The Prophecy escrita por KarolCullen, KarolCullen02


Capítulo 2
Capítulo Único - Parte 2




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[...]

Assim que os guardas desapareceram, adentramos o lugar rapidamente. Edward que conhecia tudo me guiava por entre a pequena escuridão que ainda havia dentro do templo, onde os raios do sol não alcançavam.

O lugar era frio, mas era belo. As paredes eram compostas de hieróglifos e imagens. Algumas imagens eu reconhecia pertencer a deuses, outras pareciam ser dos faraós que passaram por ali.

– Onde estamos indo? – perguntei, quando notei que andávamos já fazia um tempo.

– Estamos indo para os calabouços. Lá é onde iremos encontrar Emmett e minha família. – respondeu Edward sério.

– Hum... Edward? Você não acha esquisito, nós termos conseguido entrar tão fácil assim aqui?

– Como assim? – perguntou ele parando de andar, me encarando de forma séria.

– É que, se os guardas fossem trocar de turnos, eles nunca sairiam de seus postos, alguém viria para trocar com eles. E com esse alvoroço de mim e você aqui, as coisas aqui dentro deveriam ser mais difíceis, com guardas, caso a gente entrasse.

Edward que me encarava, pareceu pensar no que falei, fazendo uma careta em seguida.

– Você deve estar certa, mas agora não podemos voltar. Há guardas lá fora e talvez essa seja nossa única chance de encontrar a todos. – disse ele com as mãos fechadas em punho.

– Eu sei Edward, mas devemos tomar cuidado.

Ele assentiu e me lançou um sorriso terno, entrelaçando sua mão na minha.

– Bem... vamos lá então. – disse ele, recomeçando a andar.

Caminhamos por mais um tempo, até que por fim chegamos ao lugar onde queríamos. E como esperado, o lugar estava completamente vazio, sem menção de uma alma viva.

Entramos com cuidado dentro do grande aposento. Ao longe avistamos Emmett e mais algumas pessoas dentro de uma grande cela. Todos pareciam bem, apesar das condições precárias do lugar.

– Bella? Príncipe Edward? – gritou Emmett assustado quando nos viu, chamando a atenção das outras pessoas que olharam assustados para nós.

– Edward? – perguntou um homem enquanto se aproximava das barras de ferro que os separavam de nós.

Edward que estava ainda ao meu lado saiu correndo em direção à cela. Assim que chegou lá, abraçou a pessoa do outro lado desajeitadamente devido às condições que nos encontrávamos.

– O que está fazendo aqui? – ouvi o homem perguntar quando me aproximei.

– Viemos de tirar daqui pai.

“Oh, esse então era o pai de Edward... O faraó daqui.”

– Não, vocês não deveriam estar aqui... Precisam ir. – disse o homem assustado, se negando a acreditar no que estava acontecendo.

– Isso é uma armadilha Edward. Ele o está esperando... Esperando ela. – se interveio Emmett, apontando para mim.

Murmúrios invadiram a sala, todos pareciam não acreditar no que estavam vendo.

“Oh, então é ela.”     “Ela é a garota.”.       “Estamos salvos?”

– Vocês precisam sair daqui, antes que... – começou o pai de Edward falar, parando de repente, enquanto seus olhos se arregalavam... de medo?

– Pai o que... – começou Edward a falar, mas foi interrompido por uma voz fria e grossa que atravessou fortemente o ar.

– Nossa, por que de tanta pressa? Eles acabaram de chegar Carlisle. – disse a voz, enquanto meu corpo e o de Edward paralisavam no lugar.

– Ora quem temos aqui. É o nosso príncipe e a mini deusa... é uma honra conhecê-los pessoalmente. – disse voz em um tom sombrio, fazendo-me arrepiar com seu tom.

– Seus pais não lhes ensinaram a olhar para as pessoas quando elas estão falando? – perguntou ele com um tom sério.

Edward que ainda estava paralisado ao meu lado pareceu ouvi-lo e se virou ficando de frente com o inimigo. Enquanto eu, ainda tomava coragem para fazê-lo.

