Um Presente De Natal escrita por Valentinnes


Capítulo 13
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183636/chapter/13

Com aqueles olhos negros e pedintes sobre minha face, senti meu coração amolecer, eu não podia deixar aquela criança sozinha. Inspirando pesadamente, deixei que meus olhos captassem o balcão enquanto eu pensava, mas rapidamente eles pousaram na face do meu presente e eu balancei a cabeça negativamente.

- Vá ao quarto do meu pai e pegue umas três roupas que sirvam em você e depois vá ao meu quarto e arrume uma mala para mim ok? Minha mala está no espaço lá em cima do guarda-roupa, sem erro. Agora fique aqui que eu já volto – disse tudo muito rapidamente e sai correndo para o quarto dos meus pais.

Meu pai tinha um canivete muito legal que ele havia comprado em uma dessas viagens para a praia. Momentos extremos exigiam atitudes extremas. Peguei o canivete, uma blusa de frio preta gigantesca com capuz, um óculos escuro, minha mochila e meu cartão de passe, para finalmente deixar a casa correndo. Algo me dizia que meu plano não ia dar certo, mas segui para o centro. Irreconhecível ou pelo menos esperando que eu estivesse, fiquei observando as pessoas que passavam. Embora fosse dia vinte e nove, havia uma movimentação intensa no local. Foi então que vi de relance um garoto passar por mim, ele parecia rico pelas suas roupas bonitas e modernas e como seu cabelo liso possuía luzes, achei que ele deveria estar com pelo menos cinquenta reais na carteira. Aproximei-me sorrateiramente com o canivete saindo do bolso da blusa de frio e o segurei fortemente pelo ombro direito colocando o canivete em suas costas, sim, eu havia me tornado uma assaltante.

- Passa toda a grana playboy – falei com a voz firme olhando em volta, para ter certeza que não havia nenhum guarda ou policial próximo. O rapaz soltou um grito agudo sentindo o canivete em suas costas e buscou a carteira de zebra no bolso de trás da calça. Sempre sonhei em falar aquela frase, mas espera um minuto, eu disse carteira de zebra? Puxei o garoto para trás, conseguindo ver sua face e bufei o soltando – Ahh Key, o que você está fazendo aqui? – perguntei ligeiramente irritada, tantas pessoas para eu assaltar e eu tinha que assaltar logo o meu amigo?

Ele fitou minha face confuso e empurrou minha touca de frio para trás, podendo me ver melhor. Seus olhos automaticamente voltaram-se para o canivete que agora estava fechado.

- Que tipo de meliante você é agora? – ele perguntou fazendo uma careta.

- Do tipo desesperada – respondi sem me importar e tirando o óculos escuro, mas então veio uma idéia brilhante em mente – Me empresta trezentos reais? – pedi calmamente.

- O que? Trezentos reais? – ele perguntou boquiaberto – Não me diga que ouviu meu conselho e vai fazer umas luzes no cabelo? – agora sim ele parecia mais animado, já que segundo ele, meu cabelo castanho era sem graça.

- Se for para isso você me empresta? – perguntei forçado um sorriso gentil.

- Cem é o que eu tenho agora, mas não sei se percebeu, eu estou no centro rodeado por belas lojas, isso significa gastar.

- Tudo bem, já é um começo. Eu te pago quando as aulas voltarem certo? – perguntei esperando calmamente que ele tirasse o dinheiro da carteira.

- Vai pagar com juros – disse ele sério me entregando uma nota de cem – E pare de tentar assaltar as pessoas, isso é feio.

Fiz uma careta e soltei um curto sorriso de agradecimento. Considerando que eu não morava assim tão longe da praia onde meus pais estavam, só mais duzentos reais e já daria para comprar a passagem, mas onde eu arrumaria duzentos reais sem roubar ninguém na rua? No mesmo instante me lembrei de Amber. Eu ficaria cheia de dívidas, mas quem estava ligando não é mesmo? Segui para sua casa e implorei para que ela me emprestasse os duzentos, mas como Key, ela só me emprestou cem. Pensei em pedir para Baro ou Jonghyun, mas eles provavelmente estavam tão pobres quanto eu depois que fomos para a cidade do Papai Noel que não resolveu em nada o caso do Yesung. Então só me restava uma pessoa.

- Pra que você quer cem reais? – perguntou minha prima Sooyoung séria – Você não devia estar arrumando sua mala para viajar?

- Eu devia, mas depois que eu fugi, fiquei sem dinheiro para gastar na viagem e queria emprestado. Você sabe que eu pago e se eu não pagar você conta para a minha mãe e ela me obriga a te pagar, você a conhece. Agora por favor, me empreste esse dinheiro.

- Não – respondeu ela friamente.

- Se você me arrumar o dinheiro eu deixo você passar a mão no abs do Jonghyun – mas pensando melhor, refleti um pouco, quem iria querer pegar no abs em construção do Jonghyun? Franzindo o cenho, tratei de completar - Ou melhor, eu faço você ter um encontro com o Baro – falei esperançosa, minha proposta não havia aumentado em nada, mas eu me lembrava muito bem de alguns comentários dela dizendo que o Baro era fofo, então eu tinha esperanças.

