Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 5
Sumiço - Capítulo Quatro.


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, como estão? Então, eu não estou muito bem. Meu cachorro sofreu um acidente e tá muito mal, e eu obviamente estou morrendo por dentro ;/
Esse capítulo não ficou muito bom, especialmente por esse motivo citado, mas prometo que o próximo virá melhor.
Dedicado à Queen Spicy Black e Buttercup pelas recomensações perfeitas no capítulo anterior :)
Obrigado lindas!
Enjoy!



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Sirius Black

– Black, pelo amor de Merlin, o que pensa que está fazendo? – McKinnon perguntou enquanto me observava caminhar de um lado ao outro da sala sentindo como se meus nervos fossem cordas de um piano, esticadas quase até a ruptura.

– Andando? – murmurei de forma jocosa sem nem voltar meus olhos para ela.

Sentia-me tão nervoso. Que merda toda era aquela, pelo amor de Merlin? As emoções pareciam estar à flor da pele e parecia que eu estava prestes a explodir a qualquer minuto.

McKinnon bufou, finalmente chamando minha atenção para ela.

– Sério? – seu tom de voz era sarcástico enquanto rolava os olhos – Porque para mim parece que você está trotando – comentou então, fazendo-me estacar.

– O que quis dizer com isto? – indaguei sem muita paciência para seus comentários.

– Quero dizer que agora você é uma mulher – McKinnon falou e eu me preparei para responder, mas então ela continuou interrompendo-me. – Não negue – estreitei os olhos. – E, sendo assim, você precisa se comportar como uma mulher. Não pode sair andando como se tivesse uma vassoura no meio do...

– Já entendi McKinnon – concordei enquanto sentia meu rosto esquentar absurdamente.

Foi então que algo surgiu em minha mente e virei-me um pouco furioso demais na direção de Evans que estava olhando para o nada de forma pensativa.

– Evans – chamei-a. Lily ergueu os olhos para mim e arqueou uma sobrancelha.

Meu Merlin eu sou muito lindo, modéstia à parte, pensei.

– Que é? – ela (eu) perguntou, encarando-me com os olhos desfocados, como se não estivesse mesmo ali.

– Você também precisa começar a agir como um homem! – falei um pouco alto demais e então ela arqueou uma sobrancelha, finalmente prestando atenção. – Não quero que as pessoas comecem a pensar que eu sou gay! – ralhei, encarando-a com um olhar ameaçador.

– Você sabe que agora entendo o porquê de vocês terem medo de mim – Evans comentou em meio a um suspiro, passando as mãos pelos (meus) cabelos e encolhendo os ombros. – É quase como se pudesse matar apenas com o olhar.

Sorri em escarnio.

– Deixe de fugir do assunto – resmunguei rispidamente.

– Tudo bem Black vou agir feito o idiota que você é – ela disse e eu revirei os olhos, sem nem me dar o trabalho de responder. – Mas só se você não ficar sujando a minha imagem – adicionou e eu sorri em consentimento.

– Eu faço as coisas bem feitas Evans – falei e então estiquei minha mão em sua direção para selar nosso acordo.

O problema era que jamais passara por minha mente o quão difícil seria ter de me passar por uma mulher.

Lily Evans

– Argh – reclamei comigo mesma enquanto caminhava rapidamente para a Sala Comunal da Grifinória sentindo-me completamente confusa.

O que eu iria fazer? Como é que, pelas calças de Merlin, eu iria ser homem? Como é que os homens agiam, afinal de contas? ISSO para não falar nos malditos “Marotos”.

Como é que eu iria lidar com eles?

Cheguei em frente ao quadro da Mulher Gorda, os pensamentos fervilhando em minha mente enquanto tudo o que queria que aquilo fosse um pesadelo e que eu acordasse em poucos segundos.

Claro que isso não aconteceu.

– Ósculo – falei naquela maldita voz masculina. Lene e Sirius tinham ficado para atrás para “despistar”, pois, afinal de contas, Sirius Black não andava com Marlene McKinnon e Lily Evans

Mais uma coisa que tinha sobrado para que eu concertasse. Teria de arranjar uma boa desculpa para o que tinha acontecido mais cedo na sala comunal.

Grande merda.

Precisava encontrar meu livro de inversões – u-r-g-e-n-t-e-m-e-n-t-e! – que, se Merlin fosse bonzinho, ainda estaria em algum lugar na Sala Comunal.

–-X—

A primeira coisa que entendi com tudo aquilo? Merlin era um cara mau. Um cara mau para caramba!

Porque depois de mais de meia hora vasculhando todos os cantos da maldita sala comunal, não conseguira achar nenhum maldito resquício daquela porcaria de livro.

O único ponto positivo era que tudo ainda estava vazio, afinal ainda era muito cedo. Os garotos deveriam ter voltado a dormir, pois nenhum deles estava por ali. O que eu agradeci a Merlin internamente. Não que isso mudasse meu conceito sobre Merlin ser o filho do cara lá de baixo. O livro não podia ter criado pernas e saído andando.

Alguém deveria tê-lo pegado.

– Mas quem? – resmunguei para mim mesma enquanto lançava meu último olhar de desistência pela sala.

– Sirius? – ouvi a voz de alguém chamar, mas não dei importância. Continuei tentando imaginar quem seria o ser abençoado que tivera a audácia de roubar o meu livro. – Sirius? – e então alguém tocou em meu ombro, fazendo-me pular e soltar um grito de histeria.

Ao virar para saber quem fora que me assustara deparei-me com James Potter encarando-me como se um chifre de unicórnio tivesse brotado em minha testa.

