Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 24
Capítulo Bônus - No armário de vassouras.


Notas iniciais do capítulo

Hey, meus amores, tudo certo?

Como muitos de vocês responderam tão lindamente nos reviews do capítulo anterior, onde perguntei se queriam um capítulo bônus Doremus, decidi escrevê-lo e postar para vocês.

Devo acrescentar, antes que vocês leiam, que ele NÃO ficou romântico.

Apenas fofo eeeeeeeeeeeeeee o início de um possível relacionamento entre os dois.

Mas não romântico.

Apesar de ter uma ou outra conotação fofinha...

Bem, vou deixá-los ler e nos vemos lá embaixo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/183438/chapter/24

Dorcas Meadowes

– LILY! – berrei mais uma fez, batendo com os nós dos dedos contra a madeira da porta sem obter resposta alguma. Suspirei.

– Ela já deve estar longe – Lupin disse fazendo com que me voltasse em sua direção.

Senti minhas bochechas corarem indescritivelmente quando nossos olhos se encontraram – fato este que me fez ter vontade de me enterrar no chão feito um avestruz por ser tão absurdamente idiota.

– Sim – resmunguei enquanto me encostava contra a parede sentindo que aquilo tudo não poderia ficar pior.

Ou, bem, claro, tinha aquela parte da minha mente que ficava dizendo “pode ficar melhor, na verdade, Dorcas”, mas eu não dava à mínima, pois aquilo só fazia com que me sentisse mais constrangida.

Quero dizer, era só olhar para mim e entender.

Não que me importasse muito, na verdade. Eu adorava minhas roupas que muitos consideravam estranhas e meu estilo. Afinal aquilo era o que eu era. Sem tirar e nem acrescentar.

Tudo bem que tinha mesmo dado uma melhorada em algumas coisas, como meu cabelo – o qual Lily insistira em dizer enquanto passávamos algum tempo juntas, fingindo que namorávamos, dando-me algumas dicas e alguma boa subida na moral, ficar muito melhor quando eu o deixava em ondas – e, bem, quando ela disse que minhas roupas poderiam ser um pouquinho menos largas.

Nada muito drástico, embora, estranhamente, eu pudesse notar alguns olhares estranhos quando passava pelos corredores.

E, bem, por mais olhares estranhos que recebesse normalmente, aqueles, com certeza, eram diferentes.

Não que me fizesse muita diferença, levando em conta que eu sempre tivera um interesse especial. Interesse este que nunca fora retribuído, exceto por um ou outro olhar encabulado durante as aulas ou passadas na sala comunal da Grifinória.

Nada além daquilo.

E aquilo era tão potencialmente frustrante.

E então, quando Lily aparecera, com sua expressão furiosa e me contara o que estava acontecendo com ela – embora eu meio que soubesse, pois se fosse mesmo Sirius, este jamais teria ME procurado para buscar ajuda – eu aceitara sem nem protestar muito, afinal, mesmo que negasse à princípio, eu estava de saco cheio daquele chove e não molha.

Afinal de contas qual era a dele?

Lupin, parecendo desconfortável, recostou-se à parede a minha frente sem me encarar.

Agradeci por aquilo, afinal de contas eu mesma estava tentando esfriar minhas bochechas coradas.

– Você sabe, toda a escola deve estar no campo esta hora – Lupin por fim voltou a falar depois de uns bons vinte minutos de silêncio e, mais uma vez, voltei meus olhos para ele, totalmente desconfortável. – Acho que só conseguiremos sair daqui quando eles voltarem para dentro...

– Daqui uma hora... Ou mais, dependendo da duração do jogo – murmurei de mau humor, completando sua frase.

Como Lily pudera fazer uma coisa daquelas comigo? Eu não a havia ajudado? Então por que, por Merlin, ela me trancara naquele armário com nada menos que Remus Lupin? Sabendo que...

Bem, ela sabia!

Bufei. Lupin arqueou uma sobrancelha para mim.

– Não parece muito feliz em estar aqui – disse, parecendo receoso.

Bufei mais uma vez, sentindo minhas mãos suarem.

– E quem estaria? Afinal de contas estamos presos em um armário de vassouras, sem varinhas e sem saber quando vamos poder sair! – disse tudo em um jato, sentindo minhas bochechas, se era possível, esquentarem ainda mais. – Quem é que ficaria feliz em uma situação destas?

Lupin, parecendo não ter respostas a meu rompante, abriu e fechou a boca algumas vezes, mas logo desistiu.

Desviei meus olhos dos seus mais uma vez, sabendo que quanto antes saísse dali, melhor seria para minha sanidade.

