Corpus Inversion escrita por Miller


Capítulo 2
Corpus Inversion! - Capítulo Um.


Notas iniciais do capítulo

Oie, amores! Tudo bem com vocês?
Aqui estamos nós com o primeiro capítulo de Corpus Inversion e eu espero que gostem!
Me diverti por demais ao escrevê-lo e espero que vocês façam o mesmo!
Enjoy!



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Lily Evans

Suspirei pelo que parecia ser a milésima vez naquele dia, sentindo-me sufocada com a quantidade de pessoas que falavam à minha volta.

Mais uma festa estúpida do time de Quadribol da Grifinória. Como se ganhar uma partida imbecil daquelas fosse algo muito importante, francamente! Ao invés de darem tanta importância para coisas banais como aquelas, as pessoas deveriam se preocupar mais com os N.I.E.M.s que estavam tão próximos que me causavam arrepios.

Tudo o que mais queria naquele momento era poder ler o livro que havia ganhado de Lene em meu aniversário, mas aquele barulho infernal de música e pessoas gritando parecia fazer meu cérebro crescer e latejar. Minha cabeça doía, mas eu também não queria subir até o dormitório, pois eu tinha certeza de que seria só o trabalho de ir até lá e depois ser arrastada por Marlene para a festa, de novo.

Frustrada, ergui meus olhos da página que não conseguia ler e dei uma olhada para a festa.

Havia pessoas bebendo cervejas amanteigadas – as quais eu tinha absoluta certeza de que haviam sido contrabandeadas de Hogsmeade pelos Marotos (ou idiotas, como prefiro) – rindo de piadinhas sem graça e, é claro, discutindo sobre o impecável desempenho de James Potter na partida. Porque James Potter era o melhor jogador do time. James Potter era o melhor apanhador da escola – que dirá do mundo! James Potter também era o cara mais bonito da escola (e sim, eu estava sendo irônica), assim como James Potter era o cara mais legal de todos os tempos.

Ugh, que monte de babaquices.

Claro que, em discordância a todos os acéfalos, vulgo colegas de casa, eu pensava algo bem diferente com relação àquele baba... Quero dizer, James Potter. Para mim ele não passava de um adolescente ridículo, com um corpo semilegal e uma carinha semibonita que se achava o dono do mundo só porque conseguia capturar uma bolinha ridícula que se movia super-rápido a quinze metros de altura. Grande coisa, pff.

Impressionante seria se ele conseguisse ler um livro com todo aquele barulho infernal à sua volta.

Suspirando pelo que parecia ser a milésima vez naquela noite, voltei meus olhos para a página do livro e me concentrei em lê-la.

Era uma leitura muito interessante sobre feitiços avançados com relação à inversão de corpos entre criaturas mágicas. Havia um texto mais bacana que o outro, pensei, ao mudar a página e, no canto da folha, deparei-me com algo que chamou muito a minha atenção.

“A inversão de corpos entre duas criaturas vivas é um dos campos mais difíceis dentre as áreas de magia, pois, em se tratando de transfigurar dois seres pensantes e não apenas um bule de chá, se a inversão é feita de forma errada pode acarretar danos físicos e mentais para os enfeitiçados. Há anos, estudantes do Ramo de Inversões em Magia vêm trabalhando para encontrar um feitiço à prova de danos – imagine poder trocar de corpo com um Dragão em uma luta?...”.

Evans? Que diabos você está...? Merlin, você está lendo? — a voz de Sirius Black interrompeu minha leitura, fazendo-me franzir os lábios em desgosto. Sem erguer os olhos para ele, preferi ignorá-lo e continuar a ler na tentativa fútil de fazê-lo perceber que eu não estava interessada e, assim, ele fosse embora.

“Desde a tentativa falha de Hernesto Humphrey em fazer a inversão de seu corpo com o de um basilisco, os feitiços de Inversão deixaram de ter foco para os pesquisadores em magia. Entretanto, alguns estudantes curiosos continuaram com suas pesquisas e, recentemente, descobriram uma nova forma de inversão, a qual não necessita de rituais ou poções...”.

— Evans, isso é uma festa, pelo amor de Merlin! Pare de ler esse livro imbecil! — Black resmungou mais uma vez e eu senti uma vontade fortíssima de socá-lo.

Ergui minha mão, fazendo um gesto obsceno em sua direção, fazendo-o rir de meu comportamento. Novamente, o ignorei.

Babaca.

“...Tampouco ingredientes, tais como a raiz de urtiga e lacônito, utilizadas no Inversionário de Spellman, o ritual de inversão mais conhecido desde os primórdios. Após muitos anos de pesquisa e estudos incessantes, finalmente foi criado um dos feitiços mais complexos, utilizado como forma de inversão e sua fórmula, tão simples e desprovida de floreios é...”

— Evans, pelo amor de Merlin, solte esse livro! — Black exclamou, revoltado, embora eu soubesse que ele estava adorando aquilo tudo. Ainda sem erguer meus olhos para ele, teimosa, puxei minha varinha do bolso interno de minhas vestes, irritada com a interrupção.

“Corpus Inversion” SIRIUS BLACK! DEIXE-ME EM PAZ! — gritei com o garoto que ria, descontrolando-me. Minha varinha, após minhas palavras, emitiu um brilho estranho entre o dourado e o prateado e, de repente, tudo escureceu e eu apaguei.

Sirius Black

— Ah, céus, não acredito. — resmunguei, incrédulo.

Eu ficava realmente impressionado com o quanto Evans era nerd, por Merlin. Ela era absurda de tão estranha! Imagine só, perder o tempo lendo um livro em uma festa daquelas?! FESTA!

