sabendo que a tinha deixado em maus lençóis.

– Eu não vou discutir isso com você agora. Eu sei porque você não quer que ela vá, e você também sabe, mas está tentando enganar a si mesmo. Vamos lá, Edward! Pare de mentir pra você, meu irmão! É o seu futuro e a sua felicidade que está em jogo. Mas no momento, se você não quer ver Bella irritada e jogando vasos de flores em você, é melhor deixá-la ir. Ela está decidida. Não a magoe desse jeito. - ela disse, saindo pela porta do meu quarto, dando a conversa como encerrada.

Eu não podia magoá-la. Então só me limitei a deitar na cama e ficar esperando esse tormento passar.

Passados vários minutos, que mais pareceram dias para mim, Bella entra no meu quarto, esfuziante, o rosto cheio de expectativa.

– Como estou? - ela disse, dando uma pirueta para que eu pudesse ter visão total dela.

Ela estava com um vestido azul, com detalhes em pedrinhas que mais pareciam diamantes de tanto que brilhavam. O vestido ia até um pouco acima do seu joelho, o que me deixou mais tranquilo. Ela tinha o cabelo preso em um coque bem feito, com alguns fios de cabelo caídos. No rosto ela tinha uma maquiagem leve, as bochechas rosadas e os olhos mais reluzentes do que nunca.

– Absolutamente linda. Como sempre. - respondi sincero, fazendo seu rosto enrubescer em um tom de vermelho que eu nunca havia visto antes.

– Obrigada.

– Eu só falei a verdade.

– Não, obrigada por tudo. Por hoje de tarde. Você sempre sabe de tudo. É o melhor! - disse, se atirando sobre mim e me abraçando. A abracei de volta, me permitindo sentir seu doce perfume. Antes tão convidativo para mim, agora eu praticamente não podia viver sem aquele cheiro inebriante.

Me peguei roçando levemente meu nariz em seu pescoço, apreciando. Senti quando sua pele se arrepiou e o seu coração começou a bater em um ritmo alucinante, o que me trouxe de volta à realidade.

O que eu estava fazendo?!

– Hã... Eu acho que você tem que ir. Estou ouvindo um carro perto da nossa casa. - disse, me recompondo. Eu só podia estar ficando maluco!

Bella se levantou, visivelmente envergonhada também.

– Me deseje sorte! - ela disse simplesmente, meio desajeitada, correndo para fora do meu quarto. Eu fiquei ali, totalmente perdido em pensamentos.

O que eu estava pensando? Como eu tenho a ousadia de pensar em uma coisa dessas? É a Bella! Ela só tem quatorze anos! E é minha...

Não consegui terminar o raciocínio. Eu estava me achando um crápula.

Ouvi a porta de um carro se batendo, e então pensei que só poderia ser Bella que já estava no carro desse Derek. Só de pensar no nome desse garoto, já me dava raiva. Não resisti e adentrei na conversa deles.

– Oi, gatinha. - disse o garoto, dando um beijo na bochecha de Bella. Isso é jeito de falar com ela? Meu ódio por ele só estava aumentando.

– Oi, Derek. Onde nós vamos? - perguntou ela, educadamente, sem rodeios.

– Vou te levar em um restaurante legal. Tenho certeza que você vai gostar.

– Vamos, então. - ela disse. Pela mente do garoto, eu vi a expressão de Bella. Ela não estava normal, estava meio distraída. Ela falava mas sua voz parecia morta, como se estivesse com os pensamentos longe.

A aflição me atingiu quando eu não podia nem ver a mente de Derek, nem ouvir o que eles conversavam dentro do carro. Eles já estavam fora do meu campo de audição.

Imediatamente comecei a me dirigir para a janela. Eu não queria pensar o porquê eu estava fazendo aquilo. Eu só ia fazer. Com as consequências eu lido depois.

Edward, não faça isso. A Bella vai ficar muito brava. Pensou Alice.

Maldita baixinha vidente!

E isso não é nenhuma dedução minha, eu vi. E você sabe que ela vai lhe contar tudo quando ela chegar mesmo. Deixe-a. Ela continuou.