– Desculpe pela minha indelicadeza, eu não me lembrava da parte que dizia a vermes também. – disse Edward naquele seu tom de deboche.

A sala ficou praticamente em silêncio, apenas se podia ouvir o som das respirações dos presentes ali.

– Sua petulância me admira jovem príncipe, mas eu tenho uma regra rígida quanto a pessoas que falam coisas inapropriadas. Elas... perdem a língua e você acaba de perder a sua.

– Não. – gritei me virando, ficando finalmente frente a frente com o meu pior pesadelo.

Meu corpo tremeu e meus olhos se arregalaram ao ver o homem a minha frente.

Ele era moreno. Uma beleza de astro de cinema. Seus ombros eram largos e suas pernas eram longas, deixando-o mais alto do que qualquer um ali. Seu rosto era belo, porém seus olhos eram frios, como se houvesse apenas um vazio ali.

– Olha... A mini deusa fala, interessante. Pensei que apenas fala em seus sonhos criança. – disse o homem com um sorriso perverso no rosto.

– Você... era você quem me atormentava em meus sonhos. – murmurei assustada.

– Sim, era eu. Com medo? – perguntou se aproximando, a não obter resposta, continuou a falar. – Aqui está você, que como dito, veio até mim para ser minha vingança. Isso soa tão perfeito. – terminou ele, quando chegou perto o suficiente para sentir o mal que emanava de seu ser.

– O que você fará conosco?

– Ram, não se preocupem... logo vocês descobrem. – disse ele com um sorriso sombrio, antes de dar as costas e começar a andar em direção a saída.

– Vocês... peguem todos e levem para o grande salão. – disse ele, acenando para os guardas que estavam dentro da sala que eu nem repara.

Os guardas assentiram e vieram em nossa direção. Edward fez menção de se defender, mas eu segurei seu braço, acenando que não era a coisa certa a se fazer agora.

Suspirando cansado, ele assentiu e deixou que o guarda amarrasse suas mãos. Um guarda veio até mim e fez o mesmo, assim como todos os outros que estavam dentro da cela.

Assim que o pai de Edward se viu livre das barras de aço, abraçou fortemente seu filho, feliz por ele ter voltado. Sendo em seguida amarrado igualmente como os outros.

– Você esta bem Bella? – perguntou Emmett ao meu lado.

– Já estive melhor. – respondi suspirando.

Os guardas que pareciam totalmente alheios às coisas a sua volta, começou a puxar-nos em direção à saída. Nós os acompanhamos em silêncio.

Entramos em corredores enormes, cheios de hieróglifos e estátuas banhadas a ouro.

A poucos metros pude vislumbrar uma linda imagem. Nela havia um homem e uma garotinha, ambos pareciam rir na imagem, felizes com suas vidas.

Uma sensação de reconhecimento me invadiu, era como se eu já estive visto a imagem ou até mesmo a tivesse presenciado pessoalmente.

– Aquela é você Bella. Você e seu pai Ramsés II. – respondeu Emmett, como se estivesse lendo meus pensamentos.

– Eu e meu pai?

– Sim... Quando Ramsés II caiu, fizemos uma visita ao templo antigo. Nela, havia essa imagem que me cativou, então decidi reproduzi-la aqui. – respondeu agora o pai de Edward sorrindo.

– Ficou lindo. – respondi, enquanto retribuía o sorrindo.

– Que bom que gostou...

Silêncio vocês. – gritou um dos guardas para nós, olhando-nos com uma expressão sombria.

Senti meu corpo se arrepiar e me calei diante desse olhar. Os outros fizeram o mesmo, voltando o silêncio a reinar novamente.

Andamos mais um pouco, até que chegamos ao nosso destino.

O salão era enorme e muito bem decorado. O salão estava cheio, havia muitas mulheres e muitos guardas por todas as partes. Parecia até uma festa importante.

Ao longe, um enorme trono chamava a atenção. Ele era todo feito de ouro e em sua ponta, havia o desenho de um sol, que obviamente representava a Rá, o deus Sol.

