Se encarando no espelho Melanie tentava assimilar o que estava aconteçendo, consigo. Ela sentia medo de tudo aquilo. Não sabia a resposta para aquilo. Nada de diferente havia acontecido com ela, antes desses 'delirios', apenas naquele dia, a dois anos atrás, mas era apenas um pesadelo, pelo menos ela pensava que era. Ela queria, apenas, alguma explicação, queria saber o por quê disto estar aconteçendo, mas as respostas talvez não fossem tão facéis, assim. Tudo estava de cabeça para baixo, ela estava completamente perdida, sem saber o que iria aconteçer dali para frente. Ao que tudo indicava, todas essas complicações, só tendiam a piorar. Ela iria acabar enlouquendo, tudo era simplesmente, esquisito, e fora do normal. O que anda aconteçendo com ela, é algo... Doido.

Melanie soltou um leve suspiro, sentou-se na beira da banheira, juntou as mãos, pondo-as dentro da banheira, e logo depois levou as suas mãos ao pescoço e a testa. Melanie respirou fundo, tentando se acalmar, algo que, naquele momento, era totalmente impossivel. Ela se inclinou fechando a torneira da banheira, que a alguns minutos atrás ela havia abrido, reitrou suas peças de roupa, e adentrou na banheira. Encostou sua cabeça, olhando para o teto, enquanto tentava se distrair.

- Só preciso relaxar. Só... relaxar. - Murmurou para si mesma, fechando os olhos, respirou fundo, prendendo a respiração e submergiu na água, três segundos depois, ela emergiu, puxando o ar para seus pulmões, passou a palma das mãos em seus olhos retirando o excesso de água, e lentamente, os abriu. Ela assustou-se, e arregalou os olhos. Não estava mais em casa, na banheira, estava um pouco longe de uma praia, em pleno alto mar. Ela olhou para os lados, desnorteada, ela novamente submergiu e quando abriu os olhos, seu coração se acalmou, e sua respiração voltou ao normal. Já estava em casa novamente. Agora, mais do que nunca, ela precisava de explicações, de todas as explicações. Melanie se levantou da banheira, pegou uma toalha, e correu para o closet, pegou uma calça de moleton, uma blusa regata branca, vestiu as peças de roupa, e deitou-se na cama, se agarrando ao travesseiro. Ela estava com medo, muito medo. Se esticou até o criado-mudo branco, ao lado de sua cama, e pegou seu celular, olhando as horas. Eram três e quarenta e duas, ela então, resolveu dormir. Se ajeitou na cama, agarrando mais ainda, seu travesseiro, e fechou os olhos.

Enquanto isso, em Nova York, Justin estava deitado. Fitando o teto. Derrepente, sentiu a cama a afundar, como se alguém estivesse se deitando ao seu lado, ele de relance, olhou para o lado, e uma um moça, deitada ao seu lado, ele voltou a fitar o teto, quando ele reparou no que tinha acabado de ver, ele levantou-se da cama, assustado.

- Quem é você? E como entrou aqui? - Justin perguntou nervoso. - Como passou por meus seguranças?

- Primeiramente, olá, meu nome é Naomi, e eu sou sua guia. E respondendo a suas duas ultimas perguntas, eu tenho poder de teletransportação. - Disse ela, calmamente, como se fosse algo normal. - É simples. Estão explicadas as suas perguntas? - Perguntou encarando-o, enquanto se sentava na cama.

- Como é? Que história mais idiota. Você acha mesmo que vou acreditar nisso? Teletransportação? Que mentira. - Justin disse rindo. Naomi gargalhou, balançando a cabeça, e teletransportou-se para perto de Justin, que por sua vez, arregalou os olhos. - Isso faz você mudar de idéia? - Naomi perguntou se escorando no ombro de Justin, ele assentiu totalmente abobado. - Eu nasci no ano 1000. E guio os escolhidos a cada 112 anos. - Logo após dizer isso, Naomi bateu na própria testa. - Droga... Falei demais.

- Não... Não pode ser. Como isso... Não, isso é impossivel. - Justin falou tentando raciocinar.

- O que eu acabei de fazer é impossivel, para qualquer, ser humano normal. - Naomi disse enquanto voltava para a cama de Justin, sentando-se. - Eu sei que algumas coisas estranhas andam aconteçendo com você. Por isso sou sua guia, para explicar-te sobre suas descobertas.

- Isso... É totalmente estranho. Como é possivel você ter nascido no ano 1000? - Justin perguntou abismado.

- Sou imortal. Você tem que aprender muitas coisas Justin.

