O verdadeiro homem quer duas coisas: perigo e jogo. Por isso quer a mulher: o jogo mais perigoso.

Friedrich Nietzsche

– Capítulo Dezenove –

Véu e Grinalda

Poucas horas depois, eles acordaram com uma batida na porta, em seguida a Sra. Malfoy entrou e seguiu em direção à janela.

- Bom dia! – disse a Sra. Malfoy abrindo a janela fazendo o brilho do sol entrar no quarto.

- Bom dia. – respondeu Draco mal-humorado – A senhora sabe que eu não acordo há essa hora não é?

- Desculpe querido, mas, eu tinha que acordá-los. – disse ela tristonha – Vocês vão se casar daqui a três horas.

- Isso não é motivo. – disse Draco tapando a cabeça com o travesseiro.

- Vamos Draco. – disse Agatha puxando o travesseiro – Você demora mais que eu pra se arrumar.

- Querido o quarto ao lado está pronto pra você se arrumar lá. – disse Narcisa sem emoção – Eu já pedi que levassem o seu café pra lá.

- Ok. – disse Draco se levantando e saindo do quarto, em seguida dois elfos aparataram no quarto trazendo uma bandeja com o café de Agatha, e o outro com uma caixa grande e branca e também trouxe junto uma caixinha de veludo verde e entregou a Sra. Malfoy.

- Sra. Malfoy, Draco e eu tivemos que dormir na mesma cama – disse Agatha como se desculpando – Mas, não aconteceu nada...

- Não se preocupe Agatha. – disse Narcisa com um pequeno sorriso nos lábios – Eu sei que tiveram que ficar juntos. Esse é o seu vestido – disse entregando a caixa branca para Agatha. – Foi fácil escolher o tamanho, você tem o mesmo corpo da Angeline na sua idade, espero que goste.

- Precisamos conversar Sra. Malfoy. – disse Agatha colocando a caixa de lado sem olhá-la.

- Sobre o que? – perguntou Narcisa se sentando na cama ao lado de Agatha.

- Me empresta a sua varinha?

- Não estou autorizada. – respondeu Narcisa rapidamente.

- Só vou usá-la por alguns segundos. – insistiu Agatha – confie em mim.

- Tudo bem. – disse Narcisa tirando a varinha das vestes. Agatha a pegou e apontou para ela mesma, em seguida junto do vidrinho que continha o sangue de Draco apareceu um anel.

- Pegue. – disse Agatha retirando o anel e entregando a Narcisa.

- Eu não acredito! – exclamou Narcisa com a mão na boca – Como você conseguiu?

- Isso não importa agora. – disse Agatha rapidamente – O que importa é que a senhora já pode sair daqui, o Sr. Malfoy não pode mais fazer mal ao Draco. Ele ainda não sabe que eu roubei, eu fiz uma cópia e deixei no dedo dele.

Narcisa olhava estupefata para Agatha, o que ela mesma não conseguiu fazer em anos, a garota fez do dia para o outro, de repente um brilho de esperança surgiu no rosto de Narcisa.

- Qual é o plano? – perguntou Narcisa depois de um tempo, o rosto de Agatha se iluminou, ninguém nunca havia perguntado a ela antes, qual era o plano.

- Só um minuto. – disse Agatha alegre – Dana! – chamou Agatha e a elfa aparatou imediatamente perto das duas.

- Menina Ridgeway! – exclamou a elfa assustada – Estão todos loucos a procura da menina e dos amigos...

- Calma Dana. – disse Agatha – Eu preciso de um favor.

- Mas...

- Me escute! – alterou-se Agatha – Quando você aparatar pra mansão Ridgeway, avise a Ordem que nós estamos aqui, mas, peça pra que eles não ataquem ainda, daqui a algumas horas eu vou te chamar novamente e você devera aparatar com a Sra. Malfoy, depois disso eles poderão tentar entrar.

- Mas menina Ridgeway todos estão...

- Por favor, Dana. – Agatha disse com firmeza – Eu preciso de você agora, faça como eu disse e tudo isso vai acabar.

A elfa fez uma reverência para Agatha e dasaparatou.

- O que você pretende fazer? – perguntou Narcisa confusa.

- A única coisa que devera saber é que Dana virá buscá-la quando eu voltar a chamar e a senhora irá sair daqui – explicou Agatha calmamente – E isso será na hora do casamento quando a sentinela estará baixa e Harry e os outros puderem fugir.

- Você não quer dizer que vão tentar derrotá-los sozinhos. Estão?

