Amor De Gato escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 28
Quanto maior o tamanho, maior o tombo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/182818/chapter/28


- Humana parece coelhinho. E Mung come coelhinho no café da manhã!
- Vai ter que me pegar primeiro, seu coiso!
- Grrrrrr!!! – ele rosnou alto, quase fazendo a arena tremer e mostrou suas garras enormes. – Mung vai triturar você!

Sem falar mais nada, o gigante investiu contra a Mônica, correndo em sua direção como se fosse uma locomotiva desgovernada. Sem se alterar, ela apenas desviou, fazendo-o se chocar contra o muro que cercava a arena. Pelo visto ele não parecia ser muito inteligente.

O choque afetou mais a parede do que a ele mesmo e Mung voltou a correr contra Mônica. Dessa vez ele foi mais rápido e lhe desferiu um soco, que ela defendeu com os braços cruzados.

Um grito de susto percorreu a platéia e Magali não sabia se olhava ou se cobria os olhos. Cebola estava prestes a ter um infarto e Cascão tentava acalmá-lo antes que ele voltasse a ter só cinco fios de cabelos.

- Nada mal... agora é a minha vez!

Ela correu na direção dele, que por subestimá-la não fez nada para desviar. Seu corpo estava bem protegido com uma boa armadura e aquela humana pequena e frágil não ia ter como derrubá-lo. Ele estava errado.

Ao invés de tentar dar um soco, Mônica salto no ar, deu um giro gracioso e desferiu um chute em seu peito, fazendo com que ele fosse arremessado para longe e caísse no chão.

- Como é que é? Isso não pode ser possível! – Teigr levantou-se, mal acreditando em seus olhos.
- Vai, Mô, vai! Acaba com ele! – Magali gritava, agitando os braços.
- Levanta logo, seu idiota! Você não pode perder para essa criatura insignificante!
- Insignificante é a vovozinha, seu Zé Mané! – Mônica gritou lá da arena, fazendo-o se calar por causa da surpresa. A impertinência daquela criatura parecia não ter limites.

Mung levantou-se rapidamente, rosnando e babando de raiva e ela se colocou em guarda de novo. Ele cravou as garras no chão, tirou um enorme bloco de pedra e arremessou contra ela como se fosse uma bolinha de papel.

A garota desviou mais uma vez e deu uma risada cínica.

- Ah, é? Eu também sei fazer isso, quer ver? – ela correu para um grande bloco de pedra que tinha ali perto, arrancou do chão e arremessou contra o adversário, que foi pego em cheio.

Ele caiu no chão novamente e levou um tempo para se levantar. O golpe foi duro daquela vez. Aquilo não durou muito. Mung acabou se recompondo e correu novamente em direção dela, daquela vez sacudindo uma grande e grossa corrente no ar.


- Isso é trapaça! – Fidélius gritou, furioso – é proibido o uso de armas nesse desafio!
- Não é uma arma, é só uma corrente que ele usa como acessório em sua armadura.
- Ele está usando como arma!
- É permitido usar qualquer coisa ao redor: pedras, troncos e até partes da roupa. Nosso povo não classifica correntes como armas.
- Seu patife!

Magali tremia de medo por sua amiga. Mônica estava desarmada e aquela corrente era muito grossa!

- Agora você quer brincar de corda, é? Então cai dentro!

Ele rodou a corrente no ar várias vezes e arremessou contra ela como se fosse uma chicotada. Teigr ria e vibrava como louco. Não tinha como ela sobreviver a aquele golpe.

Mais uma vez, ele estava enganado. Mônica conseguiu segurar a corrente pela outra extremidade.

- Grrrr! Solta corrente do Mung!
- Não solto não, solta você!

Começou um cabo de guerra entre os dois, cada um puxando a corrente para seu lado. Mung puxava com força, arrastando Mônica a ponto de suas botas deixarem marcas no chão da arena. Ela sabia que era preciso acabar com aquilo ou poderia terminar sendo derrotada. E daquela vez a coisa era séria, não podia haver espaço para erros.

***

- Ô Flanja, pensa logo em alguma coisa antes que aquele Flanksgato devole a Mônica! – ele estava tão nervoso e aflito que começou a trocar as letras.
- Calma, Cebola! Eu estou analisando a armadura dele a procura de pontos fracos.