- Me explique, por quê tudo isso está aconteçendo comigo? - Justin perguntou sentando-se numa poltrona ao lado da cama.

- Até o momento, só posso explicar-te sobre seu mais novo sinal. - Naomi disse apontando para mão esquerda de Justin, onde o sinal dele estava começando a aparecer. Justin olhou para sua mão esquerda.

- Por favor, me explicar que... Que droga é essa. - Justin disse todo confuso. Naomi riu levemente.

- Este sinal serve como uma bússola para você, e serve como um GPS para nós guias.

- Como é? Dá para você me explicar? Pelo menos o começo dessa história?

- Se eu pudesse eu diria, gostaria muito de lhe ajudar. Mas não posso.

- Por quê? - Naomi suspirou.

- Só existem duas guias para os escolhidos, eu e Esmée, nós duas temos um travamento em nosso corpo. Se falarmos algo demais, automáticamente, levamos um choque. - O corpo de Naomi, ficou envolto por raios, e logo em seguida ela fez uma careta de dor. - Droga...

- Mas... Mas como eu posso ter explicações sobre isso?

- Justin, você tem sonhos estranhos, certo? Como se fosse algo real? - Justin assentiu. - Então, nesses sonhos, têm algumas explicações, e é como um quebra-cabeças, cada coisa que você descobrir é como uma peça, e o que você descobrir eu posso lhe explicar. Entendeu?

- Um pouco.

- Sabia que você tem o poder de teletransportação, também? - Naomi perguntou animada, Justin abriu um enorme sorriso.

- Sério? Como é que eu faço?

- Feche os olhos, e se concentre em algum lugar. Por exemplo, até a porta. Ande, tente. - Naomi disse, Justin fechou os olhos se concentrando, sentiu seu corpo seu sugado por alguma coisa, e ao abri os olhos, estava na porta do seu quarto. - Viu? Legal, não é? - Justin assentiu, meio que não acreditando. Derrepente, ele começou a ter visões de Melanie se contorcendo e chorando. - Justin, o que foi? - Naomi pressentiu que ele estava tendo uma visão.

- Eu... Eu estou vendo uma garota, deitada numa cama, se contorcendo e chorando. - Naomi arregalou os olhos, e mandou um tipo de alerta para Esmée. Assim que Esmée sentiu o alerta de Naomi, ela teletransportou-se para casa de Melanie. Ao chegar no quarto da garota, viu a gritando.

Melanie estava em uma sala escura, rodiada por três pessoas.

- Você vai morrer garotinha. - Um dos homens, disse rindo. Eles passavam por ela como vultos, e as vezes paravam, para amendrontar Melanie.

- E ela é tão bonita. - O outro homem disse, também rindo, sendo acompanhando por uma mulher. Melanie estava totalmente assustada, estava presa numa cadeira.

Esmée correu até Melanie, e passou a mão sobre a testa da garota. A respiração de Melanie voltou ao normal, e aos poucos, bem lentamente, ela foi abrindo os olhos. E assim que viu Esmée perto dela, por impulso abraçou, com medo.

- Calma querida. Calma. Respire fundo. Foi só um pesadelo. - Esmée disse passando as mãos sobre o cabelo de Melanie.

- Por quê isso está aconteçendo comigo? - Ela perguntou largando-se de Esmée, e a encarando.

- Querida é uma longa história. - Esmée explicou tudo, da mesma forma de Naomi explicara a história para Justin.

- Quem eram aquelas pessoas?

- São Jimmy, Alexia, e Drake. Eles querem atrapalhar tudo.

- Tudo o quê?

- Querida, como eu lhe disse, procure alguma pista em seus sonhos vou estar aqui com você, agora durma. - Esmée passou a mão sobre a testa de Melanie, a mesma sentiu o corpo amolecer, e acabou dormindo. Naomi fez o mesmo com Justin.

E lá estavam eles no deserto, um em cada lado do deserto, bem longes, mas era possivel um sentir a vibração do outro. Estava noite, e aquela mesma luz que Melanie viu, reapareceu. Melanie e Justin se concentraram para ir até o castelo, que estava perto da luz, ambos se teletransportaram para o mesmo lugar. Ambos em sentiram a presença um do outro, Melanie foi para um lado e Justin foi para o outro. Melanie adentrou em um quarto, e viu uma coroa, quando ela ia tocá-la, acabou sendo sugada por um força, estranha. Justin foi até o outro quarto, e encontrou outra coroa. Ele tocou-a, e viu o nome: Impérador espanhol.