Valha-me Merlin! Festas serviam para diversão e não para ler livros chatos sobre coisas mais chatas ainda, francamente!

Claro, não era da minha conta, contudo, vê-la ali, tão concentrada em sua leitura, era quase um pedido dos deuses para que eu fizesse alguma coisa. E eu adorava irritar a Evans. Céus, ela era tão divertida quando estava irritada, isso para não falar que ela tinha uma resposta petulante para tudo.

Divertia-me muito ao vê-la esmigalhar os sentimentos de James, bufando e rolando os olhos e, mesmo assim, o cara continuar babando por ela. Mesmo que, nos últimos tempos, ele houvesse se acalmado um pouco.

Bem, já não era sem tempo, hm? Ele já havia esgotado a cota de babaquice, afinal. Já havia perdido as contas de quantas vezes ele havia levado foras da Evans nos últimos tempos e, por Merlin, ele não desistia! Talvez houvesse um pouco de coragem grifinória ali, mas, com certeza, havia muito mais burrice envolvida naquilo tudo.

Ninguém normal aceitaria levar tantos foras consecutivos e continuaria insistindo daquele jeito. James era um caso a parte, claro. Patético.

De qualquer forma, Evans estava lendo na festa do time de Quadribol. Meu time de Quadribol. E, por Merlin, para o bem da humanidade eu não poderia deixar uma coisa daquelas acontecer! Evans precisava tomar um jeito na vida dela. Divertir-se, fazer alguma coisa mais humana ou, sei lá, respirar.

Caminhando lentamente enquanto desviava do aglomerado de pessoas em volta do time, fui até a garota, observando-a com os olhos estreitos enquanto pensava no que falaria para tentar colocar um pouco de juízo na cabeça dela.

Ri com o pensamento. Juízo? Certo, então talvez não era juízo, mas, bem, um pouquinho de diversão, talvez? Okay, eu iria ser sincero: eu queria mesmo era irritá-la. Ver suas bochechas ficarem vermelhas feito um tomate e, claro, surtar.

Podia até imaginar ela rolando os olhos para mim, dizendo-me que eu não valia a pena de ser ouvido. E, claro, eu responderia que eu era gostoso demais para ser ignorado. E então ela me fulminaria com os olhos, daria as costas, altiva, jogaria os cabelos para trás e então me deixaria, ignorando-me como se eu fosse um mero mortal.

Sorri com o pensamento. Era divertido.

Ao chegar ao lado da poltrona onde ela estava sentada, sorri, indulgente, dizendo à ela para soltar o livro. Ela me ignorou. Rolei os olhos. Sério?

— Evans, isso é uma festa, pelo amor de Merlin! Pare de ler esse livro imbecil! — reclamei novamente, sorrindo ainda mais ao perceber que ela continuaria me ignorando.

Céus, vê-la ali, lendo, sem se divertir me dava coceiras.

Mas ela continuou me ignorando, erguendo uma mão para mim, fazendo-me um gesto obsceno. Ri com aquilo, afinal tinha certeza de que ela havia aprendido aquela maravilhosa expressão comigo.

Oh, querida.

— Evans, pelo amor de Merlin, solte esse livro! — falei novamente, meu tom reclamão, embora, é claro, eu estivesse adorando ver o tom rosado de sua pele apenas intensificar. Oh, aquilo iria render...

E, bem, dito e feito! Evans enfiou a mão por dentro das vestes, puxando sua varinha de lá. É, bem, não posso negar que fiquei levemente assustado... Todo mundo sabia que ela era a melhor aluna em feitiços, afinal.

Sem alarmar, coloquei a mão sobre minha varinha também, e embora ainda estivesse sorrindo, pensei em puxá-la para o caso de... Mas não tive tempo de usá-la.

“Corpus Inversion” SIRIUS BLACK! DEIXE-ME EM PAZ! — ela praticamente gritou, finalmente erguendo os olhos para mim, totalmente irritada.

Guardei a gargalhada para mim, sabendo que aquilo somente a irritaria e abri a boca para tentar acalmá-la, mas, antes que pudesse proferir qualquer coisa, tudo ao redor escureceu e eu desmaiei.

X—X

Quando finalmente abri os olhos, senti-me estranhamente leve, como se houvesse emagrecido alguns quilos durante a noite. Minha cabeça estava estranhamente limpa, como se o álcool que havia consumido na noite anterior não houvesse tido efeito algum sobre mim.

Suspirando, ergui-me da cama e franzi a testa.

Por que, diabos, eu estava de camisola?

Pisquei algumas vezes tentando clarear a mente, certo de que estava ficando louco ou que deveria ser algum tipo de efeito diferente do álcool, afinal de contas.

Mas então percebi outra coisa. Algo muito mais importante do que estar vestindo uma camisola. Senti-me gelar.

Eu não sentia nada no meio das pernas. Nada. E aquilo era a coisa mais assustadora que já houvera acontecido comigo durante toda minha vida, incluindo as brigas com minha mãe e até mesmo o dia em que fugira de casa.

Céus, como assim eu não estava sentindo nada?

Sem olhar, levei a mão até o meio das pernas, certo de que deveria ser apenas uma impressão ruim... Mas ele não estava lá.

O primeiro pensamento que perpassou por minha mente naquele momento horrendo: tentaram me transformar em um transexual!

E então eu gritei.


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Notas finais do capítulo

Ah, o Sirius e seus pensamentos maravilhosos ahahah
E aí, gente, o que acharam, hm?
Quais as expectativas para com a fanfic? Estão gostando?
Por favor, nada de fantasmas, hm? Vou amar vê-los por aqui!
Beijinhos ♥