- Não – respondeu ela constrangida.

- Por favor Sooyoung, se eu não tiver esse dinheiro, o Yesung vai ficar aqui sozinho.

- Então é para levar o Yesung para praia é? – ela perguntou com um olhar ambicioso, eu apenas assenti – Então desista, o Yesung vai ficar aqui comigo e eu vou cuidar muito bem dele.

- Duda! Você ainda não viajou! – disseram duas vozes finas e irritantes descendo as escadas correndo.

Virei minha face para aquela direção muito contragosto e encontrei meu primo MinWoo e os gêmeos Min descendo as escadas. Sinceramente eu não estava com clima para ter duas crianças pegando no meu pé e pedindo beijos, mas aqueles dois me deram uma idéia.

- Crianças amadas do meu coração, eu sei que vocês rasgam dinheiro, então podem me emprestar cem reais? Eu juro que eu apago assim que eu chegar de viagem – minhas mãos estavam juntas do modo mais implorativo que eu conseguia.

- Pra que você quer cem reais? – um deles perguntou, mas como eu não sabia quem era, preferi deixar nomes de lado e simplesmente responder que era para a viagem. Minha prima negou no mesmo instante.

- Ela vai arrumar um namorado com esse dinheiro – disse ela rapidamente e desesperada, fazendo os meninos se assustarem.

- E você acha que com cem reais eu vou arrumar um namorado? Olha pra mim Sooyoung, a plástica está mais cara do que cem reais – falei franzindo o cenho, para aumentar ainda mais meu drama, se por um acaso eles desconfiassem que fosse algo assim, era improvável que eles fossem me dar o dinheiro. Os gêmeos conversavam sobre algo entre si, enquanto meu primo apenas observava curioso.

- Tudo bem, emprestamos... – disse o segundo o gêmeo sério.

- Mas com uma condição – completou o primeiro.

- Lá vem as condições, qual é? – perguntei ansiosa e nervosa, eu tinha que ir para o aeroporto.

- Você tem que nos dar um beijo – disse o segundo me lançando um doce sorriso.

Fiz uma careta de imediato.

- Beijar vocês? – perguntei pasma escutando as risadas de Sooyoung. Eles assentiram com a cabeça – Beijar vocês? – perguntei novamente com a voz mais baixa e fina, tecnicamente eu estava entrando em desespero. Eles novamente assentiram – Então vamos fazer assim, vocês me mostram o dinheiro, só para eu ter certeza, e então eu dou um beijo em vocês tudo bem? – perguntei mais calma, imaginando que eles e suas mentes engenhosas só estavam tramando contra mim.

- Um beijo na boca – avisou um dos gêmeos e ambos saíram correndo para o andar de cima, quase atropelando MinWoo no caminho. Sooyoung agora me encarava pasma.

- Vo... vo... você... – ela gaguejava algumas palavras, mas ao fim, só virou a cara e subiu para o seu quarto marchando.

Ficamos eu e MinWoo esperando pacientemente no térreo, até que os gêmeos voltassem correndo, cada um com uma nota de cinquenta reais na mão. De primeiro instante, senti um grande alívio em ver aquele dinheiro, mas depois veio o grande pavor em ter que beijá-los.

- O dinheiro está aqui... – anunciou o primeiro.

- ...então, vamos ao beijo – completou o segundo.

De certa forma era fofo o modo como eles viviam se completando, mas eu tinha muitos traumas desses dois piralhos para achá-los fofos por mais de dez segundos. Respirei pesadamente e observei aqueles rostinhos pequenos e esperançosos. Eu não queria beijar sequer as bochechas deles. Se eu corria de crianças de quatorze anos, mesmo tendo quinze, imagina como eu era perto de crianças de nove? Refletindo com os meus botões, indaguei dramaticamente:

- Mas, quem eu vou beijar primeiro?

Os dois se entreolharam.

- Eu – falou um deles.

- Não, ela vai beijar a mim – disse o outro empurrando o irmão de lado.

Nem preciso dizer que eles ficaram brigando apenas para saber quem eu beijaria primeiro não é mesmo? Eu estava quase morrendo de tédio, quando eles se decidiram.

- Você vai beijar primeiro o mais velho, que sou eu – disse um deles todo sorridente, me fazendo dar um salto para trás, eu não queria que eles chegassem a um acordo.

- Eu não posso dar o beijo quando eu voltar de viagem? – perguntei entrando em um mini desespero.

- Agora – disse o mesmo gêmeo arqueando a sobrancelha esquerda e fazendo um leve bico.

Eu tive que rir daquela cena.

- Tudo bem, então fecha esses olhinhos puxados ok? – falei calmamente me sentindo uma noona pedófila.

O gêmeo concordou com a cabeça e fechou os olhinhos fazendo bico. Assim que ele fechou os olhos, fiz uma careta de agonia e pensei em correr, mas situações extremas pediam medidas extremas. Aproximando-me daquele rostinho pequeno, eu sentia uma grande agonia, o que eu não fazia pelo meu presente não é mesmo? Fechando o olho esquerdo ainda em meio a minha careta, me aproximei mais ainda parando bem perto dele. Eu conseguia escutar sua respiração rápida e descompassada.