– Edward? Edward? – gritou uma mulher ao nos ver.

Os olhos de Edward brilharam e depois se encheram de lágrimas, enquanto a mulher corria em nossa direção, ignorando totalmente os guardas, abraçando fortemente ele. Fortemente seu filho.

Não pude evitar me emocionar ao ver Edward com sua família. Eles pareciam tão unidos e felizes ali. Era uma linda família, não pela beleza que os três emanavam, mas pelo amor que eles possuíam.

– Que encontro mais lindo... isso é comovente. – interrompeu uma voz em tom de zombaria.

E lá estava ele, com aquela áurea sombria e aquele sorriso de vitória nos lábios.

– Não acha que está na hora de terminar com isso Seth? – gritou a mãe de Edward, surpreendendo-me por sua força e determinação.

– Terminar? Eu estou apenas começando Esme... Logo, todos vocês irão contemplar o meu poder e ela... será a chave pra tudo isso. – gritou ele, dizendo essa última parte olhando para mim.

Todos que estavam ali presentes olharam em minha direção. Alguns chocados, outros vislumbrados.

– Ela é... – começou a dizer Esme, mas foi interrompida por Seth.

– Exatamente. Não há mais esperanças. Ela não tem o poder para me destruir, sendo assim eu venço. Rá rá rá...

– Agora. – continuou. – Temos algo para começar... Tragam todos. – mandou.

Os guardas que ainda estavam a nossa volta, começaram a nos puxar em direção ao meio do salão. Todos que estavam ali formaram uma roda. Quando chegamos ao meio do salão, tambores começaram a ressoar.

– Finalmente... a minha hora chegou. – disse Seth, com uma voz mais grossa, mais fria e sombria.

– O que vai fazer? – perguntou Edward.

– O que vou fazer? Vou me vingar... e ter aquilo que é meu por direito. – gritou ele com ódio.

– Não entendo... Por que quer tanto se vingar de nós? – perguntei sem entender.

– Ora... você nunca leu as histórias? Não soube o que aconteceu comigo? – gritou ele cheio de ódio.

A não obter resposta, ele continuou a falar.

– Eu... era o segundo filho, sendo assim o trono não pertencia a mim, mas sim a meu irmão Osíris. Ele sempre ficara com o melhor e eu apenas com aquilo que não tinha tanto valor, vivendo sempre da sombra dele. Eu queria derrubá-lo, eu queria o trono. Uma coisa que não seria tão difícil, eu só precisava matá-lo e então tudo seria meu...

– E eu o fiz, tramei com meus seguidores sua morte e então eu venci... Ele estava morto e o trono era meu. E então para começar, persegui todos os amigos de meu irmão, mas todos fugiram, se escondendo em animais. Tudo parecia perfeito, mas eu estava errado...

– Sua esposa Isis, estava grávida. Mesmo com todos os meus esforços, ela deu a luz ao menino Hórus. Eu pensei que aquilo não seria problema, Osíris estava morto e eu tinha o trono. Mas como eu disse eu estava errado...

 – O menino cresceu cheio de ódio e vingança e com ajuda do pai morto, ele aprendeu a empunhar uma arma e então veio atrás de mim. Nós lutamos um contra o outro, até que então os deuses decidiram intervir. Todos eles ficaram ao lado de Hórus e eu fui deixado de lado novamente, como se eu não fosse nada...

– Depois disso fui considerado por todo o Egito um ser odioso e maléfico. Até que com o passar dos tempos, eu fui esquecido e minhas imagens substituídas por Amon-Rá. Eu já não era nada... E aí desapareci... Mas eu jurei, eu jurei que voltaria por vingança...

– E então eu comecei a agir sem que ninguém percebesse, trazendo maldades e sofrimento para o povo. Até que então eu ouvi uma profecia, escrita há muito tempo por Rá de uma visão que tivera, onde um dia haveria de nascer um grande mal, que iria escravizar o povo egípcio durante milênios, porém também haveria de nascer uma criança, com um poder sem igual que seria capaz de derrotar esse grande mal...

