Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 3
Esse corpo não é meu! - Capítulo Dois.


Notas iniciais do capítulo

Descuuuuuuuuuuuullllllllpeeeeeeem a demora gente! Sério mesmo, mas prometo que o próximo vai sair rapido okay?
Obrigado à todos os reviews, vou respondê-los todinhos okay?
Espero que gostem do capítulo!



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Sirius Black

Senti como se todo ar houvesse sido expelido de meus pulmões e eu não conseguia mais pensar, raciocinar, qualquer coisa a não ser olhar para o meio totalmente vazio entre minhas pernas.

— CADÊ? CADÊ?! — gritei, os pensamentos de ter me tornado um transexual perpassando minha mente, deixando-me atônito. Merlin do céu, que diabos estava acontecendo? O que eu faria da minha vida? Céus! Como eu conseguiria existir sem aquela parte tão importante da minha anatomia?

Ouvi um barulho de movimento na cama à esquerda da minha, mas ignorei, sem dar atenção a quem quer que fosse. Nada me interessava naquele momento. Nada exceto a perda de meu fiel escudeiro.

Merlin, por quê? O que de tão errado eu havia feito na vida para merecer um castigo daqueles? Justo eu, o tão lindo e maravilhoso Sirius Black. Eu tinha certeza de que deveria haver uma lei divina de que pessoas tão maravilhosas como eu não poderiam sofrer daquele jeito. Não era justo!

— Cadê o quê, Lily? — a voz soou ao meu lado, porém eu estava tão desesperado que deixei passar o fato de aquela não era uma voz masculina e, também, de que era conhecida.

Havia coisas mais importantes na minha mente naquele momento, como, por exemplo:

— CADÊ MEU SIRIUSTICK? indaguei, alterado, minha voz saindo estranhamente fina e histérica. Estranhando, coloquei as mãos em minha garganta tentando entender que diabo estava acontecendo comigo. Voltei-me na direção de meu colega de quarto.

Ou, melhor dizendo: minha colega de quarto.

— Seu o quê? Lily, você caiu da cama, foi isso? — Marlene McKinnon indagou, cheia de sono, uma sobrancelha arqueada enquanto me observava em confusão.

Com um solavanco, as coisas começaram a juntarem-se em minha mente, o quebra-cabeça finalmente fazendo algum sentindo.

Senti-me gelar.

Certo, então, em primeiro lugar eu havia acordado vestindo uma camisola, em seguida percebia que o bem mais precioso, filho do papai, não fazia mais parte de meu corpo e, logo em seguida, Marlene McKinnon aparecia na cama ao meu lado ao invés de James ou Remus.

Bem, aquilo me levava a apenas duas conclusões:

A primeira: um pesadelo. Um pesadelo terrivelmente real onde, quando eu finalmente tinha uma chance de ver a McKinnon apenas de camisola sensual e extremamente curta, não possuía nada com o que seduzi-la.

E a segunda: eu não estava mais em meu corpo, coisa que era totalmente ridícula se eu fosse pensar bem à respeito, contudo eu conseguia lembrar de ler a capa do livro da Evans antes de ela voltar-se furiosa para mim. E o livro falava sobre inversões.

Ergui minhas mãos, colocando-as em minha cabeça, sentindo-me extremamente assombrado e amedrontado sobre o que eu estava acontecendo. Mas então, outra coisa me fez estacar: ao tocar em minha cabeça não encontrei os habituais cachos, oh, não. O que eu encontrei foram cabelos longos e lisos e, ao puxá-los para frente de meus olhos a fim de observá-los, deparei-me com fios de um vermelho-alaranjado. Ruivos. E eles não eram meus.

Ou, o que era ainda pior: eles eram meus naquele momento.

E, por mais que eu preferisse acreditar na segunda opção do que na primeira, ainda sentia uma raiva incontrolável, uma vontade alarmante de matar a Evans. Por que, pelas calças de Merlin, ela estava lendo – LENDO! – em uma festa? Por que ela não podia agir como uma pessoa normal, adolescente, ao invés de ler livros sobre inversões em uma festa?