Eu sabia que ela tinha razão. Então a única solução que eu encontrei foi sentar e esperar as duas horas mais longas da minha vida.


Bella Cullen

Derek é um cara legal.

Ele me levou em um restaurante que como ele mesmo disse, era muito legal. Eu achei que caras como ele levam garotas para comer hambúrguer e batata frita, coisas assim. Mas ele me levou em um restaurante à altura da família Cullen, isso é, bem formal. Isso me aliviou, pois percebi que não estava arrumada demais para a ocasião.

Nós comemos e o tempo todo ele ficava fazendo idiotices, me fazendo rir durante o jantar todo.

Eu estava me esforçando ao máximo para gostar dele. Não que eu não gostasse, mas gostar do outro jeito. Ele era legal, simpático, atencioso, brincalhão e lindo, tudo que uma garota pode querer. Mas aparentemente, não é o que eu quero.

Eu o via como um amigo, nada mais. Eu não conseguia enxergá-lo de outra forma.

E foi na hora em que estávamos perto do carro, quando o jantar já havia acabado, que o pânico começou a se instalar em mim.

– Bella, eu realmente gosto de você. - ele começou. Quando ele falou aquilo, eu já sabia aonde ele queria chegar. Minhas mãos começaram a suar.

– Você é legal. - eu disse, simplesmente, nervosa demais para pensar em qualquer outra coisa.

– E você é linda. Não digo apenas fisicamente, mas... Você é maravilhosa! Em tudo. - senti meu rosto queimar. Eu deveria estar mais vermelha que tomate maduro.

Que garota não ficaria totalmente derretida com uma declaração dessas?

O senti se aproximando mais e mais de mim. Nem sabia que nós já tínhamos chegado ao carro, só percebi quando senti que estava presa entre o carro e Derek. Ele estava em uma distância muito perigosa. Eu podia sentir sua respiração contra a minha pele, e confesso que isso estava me deixando tonta.

– Posso beijá-la?

Primeiro eu fiquei encantada com a extrema fofura. Quem, em pleno século 20, pede permissão para beijar? Minha afeição por ele só aumentou.

Segundo, eu fiquei desesperada! Eu sabia que se ficasse pensando muito iria dar pra trás, então antes de pensar os pós e os contras, eu só sinalizei que sim com a cabeça. Porque eu fiz isso? Não faço a mínima ideia.

Senti sua respiração se aproximando cada vez mais... Uma de suas mãos foi parar na minha cintura... Seus lábios roçaram nos meus, que se abriram instantaneamente...

Eu pude, pela primeira vez, sentir como era ser beijada. Minhas mãos foram automaticamente para o seu pescoço. Seus lábios macios eram carinhosos sobre os meus.

Eu não sei em qual momento que minha mente começou a me pregar peças. Não sei se passaram segundos, ou até mesmo minutos. Eu só sei que de repente, o beijo parecia... Diferente. Outras mãos seguravam firmes minha cintura, mãos geladas que me passavam total confiança. O cheiro que tanto me acalmava invadia minhas narinas, me inebriando. O beijo, antes quente, agora era frio, mas mesmo assim não deixava de ser arrebatador. Me peguei desfrutando mais ainda desse beijo, aprofundando-o mais. Eu sabia que alguma coisa estava errada, mas minha mente não tinha tempo para pensar nisso agora. Eu estava aproveitando ao máximo as sensações que me invadiam.

O beijo foi interrompido só para que ele pudesse beijar minhas bochechas, e sussurrar no meu ouvido:

– Minha Bella... - disse a voz suave de Edward no meu ouvido, me provocando um arrepio.

Espera aí... Edward?

De repente o beijo já não me agradava mais. As mãos frias haviam sumido, assim como o cheiro que estava me enlouquecendo. Abri minimamente meus olhos e vi Derek na minha frente. Me assustei com o que eu estava pensando.

Com o susto, empurrei Derek, pelo visto com força demais, pois ele caiu sentado no chão.

