Meia-dia : 01/01 – Seoul, KR

Em plena avenida principal de Seoul, o trânsito parou. Não era por acidente ou engarrafamento, na verdade quem havia causado aquilo em pleno horário do almoço, era um jovem muito conhecido e de traços coreanos. Encolhido na avenida, como uma flor esperando para desabrochar e atraindo todos os tipos de públicos estava Kim JongWoon, mas conhecido como Yesung. As pessoas que viam a cena, não acreditavam no que estava diante de seus olhos, aumentando cada vez mais a multidão de curiosos. Um garotinho de três anos de idade, soltou-se da mãe que estava atônita e correu na direção do jovem desacordado, vencendo a barreira de pessoas que ali se formavam. Gentilmente ele puxou a manga da camiseta social preta que o jovem usava, e disse em tom musical.

– Acorda, acorda, acorda – disse o garotinho em coreano muito bom.

Essas palavras foram o suficiente para que o jovem movesse os olhos despertos por baixo das pálpebras e os piscasse centenas de vezes, até que a pupila se acostumasse com a quantidade de luz que adentrava. Um céu nublado de inverno ainda trazia muita luz. Yesung sentiu frio assim que recuperou os sentidos, ele estava deitado no asfalto gelado apenas com uma roupa social preta, não era para menos que ele sentisse frio. Calmamente ele sentou-se esfregando os braços em uma tentativa vaga de se esquentar e olhou para as pessoas a sua volta confuso.

– O que aconteceu? - ele perguntou em seu perfeito coreano.

***

– Hyung! É bom tê-lo de volta – disse Eunhyuk abraçando a Yesung ainda na entrada do dormitório.

– Ainda não acredito que fiquei desde o Natal desaparecido – respondeu o mais velho soltando-se do mais novo e bagunçando levemente as próprias mechas, enquanto via outro dongsaeng abrir os braços para ele, dessa vez era Donghae que o abraçava.

– Onde ficou todo esse tempo? - perguntou o mais novo ainda aninhado nos braços do mais velho, que achava toda aquela atenção estranha, mas não se incomodava, até porque ele ficará sabendo da aflição que todos haviam sofrido com seu desaparecimento e acabará concluindo que abraçar seus hyungs e dongsaengs como forma de conforto, não lhe causaria mal algum.

– Eu não sei – respondeu o mais velho simplesmente e olhou para o líder que já lhe abraçado e enchido de perguntas até o dormitório – Por enquanto eu quero apenas tomar um banho quente. Darei tempo para que os outros cheguem... - disse se referindo aos outros membros do grupo que naquele momento seguiam todos para o dormitório daqueles seis. Na verdade HeeChul e RyeoWook também moravam com eles, mas haviam saído momentaneamente e até agora não haviam retornado.

Com um sorriso torto adornando-lhe os lábios, Yesung seguiu para o banheiro que recordava muito bem onde ficava, mas ainda sim, não se recordava onde ficará em seus seis dias de ausência. Sua cabeça estava bagunçada, todas aquelas pessoas, juntando com a preocupação e inúmeras perguntas que o líder Leeteuk havia lhe feito, apenas aumentava mais essa sensação de deslocamento, mas por enquanto ele se focaria apenas em seu banho.

Desabotoando botão por botão com calma, ele livrou-se de sua camiseta social e partiu para a calça, mas antes, sentiu um pequeno desconforto na coxa direita e levou a mão ao bolso, sentindo algo macio e fino entre seus dedos. Calmamente ele puxou o que parecia ser um laço amassado e sorriu para a cor que o enfeitava. Vermelho, um laço tão vermelho quanto a maça mais vistosa, mas nada lhe vinha em mente, era apenas um laço vermelho. Mas seu subconsciente sabia a verdade por trás daquele pequeno adorno. Expressando um sorriso bobo, ele protegeu o laço, deixando-o entre o tecido fino de sua camisa e prosseguiu normalmente com seu banho.