Acordei em um quarto onde todas as paredes eram brancas, exceto uma, que era um verde bem clarinho e tinha uma janela, que era tapada por uma cortina branca. Embora a cortina estivesse fechada, eu conseguia ver o sol. Não era como um sol de amanhecer, mas sim como um sol de fim de tarde.

Um bipe irritante me destraiu da minha reflexão sobre onde diabos eu poderia estar. Vi uma máquina que registrava meus batimentos cardíacos. Me irritei com aquele barulho e os bipes almentaram, ficando mais rápidos e mais irritantes. Depois de algum tempo eu finalmente entendi que a máquina registrava os meus batimentos.

Eu estava deitada em uma maca. Estava vestida com aquele vestido ridículo que as pessoas que fucam internadas usam e meu braço estava furado com uma agulha que passava soro e provavelmente remédios.

Ouvi um barulho vindo do pequeno sofá de acompanhante que ficava perto da janela e olhei pra lá, vendo um ser de cabelos quase loiros encolhido. Não pude deixar de sorrir com aquela cena. Fiquei reconfortada em saber que quem estava ali era Noah. Era quem eu queria que estivesse. Ele me passava uma sensação de conforto e segurança que só ele me dava. Eu sabia que isso era errado. Mas eu nunca me importei com o que é certo mesmo.

A porta do quarto abriu e Jus e Cath entraram. Elas tinham aparecias cansadas e preocupadas.

– Finalmente você acordou! - Cath saiu correndo para me dar um dos seus típicos abraços de urso. - Ficamos tão preocupadas com você! Achamos que você fosse morrer!

– Nós achamos? Cath, a especialidade de ser dramática e exagerada é sua e não minha. - Jus disse brincando. Eu cai na gargalhada com Jus mas Cath fz a típica cara de paisagem dela, de quando ela não entende a piada mas não quer demonstrar. O que nos fez rir mais ainda. - Depois que o príncipe encantado ali - ela apontou para Noah - noa ligou dizendo que você estava no hospital tend uma reação alérgica, nós corremos pra cá.

– Ele está aqui a quanto tempo? - a curiosidade falou mais alto.

– Ele não saiu desde que você estava inconsciente. Não saiu para comer, nem paa nos deixar a sós com você. O Brian não ficou muito feliz com isso mas...

– Falando no Brian - eu cortei Cath querendo mudar logo de assunto - alguém tem notícias dele?

– Ele acabnou de ir imbora. O horário de visitas acaba em uma hora e ele teve que ir. Mas ele pediu que assim que você acordasse, ligassem para ele. - Julia explicou.

– Vocês podem ligar para ele agora - uma voz masculina nos interrompeu. Olhei para o sofá e vi Noah sentado arrumando/bagunçando o cabelo de forma preguiçosa, mas isso já era típico dele.

– Ham... Cath, vamos lá ligar para o Brian - Jus disse empurrando Cath.

– Você precisa de duas pessoas para ligar pra ele?

– Sim, preciso Cath.

– Você é anormal Cath disse para Jus saindo do quarto e fechando a porta, me deixando ali sozinha com Noah. Comecei a ficar nervosa, mas eu não podia deixar que meu coração se acelerasse, porque ele também veria isso.

– Quando você quize se matar, é só se jogar da janela. Me poupa quze morrer de preocupação. - ele disse sério mas eu podia ouvir o alívio em sua voz.

– Me desculpa se e estava morrendo de febre e queria me livrar logo daquele frio infernal. - Frio infernal? De onde eu tirei isso? Deviam ser os remédios.

– Era só você ter me chamado! - ele disse com raiva. O celular dele tocou.

– Ah... oi, sim senhora, ela acordou agora. - pausa - ok, vou passar o telefone para ela. De nada senhora Hagen... ah tudo bem, de nada Helena, eu fiz o que qalquer um teria feito... foi um prazer conhecê-la também. - mais uma pausa, dessa vez ele ficou muito vermelho - Ok, eu prometo ficar de olho na Ali... Tchau! - ele estendeu o telefone para mim - Sua mãe.

Minha mãe? No telefone do Hagen? Mknha pulsação se acelerou . Peguei o telefone.

– Alô? Mãe?

– Oh! Meu amor, como você está? A mamãe ficou tão preocupada! Oh, como e queria estar aí!

– Calma mãe, eu estou bem. Foi só uma reação alérgica. Nada demais. - ouvi Noah bufar e olhei para ele. Ele sibilou 'nada demais' com ironia e eu dei a língua para ele.

(n/a: Eu sei que dar a língua é um comportament muio imaturo, mas se eu colocasse, 'mandei o ded do meio' ou 'mandei ele tomar no cu' iria ficar muito pesado e a Ali não estava com muita raiva do Noah.)

– Mas você está melhor agora? Se quizer ainda pode vir para cá, as férias estão na metade! - ela tentou me convencer.