Minhas emoções ainda me afligiam. Como eu pude? Como eu pude pensar que Edward estava me beijando? E o pior de tudo, como eu pude sequer ter a ousadia se estar gostando?

– Bella... Me desculpe... - disse Derek, já de pé ao meu lado. Ele obviamente não sabia por que estava se desculpando, mas mesmo assim achou necessário.

– Não peça desculpas. Eu quero ir pra casa. - disse, irritada. Eu estava irritada comigo mesma, por não ter a capacidade de beijar um garoto sem pensar em... Outra coisa.

– O que eu fiz de errado? - ele perguntou, confuso.

– Nada. Só que eu consigo ver você apenas como meu amigo, e nada mais. - eu disse, sincera. Melhor do que ficar enrolando ele.

Ele pareceu um pouco decepcionado, mas não falou nada. Apenas se limitou a dar a volta no carro para irmos embora. Derek assumiu o banco do motorista e me levou para casa em silêncio.

Durante todo o trajeto para casa, que não levava mais que alguns minutos, eu fiquei quieta. As palavras que eu havia escutado de Edward não me saiam da cabeça. Seus lábios frios contra os meus, suas mãos na minha cintura, me fazendo ficar feliz e protegida. Eu estava confusa, outra palavra não poderia me definir melhor.

Porque eu o havia escutado? Porque eu achei que era ele que estava me beijando? E o pior de tudo é que eu queria que ele estivesse mesmo me beijando! Como eu posso sequer pensar em uma coisa dessas? Papai vai me matar!

Se bem, que não teria mal nenhum. Lice está com Jasper, Rose com Emmett, e eu poderia muito bem ficar com o Edward... Mas o que eu estou pensando? Ele é meu ir... Irmão! Eu cresci junto com ele, ele me cuidou desde que eu era um bebê.

Minha cabeça doía. Eu sabia que estava tentando negar uma coisa a mim mesma, e estava fracassando. Mas eu não podia aceitar, eu não posso aceitar...

Que estou me apaixonando por Edward Cullen.


Edward Cullen

Para o alívio do meu ser, ouvi um carro estacionando no lado de fora de casa. Mais do que depressa corri para a janela, constatando que se tratava de Bella, que já entrava dentro de casa. Ela deu oi para Esme e Carlisle que estavam lá embaixo, esperando por ela. Os outros tinham ido caçar.

Esme fez várias perguntas, mas Bella respondeu a todas elas com a voz vaga. Era como se seus pensamentos estivessem no mundo da lua. Meu coração se encheu de aflição pensando que algo tinha acontecido com ela.

Alguns minutos depois ela pediu licença e disse que iria dormir. A escutei subindo as escadas e achei que ela viria direto para o meu quarto, mas não. Ela entrou no seu quarto, que dava de frente para o meu.

A aflição só me envolvia mais. Eu estava decidido a ir até o quarto dela, mas sabia que era invadir sua intimidade. Então, só me restou ficar perdido em pensamentos pensando o que havia acontecido.

Eu estava tão concentrado pensando que nem ouvi o que aconteceu depois, só percebi quando Bella entrou no meu quarto, sem bater na porta. Ela nunca bate.

– Você não sabe bater na porta, não? - falei, brincando.

– Como se você não soubesse que eu estava entrando. - disse ela, se sentando na minha cama. Me levantei e fui me sentar ao lado dela.

– Então, como foi? - perguntei a ela, achando que agora ela ia começar a falar sem parar, quando ficava eufórica com alguma coisa. Mas nenhuma resposta veio. Ela só ficou parada, de cabeça baixa. Esperei um minuto, dois minutos, mas nenhuma resposta veio. - Bella? - chamei, preocupado com o seu silêncio. Foi quando eu vi uma lágrima caindo do seu rosto. Ela estava chorando? Porque ela estava chorando? Levantei seu rosto com minha mão e seus olhos castanhos estavam avermelhados por conta do choro.

Meu peito se encheu de dor só em pensar que algo tinha acontecido com ela. Peguei Bella no colo e a aninhei, como eu fazia quando ela era um bebê.