– Essa criança iria nascer de uma paixão entre uma deusa e um humano... Durante noites eu vaguei pelo Egito a procura desta criança, mas eu não a encontrava, porque ainda não era a hora dela nascer. Então eu esperei, eu sabia que ela nasceria no momento em que eu desse a primeira cartada, e então em uma noite estralada você nasceu Isabella...

Ao ouvir meu nome, senti um arrepio involuntário. Um frio terrível, sombrio e maléfico me atingir, assim como a chama do medo se intensificar em meu ser.

– Todos os deuses e seu pai tentaram esconder esse segredo do mundo e de mim, mas eu era muito mais esperto do que isso, eu já sabia quem você era... Durante anos tentei matá-la, mas todas às vezes sempre alguém corria em seu socorro. Você estava protegida por eles, pelo menos até o seu aniversário de 16 anos... – continuou.

– E foi ali que eu agi. Você estava indefesa diante de mim, mas eu ainda não poderia aparecer. E então eu usei sua irmã, que durante anos crescera na sua sombra... Você sempre tivera tudo e ela vivera com o que sobrava... O ódio cresceu dentro dela e eu o utilizei para meus fins...

– Você é um monstro. – eu disse em um sussurro, mas pelo sorriso que formara em seu rosto, ele havia ouvido.

– Sim Isabella. Eu sou um monstro... Foi tão fácil usá-la e guiá-la em meus planos. Eu não podia fazer que parecesse assassinato, então eu encobri isso. Dei a sua irmã uma erva venenosa, ela introduzia a pessoa em um coma profundo, que não havia reversão... Todos estavam tão animados com seu aniversário que não perceberam ela colocando a erva em sua bebida...

– A erva começava a se manifestar de forma lenta, então ninguém perceberia. Aos poucos você foi adoecendo e ninguém sabia como ajudá-la, pois a erva não deixava indícios dentro do seu corpo, porém sua irmã aos poucos foi recobrando o juízo e a dor da traição e o remorso começou a perturbá-la, até que ela contou o que fizera...

– Mas naquele momento nada poderia fazê-la voltar a acordar, não havia remoção e eu havia vencido... Você adoeceu até que então um dia não acordou mais, os deuses fizeram de tudo, mas não podiam intervir na vida terrestre de tal forma, você ainda viva ali e eles não tinham poder para isso....

– Você foi deixada em um templo para que pudesse descansar em paz, até que o momento de sua morte chegasse, e foi aí que sua história ganhou vida... Um servo descobriu quem você era e contou para todo o Egito e isso me ajudou muito, pois todos sabiam que você era aquela que havia vindo salvá-los do que aconteceria...

– O medo, a raiva e o desespero os consumiram, pois você não poderia mais ajudá-los, foi aí que eu comecei a agir, a primeira coisa que eu deveria fazer era derrubar seu pai e eu o fiz, o derrubei de seu trono e o povo se transformou em um só, onde Carlisle virou o novo faraó...

– Eu decidi esperar para começar novamente meu plano, o que foi um grande descuido meu, pois nesse meio tempo vocês descobriram uma forma de fazê-la renascer... Se não fosse nessa era, então seria em outra, pois um novo ser iria ser gerado... Então, eu voltei a agir, mas cheguei tarde demais, pois o pequeno príncipe e seu estúpido servo, já haviam partido...

– Então eu tomei o trono e comecei a escravizar meu povo, esperando o momento em que eu viria de encontrá-la. Tenho que confessar que temi que você pudesse me derrubar, mas vendo-a assim, aqui me olhando com medo, isso seria impossível... Então eu pensei você sempre foi à esperança de todos, então porque não usar a esperança deles contra eles mesmos? – disse ele rindo, andando em minha direção.

– Você seria aquela que acabaria com tudo, seria você que deixaria o fogo consumir essa cidade, assim como suas mãos que derramaria o sangue de todos esses inocentes... Assim como em seu sonho Isabella.

Meu corpo gelou, e minha respiração ficou falha. O sonho... O sonho que eu tivera durante toda a minha vida era sobre isso?

