Alice escrita por Brus


Capítulo 2
Cap. 1 - Atrapajudar


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos rewiews. Isso me deixou muito feliz mesmo :3 Ta aí mais um cap. é meio lerdo mas tem um final legalzinho e o próximo cap. vai ser melhor. Prometo.



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Eu não acreditei que ele tivesse me chamado de cínica... Ele nem me conhece! Não iria deixar isso barato. Se ele achava que eu era cínica, então eu seria a cínica. Implicar com ele havia virado um esporte. E um esporte que eu sempre ganhava medalha de ouro.

As minhas amigas nunca entendiam o exato motivo de nossas brigas. E sempre que me indagavam, era a mesma desculpa esfarrapada: “ele começa a implicar comigo. Não posso fazer nada se não revidar” a Cath (romântica incorrigível) vinha com a história de paixonite. E claro que eu sempre negava. Mas não podia negar que me arrepiava toda quando ele ia falar algo no meu ouvido para me provocar. Ou que sentia um friozinho na barriga quando ele segurava meus pulsos me impedindo de bater nele, aqueles segundos em que a gente se olhava nos olhos e ele se aproximava... Mas sempre algo nos atrapalhava – ou ajudava.

***

O sol de 12:00 fritava o meu rosto, e eu detestava isso. Mas eu não ia entrar naquela água. Estava deitava em cima da minha toalha – nem morta eu tocaria essa areia suja – apoiada nos cotovelos de frente pra um lago muito bonito onde um monte de adolescentes brincavam, conversavam ou se agarravam.

Eu observava aquele ser de cabelos castanhos claros desgrenhados brincando de jogar água na cara dos amigos. De vez em quando ele olhava sério pra mim, mas eu desviava o olhar na mesma hora.

Fechei meus olhos e virei meu rosto para o sol, fazendo uma careta com luz quente invadindo meu rosto. Nunca gostei de praias, lagos ou sol. De repente senti o barulho de riso se aproximando e um jato de areia caiu em cima de mim. Abri meus olhos e procurei pelo ser infeliz responsável por me sujar toda de areia – não que eu já não tivesse minhas suspeitas -.

Tirei meus óculos com o meu melhor olhar assassino e olhei bem no fundo nos olhos perfeitos daquele panaca. Ele recuou assustado e eu sorri vitoriosa.

– Eu só vim perguntar se você não vai entrar na água. Você vai torrar aí. – Ele estava ficando corado? Não. Era só o sol que tinha deixado-o vermelho.

– Desde quando você se importa se eu vou torrar ou não? E não, eu não vou pra água. Quem sabe o que já passou por aí? Cruzes. – Me arrepiei só de pensar.

– Frescura é o seu sobrenome, não? – ele revirou os olhos e sentou do meu lado, na areia mesmo.

– Me deixa em paz e volta a brincar com os seus amiguinhos vai! – recoloquei os meus óculos e deitei.

– Hmmm... parece que alguém estava de olho em mim... – Definitivamente eu entendia Cath por achar Noah um babaca.

– Some, Hagen. - me limitei a responder.

– Até Chase. – Ele disse levantando e fazendo questão de jogar mais areia em mim com os pés.

Me levantei, sacudi a areia do meu corpo e fui falar com as meninas. Já estava cansada daquilo. Ia voltar pro hotel.

– Jus! Olha, eu estou cansada de ficar aqui então eu estou voltando para o hotel, ok? Avisa para a safada da Cath quando ela terminar de se agarrar com o Gabe que eu fui.

– Ok. Até mais.

Dei as costas e comecei a andar apressada. O hotel não ficava muito longe dali. Só algumas quadras. Foi quando senti uma mão molhada no meu ombro. Me virei e vi Noah atrás de mim com uma expressão confusa no rosto.

– NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ME MOLHOU COM ESSA ÁGUA NOJENTA. AAAH! QUE NOJO GAROTO TIRA A MÃO DE MIM. – fiz um escândalo por causa da mão molhada no meu ombro (amava ser dramática, principalmente quando meu drama incluía irritar Noah como resultado). Peguei minha toalha e comecei a esfregar freneticamente o local molhado. Foi quando percebi que ele ainda olhava pra mim. – Que foi, Hagen? Por que está me olhando? Perdeu alguma coisa?