Então eu lembrei que ele não estava falando comigo. Ele estava falando com Sirius. E naquele momento, eu era Sirius.

M-a-r-a-v-i-l-h-a!

– O-oi – forcei minha voz a parecer natural enquanto sorria para o garoto. Preciso confessar que foi algo bastante difícil levando em conta o fato de que na maior parte do tempo eu adoraria quebrar o pescoço dele.

Porque Black? Porque tinha de ser o maldito do melhor amigo do Potter?

– Nossa cara essa sua reação foi realmente... – Potter começou a falar e arqueou uma sobrancelha. – E depois dizem que o veado sou eu – bufou.

Arqueei uma sobrancelha tentando parecer o mais ‘macho’ possível.

Homens não soltam gritinhos Lily, eles viram e dão um soco na cara de quem os assustou, disse a mim mesma enquanto formulava uma resposta para o Potter.

– Cale a boca – foi a coisa mais inteligente que consegui dizer.

Ele riu. Babaca.

– Então, vai me contar o que foi que aconteceu aqui esta manhã? – o garoto perguntou sentando-se em uma poltrona enquanto encarava-me de forma indagativa.

Aquela, com toda a certeza, era uma das cenas mais... Inusitadas de toda minha vida. Depois de ser um homem, é claro.

Mas conversar amigavelmente com o energúmeno do Potter não era uma coisa que eu recomendaria logo pela manhã. O cara conseguia me irritar pelo simples fato de estar respirando.

Isso deveria ser algum tipo de recorde!

Seja homem Lily! Deixe de frescuras!

Respirei fundo e sentei-me na poltrona à sua frente tentando parecer macho ao sentar. Como é que se sentava parecendo macho, afinal?

Não fazia ideia, mas esperava que fosse do jeito que eu estava fazendo.

Encarei Potter.

– Hum – comecei tentando pensar em uma boa desculpa. – Eu tive um sonho... Ruim – falei então, tentando não parecer gay demais. A expressão de Potter indicava que eu não estava tendo sucesso. – Ele envolvia algo como eu me transformar em uma mulher – meu tom era jocoso. – A culpa era mi... da Evans no sonho, então eu quis ir atrás dela. Quando desci as escadas ainda meio sonambulo adivinha com quem eu encontrei? – comecei a me deixar levar pelas ideias malucas que apareciam em minha mente, agradecendo à Merlin por tudo aquilo que havia acontecido comigo ser tão absurdo que eu poderia fingir ser um pesadelo. – Sim, a Evans! Ela e a sua mania de acordar cedo acabou tropeçando em cima de mim – dei de ombros. – E então foi todo o escândalo que vocês presenciaram – concluí no que eu pensei ser uma desculpa bastante plausível.

Potter voltou a me encarar como se eu tivesse um chifre, mas parecia ter engolido a história.

– Tá, mas isso não explica que história foi aquela com a McKinnon. Você disse um monte de coisas sem sentido algum (pelo menos não para mim, já que McKinnon pareceu entender)... Do que estava falando, afinal?

Minha garganta secou. O que eu iria fizer?

– Acredito que isso não seja da sua conta, Potter – precisei me controlar muito para não gritar novamente quando a voz de Lene soou atrás de mim.

– Acredito que escutar conversa dos outros é muito feio McKinnon – Potter respondeu a ela no mesmo tom, uma de suas sobrancelhas arqueadas.

– Vá se ferrar – Lene respondeu em sua postura habitual de mau humor matinal.

Percebi a expressão de diversão na minha cara, ou melhor, na de Sirius, enquanto observava a cena um pouco atrás da Lene.

– Só se a Lily for junto – Potter piscou para a Lily/Sirius e eu senti náuseas.

– Cala a boca – eu falei sem pensar fazendo com que todos voltassem sua atenção para mim. Merda.

– Como é que é? – Potter perguntou me encarando ainda mais estranho.

– Eu... – olhei para Lene em busca de saída, mas ela simplesmente deu de ombros. Grande amiga! – Vocês estão me dando dores de cabeça – falei e ouvi Lily/Sirius bufar.

– Cara, você está muito gay hoje – Potter resmungou e o olhar assassino de Sirius (que no caso era o meu, mas então não era mais) piscou em minha direção.

– Então eu estou parecido com você, James – eu disse e me senti completamente estranha ao pronunciar o primeiro nome do Potter.

Vi a risada das duas garotas (ou uma garota e meia) e Potter bufou.

– Vá à merda – ele resmungou em meio a um bufo, levantando-se e dando as costas para nós, murmurando qualquer coisa sobre ‘depois conversamos’.

– Ele é sempre um amor assim? – perguntei ironicamente a Sirius assim que Potter sumiu pelas escadas dos dormitórios.

– É pior – Sirius sorriu marotamente e eu estranhei completamente a expressão vinda de meu rosto (que no momento era o rosto de Sirius... Argh! Que complicação!).

– Que maravilha Black, maravilha! – resmunguei e olhei mais uma vez para a sala, lembrando-me de meu fracasso. – Temos um problema – falei.

– Você quis dizer ‘temos MAIS um problema’, certo? – Sirius revirou os olhos.

– Eu não encontrei o livro – disse aos dois fazendo-os me encararem de forma completamente incrédula.

– O quê?! – ambos perguntaram com o mesmo tom de voz completamente chocado.

– Vasculhei toda a sala, não achei nada – disse. – Alguém pegou, é a única explicação.

– Grande merda Evans, grande, grande merda – Sirius resmungou e se atirou na poltrona em que Potter estava sentado alguns minutos atrás.

A sorte, definitivamente, não estava em nosso favor.




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Notas finais do capítulo

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