Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 4
Descoberta - Capítulo Três.


Notas iniciais do capítulo

Hi peoples, como vão?
AAAH, eu fiquei tão feliz com os review que recebi *--*
Obrigado por todos viram?
Enjoy!



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James Potter

Acordar o seu melhor amigo aos berros perguntando sobre o que tinha no meio das pernas não era, definitivamente, uma das coisas que gostaria de ter vivenciado. Especialmente quando seus gritos histéricos interrompiam um lindo e maravilhoso sonho onde eu beijava uma linda grifinória de longos cabelos cor de fogo e...

– O que aconteceu com ele? – Remus perguntou com a voz engrolada, interrompendo meus devaneios, enquanto passava a mão pelos olhos à fim de espantar o sono.

– Para mim parecia muito com TPM – Frank comentou de sua cama e eu virei para encará-lo. – Quê? Sinceramente, ele parecia a Alice quando fica estressada – deu de ombros de forma indiferente, erguendo-se logo em seguida.

– Coitado de você – Remus resmungou.

Bufei.

Tudo bem que Sirius sempre fora um cara preocupado com beleza e tudo o mais, mas o que quer que tenha acontecido naquela manhã havia sido muito estranho. Porém eu estava sonolento demais para me importar com os ataques de histeria potencialmente femininos de Sirius.

Estava quase fechando os olhos, preparando-me para voltar a dormir - e com sorte continuar meu sonho maravilhoso - quando um berro estridente retumbou pelas paredes do dormitório:

– BLACK, SEU IMBECIL!

Parei em meio caminho de puxar minhas cobertas e virei-me para Remus que me encarava de forma tão confusa quanto eu.

– Porque, por Merlin, Sirius está se chamando de imbecil? – Remus perguntou e eu dei de ombros sem conseguir compreender.

A voz de Frank soou abafada:

– Talvez seja o irmão dele... – comentou em meio a um bocejo e eu me voltei para ele novamente, pegando meu travesseiro e atirando com força na direção de sua cabeça. Ele não teve tempo de se defender, caindo da cama com o impacto.

– O irmão dele é da Sonserina, cabeção – Frank atirou o travesseiro de volta e eu estava tão distraído com os novos gritos que nem me defendi.

– EU NÃO SOU IMBECIL COISA NENHUMA, VOCÊ QUEM FEZ A MERDA DAQUELE FEITIÇO, EVANS! – eu conhecia aquela voz, especialmente quando soava naquele tom de histeria.

– Essa não é a Lil... – Remus começou a falar, mas, em um pulo, eu já estava saindo pela porta do dormitório.

– ORA SEU! – a voz de Sirius estava em um tom exaltado, o que indicava que ele estava muito estressado. Haviam sido poucas as vezes que o vi usando aquele tom, quando não era com sua mãe. Imaginei o que poderia tê-lo feito ficar daquela forma e o que Lily teria a ver com isso.

Antes que eu chegasse ao fim das escadas, porém, escutei o barulho abafado de corpos estatelando no chão fazendo com que os novos novos gritos ficassem abafados e indistintos aos meus ouvidos. Virei-me para ver. Remus e Frank estavam caídos de forma esparramada nos degraus da escada, ambos com marcas vermelhas no rosto.

– O que aconteceu? – perguntei sem compreender.

Remus levantou-se do chão irritado.

– Frank tropeçou – resmungou. Revirei meus olhos e voltei a descer as escadas rapidamente.

Quando finalmente cheguei à Sala Comunal, deparei-me com uma cena um tanto... Esquisita. Na verdade era EXTREMAMENTE esquisita.

Sirius, Marlene e Lily encaravam-se como se estivessem prestes a pular no pescoço um do outro.

– O que... Que gritaria é essa? - Remus foi o primeiro a interromper o que parecia estar se transformando na Segunda Batalha Bruxa contra os Duendes. Só que sem os duendes.

Sirius então virou-se para eles, mais pálido do que jamais o havia visto.

– O que está acontecendo Black? - Marlene perguntou, ignorando completamente a presença deles ali, encarando Sirius como se fosse capaz de matá-lo. Não duvidei.