- Não, eu não quero! – exclamei com voz de choro me afastando.

O gêmeo abriu os olhos.

- Você não quer o dinheiro? – ele perguntou tristemente.

- Aish – soltei cruzando os braços, sem nem saber do que se tratava e fitei aqueles dois fazendo uma careta de irritação. Eles observavam-me confusos, mas ao perceber que o problema era comigo e não com eles, descruzei os braços e suavizei minha expressão – Ok – disse em um sussurro para mim mesma e me inclinei na direção do primeiro gêmeo segurando com calma seu queixo.

Não dei tempo para que ele protestasse ou corre, apenas esperei que ele fechasse os olhos respirando com dificuldade e simplesmente pressionei meus lábios contra os seus em um selinho rápido e o soltei, seguindo para o seu irmão. O segundo gêmeo estava boquiaberto, mas quando segurei seu queixo, ele projetou um leve bico e fechou os olhos, o que me fez reprimir uma risada, mas fechei os olhos e também pressionei meus lábios sob os seus, o soltando em seguida. Abri os olhos traumatizada e me sentindo uma noona muito ruim, era bom que aqueles dois não dissessem nada a ninguém. MinWoo que estava próximo, nos observava com uma careta de surpresa e nojo. O ignorei e estiquei a mão para os gêmeos Min.

- Dinheiro – disse sem expressar nada, mas meu coração batia acelerado e eu queria correr daquelas duas crianças. Eu realmente estava me sentindo muito estranha.

Os dois ainda estavam aéreos, acho que se eu os perguntasse seus nomes, eles não saberiam responder. O primeiro gêmeo abriu os olhos em meio a um suspiro e esticou o dinheiro para mim. O segundo gêmeo demorou um pouco mais para abrir os olhos, mas também me entregou o dinheiro.

- Digam a tia Laura que eu estou indo para o aeroporto com minha mala, falem para ela me encontrar lá – pedi a eles correndo em direção a porta, pois eram nove horas da manhã e não daria tempo para eu ir no aeroporto e voltar, por causa da distância.

Eles apenas assentiram abobalhados. Assim que cheguei em minha casa, encontrei com Yesung sentado no terceiro degrau da escada e ao pé dela, estava minha mala. Ela parecia abarrotada de coisas e ele olhava para um pequeno cartão vermelho que estava em suas mãos, mas quando me viu, se levantou e veio ao meu encontro.

- Duda, olha o que eu achei – disse ele me entregando o cartão.

Imediatamente reconheci como sendo o cartão que estava preso em sua calça quando ele chegou a minha casa.

- Legal, é bom que tenha achado – disse guardando em minha mochila sem dar muito importância.

Ele tentou dizer algo, mas apenas agarrei minha mala e disse que tínhamos que ir. Antes de sair, peguei meu notebook e seu carregador, colocando tudo em minha mochila, e sai correndo com Yesung, ainda tínhamos que comprar sua passagem. Chegamos por volta das nove e meia no aeroporto e conseguimos comprar a passagem. Enquanto esperávamos pacientemente minha tia, uma garota se aproximou relutante de nós e perguntou ao meu presente:

- Você é o Yesung do Super Junior? – ela não parecia acreditar que ele estava ali no aeroporto, mas preferi não interferir.

- Acho que sou – respondeu ele fazendo uma careta divertida.

- OMG! Não acredito! – exclamou a garota tento um ataque – Eu me chamo Danielli e sou mega sua fã, sua voz é a mais linda do Super Junior, aaahhh, você é muito lindo pessoalmente! -  ela fez uma pequena pausa para respirar e completou - Eu posso ver seu abs? – perguntou a garota surtando.

Fiz uma careta me afastando daqueles dois.

- Claro – respondeu Yesung sorrindo.

Sem mais nem menos Yesung levantou sua camiseta acabando com minha careta. Fiquei paralisada observando meu presente que sorria e mostrava seu abdômen para aquela garota que havia brotado do chão. Danielli que estava surtando, caiu ali mesmo com uma árvore que foi cortada pela raiz e voltei a fitar Yesung que ainda segurava a camiseta no alto com expressão confusa. Dei-lhe tapas na mão, fazendo-o soltar sua roupa.

- Assim você mata alguém menino – adverti a ele séria.

- Eu acho que eu já matei – respondeu ele franzindo o cenho e fitando a garota que estava imóvel no chão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Poisé, eu não consegui fazer o sequestro relâmpago porque a Duda estava com muito pouco tempo para ir atrás do Yesung e tudo mais, mas a Dani sortuda viu o abs do Yesung õ/ ~todos comemoram~ SHAHUSHUAHUSHAUHS . E me desculpem os erros e confusões com personagens de outras fanfics minhas, meu raciocínio anda mais lerdo que o normal -q . Não percam o próximo capítulo ;D
by: Mc =]