Um Presente De Natal escrita por Valentinnes


Capítulo 19
Capítulo 19




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Danielli estava mesmo querendo nos atacar com um protetor solar. Tentei momentaneamente ver o protetor como uma arma, mas não vendo nenhuma real utilidade dei alguns passos em sua direção, sendo parada pelo protetor que voou com tudo para a minha testa. Não imaginei que ela teria uma pontaria tão boa e me curvei com a mão na testa enquanto soltava uns altos e agudos ‘ai’.

- Ela está fugindo Duda – avisou Sooyoung antes de sair correndo atrás da menina.

Como não era seguro deixar Yesung sozinho com minha prima, tive que interromper meu drama e correr também. Sooyoung geralmente era melhor em esporte do que eu, mas naquele momento eu passei correndo tão rápido ao seu lado que ela fez até uma careta assustada. Aproximando-me da menina do aeroporto, me joguei para cima dela, indo novamente para a areia. Agarrei seu cabelo e fiquei em cima dela enquanto ela cuspia um pouco de areia, tirando esse detalhe meu plano tinha sido cem porcento, ela estava imobilizada.

- Duda, ela me deu um picolé, sai de cima dela – pediu Yesung com a voz fina e baixa, parecia mais uma criança manhosa.

Semicerrando os olhos para ele, sai de cima garota e estiquei a mão direita para ajudá-la a levantar-se, mas ela recusou minha ajuda – acho que eu também o faria, mas tudo bem. Ela se levantou limpando sua roupa com ambas as mãos enquanto Sooyoung a observava com a mão na cintura, seu olhar não era muito amigável.

- E você senhorita do aeroporto, fique longe do Yesung ou a Sooyoung vai te fazer comer areia.

- O que o Yesung está fazendo você? – ela perguntou confusa.

- É uma longa história – respondi dando de ombros, nem o meu presente sabia dessa história, então eu não ia contar a ela.

- O que vamos fazer agora? – perguntou Yesung dando uma pequena mordida no seu picolé.

- Esse picolé está bom? – perguntei de volta franzindo o cenho.

- Está sim, quer uma mordida? – ele perguntou esticando o picolé para mim.

- Ei, eu comprei esse picolé pra ele – disse Danielli entrando na conversa – E já que eu não posso dar um pequeno passeio na praia com ele, fiquei longe do meu picolé – falou ela semicerrando os olhos e apontando o indicador esquerdo para minha face.

Apenas dei de ombros.

- Vem Yesung, vamos achar um orelhão – por precaução, segurei a mão esquerda de Yesung e comecei a arrastá-lo para a rua.

- Ei! Você vai levá-lo assim? – perguntou Sooyoung levantando as palmas para cima enquanto fazia uma careta indignada.

- Você não tinha que se encontrar com o Minho? Leve a Danielli junto que eu vou ligar para o Jonghyun – rapidamente dei as costas e voltei ao meu ritmo lento em direção a rua. A alguns metros eu podia ver um orelhão na calçada.

- Por que você vai ligar para o Jonghyun? Por que não liga para a Amber? – perguntou Yesung novamente parecendo uma criança manhosa.

- Porque agora eu sou legal e ligar para saber como o amigo está faz parte de ser legal. E eu já liguei para a Amber hoje, se eu ligar de novo vai parecer obsessão. Tenho que ligar para o Key também, minha conversa com o Jonghyun tem que ser curta. Amanhã eu ligo para a Amber de novo, se eu voltar antes de ela viajar, nós podemos até marcar algo – finalizei com um sorriso bobo, eu estava mesmo pensando naquilo tudo?

Yesung ficou fazendo birra, tentando me fazer desistir de ligar para Jonghyun, enquanto eu tentava de todas as formas, explicar que aquilo era normal entre amigos. Depois que liguei para Jonghyun, que a propósito, ficou surpreso com minha ligação, voltei a caminhar com Yesung pela praia. O horário de almoço se aproximava e barriga do meu presente roncava alto. Estávamos próximos do quiosque onde meus pais estavam quando uma cigana de meia-idade nos interceptou na areia. Ela devia estar com calor usando todas as suas vestes.

- Olha o que temos aqui, um belo casal de jovens – começou ela com seu falar manso e olhos astutos – Mas você não são mesmo um casal são? – perguntou parando de gesticular e encarando nossas faces de segundo a segundo.

- Claro que somos – retruquei séria e apertando mais ainda a mão esquerda de Yesung. Minha mãe havia me ensinado a não dar atenção a ciganas e semelhantes, e embora aquela fosse a primeira vez que eu encontrasse uma, e ela tivesse me deixado surpresa com aquela suposição, preferi escutar minha mãe.

- Não foi o que eu senti – retrucou ela com seus olhos castanhos fixos em mim e voltou-se para Yesung – Você é um rapaz especial, muito especial, não deixe que ela te domine – disse a mulher se aproximando de Yesung com um sorriso malicioso.

Mas que diabos era aquilo?