É claro, tinha aquela parte de mim que estava adorando aquela proximidade... Mas de quê me adiantava se tudo o que ele conseguia fazer era se manter afastado?

Não que eu não tivesse tentado conversar com ele, claro. Afinal eu fizera isto, muito! E, bem, nós éramos realmente algo como próximos nos primeiros anos, só que então Lupin parecia cada vez mais distante, mais misterioso. E eu não conseguia parar de pensar nele!

Merlin sabia o quanto aquilo era frustrante.

Por que ele me ignorava assim, tão de repente? Por que ele parecia tão misterioso? Não que aquela aura de mistério não me atraísse, ah, não. Era justamente o contrário.

Mas então ele se fechara e eu nem mesmo conseguia arrancar muitas informações, nem quando fingia querer tirar uma dúvida ou outra referente a alguma matéria ou qualquer coisa que estivesse em sua longa lista de atribuições como monitor, as quais ele sempre respondia de forma concisa e logo dava alguma desculpa para se afastar.

E então a oportunidade perfeita aparecera: ser namorada de Sirius, justamente seu melhor amigo.

Talvez o fizesse ficar com raiva o suficiente para que me dissesse alguma coisa. Mas nem mesmo isto!

Ele somente me encarava um pouco mais, seus olhos sempre difíceis demais de ler para que eu soubesse o que ele poderia estar achando de tudo aquilo.

Claro que me sentia culpada por estar usando tão injustamente a imagem de Sirius para tentar... Hm... Fazê-lo reagir.

Mas, bem, era a Lily! Um dia ele descobriria aquilo, certo? Então entenderia que eu não estava fazendo nada demais.

Não que parecesse importar muito para ele. Na verdade, sentia-me uma grande idiota por ter imaginado que importaria.

Às vezes eu era tão absurdamente idiota. E depois chamava Lily de louca.

Não que ela não fosse obviamente.

Afinal não fora a ruiva quem me dissera que Remus realmente gostava de mim? Que eu só precisaria de um empurrãozinho?

E o que fora aquilo de “é o melhor para vocês” que ela tinha dito após nos trancar?

Francamente, se aquela era a ideia de Lily de dar uma ajuda, com certeza estava errada!

Podia sentir meu oxigênio ir embora e aquilo nada tinha a ver com claustrofobia.

– Como vai sua mãe? – Lupin perguntou, arrancando-me de meus devaneios, fazendo com que o encarasse sem entender.

– O quê? – perguntei certa de que não havia ouvido direito.

– Perguntei como vai sua mãe? Ela ainda escreve para o Profeta, não escreve? – perguntou de forma interessada, encarando-me muito profundamente.

Fazendo-me – novidade – corar.

– Ah... Sim, ela está bem, sim – falei com a voz um pouquinho histérica. Cerrei os punhos para tentar não bater em mim mesma pela idiotice. – E os seus pais? – perguntei educadamente.

Remus sorriu levemente.

– Estão bem também – falou e então entramos em mais um silêncio desconfortável que durou mais alguns dez minutos.

Ah, Merlin, eu somente precisava sair dali. LOGO!

– Hm... – Remus começou a falar novamente e eu o encarei, para minha surpresa, percebendo que estava tão corado quanto eu. – Ah...

– Sim? – indaguei curiosa em saber por que ele parecia tão desconfortável (e um pouquinho aliviada ao perceber que não era a única).

– Bem... – ele começou novamente e mexeu as mãos, uma na outra, de forma nervosa, sem me encarar. – Você... Huh, você e... Bem, você e Sirius...? – ele então parecia decididamente angustiado.

Se minhas bochechas continuassem a esquentar daquele jeito com certeza derreteriam.

– Sim?

– Você e Sirius estão mesmo juntos? – perguntou parecendo se encher de coragem.

A sala pareceu esquentar uns trinta graus naquele momento e minha respiração estava ofegante. Controlando-me para não demonstrar tamanha idiotice, concentrei-me em responder sua pergunta (e não morrer de constrangimento ao fazê-lo).

– Não – falei e ele ergueu uma sobrancelha para mim. – Quero dizer, nós estávamos hm...

– Vocês terminaram? – eu tinha mesmo visto aquele brilho nos olhos dele? – Quero dizer, que pena que não estão m...

– Ah, bem, na verdade nós nem estávamos juntos desde o começo – falei sentindo as palavras escaparem de minha boca. Quase imediatamente quis morrer.

Que droga eu estava pensando ao dizer aquilo?

Lupin ergueu as sobrancelhas em interesse ao ouvir o que eu tinha dito.