- Não claro que não, eu ainda não sei evocar um tufão – disse ela sarcástica – Nós só vamos mantê-los ocupados até a Ordem entrar.

- Mas eles não vão conseguir entrar se não forem um Malfoy... – Narcisa parou e refletiu – Eu vou entrar com eles é isso?

- Eu não queria colocá-la em risco. – disse Agatha – Eu pensei na senhora levar esse vidrinho com o sangue do Draco pra eles poderem passar.

- Entendi.

- Bom eu preciso falar com o Draco e dizer que o plano mudou – disse Agatha.

- Perfeito. – Narcisa pegou a caixinha de veludo – Eu queria te dar uma coisa antes. É um broche da família Black, foi sempre usada nos casamentos anteriores, a Bella usou, era pra ela ter passado pra minha irmã Andrômeda, mas, ela foi deserdada então foi passado pra mim e ficou comigo, eu queria que usasse hoje.

Agatha pegou o broche prata que continha uma grande letra B e de trás dela estava fixada uma rosa ainda fechada.

- É linda Sra. Malfoy, mas, Draco e eu não vamos nos casar de verdade – disse Agatha rapidamente – Só vamos fingir até a hora de escaparmos. A senhora deve guardar pra noiva verdadeira do Draco, não que ele tenha alguma agora, mas, ele está firme com a Emilia Bulstrude.

- Eu sei – disse Narcisa com um sorriso sincero – Mas eu gostaria de te ver entrar com ele, mesmo vocês não se casando.

- Ok. – disse Agatha sorrindo – Mas não deixe a Bulstrude saber disso.

- Pode deixar – disse Narcisa se levantando – Vou pedir que Draco venha até aqui falar com você. – Saiu.

Agatha pegou a caixa que continha o vestido e o tirou de lá, aos olhos das pessoas era um vestido simples, porem de um tecido de muito bom gosto, ele era branco até os joelhos e tinha o decote em canoa, abaixo dos seios tinha um véu que se abria dando visão para o tecido do vestido de baixo. Os sapatos eram brancos de bico redondo e continha um laço de lado, não era de um salto muito alto, o enfeite de cabelo era uma coroa de flores da época com um véu embutido que descia até a cintura, os brincos, pulseira e colar, eram feitos de pérolas.

- Você me chamou? – perguntou Draco com cara de irritado encostado no batente da porta, Agatha não sabia quanto tempo ele estava lá.

- Sim. – disse Agatha guardando o vestido de volta na caixa – Por favor, entre e feche a porta.    

- O que foi? – perguntou Draco com cara de sono.

- Mudança de planos.

- Do que você ta falando?

- Sua mãe aceitou sair da mansão – disse Agatha esperando pela reação de Draco como ele não disse nada ela continuou – Temos que mudar nossos planos.

- Como você a convenceu? – perguntou Draco desconfiado.

- Não temos tempo de discutir isso agora Draco! – disse Agatha se fazendo de ofendida – Mudança de planos!

Então Agatha contou que sua elfa Dana iria levar a Sra. Malfoy para a mansão Ridgeway e a Ordem viria em seguida.

- Pra uma Grifinória até que você arquitetou tudo direitinho. – disse Draco cínico.

- Vindo de você isso é um elogio. – disse Agatha sarcástica.

- Eu vou tomar banho. – disse Draco dando um beijo na testa de Agatha – Você também devia ir ou vamos nos atrasar para o nosso casamento minha querida.

***

Harry estava deitado de barriga pra cima em um dos colchões que o elfo havia trazido. Falta pouco pensou ele. Falta pouco pra ouvir a marcha nupcial pra eu poder derrotá-lo. Harry nunca sentiu tanta sede de vingança antes, vingar a morte de seus pais e de tantos outros que morreram pelas mãos dele e dos seus comensais, os pais de Neville que até hoje estão internados no hospital St. Mungus por causa da cruciatus, ele iria pagar por tudo isso, e ele Harry, iria fazer com que pagasse com juros.

- Harry você está bem? – perguntou a voz de Gina que se ajoelhou ao seu lado.

- Sim. Eu só estava pensando. – disse Harry fitando o teto.

- Desculpa é que eu queria conversar. – disse Gina – Eles já levaram Rony e Hermione e eu não consigo ficar sem falar muito tempo.

Harry sorriu e se sentou para olhá-la, Gina corou fracamente com o contato visual, ele pegou em suas mãos e a observou por um minuto.