– Eu... Eu... – Sirius começou a falar, mas parecia incapaz de proferir nenhuma frase compreensível.

– Ele estava me ajudando a levantar! – Lily falou, sua voz parecendo nervosa. Arqueei uma sobrancelha.

McKinnon olhou para a ruiva, sua expressão de completa incredulidade.

– O que? Eu podia jurar que ele...

– Na verdade, eu passei pela frente dela e ela acabou tropeçando sobre mim – Sirius complementou, sua voz também parecia nervosa.

Franzi a testa. Algo muito, muito estranho estava acontecendo por ali.

– Cale a boca seu cachorro! – McKinnon encarou-o revoltada antes de voltar sua atenção para a ruiva. – Lily! Eu juro que o vi quase te b...

– JACK OLDES – Sirius berrou, de repente, assustando a todos com seu grito repentino. Ao que sabia, Jack Oldes era um sextanista da Corvinal. Mas como ele havia parado naquela conversa era, com certeza, uma incógnita.

Lily encarou-o sem compreender, mas McKinnon virou-se rapidamente em sua direção, os olhos estreitos.

– O quê? – ela perguntou lentamente.

– Jack Oldes, um armário... Poção do amor – Sirius complementou e eu tinha certeza de que a minha expressão deveria ser de completa confusão.

McKinnon tinha os olhos arregalados.

– Do que... Como você...? – ela gaguejou e eu estreitei os olhos. Antes, porém, que eu pudesse comentar o quão estranho tudo aquilo estava e que queria explicações, Sirius continuou:

– E talvez Marcus Jackson? Sala de Transfiguração, no quinto ano... – Sirius voltou a falar e a garota parecia estar prestes à entrar em colapso.

– Do que você está falando, Pads? – perguntei, descendo os últimos degraus e caminhando em sua direção.

– Não se meta, Potter – McKinnon resmungou enquanto olhava de Sirius para Lily consecutivamente. Então seus olhos arregalaram-se e ela encarou Sirius de cima abaixo completamente abismada. – OH MEU MERLIN!

– O quê? – foi a vez de Remus perguntar completamente impaciente. Eu não era o único que não estava entendendo absolutamente nada do que acontecia ali.

– CALEM A BOCA, JÁ DISSE! – McKinnon se estressou e enganchou seu braço no de Sirius fazendo-me soltar uma expressão de completa surpresa e incredulidade.

Logo em seguida ela foi até Lily e puxou-a também.

Eu estava tão surpreso que nem me dei o trabalho de segui-los quando saíram pela porta da Sala Comunal.

– O que foi que aconteceu aqui? – Frank perguntou com uma sobrancelha erguida e uma expressão de confusão no rosto.

– Não faço a mínima ideia – Remus comentou passando as mãos pelos cabelos ainda encarando a porta.

Foi então que algo pareceu despertar em meu cérebro.

– Hey! A Lily estava de camisola? – perguntei completamente bobo.

– Estava – Frank respondeu e assentiu com a cabeça – belas pernas – comentou despreocupadamente.

Foi o que bastou para que eu corresse atrás dele por toda a Sala Comunal, com um Remus revoltado e entediado logo atrás.

Lily Evans

Eu era um cara mau, um cara muito mau. Como eu tinha sido capaz de quase bater em uma mulher? Especialmente quando essa mulher era eu!

Droga, minha cabeça parecia ser um nó gigante de tão confusa que estava.

Lene me arrastava junto do cachorro para um lugar qualquer para o qual nem estava prestando atenção. Tudo o que eu sabia era que poderia ser preso pela lei Maria da Penha. Mandariam dementadores atrás de mim e eu morreria trágica e solitariamente trancada dentro do corpo de um cachorro pulguento.

Oh Merlin, o que eu havia feito para merecer aquilo? Porque não podia ter mudado de corpo com Alana Sparts? A garota tinha um corpo perfeito e era popular! Mas não, eu precisava me transformar justamente num protótipo de cachorro nojento feito o Black.

Até mesmo se eu tivesse virado o Canino, cachorro do Hagrid, seria muito mais reconfortante.