- Vamos Yesung – disse fechando a cara e saindo arrastando ao meu presente, que parecia curioso quanto ao fato da mulher ser uma cigana.

- Espera! - pediu ela fazendo Yesung parar e automaticamente parei também. Seus olhos ficaram vidrados no horizonte e ela começou a falar – Vocês tem até a meia noite de amanhã para fazer algo ou então ele permanecerá eternamente nesse país - anunciou ela como se fosse uma profecia macabra.

- Eternamente? - perguntei franzindo o cenho.

A mulher voltou a mover os olhos confusa e abriu um sorriso.

- Deixe-me ler as mãos de vocês – disse ela esticando as mãos para nós, como se não houvesse dito nada.

- Vamos Yesung – disse simplesmente o arrastando para o quiosque, de que poeira aquela mulher havia saído? Olhei para trás uma única vez procurando pela mulher e não havia sinal dela. Aquilo não era normal, ninguém era tão rápido assim, mas preferi não comentar nada com Yesung, não queria deixá-lo impressionado.

- Vamos almoçar? - perguntou Yesung todo animado.

- Vamos - confirmei sorrindo.

Minha tia estranhava a presença constante de Yesung, mas minha mãe estava animada com a presença do meu suposto professor de coreano e era ela que contava. Eu estava bem sentada ao lado de Yesung na mesa com quatro lugares quando os gêmeos sentaram conosco.

- Olha Duda, você anda muito distante... - disse um dos gêmeos fingindo não dar importância ao fato, mas seus olhos pousaram sobre minha face buscando uma reação, então era óbvio que ele se importava.

- É melhor para vocês ficarem junto com o MinWoo, assim vocês podem correr, rolar na areia, se afogarem no mar, essas coisas divertidas de crianças – respondi realmente sem dar muito importância, mas buscando usar um tom gentil ao invés do irônico.

- Eu quero rolar na areia – comentou Yesung fazendo todos os olhares pousarem sobre ele, sua expressão era tão séria, que não tinha como ele estar brincando.

- Ooooook Yesung, depois você terá sua oportunidade – disse dando de ombros, eu já havia rolado na areia demais por aquele dia para ficar dando idéias ao Yesung.

- Você não quer ter aula de surfe com a gente Duda? - perguntou o outro gêmeo demonstrando um sorriso.

- Essas ondas não são muito pequenas? - questionei confusa, para mim se você quisesse pegar umas ondas boas era só Austrália, Havaí e semelhantes.

- Pouca diferença – disse o primeiro gêmeo – Mas venha conosco, lá pelas três da tarde, perto o píer, onde o mar é mais fundo e agitado.

- Não – protestou Yesung – Ela é muito teimosa e em falar em teimosia, o que aquela mulher quis dizer sobre eternamente? Eu não vou voltar para casa como a Cinderela? E falando em voltar, como eu cheguei aqui? - seus olhos escuros agora repousavam sobre minha face esperando curiosamente uma resposta.

- Eu te conto hoje quando for dormir como chegou aqui tudo bem? E talvez você não volte... Mas isso não é bom? - perguntei forçando um sorriso leve.

- Não sei... - respondeu ele com a voz e olhos baixos.

Há horas atrás ele não queria procurar os outros membros do seu grupo e agora ele respondia daquela forma? Alguma coisa não estava certa. Sooyoung que havia desaparecido havia um tempo, chegou na companhia de Minho e sentaram-se em uma mesa sozinhos. O espaço para mesas do quiosque não era muito grande, então estávamos próximos, mas ela fazia questão de sorrir e sorrir para o MinHo ignorando nossa presença. Movi meus lábios pensando em um comentário, mas antes que eu pensasse em algo, MinWoo entrou em meu campo de visão.

- O ele vai fazer? - joguei a pergunta para cima, mas os gêmeos apenas pararam observando a cena, enquanto Yesung estava concentrado em seu sanduíche.

- Quem é você cara? - chegou MinWoo todo macho fazendo a pergunta a MinHo. Discretamente pousei meu cotovelo direito sob a mesa e cobri o rosto rindo baixinho – O que você quer com a minha irmã?

- Sai MinWoo – respondeu Sooyoung fuzilando o menor.

- Olha pra ele Sooyoung, ele tem cara de safado pedófilo – e voltando-se para o jovem, ele continuou em apenas um fôlego - E quantos anos você tem hein? Não sabe que ela tem só quinze anos? Pare de mostrar esses seus braços cheio de bomba por ai e vá caçar uma menina de sua idade. Não quero você perto da minha irmã rapá, passa fora! - eu não sabia que MinWoo era tão sério e protetor.

MinHo que estava ficando sem graça diante daquele toco de gente, abaixou a cabeça ajeitando a franja rapidamente com a mão direita e voltou sua face para o meu primo.

- Olha rapazinho, eu não sou um safado pedófilo – ele sorriu sem graça quando disse as duas últimas palavras, mas continuou – Eu não sou assim tão mais velho que sua irmã e não tomo bomba, eu malho. E estamos apenas fazendo uma refeição civilizada – sua face estava levemente avermelhada, eu só não sabia se era raiva, vergonha ou por causa do sol.

