“Um inimigo externo não tem como destruir a nossa tranqüilidade de espírito”.

Dalai Lama

– Capítulo Um –

Meu Parceiro é Meu Inimigo

Os alunos da Grifinória e da Sonserina estavam agora em uma aula de Trato de Criaturas Mágicas com a Profª Grubbly-Plank, Hagrid havia saído em uma missão para Dumbledore, era o que Harry e seus amigos supunham. Estava um calor infernal e Harry desejava que a aula acabasse logo, pois, além do calor tinha ainda que aturar a classe da Sonserina. Até que eles não estavam importunando muito, Malfoy, um garoto com cabelos loiros quase pratas que sempre liderava o grupo, dessa vez estava quieto e muito pensativo, de cada lado dele estava Pansy Parkinson uma garota com os cabelos escuros e de cara de buldogue e seu melhor amigo Blásio Zabine um rapaz alto, forte, negro com os olhos puxados, atrás deles estavam Vicente Crabbe e Gregory Goyle, parados como se fossem seguranças, eram grandes e musculosos; Crabbe, mais alto, tinha um pescoço muito grosso e um corte de cabelos de cuia; os cabelos de Goyle eram curtos e espetados, e seus braços compridos como os de um gorila.

– Quando vocês acabarem de desenhar os tronquilhos – dizia a professora – façam um resumo, de onde encontrá-los e qual a sua qualidade, eu quero para a próxima semana quarenta e cinco centímetros de pergaminho. Podem se retirar.

– Hunf. – disse Rony ao lado de Agatha que agora pegava suas coisas, ela tinha estatura mediana, cabelos muitos negros e lisos e seus olhos eram verdes – Achei que nunca ia acabar.

– Foi uma aula interessante Rony – disse Agatha mirando com desgosto seu desenho do tronquilho.

– Eu pessoalmente estava quase dormindo. – disse Harry bocejando – Sinto falta do Hagrid.

– Mas ela é uma ótima professora. – disse Mione distraidamente e Harry lançou a ela um olhar ameaçador – Desculpa Harry, mas, você não pode negar.

Eles seguiram em direção ao castelo e teriam dois tempos de poções com o Prof. Snape e pior essa aula também seria com a Sonserina o que era demais para Harry. Enquanto iam para as masmorras Harry observou Draco e seus amigos logo à frente, eles eram perseguidos por garotas com risadinhas irritantes atrás deles. “O que essas garotas vêem nele?”. Cada um se sentou em seu lugar habitual na masmorra que era dada a aula de poções, Snape entrou abruptamente na sala e encarou os alunos.

– Bom dia. – disse Snape com uma voz arrastada, parando de frente aos alunos, ele pegou um frasco com um líquido transparente – Quem pode me responder qual poção é essa?

Como sempre Agatha e Hermione levantaram as mãos, no caso de Agatha poções era sua matéria favorita, e no caso de Hermione ela era a melhor aluna de Hogwarts.

– Sr. Malfoy – disse Snape ignorando as duas.

Draco que não tinha levantado a mão bocejou e respondeu.

– Veritasserum – disse ele sem emoção.

– E pra que serve Srta. Ridgeway? – perguntou Snape para Agatha.

– É a poção da verdade – disse Agatha prontamente – faz quem a toma falar a verdade a cada uma de suas perguntas.

– Perfeito – disse Snape satisfeito embora Agatha fosse da Grifinória ele sempre dizia que ela e Draco eram seus melhores alunos– dez pontos para a Sonserina e dez pontos para a Grifinória. Eu coloquei as instruções na lousa e quero que vocês façam a poção até o final da aula, mais uma coisa, vou colocá-los em duplas, ou seja, um aluno de notas altas, com outro de notas baixas.

Harry não suportava o Prof. Snape e nem esse o suportava, sempre que Harry chegava atrasado à aula ele começava pela chamada, agora que ele chegara na hora Snape simplesmente ainda não fez. Harry o observava com azedume enquanto colocava os alunos em pares, ele colocou Rony com Hermione, Agatha com Neville e Harry com...

– O Malfoy não – disse Harry desesperado.

– Vamos Potter eu não tenho o dia todo – disse Snape irritado – O Sr. Malfoy é bom em poções e o senhor não saberia distinguir uma poção do amor de uma poção do morto-vivo.