Somente quando ouvi um 'click' de tranca de porta foi que 'despertei' de meus pensamentos.

Estávamos dentro de uma sala de aula vazia e Lene nos encarava como se fossemos a mais nojenta e ridícula atração de circo.

– E então? – ela perguntou em seu irritante tom de voz superior. Eu simplesmente odiava quando ela fazia aquilo.

– O que? – Sirius (que no momento era eu [acho que demoraria séculos para que eu me acostumasse com aquilo]) perguntou desconfortavelmente para Lene.

Lene encarou-o com arrogância.

– Como foi que isso aconteceu com vocês? – ela perguntou rigidamente.

– Como você sabe? – Sirius perguntou pasmo.

– Digamos que Lily me deu umas pistas – ela disse e me encarou. Eu sabia que ela falava sobre Jack Oldes e seu fatídico encontro onde o garoto havia dado à ela uma poção do amor, forçando-a a ficar com ele. Trágico. Realmente. O garoto era uma mistura de corcunda de NotreDame com o incrível Hulk. Lin-do.

– Lene, olha – eu comecei a falar – o livro de inversão, eu estava lendo...

– Sim, a idiota estava lendo no meio de uma FESTA, UMA FESTA POR MERLIN! COMO ALGUÉM LÊ EM UMA FESTA? – Sirius se exaltou, enquanto seus cabelos ruivos (MEUS CABELOS RUIVOS!) esvoaçavam à sua volta.

– A bichinha se acalmou? – Lene perguntou indiferente.

Sirius pareceu ficar ofendido com comentário, mas eu ri.

– Você não pode contestar isso neste momento – resmunguei e ele me encarou. Por um momento pensei que ele fosse pular em meu pescoço, mas ele acabou rindo também.

E, de repente, ele estava chorando, sendo encarado por mim e Lene completamente abismadas.

– Oh Deus, o que está acontecendo? – ele perguntou arregalando os olhos por onde lágrimas grossas desciam. – Porque eu estou chorando? – ele guinchou em minha voz irritantemente.

Droga, teria de cuidar mais meus gritos.

Se eu voltar para meu corpo Merlin, prometo nunca mais gritar desta forma com Potter.

Esperava que essa promessa desse certo, pois eu estava disposta à cumpri-la se eu pudesse me ver livre do corpo idiota e musculoso de Black.

Lene começou a rir.

– São os hormônios – ela riu mais e Sirius enrubesceu, parecendo um pimentão.

Droga, eu ficava ridícula daquele jeito.

– Pare de rir de mim! Eu não sou idiota! – ele disse e voltou a chorar. Instintivamente fui consolá-lo, ou me consolar. Ah, dane-se! Eu fui até lá.

Passei os braços por seus ombros.

– Okay, se acalme! – eu disse à ele, tentando fazê-lo parar de chorar.

– Mas eu não tenho mais meu pe... – ele começou a falar, mas eu o impedi de prosseguir.

– Cale a boca! – reclamei sentindo-me constrangida, afinal quem estava com o 'pe...' dele era eu. Infelizmente.

– Bem, mas você entendeu – ele deu de ombros enxugando uma lágrima do rosto.

– Yeah, entendi – resmunguei.

Um silêncio constrangedor ficou entre nós dois, até que o bendito decide quebra-lo:

– Ah, Lily, aliás, belo corpo você tem – ele disse com um sorriso malicioso que eu tenho certeza de nunca ter visto em meu rosto antes.

– SEU CACHORRO! – berrei, afastando-me dele enquanto ele e Lene riam.

– Opa, o cachorro agora é você – ele sorriu, mesmo que não houvesse graça alguma.

Porque realmente não havia graça.

Eu precisava achar uma solução, algo que pudesse me fazer voltar ao normal antes que eu ficasse presa à esse carma para sempre.

Imagine! Ter de aturar James Potter todos os dias me enchendo e...

Mas algo me ocorreu. James Potter não iria me encher a paciência. Pelo menos não à mim naquele momento, e sim à Sirius, que estava em meu corpo.

Sorri com o pensamento.


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Notas finais do capítulo

Nada de leitores fantasmas okay?
Besos e até mais :*