Imagens preenchiam minha cabeça, enquanto lágrimas caiam de meus olhos... Era eu que causaria tudo isso.

Levantei minhas mãos tremulas me lembrando do sangue em minhas mãos.

– Bella? – ouvi a voz de Edward me chamar, mas minha consciência estava tão pesada que eu não consegui responder a ele. – O que fez com ela? – o ouvi gritar.

– Eu? Nada... por enquanto. – disse Seth com sua voz grossa e tenebrosa.

Meu corpo começou a tremer e minhas pernas ficaram bambas, levando-me ao chão. Senti as mãos de Edward me segurar, mas logo elas se afastaram, enquanto o grito de Edward e Emmett cortavam o ar.

 Não sei por quanto tempo fiquei ali, parada em choque... Quando notei, as lágrimas haviam desaparecido e minhas pernas haviam voltado ao normal.

E ali parado a minha frente estava ele, sorrindo como um demônio.

– Agora... vem a parte mais importante Isabella. Você será o meu recipiente e eu a usarei até me cansar e depois, bem depois a história vai ser outra. – disse ele a mim rindo.

Ele se levantou e então começou a se dirigir a todos da sala.

– Caros convidados, hoje vocês irão presenciar o nascer de um novo deus... E como sou muito gentil, irei deixá-los presenciar esse meu momento de vitória! – gritou ele a todos. – Preparem o ritual para a possessão. – mandou ele aos seus súditos. – E você. – disse ele olhando para mim. – Se prepare, pois hoje você vai conhecer como é o verdadeiro inferno.

{Pov. Edward}

Meu peito doía por eu não poder fazer nada.

Ao longe eu podia vê-la, caída ao chão, com o rosto sem expressão.

O que eu havia feito? Por que eu a trouxera para esse lugar? Por que eu não era forte o bastante para lutar por ela?

– Edward, ele vai possuí-la. – ouvi Emmett falar ao meu lado.

Olhei para ele em desespero.

– Emmett o que eu fiz? – perguntei com lágrimas nos olhos.

– Não foi sua culpa, não sabíamos que isso aconteceria...

– Temos que salvá-la. – eu o cortei, enquanto me levantava do chão e tentava me soltar, o que era impossível, pois as cordas eram muito fortes e eu não tinha a forma para rompê-la.

Eu podia ver minha família me olhar com dor, assim como Emmett, que via que meus esforços eram em vão.

Pude vê-los ao longe, pegarem-na e a amarrarem em uma grande pedra que estava ali.

Palavras começaram a surgir perante o grande salão. Palavras que pareciam sem sentido, mas eu reconhecia algumas de um livro que eu lera há tempos com o Emmett no futuro.

Senti minha cabeça pesar e meus sentidos ficarem confusos. Ainda alheio, vi o corpo de Bella se movimentar fortemente e o corpo de Seth ficar envolvido em uma áurea negra. Gritos de pavor invadiram a sala. A áurea começou a se tornar maior, até que por fim ela entrou com tudo no corpo de Bella.

Meu corpo começou a reagir e meus sentidos a voltarem.

“Bella. Eu preciso salvá-la.”

Com uma força desconhecida arrebentei as cordas e corri ao encontro de Bella. Ouvi meus pais e Emmett gritar as minhas costas, mas ignorei seus chamados.

Cheguei perto de Bella e a toquei, sobressaltando-me a sentir seu corpo frio.

– Bella... Bella! – comecei a gritar seu nome, chamando-a, mas ela nem se movia.

Tentei ouvir seu coração e ele ainda batia, fracamente, mas batia. Tentei acordá-la, mas nada parecia fazer efeito.

E então o que eu temia aconteceu, seus olhos se abriram para mim, mas eles já não estavam daquela cor maravilhosa que possuíam, eles agora estavam negros.

– Seth. – sussurrei em choque.

Seus lábios se curvaram em um sorriso e suas palavras me fizeram paralisaram no lugar.

– Eu disse jovem príncipe, ela não era forte o bastante para me enfrentar. O seu medo, a consumiu e agora ela é minha. O ser Isabella já não existe mais.