Maldita fosse aquela mulher e seus comportamentos absurdamente nerds!

— Lily? — McKinnon encarava-me com a expressão confusa, preocupada.

Lily. Ela havia me chamado de Lily. Eu era Lily Evans. Ou, para ser mais específico: eu era Sirius Black e estava no corpo de Lily Evans.

— EU VOU MATAR A EVANS!

Lily Evans

Quando abri os olhos, imediatamente soube que havia algo errado comigo.

Sentia meu corpo diferente, como se estivesse mais pesado que o normal. Meus olhos não pareciam querer abrir, de tão grudados que estavam um no outro, coisa a qual era totalmente estúpida, afinal eu sempre havia acordado rapidamente, sem precisar de muito esforço, pela manhã.

Minha cabeça latejava como se eu estivesse de ressaca, algo ainda mais estúpido do que o peso em meus olhos, afinal eu não havia colocado um único pingo de álcool em minha boca na noite anterior.

Suspirando profundamente, fiz um pequeno esforço, finalmente conseguindo abrir meus olhos, forçando-os a ficarem abertos embora estivesse claro de que eles não queriam fazer aquilo. Gemi ao erguer-me da cama e franzi o cenho ao fazê-lo, pois o som que saiu de minha boca quando o fiz era totalmente rouco e profundo, muito mais grosso do que normalmente. Limpei a garganta, querendo que aquilo passasse logo.

Espreguicei-me, jogando os braços para cima, sentindo todos os meus ossos estalarem ao fazê-lo. Por Merlin, que diabo havia acontecido na noite anterior? Por que eu me sentia tão acabada daquele jeito?

Suspirei, baixando os olhos. E então percebi que, ao invés da minha camisola, eu estava vestindo uma calça azul de flanela.

Franzi a testa.

— Que diabos...? — resmunguei comigo e, mais uma vez, surpreendi-me com meu tom de voz.

O que, por Merlin, era aquilo? Coloquei a mão em minha garganta, limpando-a mais uma vez, completamente confusa sobre o que estava acontecendo naquele momento.

Distraída com minha voz, acariciando um pequeno ovo que parecia ter se formado em minha garganta – seria um inchaço? Talvez eu devesse visitar Madame Pomfrey – demorei a perceber algo que estava me incomodando.

Foi somente quando voltei a observar a calça de pijama que o vi.

De olhos arregalados ao perceber o estranho volumo no meio das minhas pernas, analisei-o e percebi que, dali, um estranho incômodo pairava.

Levemente assustada, pensando em mil e uma possibilidades para aquele estranho volume, senti-me congelar ao tocar ali e encontrar, não um bolo de tecido como esperava, mas sim um músculo enrijecido.

Senti-me gritar, assustando Marlene na cama ao lado da minha, fazendo-a erguer-se, sonolenta.

— Que merda é essa? — mas não era Marlene. Oh, não, santa merda! Aquela não era Marlene, muito menos uma menina. Aquele era James Potter!

Berrei mais uma vez, assustando-me ainda mais com o meu tom de voz.

QUE. MERDA. ESTAVA. ACONTECENDO?

Merlin! Meus batimentos cardíacos estavam extremamente acelerados naquele momento e eu não me sentia capaz de respirar.

— O que houve? — Potter indagou novamente, encarando-me com uma sobrancelha erguida em questionamento.

— Que diabos é isso duro no meio das minhas pernas? — perguntei, a voz saindo, se era possível, ainda mais grossa e histérica.

Rolando os olhos para mim de forma totalmente irritante, Potter bufou.

— Ah, faça-me o favor, Sirius! Você não quer mesmo que eu te explique, não é? — seu tom era de descaso e então voltou a atirar-se contra seus travesseiros, fechando os olhos imediatamente como se nada houvesse acontecido.

Certo, então talvez aquilo devesse ser um sonho. Ou, melhor dizendo, um pesadelo, afinal qualquer coisa que envolvesse James Potter era algo muito ruim para ser um sonho. Ugh.