– Vai Harry – disse Agatha, ela estava sentada atrás de Draco ao lado de Neville – vai logo.

Harry caminhou até a mesa que Draco estava e se sentou. Draco olhava pra frente e seus braços estavam cruzados.

– Olha Malfoy. – disse Harry irritado – Se vamos trabalhar juntos, vamos fazer uma trégua, assim acabamos mais rápido com isso.

– Que seja Potter – disse Draco descruzando os braços para pegar o caldeirão, mais ainda continuava sem olhar pra Harry. Harry suspirou e disse:

– Por onde vamos começar?

– É mais fácil se eu fizesse e você ficasse olhando – disse Draco sarcástico – termino em dez minutos.

Quando Harry ia protestar, eles ouviram a voz de Agatha atrás deles e ela parecia muito irritada quando se viraram para olhá-la.

– Nem pensem em fazer isso – disse ela, sua voz estava esganiçada. Era a primeira vez que Harry a vira tão irritada, normalmente ela era calma, mas, Harry sabia qual era a fonte de tanto mau humor, Neville era seu parceiro e ele era péssimo em poções, não que ela não gostasse de ajudar, mas, se ele errasse, ela errava também e perdia pontos no seu boletim – Vocês têm que fazer isso juntos, se você fizer sozinho Draco, eu vou contar para o Prof. Snape.

– Agatha você não era assim – disse Draco fingindo-se de surpreso e sorrindo maliciosamente pra ela. Eles sempre se trataram pelo primeiro nome, o que irritava Harry constantemente, pois, eles haviam crescido juntos, Agatha havia parado de falar com Draco quando ele insultou Harry, Rony e Hermione quando entraram em Hogwarts, mas, mesmo assim às vezes trocavam poucas palavras.

– Não insulte a minha inteligência – disse ela voltando à atenção para o caldeirão dela e de Neville.

Harry pode reparar que mesmo Agatha estando irritada ela continuava bonita, seus cabelos lisos bem pretos e brilhantes caiam como cascata sobre sua cintura, seus olhos verdes brilhavam como duas esmeraldas, seu sorriso sempre doce e delicado, o cheiro de flores dos seus cabelos, a garota mais bonita e popular de Hogwarts é também sua melhor amiga, ela era chefe das líderes de torcida e já fora sua namorada, e Harry se sentia deprimido cada vez que pensava no dia que Agatha terminara com ele, foi no começo desse ano, por que ele simplesmente não conseguia parar de pensar também em Cho. Ele não pode deixar de sorrir quando lembrou o dia que soube que Agatha era parente de veela.

Flash Back

Depois da segunda tarefa do Torneio Tribruxo os quatro amigos voltaram para torre da Grifinória.

– Agora me explica Mione – disse Harry na sala comunal da Grifinória – por que cinco pessoas pra resgatar se somos quatro campeões?

– Acho que eu posso explicar isso – disse Agatha – foram pegos uma pessoa importante de cada campeão, só que para complicar um pouco, eles colocaram uma pessoa a mais, uma pessoa que cada campeão conhece e... gosta – ao dizer isso ela corou.

– Mas quem? – perguntou Harry.

– Eu – disse Agatha.

– Você? Como assim? – perguntou Rony – quero dizer, Harry gosta de você, isso é obvio claro que te salvaria, mas, e os outros?

– Bem – começou ela e corou furiosamente – Cedrico ele gosta de mim, ou gostava, não sei, bem, ele me pediu em namoro, no começo do ano letivo...

– O que? – disse Harry e ele estava realmente chateado – por que você não contou?

– Agatha estava com vergonha – disse Hermione – pensou que vocês dois iriam debochar dela.

– E o que você disse? – perguntou Harry alterando a voz.

– Calma Harry – disse Agatha – por que está bravo?

– Eu não estou bravo – disse ele abaixando a voz – eu só achei que... bem e o que você respondeu?

– Que não, não é obvio?! – disse Agatha – depois ele me convidou para o baile, achou que poderíamos nos conhecer melhor, e eu disse que já iria com outra pessoa, mentira, por que eu ainda não ia com ninguém, bem ele convidou a Cho, se ela não gostava de mim, depois disso ela passou a me odiar. Mas eles estão juntos então ele a salvou.