Senti suas mãos se fixarem em meu peito e com um grande empurro, fui jogado longe, em direção há uma parede.

Meus ossos do corpo rangeram e uma escuridão começou a me cegar, a última coisa que ouvi foram os gritos desesperados de meus pais e o olhos negros de Bella me olharem sorrindo.

[...]

Edward, você disse que iria me proteger.

Bella? É você?! gritei assustado para a escuridão a minha volta.


Você disse que me protegeria, mas você me abandonou. – disse a voz de Bella se afastando.

Não... Bella!

Abri os olhos assustado e sentei-me rapidamente, olhando a minha volta procurando sua voz, mas ela desaparecera completamente.

Senti minha cabeça rodar e lembranças começaram a invadir minha mente... Bella havia sido possuída e eu havia sido jogado em uma parede e depois só havia escuridão.

– O que...

– Filho é você? – ouvi a voz preocupada de meu pai perguntar ao meu lado.


Assustado com sua voz, olhei para minha volta, surpreendendo-me ao ver meus pais e Emmett ao meu lado.

– Vocês também estão mortos? – perguntei em choque.

Meu pai nada disse apenas começou a chorar e minha mãe se jogou em cima de mim chorando, agradecendo aos deuses por mim.

Olhei para Emmett sem entender, que sorria por entre as lágrimas. Vendo minha confusão ele se pôs a falar.

– Não estamos mortos Edward... Estamos vivos. Você está vivo.

– Mas, eu fui jogado em uma parede e eu morri.

– Não filho... Você não morreu você ficou inconsciente por alguns minutos, mas não morreu...

– Mas como eu...

– Porque eu o salvei. – disse voz conhecida as minhas costas.

Olhei rapidamente para o lugar da voz e espantei-me ao ver quem estava ali.

– Félix? Você me salvou?

– Ora príncipe Edward, por que o espanto? Não se lembra de que nós os magos sempre temos nossos truques? – perguntou-me com um sorriso de deboche. – Bem, acho que agora me devo ir... E acho que você ainda tem algo para terminar não é? Então se eu fosse você, eu correria, pois as coisas estão para ficar piores. – dito isso, ele desapareceu e um único pensamento invadiu minha mente.

“Bella”

Levantei-me rapidamente e olhei a minha volta. As pessoas haviam desaparecido e o templo estava em ruinas.

– O que... não... Onde Bella está Emm? – perguntei assustado.

– Edward... ela... ele... não há mais volta.... - começou ele, mas o interrompi.

– Onde ela está? – perguntei novamente com toda a calma possível.

– Filho... – começou meu pai, mas o calei com o olhar.

– Ela está lá fora. – respondeu minha mãe me olhando com esperança.

– Obrigado.

Separei-me de minha mãe e corri para fora, sendo acompanhado por Emmett que gritava meu nome.

Quando cheguei do lado de fora, o horror me dominou. O Egito estava em fogo, corpos jaziam ao chão e gritos de agonia cortavam o ar.

– Edward, não faça uma besteira. – pediu Emmett.

Assenti e corri em direção às casas a procura de Bella, com Emmett em meu encalço, não demorou muito para que eu a encontrasse.

Bella estava no meio da rua e com uma onda de confusão a sua volta.

Pessoas corriam, querendo arrumar algum lugar seguro para se esconder, podia se ouvir gritos, crianças chorando no meio de muita destruição e fogo. Casas explodiam somente de Bella olhar para elas. Havia ali somente destruição.

– Emmett, temos que fazê-la parar! – gritei.

– Mas como faremos? Não é mais a Bella, Edward. Não há nada que possamos fazer. – me virei para encará-lo e surpreendi-me ao ver um olhar triste em seus olhos, não era típico dele. Sorri triste com isso e pude sentir que eu precisava fazer algo. Que eu não poderia deixar que nada acontecesse ao meu povo e a Bella.

– Emm vá ficar com meus pais. Cuide deles por mim. – pedi e antes mesmo que ele dissesse algo, o deixei lá, correndo em direção a Bella, com a esperança de que ela ainda estivesse presente ali.