- Desculpe por isso. – disse Harry finalmente – Você não devia estar aqui.

- Eu vim por que eu quis ninguém me obrigou. – disse Gina calmamente – Mas tudo vai dar certo Harry, vamos sair daqui a qualquer momento.

- Gina você acha que eu mudei muito? – Gina ficou em silencio um pouco com a surpresa da súbita mudança de assunto.

- Ér... Não, pra mim você está igual. – respondeu Gina timidamente – É certo que você está um pouco mais solto, confiante, mas, isso só deixa você mais...

- Mais o que? – pressionou Harry, pois, a garota parara de falar.

- Atraente – disse ela e corou furiosamente.

- Você acha? – perguntou Harry num sussurro, os pelos do pescoço da garota arrepiaram.

- Acho. – respondeu Gina baixinho.

- Você acha que Agatha me preferiria como sou agora, ou antes? – perguntou Harry pensativo.

- Agatha? – disse Gina irritada se soltando das mãos de Harry – Coloca uma coisa na sua cabeça Harry. Agatha não te quer mais! E nessa obsessão que você tem por ela, acaba não vendo as outras oportunidades bem debaixo do seu nariz.

Harry a observava atônito nunca Gina se descontrolara com ele, talvez ela estivesse estressada pelo fato de ter ficado presa na cela tanto tempo, então ele se levantou sorrindo e disse:

- Gina você dever estar... – Harry parou de repente e encarou Gina – Escuta, é a marcha nupcial.

***

Agatha ouvira a marcha nupcial então era a deixa pra ela entrar no salão de festas da mansão, ela havia colocado o broche que Narcisa havia dado a ela do lado direito da parte de cima do vestido. Na entrada do salão ela pôde observar Lúcio Malfoy a esperando com uma cara de psicopata, com certeza ele estava muito bravo por não conseguir o que queria com ela no dia anterior, ela caminhou até ele, e ele enlaçou o seu braço com o dela e juntos caminharam lentamente pra onde se encontrava o juiz. Hermione se encontrava ao lado de Narcisa e Rony ao lado de Draco... Draco estava incrivelmente lindo, com suas vestes escuras com detalhes em prata e seus cabelos loiros quase pratas caindo num corte até o seu queixo, por um momento Agatha se esquecera de que estava num casamento forçado.

- O que aconteceu ontem? – perguntou Lúcio baixinho enquanto caminhavam no ritmo da marcha.

- Simples. – respondeu Agatha com azedume – Você se deitou e quando eu comecei a minha... Insinuação pra você, eu percebi que você havia dormido, fiquei irritada e fui embora. Acho que você passou da idade.

- Cale a boca. – disse Lúcio irritado.

- Olha como você fala com a sua futura senhora. – disse Agatha cínica no momento em que chegaram ao altar. Não havia muitas pessoas na cerimônia, na grande maioria eram todos comensais da morte. Ao chegar ao altar foi que Agatha percebeu que Voldemort estava sentado atrás do Juiz onde se encontrava uma mesa com a certidão de casamento para ser assinada. Draco segurou a sua mão e os dois se viraram para o juiz.

- Estamos hoje reunidos – começou o juiz a falar, ele era baixinho e meio calvo. – Para unir este homem e está mulher no sagrado matrimônio. Sem rodeios eu pergunto, existe alguém que tenha algo que possa impedir esse casamento? – Ninguém se manifestou, Draco e Agatha estavam apenas esperando Harry dar o sinal de que conseguiu sair, assim eles interromperiam o casamento logo, mas, independente de tudo eles não estariam casados até assinarem a documentação – Perfeito. Draco Lúcio Malfoy, você aceita Agatha Clemence Ridgeway como a sua amada esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na alegria e na tristeza na riqueza e na pobreza até o fim de suas vidas?

- Aceito. – respondeu Draco com a voz arrastada, colocando uma aliança grossa de ouro no dedo anular da mão esquerda de Agatha. Conhecendo Draco como ela conhecia, sabia que o garoto estava xingando até a décima geração de Harry por não aparecer logo.

- Agatha Clemence Ridgeway, você aceita Draco Lúcio Malfoy como o seu amado marido, prometendo amá-lo e respeitá-lo, na alegria e na tristeza na riqueza e na pobreza até o fim de suas vidas?

- Aceito – respondeu Agatha hesitante colocando a aliança no dedo de Draco.

- Então com o poder que veio a mim eu os declaro marido e mulher. – disse o juiz – pode beijar a noiva.