- Então considere a refeição terminada – disse MinWoo tombando a mesa na direção oposta a qual eles se encontravam.

MinHo se levantou exaltado e Sooyoung surpresa. Todos os presentes nas proximidades olharam naquela direção. Até mesmo Yesung que agora me cutucava pedindo por sorvete como sobremesa parou e observou esperando o desfecho da cena.

- Menino... - começou Minho cerrando o punho com força e aumentando o tom de voz, mas uma voz masculina o interrompeu.

- Ai está você – disse um jovem alto e de feições coreanas chegando animado, mas então seus belos olhos puxados pararam na bagunça e ele franziu o cenho, enquanto Minho e Minwoo se encaravam com olhares mortais – O que aconteceu aqui? - ele perguntou voltando os olhos a face de mais alto.

- Oi, meu nome é Duda, na verdade Duda é só apelido, mas está valendo – disse me achegando rapidinho ao lado do que havia acabado de chegar, que além de ter os olhinhos puxados mais lindo que eu havia visto, depois dos olhos de Yesung é claro, ainda por cima usava o cabelo loiro e com franja – O que aconteceu aqui? Bem, nada demais, mas eu consideraria você levar o Minho com você e me ligar depois ok? Tá, não precisa me ligar porque eu não tenho celular, mas seria legal se levasse o Minho – eu dizia tudo tão rápido e com tão pouco fôlego, que quando parei de falar tive que puxar o ar fortemente para os pulmões.

- Isso é uma falta de respeito – acusou MinHo apontando o indicador direito para MinWoo, que agora recebia o apoio dos gêmeos Min.

- Falta de respeito é você ficar dando em cima da minha irmã – retrucou meu primo.

- Minwoo! - disse Sooyoung fazendo uma carranca irritada.

- É melhor irmos Minho, o Onew está te procurando, temos que ver as coisas para amanhã – disse o loiro puxando-o sutilmente pelo ombro. Embora relutante, ele desfez sua pose de quem ia avançar no meu primo e deixou ser conduzido pelo outro – Eu me chamo Taemin, até mais Duda – disse o loiro com um sorriso simpático ao passar por mim.

Soltei um suspiro e um sorriso abobalhado vendo aquele menino com cara de bebê se afastar, mas logo me lembrei do meu presente e voltei a ficar séria.

- Minho – chamou minha prima antes que ele deixasse o quiosque.

Ele parou onde estava e virou-se para ela com um sorriso.

- Mais tarde – disse simplesmente e saiu na companhia de Taemin.

Achei que MinWoo estaria morto assim que MinHo saísse de vista, mas tudo que Sooyoung fez foi dar um tapa na cabeça do menor e mandar ele arrumar aquela bagunça. Passado o momento tenso, comprei sorvete para Yesung e depois ficamos ali, com cara de triste após comer que nem pedreiro.

- Vai pegar uma cor filha – sugeriu minha mãe passando por mim indo em direção a areia.

Apenas observei aquela pele vermelha e balancei a cabeça negativamente.

Embora tia Laura fosse irmã da minha mãe, ela não tinha a pele tão clara quanto a dela, então ela seguiu minha mãe animada. Com um pouco de insistência ela conseguiria um bronzeado legal, mas para a pele da minha mãe, isso estava fora de cogitação. Baro que surgia não sei dá onde – as pessoas ultimamente davam para brotar nos lugares que era uma loucura -, cumprimentou minha mãe e minha tia e caminhou em minha direção. Sooyoung ainda estava inquieta pelo acontecido, mas ao ver Baro ela soltou um sorriso torto para ele.

- Onde está o Jinyoung? - perguntei ao perceber que ele estava sozinho.

- Com meu pai – respondeu ele sem dar importância e sentou-se à mesa conosco – Vão passar a virada do ano aqui na praia?

- É verdade que se você der um beijo na virada do ano, essa pessoa vai ser sua para sempre? - perguntei pensativa, geralmente eu não ligava para o fim de ano e muito menos essas superstições, mas perguntei apenas por curiosidade.

A face de Baro corou imediatamente, então Sooyoung me encarou sem fala. Yesung estava mexendo com o cartãozinho vermelho e nem devia ter me ouvido, ou talvez me ignorasse de propósito, mas acho pouco provável a segunda opção. O silêncio se instalou. Ninguém se atrevia a dar uma opinião quando a voz de Yesung se fez alta no ar.

- Eu entendi! Eu entendi a mensagem do cartão! – exclamou Yesung entusiasmado.


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Notas finais do capítulo

Por mais que eu me esforce para escrever os capítulos, minha criatividade anda capengando ultimamente, só ando tendo idéias para outra fanfic -qn, mas não se preocupem que o final já está quase ai. Acho que dois capítulos e eu concluo ^-^ . Obrigada por quem vem acompanhando todo esse tempo e mandando reviews, eles realmente me dão forças para continuar escrevendo :D . Não percam o próximo capítulo ;D
by: Mc =]