– Bella. – chamei, parando uns quatros passos dela, chamando sua atenção.

Ela olhou para mim e seus olhos se focalizaram nos meus, e senti como se uma energia estivesse passando por meu corpo, apenas com a fixação de seu olhar.

– Bella... meu amor. – chamei novamente, enquanto dava dois passos em sua direção.

– Edward. – A ouvi sussurrar. Pude ver um novo brilho aparecer eu seus olhos. O mesmo brilho que eu sempre vira em seu olhar.

– Bella, você tem que parar. Você tem que tentar parar o que está acontecendo. – Pedi calmamente.

Ela olhou para mim assustada e abaixou a cabeça por um segundo. Quando a levantou olhou ao seu redor e depois para mim.

– Ele é muito poderoso! Eu não consigo.

Aproximei-me dela e toquei seu rosto gentilmente, sentindo uma corrente elétrica passar por nossos corpos.

– Eu sei que você pode. Você é a minha escolhida. – lhe dei um beijo, um beijo calmo que a fez chorar e tornar o beijo como se fosse o beijo de despedida.

– Para acabar com isso... você terá que me matar Ed.

Suas palavras me fizeram se afastar e olhá-la surpreendido.

– O que você disse?

– Não há poder maior do que carrego comigo e é isso que esta destruindo sua casa, seu povo...

– Eu não vou te matar.

– Se não me matar, irei acabar com tudo, irei machucar mais pessoas. Eu não quero isso. – disse ela com lágrimas nos olhos.

– Eu não posso matá-la... Bella eu te amo!

Eu também o amo Edward, mas não há escolha... perderei o controle que tenho agora e acabarei por matá-lo... me mate, por favor... acabe com esse sofrimento. – pediu ela, enquanto entregava-me a adaga que carregava desde o encontro com aquela mulher.

Tremendo, peguei o objeto, mas sem desconectar o meu olhar com o dela. Aos poucos pude ver um brilho obscuro atravessar seus olhos. O mal dentro dela estava lutando para sair.

Bella olhou para mim com um olhar de suplicia e gesticulou para mim, mostrando que era o certo a se fazer.

Com algumas lágrimas nos olhos, levei minha mão ao seu ombro, retirando dali o tecido que cobria seu ombro, deixando à amostra a marca que agora era bem nítida em sua pele.

Eu sempre... sempre irei te amar, porque você é a única que já tocou meu coração. Ele será sempre seu... meu amor. – aproximei-me de seu ombro e lhe dei um pequeno beijo em sua marca e com o coração apertado e as lágrimas caindo de meus olhos, enfiei a Adaga em seu coração, ouvindo seu gemido de dor ao meu ouvido.

E antes que ela caísse ao chão, peguei-a em meus braços e a desci com cuidado.

Ainda com ela em meus braços, não pude deixar de evitar a dor corroer meu coração. Ali, fiquei com ela em meus braços, abraçado a seu corpo morto em meio ao caos do vilarejo, me sentindo incompleto novamente.

{Pov. Bella}

Senti a lâmina da Adaga adentrar meu corpo, indo diretamente onde batia meu coração. Um grande frio invadiu meu corpo nesse momento. O mal dentro de mim começou a se debater, querendo tomar novamente o controle.

Aos poucos a pequena barreira que existia lhe impedindo de se apossar de meu corpo, foi se desfazendo, mas isso agora não me importava mais, pois eu sabia que era tarde demais, a vida dentro de mim estava se acabando, não havia mais nada que ele pudesse fazer.

Meus sentidos aos poucos foram ficando fracos. Até que por fim, não havia mais nada, o frio se fora e eu já não estava mais entre os vivos.

[...]

-

Isabella! Acorde, ainda não acabou. – disse uma voz em um sussurro em meu ouvido.

Meio perdida, abri meus olhos, encontrando a minha frente o rosto de uma bela mulher, olhando-me com um lindo sorriso.

– Venha... ainda não acabou a sua jornada... Você ainda precisa ser julgada pelo tribunal divino para assim completar o seu destino. – disse a mulher, enquanto estendia sua mão para mim, que peguei de bom grado, levantando-me e a seguindo para onde quer que ela fosse me levar.