– E Krum? – disse Harry com a voz baixa – ele também te pediu em namoro?

– Claro que não – disse Agatha – ele não gosta de mim – e olhou para Hermione – No caso dele, o meu irmão praticamente salvou a vida dele, por mau uso da magia, você sabe David viaja muito por causa do trabalho, e então ele devia isso a ele. Krum poderia pagar o favor me salvando.

– Mas o que Fleur tem a ver com isso? – peguntou Rony.

– Bem – começou Agatha – Fleur é minha prima.

– Prima? – disseram Harry e Rony juntos.

– É – disse Agatha – por que o susto? Pensei que tivessem visto a semelhança.

É agora que ela falara Harry percebeu que realmente elas eram muito parecidas, apesar dos cabelos pretos de Agatha, serem diferentes dos loiros de Fleur, Agatha era incrivelmente bonita.

– Mas então você também é parte veela? – perguntou Rony.

– Não exatamente – disse Agatha – a avó de Fleur é uma veela, o irmão dela, é o meu avô, bom, não existem homens veela, porem se eles tem filhas, elas são parte veela entende? Minha mãe é parte veela, acho que não sobrou nada pra mim.

– Então você não consegue jogar charme como uma veela, consegue? – perguntou Rony.

– Não tenho esses poderes – disse ela sorrindo – na verdade eu nunca tentei jogar charme pra ninguém.

– Imagina se tentasse. – disse Harry baixinho.

– O que?

– Nada. Por que não tenta jogar em mim? – disse Harry aborrecido.

– Sério? – disse Agatha.

– É vamos ver se da certo – disse Harry.

– Tudo bem, mas não vai funcionar – disse Agatha, e se aproximou de Harry até ficarem frente a frente, Harry sentiu novamente aquele cheiro de flores que ele tanto gostava, mas, por que Agatha tentar jogar charme, ela já o atraia bastante, era bom ficar com ela, ele sentia vontade de abraçá-la e não solta-la mais, Harry queria que ela se aproxima-se mais, quem sabe assim ele poderia...

– Agatha – disse Harry – acho que está dando certo.

– Harry – disse Agatha corando – eu ainda nem tentei.

Houve um momento de silêncio constrangedor, Agatha saiu da frente de Harry, estava muito corada.

– Gente me desculpe por não ter contado antes – disse Agatha –Achei que não fosse necessário, Fleur e eu brigamos faz um tempo em uma festa de família e desde então não nos falamos mais. Eu vou dormir – Ela olhou de relance para Harry e subiu correndo os degraus para o dormitório feminino.

Fim do Flash Back

– Potter será que você pode prestar atenção? – disse Draco irritado.

A aula até que estava indo bem, levando em consideração que Draco e Harry praticamente se ignoravam, mas, como alegria dura pouco.

– Eu decidi – disse Snape com um sorriso cínico – que como vocês se deram tão bem com essas duplas, eu vou manter dessa forma até o final do ano letivo.

A exclamação foi geral, Agatha parecia que ia desabar da cadeira, Neville estava feliz, Rony parecia vitorioso, Hermione se sentia traída e Malfoy não tinha a menor reação, ele apenas permanecia com os braços cruzados e olhando pra frente, Harry se sentia doente. Draco fez um aceno com a varinha no caldeirão e colocou a poção transparente em um frasco, etiquetou e colocou o nome dele e de Harry, quando o sino tocou, Draco levantou para levar o frasco até a mesa do Prof. Snape, depois voltou até a mesa onde Harry estava, pegou suas coisas e saiu da sala com Blásio Zabine sem olhar pra ninguém, as garotas da sonserina, saíram correndo atrás deles, o que era normal, pois, a grande maioria das garotas de Hogwarts achava Draco e Zabine muito bonitos e atraentes o que faziam ser muito populares.

– Agatha não precisa se chatear com isso – dizia Mione quando saiam da sala de poções – não é tão ruim assim.

– Eu não me importo de ajudar – disse Agatha chateada – até gosto, mas, por que a poção dele tinha que ser a minha?! Eu preciso de N.O.Ms suficientes em poções, eu quero ser Medibruxa lembra?

– Melhor Neville do que o Malfoy – disse Harry chateado.