– Não mãe, eu estou bem aqui. Aí é chato, e frio. - Lá não era nada chato, e eu amava o frio, mas nem a pau eu iria deixar Noah com aquela vadia sem antes tentar. - Aqui eu tenho meus amigos.

– E o Noah - ela completou com um sorriso na voz.

– É... espera aí. Como assim 'e o Noah'?

– Ah filha eu não preciso estar ai pra perceber que esse menino está gostando de você. A forma com ele fala de você... me faz lembrar a minha adolescencia... como seu pai falava... - ela riu - enfim... Mas me conta, ele é bonito? Aposto que é bonito. Ah, mas isso não importa, o importante é você estar se prevenindo. Está usando camisinha? Eu acho bom estar mocinha...

– MÃE! Eu não estou fazendo nada dessas coisas! E ele está aqui do lado, então podemos falar sobre isso uma outra hora?

– Ok ok... Temos que ir meu amor. Tenha mais cuidado! E se cuide! Beijos, tchau.

– Beijo, tchau.

Alguns minutos depois Cath e Jus entraram no quarto.

– Ligamos para o Brian. Depois de um século. A Julia é uma das pessoas mais lerdas para falar no telefone. Ela fez o coitado do Bri ligar a TV para dizer o que estava passando em cada canal de filme! – Cath disse estressada – E depois ainda pediu pra ele ver o canal do tempo.

– Ele vem daqui a pouco. – Jus explicou. Sussurrei um ‘obrigada’ e ela piscou.

Uma enfermeira gorda, velha e de aparência rabugenta entrou no quarto e pegou uma prancheta com as minhas informações.

– Tem muita gente aqui, um visitante por vez. – ela disse com a voz arrastada de um lagarto. Se lagartos tem voz. Brian entrou no quarto, fazendo a enfermeira bufar. – Já avisei, um visitante por vez. Ou vou ter que pedir pra que todos se retirem.

– Oi meu amor. – Bri se aproximou me dando um beijo de estalo na bochecha. Ouvi Noah bufar. O celular dele tocou.

– Alô? Ah, oi Mel! Tudo bom amor? – Amor? Agora era amor? – A festa ainda está de pé? Ok, vou falar pra elas. Beijo, até mais. Cath, Jus, a Mel está chamando a gente praquela festa da prima dela.

– Ah, tudo bem. Nós temos que ir mesmo né. Bem, Ali, melhoras e amanhã assim que der eu venho pra cá com a Jus ok? – ela se aproximou, me deu um beijo na testa.

– Fica bem garota. E vê se não faz nenhuma loucura por pelo menos uma noite ok? – Jus me deu um beijo na bochecha e saiu com Cath.

– Tchau Chase.

– Tchau Hagen.

E foi isso. Eu estava sozinha com Brian e a enfermeira rabugenta.

– Querida, você só vai poder sair daqui amanhã, porque o doutor já foi embora. Vou voltar daqui a pouco com os seus remédios. - a enfermeira saiu.

– Ali, você está bem? – já estava ficando cansada daquela pergunta.

– Sim, eu estou bem. Só um pouco cansada. Mas estou bem.

– Que bom. Olha, me desculpa. Eu me senti realmente culpado por ter deixado os remédios misturados. Me desculpa.

– Não Bri, você não teve culpa nenhuma. Fica tranquilo.

– Ah, bem, tudo bem. Vamos deixar isso pra lá. Eu só voltei aqui pra saber como você estava. Mas eu tenho que ir pra casa. Você vai ficar bem? Sozinha?

– Vou sim, daqui a pouco a enfermeira chega com os meus remédios e eu apago.

– Ok então. – ele se aproximou e me deu um selinho. Ele fazia muito isso ultimamente. – Boa noite.

– Tchau.

Alguns minutos depois de Brian ter ido embora, a enfermeira voltou com o remédio e colocou no meu soro.

– Você vai sentir sonolência em alguns minutos. Boa noite querida.

– Boa noite.

Passaram-se minutos, ou horas, mas eu não sabia dizer. O remédio me fazia ficar em um estado de inércia total.

(n/a: eu estou fazendo o dever de química e ao mesmo tempo escrevendo, então por isso o termo ‘inércia’ kkkkk)

Ouvi a porta do meu quarto se abrir, e Noah entrou. Ele se aproximou de mim e disse baixinho.

– Ah, caralho, por que eu não consigo ficar chateado com você? Argh, que raiva! Você só fica com aquele babaca do Brian. O que ele tem que eu não tenho? Por que eu tenho que gostar de uma garota que não dá bola pra mim? Esquece. Olha eu vou deitar ali porque eu pareço um idiota falando sozinho. – Senti seus lábios encostando nos meus e ele foi para o sofá.

Lutei para prender o riso. Mas uma coisa que eu não pude deixar de perceber foi que quando Brian me beijou, os bipes continuaram os mesmos. Mas quando Noah me beijou, a máquina começou a apitar freneticamente.