– Vai aonde?

– Não te interessa. – dei as costas e recomecei a andar – e para de me seguir – acrescentei quando vi que ele estava me seguindo.

– Vai voltar para o flat?

– Como eu disse antes, não te interessa. Mas eu vou sim. Estou cansada e quero tirar essa areia grudenta de mim.

– É, não to mais afim de ficar aqui mesmo. – Ele deu de ombros como se estivesse fazendo um favor em ir comigo.

– Ah, só pode ser carma mesmo. Eu pensei que ia finalmente ficar em paz...

– Digo o mesmo! – Eu dei um tapa BEM forte nas costas dele. O lugar que mais estava queimado.

– Chase! Está ardendo, porra! – Ele gemeu de dor.

– Um bônus para mim. Haha.

Depois de muitas brigas e muitos tapas – dados por mim, claro – finalmente chegamos ao hotel. Fui direto para o banheiro tirar aquele biquíni e entrar debaixo do chuveiro. Ouvi batidas na porta do banheiro. Levei um susto. Pensei que tinha fechado a porta do meu quarto com chave.

– Chase, eu quero pedir algo para comer... que tal McDonald's?

Fechei o chuveiro e me enrolei em uma toalha. Abri a porta e dei de cara com um Hagen muito corado. Ele lançou um olhar pro meu corpo como se fosse me comer ali mesmo.

– Tá olhando o quê babaca? – Perguntei corando um pouco também. – Sai, saiiiii!! – Comecei a empurrá-lo para sair do quarto. Foi quando percebi que estava encostando na barriga... definida dele. Subi as mãos para os ombros. Empurrei ele e fechei a porta, dessa vez trancando-a.

– Mas e a comida? McDonald's?

– Não, nada de fast food.

– Comida italiana?

– Não, não quero comer massa.

– Comida japonesa?

Coloquei uma roupa qualquer e abri a porta penteando o cabelo molhado.

– Credo! Eu odeio peixe!

– Então decide garota!

– Ok, McDonald's.

– O QUÊ? Você não acabou de dizer que nada de fast food?

– É, mas agora fiquei afim. – Sentei no sofá e liguei a TV.

– Você é louca, sabia? – Ele disse bufando.

– Vai pedir a comida ou não? Eu estou começando a mudar de ideia, sabe...

Ele foi pegar o telefone murmurando algo sobre ficar louco até o final das férias e eu ri alto. Liguei a televisão e fiquei passando pelos canais. Eu gosto de ligar a TV só para passar os canais. O Hagen pediu a comida e foi tomar banho. Parei em um canal que estava passando um seriado qualquer.

– Você vai morrer asfixiada se continuar rindo assim.

Olhei para o Hagen e congelei. Ele estava sem camisa, só com uma bermuda super larga nele, que deixava à mostra a barra da boxer. O cabelo estava bagunçado e molhado, mas ainda dava pra ver alguns fios loiros. Os olhos azuis e as bochechas rosadas pelo sol que havia pego hoje.

– Já parou de babar? – Ele arqueou as sobrancelhas com um sorriso irônico. Eu olhei pra televisão.

Ele riu por eu ter ficado sem fala e se sentou ao meu lado. Nossos braços se encostaram e estranhamente eu não me incomodei. Eu geralmente não gosto de ficar tendo contato com as pessoas...

Recomecei a passar os canais.

– Caralho, Chase! Deixa em algum canal.

– Eu gosto de ficar passando de canal.

– Mas eu não! Me dá esse controle – ele avançou para pegar o controle de mim, mas eu estiquei meu braço com o controle do outro lado dele. Isso fez com que ele caísse sobre mim com aquele corpo que o que tinha de gostoso, tinha de pesado. Estávamos a milímetros de distância. Eu podia sentir a sua respiração.

A campainha tocou.

Como eu disse, atrapajudando.


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Notas finais do capítulo

Bom gente, então é isso. Até o próximo cap. Deixem rewiews do que precisa ser melhorado e suas opiniões.
Bjão Brus