– Como assim?

– Ah... Bem... – meneei a cabeça, imaginando o que é que eu diria que pudesse parecer convincente sem condenar ninguém. Grande, Dorcas! Parabéns pela Inteligência! – Era meio que uma aposta – disse e o encarei tentando demonstrar convicção. – Entre Sirius e Lily que...

– Aposta entre Sirius e Lily? – perguntou ainda mais incrédulo.

– Ah, é, veja bem. Eles tiveram uma briga por conta de Marlene e meio que resultou nisto.

– E como é que você parou no meio disto tudo? – perguntou com o cenho franzido.

– Bem, eu tentei interferir e acabei provocando a Lily – minha mente então começou a trabalhar a todo vapor. – E, bem, ao final a aposta era comigo também e nós tivemos que, sabe, fingir estarmos namorando enquanto que Lily teve que sair... – mas então arregalei os olhos, horrorizada com o que quase falara.

Lupin, porém, já tinha entendido.

– Lily teve de sair com James? – ele completou e seus olhos estavam incrédulos.

– Não! – disse-lhe e bati em minha testa. Lily me mataria! Sirius me mataria! James mataria Lily E Sirius! Ai, Merlin, que droga eu tinha feito?

– Sim! Por isso ela aceitou sair com James...? Ah, Merlin, como ele pôde fazer uma coisa daquelas com o James? Se ele descobrir... – e balançou a cabeça sem conseguia acreditar.

Mordendo minha língua para não falar que a experiência com certeza seria muito mais traumática caso ele soubesse que na verdade o encontro fora com Sirius e não com Lily, tentei concertar as coisas.

– Bem, na verdade, foi uma aposta sim... Mas Sirius tinha as melhores intenções, sabe? – Dorcas disse e Remus franziu o cenho. – Ele pensou que fazer Lily sair com James faria com que ela percebesse que gostava dele – dei de ombros.

Remus, parecendo um pouco menos desconforme, meneou a cabeça.

– Mas não foi isto que aconteceu, afinal, Lily quase matou James por ele ter tentado beijá-la – e sorriu de forma culpada. – Embora, imagino, tenha sido bastante engraçado.

Rindo um pouco mais, lembrei-me da expressão de Sirius sem conseguir me controlar e gargalhei.

Remus, parecendo espantado com meu comportamento, logo estava contagiado pelo meu surto e então ambos estávamos rindo.

– Você... Tinha de ver a cara dele... Dela! – disse-lhe e segurei minhas costelas. Não era bonito rir da desgraça alheia, mas aquela expressão de choque no rosto de Sirius era, definitivamente, impagável. – Parecia que iria entrar em combustão a qualquer momento. E James... – ri mais um pouco, sentindo-me culpada. – Ele... – mas não consegui concluir, por que as lágrimas de riso escapavam de meus olhos impedindo-me de continuar.

Imaginei que nunca conseguiria lembrar daquela cena sem chorar de tanto rir. Fora tão absurdamente engraçado...

– Você fica bonita assim.

Senti a risada parar em minha garganta, tossindo por ter me afogado com a surpresa.

Ergui meus olhos, lacrimejantes, e encarei-o sem acreditar.

– Quê? – perguntei completamente incrédula.

Vendo-o remexer-se desconfortável, percebi que sim, ele realmente tinha falado aquilo.

– Bem, você sabe, fica bonita rindo – falou tudo de um jato, parecendo querer se livrar das palavras antes que perdesse a coragem.

– Obrigada – murmurei e desviei meus olhos enquanto recaíamos mais uma vez em um silêncio mórbido.

Muito tempo passara até que voltamos a falar e, quando o fizemos, era apenas para perguntar quanto tempo deveria faltar para que saíssemos dali ou o que estaria acontecendo no jogo.

– Espero que Sirius esteja jogando melhor – ele disse e suspirou.

Lembrando-me tardiamente do que Lily me dissera, imaginei se estaria dando tudo certo com a poção. Merlin, ela era tão maluca, às vezes. Olhei para meu relógio de pulso e percebi, com um aperto no estômago, que mais de uma hora e vinte já havia passado.

– Ah, sim. Ouvi-o dizer que estava péssimo nos treinos – disse. – Ele andava muito estressado ultimamente.

Remus, lançando-me um olhar penetrante, suspirou.

– Imagino que sim. Tem andado esquisito. Às vezes até parece que trocou de corpo – brincou e então sorriu com a própria piada.

Eu paralisei com suas palavras, sentindo minha boca abrir em choque. Ele não poderia saber, poderia?