Ele tinha tirado boas fotos do grande gato e estava analisando sua armadura, que parecia ser perfeita. Aqueles gatos não eram nada bobos!

- Ahhhhh! Eu vou até lá agola mesmo!
- Alguém segura o Cebola aí antes que ele faça besteira!

DC procurou manter a calma. Ele não ia poder ajudar a Mônica tendo um ataque de histeria. Olhando as imagens do computador do Franja, algo muito peculiar lhe chamou a atenção. Franja estava focando demais na parte de cima, mas e a parte de baixo?

- Franja, você reparou que as pernas estão muito protegidas?
- O que? Deixa eu ver isso... é mesmo! Parece que tem uma proteção extra nas pernas dele!
- Exato! E você sabe o que isso quer dizer?
- Claro! Mônica, você pode me ouvir?
- Franja? Sim, estou te ouvindo.
- Beleza. Dá uma olhada nas pernas dele. É o seu ponto fraco.
- Ah, é? Beleza!

Ela voltou sua atenção para o adversário e viu que tinha uma chance, uma única chance.

- Muito bem, vamos acabar logo com isso! – ela reuniu todas as suas forças e começou a puxar a corrente, dessa vez arrastando o seu adversário.

Todos torciam e gritavam freneticamente, uns torcendo por ela, outros por Mung. Era um grande duelo entre os dois.

Com mais um esforço, ela puxou com tanta força que o fez pender para a frente, afrouxando um pouco a corrente. Aproveitando disso, ela agarrou uma boa parte da corrente, rodou no ar e golpeou as pernas dele, fazendo-o cair no chão. Mung se debatia, sentindo uma grande dor nas pernas.

Mônica aproveitou que as pernas dele estavam imobilizadas, puxou a corrente que ainda estava enrolada nas pernas dele e começou a girar, fazendo com que o corpo dele se erguesse no ar. Ela deu dois ou três giros e soltou a corrente, jogando-o contra a parede mais uma vez.

Ele ainda tentou levantar, mas suas pernas doíam e estavam fracas, já que essa parte do seu corpo nunca foi tão forte quanto o resto. A proteção colocada em suas pernas não tinha suportado a força do golpe dela.

- Não fique aí parado, seu imbecil! Ataque!
- Que coisa, não vê que ele não tá podendo mais lutar? Coitado!
- Coitado? Não fale besteiras! Acabe com ela, vamos!

Mung tentou investir contra Mônica mais uma vez, lhe dando outro soco. Ela segurou sua pata com força e a fez dobrar para trás. Houve um grande estalo e ele gritou de dor. Aproveitando-se disso, ela lhe deu um soco em cheio, fazendo-o cair desmaiado no chão. A luta tinha acabado.

- Uhuuu! É isso aí, Mô! Vivaaaaa!!!! – Magali pulava, gritava e batia palmas, empolgada enquanto Teigr olhava tudo com olhos arregalados, a boca aberta e sem conseguir esboçar nenhuma reação.

Aquela humana baixinha e magricela tinha mesmo derrotado o gladiador mais forte de todo o reino? O som da risada de Fidélius o trouxe de volta a realidade, lembrando-o de que acabara de ser derrotado no primeiro desafio.

Foi preciso que vários gatos bem fortes o tirassem da arena, enquanto o público aplaudia e gritava freneticamente.

- Ai, a Mônica arrasou! Nossa, foi demais! – Denise falava enquanto filmava tudo. As imagens tinham ficado ótimas e seu blog ia ter mais acessos do que nunca!
- Aimeucolação! Eu ainda mollo disso! – Cebola tentava se recompor do susto. – Viu só o que você fez, Mônica? Agola eu vou ter que voltar pla telapia!

Ela o abraçou e deu um beijo carinhoso em sua boca, fazendo-o se acalmar.
- Melhorou?
- M-melholou...
- E agora, o que acontece?
- Agora haverá um intervalo para eles prepararem a arena para o próximo desafio. – Felicius respondeu, ainda muito impressionado por ela ter vencido. Se ela tivesse participado do último desafio das garras de gato, teria triturado as feras, os gladiadores e a ele também!

O guerreiro gato se preparava para o próximo desafio. Em breve seria sua vez e ele não pretendia ficar atrás de uma simples humana.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor De Gato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.