– Harry ele nem falou direito com você – disse Agatha, eles estavam entrando no salão principal e sentaram-se à mesa da Grifinória para almoçar.

– Acho que prefiro que ele fale, que me xingue, que ameace me azarar – disse Harry se servindo de purê de abobora – ele simplesmente não fez nada, parece diferente.

– Eu estou feliz com a minha dupla – disse Rony com a boca lotada de carne assada.

– Lógico eu vou fazer todo o trabalho sozinha – disse Mione aborrecida.

– Tudo bem gente – disse Agatha brincando com a comida no prato – Acho que temos coisas mais importantes com o que nos preocupar.

– Treino de quadribol – disse Rony.

– Não – disse Mione – com Você-Sabe-Quem.

– Ele voltou – disse Harry se sentindo doente outra vez – não sabemos como derrotá-lo.

– Tem que haver alguma maneira – disse Mione.

– Nem ao menos temos o Ministério do nosso lado. – disse Agatha – Fudge idiota!

– Enquanto pensamos em alguma coisa. Quanto mais você fechar a sua mente pra ele Harry melhor – disse Mione – Ele não pode descobrir que vocês têm essa ligação.

– Você acha fácil não é? – disse Harry irritado.

– Por isso você tem aulas de oclumência com o Snape – disse Agatha – Para aprender a fechar a sua mente.

– Vocês não acham que seria melhor se Harry continuasse vendo a mente de Você-Sabe-Quem? – perguntou Rony – Bem, ele salvou meu pai por causa disso.

– Não Rony –disse Agatha – Se Você-Sabe-Quem descobrir essa ligação pode confundir a mente do Harry.

– Gente eu estava pensando – disse Mione – em uma coisa e acho que pode dar certo.

– O que Mi? – perguntou Agatha.

– Preciso ir à biblioteca – ela pegou suas coisas e saiu correndo do salão.

– Espero que seja alguma coisa pra arrancar aquela Umbridge daqui – disse Harry olhando para sua mão, onde estava gravado “Não devo contar mentiras”.

– Bem – disse Agatha levantando com uma vontade reprimida de pegar na mão machucada de Harry – eu preciso fazer uma reunião com as garotas, tenho uma nova coreografia. – disse ela olhando onde Lilá e Parvati estavam sentadas – Lilá dez minutos.

– Eu já vou Agatha – disse Lilá feliz, ela havia entrado pra equipe das líderes esse ano.

– Vejo vocês depois – disse Agatha.

Harry observou Agatha se afastar da mesa, e muitas cabeças de garotos se viraram para olhá-la, o que era natural, pois, Agatha sempre chamava atenção por onde passava.

– E então Harry – disse Rony quando Agatha desapareceu de vista – você não vai tentar voltar com ela?

– Ela não me quer mais, Rony – disse Harry calmamente.

– Mais fala serio. – disse Rony – Você realmente não sabe de quem gosta se da Agatha ou da Cho?

– É por isso que ela terminou comigo – disse Harry chateado – Por que eu estou confuso em meus sentimentos. Foi isso que ela disse.

– Você sabe que ela não vai ficar sozinha por muito tempo não é? – disse Rony – ela é muito bonita, inteligente e popular os outros caras tão rondando como se ela fosse o prato principal.

– Eu não quero mais falar nisso – disse Harry em tom definitivo.

– Ok – disse Rony se dando por convencido – eu tenho que ir. Temos que fazer a reunião pra decidir o tema do baile de natal desse ano, e eu vou ter que aturar o Malfoy, não basta apenas ele ser capitão do time da Sonserina, mas, também tinha que ser monitor...

– Mais a reunião é só daqui à uma hora – disse Harry – eu vou participar lembra?

As reuniões eram feitas somente pelos monitores das casas, mas, quando tinham que decidir sobre algum evento, eles chamavam a presença também dos capitães do time de quadribol e as chefes das lideres de torcida.

– Eu sei – disse Rony chateado – mas, eu e a Parkinson somos o monitores chefes, e eu que vou fazer a reunião hoje, tenho que preparar a sala para a reunião, ir a cozinha falar com os elfos domésticos e pegar a autorização para ir a Hogsmeade se a gente decidir da festa ser em outro lugar...

– Tudo bem – disse Harry sorrindo – eu já entendi.