Mas não, ele estava brincando.

Tentei forçar o riso para não parecer muito deslocada.

– Sim, realmente – concordei e dei de ombros.

Mais algum silêncio e então:

– Dorcas? – chamou-me.

Olhei para ele enquanto o observava morder os lábios. Ah, Merlin, por que tão cruel?

– Sim?

– Eu fiquei feliz – disse-me.

Franzi o cenho em confusão sem entender do que estava falando.

– O que...?

– Fiquei feliz em ficar preso aqui com você, sem varinha e sem saber a hora que vamos poder sair – disse-me e eu tinha certeza de que meus olhos estavam prestes a saltar das órbitas de tão arregalados que estavam.

Remus, por outro lado, sorria e, Merlin, ele estava mesmo mais próximo ou era impressão minha?

Abri a boca para responder, mas não emiti nenhum som... O que eu diria, afinal de contas?

Senti-me ir a sua direção sem nenhum comando aparente.

E então...

E então a porta se abriu com um estrondo.

Sirius, com seus cabelos negros despenteados para todo o lado, bochechas coradas e respiração ofegante, apareceu, fazendo com que nos afastássemos e eu, com minha desenvoltura perfeita, derrubei algumas quantas vassouras em minha cabeça.

– O que é que...? – comecei a perguntar depois de receber a ajuda de Remus para tirar as vassouras de minha volta.

– SIRIUS! – a voz de James era ouvida, retumbante, por todo o corredor.

– JAMES, ESPERA... – a voz de Lily, histérica e parecendo desesperada, foi ouvida logo em seguida.

Sirius – que eu imaginei se tratar de Lily – tinha os olhos tão arregalados que não parecia ser capaz de voltar ao normal algum dia.

Remus e eu, saindo rapidamente do armário, observamos a cena se formar à nossa frente.

James Potter vinha galgando o corredor com Lily – Sirius – ao seu encalço. Parecia furioso.

Imaginei o que deveria ter acontecido... Até que vi que Sirius – no corpo de Lily – estava vestindo as vestes de quadribol extremamente largas e que Lily – no corpo de Sirius – usava umas estranhas vestes rasgadas de... Bem, de menina.

– A poção... – comecei a falar, mas, quando olhei para Lily ela estava verde, como se estivesse passando mal.

– O que...? – Remus começou a perguntar, mas então uma luz branca foi emitida através dos olhos e boca de Lily, assim como de Sirius que havia parado de tentar correr atrás de James.

– Que diabos? – James perguntou e então um grande estrondo e Lily e Sirius caíram no chão completamente desacordados.

E ao que parecia de corpos trocados novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O PRÓXIMO CAPÍTULO EXPLICARÁ O QUE ACONTECEU PARA JAMES ESTAR TÃO BRAVO, CERTO?

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Desculpem se os fiz pensar que seria um capítulo romântico, por que, infelizmente não foi.

Andei pensando e imaginei que um romance assim, tão repentino entre os dois, não faria sentido algum para a história.
Quero dizer, Dorcas estava namorando Sirius até então e Remus sempre fora muito recatado.

Embora, mais para o final, Remus realmente tenha tentado se aproximar, decidi que ainda não era a hora para isto...
MAS NÃO SE PREOCUPEM, A HORA VAI CHEGAR, CERTO?

Só não queria apressar as coisas, fazer como aquelas histórias em que o casal nem se conhece direito e já sai dizendo "eu te amo".

Não sou dessas rsrs

Doremus será melhor trabalhado nos próximos, assim como Blackinnon e, é claro, JILLY.


Ah, e esse final?
Sim, sou má. Mesmo. Admito. Perdoem-me por isto, é apenas muito mais forte do que eu rsrs

Vou tentar postar o próximo na segunda feira, certo? É que ele está ficando realmente, realmente grande haha

Enquanto isto comentem e me contem o que estão achando! Fará meus dias muito mais felizes :D

Ah, e para quem ainda não enjoou das minhas Jily, queria dizer que postei uma oneshot (mais uma) dos dois, que é bem fofinha, bem meiga e mimosa rsrs

Para quem quiser ler, o link é este: http://fanfiction.com.br/historia/606423/Voce_esta_gravida_Lily/

Qualquer dúvida com relação à fanfic ou qualquer outra coisa, estou sempre no twitter https://twitter.com/millwinchester e no ask.fm http://ask.fm/millwinchester :D

Ficarei muito feliz em respondê-los!


Bem, vou deixá-los em paz que já falei demais.

Um beijo no coração de vocês e feliz Páscoa!