Talvez se eu voltar a dormir, quando acordar, tudo tenha acabado, pensei comigo mesma e me direcionei para a cama, mas meus olhos passearam involuntariamente pelo quarto e caíram em cima do usuário da outra cama ao lado da minha.

Remus Lupin.

Virei meu rosto novamente, procurando por Black que deveria estar ali, é claro, mas não o encontrei, apenas mais uma cama onde Frank Longbottom estava no milésimo sono.

Nenhum deles parecia estar incomodado com os gritos que eu havia dado.

Minha cabeça parecia estar prestes a explodir.

— É só um pesadelo Lily — resmunguei comigo mesma naquela voz grossa. Uma voz grossa como a de um homem.

Como a de um homem...

Como a de um Homem...

Como a de um homem!

— AH! — berrei mais uma vez, e os três garotos acordaram, Potter parecendo extremamente furioso, mas eu não estava nem ai para ele. Nunca estive e naquele momento eu me importava menos ainda.

— Que isso Sirius? — Remus perguntou, sua voz engrolada por causa do sono.

Sirius. Black.

Eu era Sirius Black.

– EU VOU MATAR AQUELE CACHORRO! – berrei, virando-me em direção à porta, sem me importar com o fato de ainda estar de pijama.

Quando cheguei à sala comunal não havia ninguém ali, deviam estar todos dormindo.

Encaminhei-me em direção ao dormitório feminino.

Por Merlin, aquilo era um castigo. Deveria ser. Porque era muito injusto que eu tivesse que viver no corpo de um cachorro desgraçado como Sirius Black. O cara só faltava ter pulgas, sério.

Não quero dizer que ele era sujo, não, na verdade ele sempre andava extremamente arrumado, o negocio era que ele era um imbecil quando se tratava de mulheres. Já havia saído com mais da metade da população feminina de Hogwarts. E não havia sido sério com nenhuma.

Um cachorro.

E eu era um cachorro naquele momento.

Subi os primeiros cinco degraus da escada dos dormitórios femininos quando as escadas desapareceram sob meus pés e eu cai, batendo o queixo no concreto frio que antes eram degraus, mas naquele momento construíam um escorregador, me fazendo deslizar até cair de cara no tapeta da Sala comunal.

Garotos não podem entrar no quarto das garotas...

Bufei ao lembrar-me do que professora McGonagall havia dito uma vez.

Quando estava erguendo-me do chão, senti algo pesado cair sobre mim, tirando todo o ar de meus pulmões.

–Ai – ouvi uma voz que conhecia gemer.

Eu conhecia aquela voz. Porque aquela voz era minha.

– AH! – bufei e me ergui do chão, atirando para o lado Black, que saltou muito mais longe do que eu esperava.

– Argh – ele/eu resmungou.

Merlin, aquilo era a coisa mais absurdamente estranha que já havia visto em toda minha vida.

Eu, mas não eu, encarando-me com raiva nos olhos.

– BLACK, SEU IMBECIL! – disse à ele, caminhando em sua direção.

– EU NÃO SOU IMBECIL COISA NENHUMA, VOCÊ QUEM FEZ A MERDA DAQUELE FEITIÇO, EVANS! – ele gritou para mim em minha voz estridente.

Tentei não pensar, mas percebi que Potter deveria sofrer muito com meus berros, porque eu havia ficado quase surda ao ouvi-los.

– ORA SEU! – caminhei em sua direção, minhas mãos prontas para enforca-lo até a morte, quando a voz de Marlene soou completamente chocada.

– MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – virei-me em sua direção, no intuito de explicar à ela o meu estado, quando sua mão virou meu rosto em um tapa. – VOCÊ IA BATER NA LILY? SEU COVARDE!

– O que... Que gritaria é essa? – Remus Lupin, seguido por James Potter e Longbottom, perguntou ao aparecer na entrada do quarto masculino.

Oh droga, eu estava tão ferrada.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews, please? ~le carinha do gato de botas~
Besos :*