– Bella, o que aconteceu? Eu já estou ficando nervoso. - eu disse, cada vez mais preocupado. O seu silêncio me matava!

– Nada. - ela disse, a voz embargada pelo choro.

– Então porque está chorando?

– Por nada. - ela respondeu, mas era óbvio que estava mentindo.

– Isabella. - eu disse seu nome todo, tentando parecer sério. - Me diga o que aconteceu. Desde quando você chora por nada?

– Eu... Hã... Ele... - ela dizia, meio enrolada. Finalmente, suspirou e largou as palavras em cima de mim, como se fossem tijolos. - Derek me beijou.

Parei imediatamente com o embalo que eu estava fazendo na tentativa de acalmá-la. Fiquei rígido como uma estátua depois da confissão que ela me fizera.

Eu sabia que talvez teria que ouvir isso, mas eu tinha esperanças que isso não acontecesse. Eu não estava preparado para ouvir essas palavras saindo de sua boca.

Meus sentimentos eram uma confusão só. Raiva, mágoa, tristeza, e mais algum que eu não sabia identificar. Ou pelo menos, não queria identificar, pois eu simplesmente não podia aceitar isso.

– Edward? Você está bem? - ela perguntou, ao ver que eu estava parado e olhando para longe. Tentei dar um sorriso para confortá-la, mas ele deve ter saído mais como uma careta.

– Claro. E como foi? - perguntei, antes que eu sequer pensasse o que estava falando. Mas o que está acontecendo comigo?

Bella encheu os olhos de lágrimas novamente, e me arrependi de ter feito essa pergunta. Minhas mãos se comprimiram de ódio ao perceber que alguma coisa deve ter acontecido com ela.

– O que aquele Derek fez? - eu disse, praticamente cuspindo o nome do garoto. - Ele machucou você? - minha raiva por ele só aumentava.

– Não! - ela disse, mais do que depressa. Eu pude ver que ela estava sendo sincera, e relaxei. - Eu não quero falar sobre isso, ok? Eu só achei que você merecia saber. - disse, se aninhando mais em meu colo. - Posso dormir com você? - ela sussurrou, como se tivesse medo da minha resposta.

– Claro que pode, minha Bella. - eu disse. Ela suspirou, e apertou mais forte os braços envolta do meu pescoço, claramente avisando que não queria sair dali.

– Boa noite, Edwad. - ela disse. Sorri com o apelido de infância, fazia tento tempo que ela não me chamava assim...

Dei um beijo em sua testa, aspirando seu aroma doce que me inebriava.

– Tenha bons sonhos.

As coisas ainda estavam um pouco confusas, mas não ao ponto de eu entendê-las.

Minha negação por não querer que ela saísse. A raiva que eu senti quando ela me disse que tinha se beijado com esse garoto. O ódio que me deu só de pensar que ele pudesse ter a machucado. A ansiedade que senti nas horas em que ela estava fora. O quanto ela fazia bem pra mim, o quanto cada dia eu me aproximava mais um pouco dela. O quanto eu ficava feliz por ter Bella aqui, em meus braços, protegida e segura. O quanto eu gostava de velar o seu sono. O quanto meu coração doeu quando eu a vi chorando... Tudo fazia sentido, mesmo que eu negasse com todas as minhas forças esse sentimento que me invadia.

Isso não era certo. Mas estava acontecendo comigo. Eu tentava negar, mas estava mentindo para mim mesmo. Mas é que simplesmente não podia estar acontecendo, eu não podia aceitar...

Que estava começando a me apaixonar por Isabella Cullen.



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Notas finais do capítulo

Eu falei tanto lá em cima que não tenho mais nada pra falar agora! Espero que tenham gostado! Bem, comentem e recomendem, beijosssssss ♥
LEMBREI DE UMA COISA! Alguém gostaria de fazer uma sinopse nova para mim? Eu sou horrível com isso, e se vocês quiserem me ajudar eu ficaria imensamente feliz! Obrigada desde agora ♥