– Tribunal divino? Como assim? – perguntei sem entender, quando consegui compreender suas palavras.

– Não se preocupe... logo você descobrirá. – disse ela gentilmente.

Caminhamos mais um pouco até que chegamos a uma sala colossal, rodeada de imensas colunas de capitéis enfeitadas com flores de lótus.

– Você agora será julgada pelos deuses. Não tema, você não fez mal algum e será julgada de forma justa. – disse a mulher a mim sorrindo, enquanto abria uma porta que até então estava invisível aos meus olhos.

Assim que a porta se abriu, arregalei meus olhos, maravilhada com a cena a minha frente.

Palavras não poderiam descrever o que eu estava sentido nesse momento. Ali, a minha frente, estavam todos eles. Todos os deuses com sua forma majestosa e perfeita.

– Aproxime-se Isabella. – disse o deus que estava ao centro do grande salão que se estendia a nossa volta. – Você será julgada perante essa corte. – continuou ele, enquanto levantava suas mãos graciosamente em sinal de julgamento.

Olhei para a mulher ao meu lado temerosa, ela apenas continuou a sorrir e com um leve aceno de cabeça, me incentivou a aproximar-me daquele que falara.

Fechei meus olhos e respirei fundo, começando a caminhar. Guiada pelo instinto, não abri meus olhos e parei quando achei que fosse o lugar que deveria ficar. Sentindo o medo se esvair, abri meus olhos e surpreendi-me ao notar que eu estava no centro da sala, no lugar onde estava antes o deus a falar comigo.

– Isabella Marie – começou uma mulher a falar. – Nascida de um homem e uma deusa, diferente de um humano e um deus, escolhida para uma grande missão.

– Você... – começou outro a falar. – Enfrentou em sua vida grandes obstáculos, que um humano normal não conseguiria enfrentar. Você se fez digna da missão que lhe fora concedida e a completou com grande êxito, apesar de que para isso tivesse que perder sua vida.

– E isso a torna mais especial, pois sem nem mesmo conhecer o verdadeiro mundo ou até as pessoas que nele vivem, você decidiu se sacrificar para salvá-lo. Porém, realmente foi à escolha certa a se fazer? O mundo como está hoje ou aquele em que você viveu grande parte de sua vida, realmente é digno de ser salvo?

– As pessoas são egoístas, gananciosas, hipócritas, preconceituosas, não se importam com ninguém além de si mesmo, isso é algo digno de ser salvo? – perguntou-me novamente o deus que falara da primeira vez comigo.

– Responda-o. – exigiu outro.

– Sim. – respondi em um sussurro.

– Sim? Apesar de tudo o que viu, sentiu e ouviu ainda mantem seu pensamento positivo em relação ao mundo? – perguntou-me novamente.

– Sim, eu o mantenho... – respondi firme. - Porque apesar de todo mal, ainda há pessoas boas pelas quais ainda vale lutar. E é por essas pessoas que aqui estou hoje. O mal sempre irá existir, não é algo que se pode extinguir da face da Terra, além disso, isso vai de cada um aceitá-lo ou não. Cada um vive a vida que escolheu, e mesmo que não seja uma vida digna, temos que respeitar essa decisão. Então, quem sou eu para escolher o seu destino, de escolher o que é o certo ou o que é o errado. Elas precisam descobrir por si só a resposta e então ter uma segunda, uma terceira chance, pois é errando que vamos aprendendo a fazer o certo.

Assim que terminei de falar, um silêncio se estalou pela sala. Todas ali olhavam para mim como se estivessem me avaliando. Pude notar que uma das mulheres ali tinha um pequeno sorriso nos lábios, um sorriso reconfortante e cheio de orgulho, como um sorriso de uma mãe.

Respirei fundo e aguardei pacientemente o que quer que eles estejam fazendo. Não demorando muito, todos eles se entreolharam e assentiram com a cabeça, concordando com algo que não fora falado em voz alta.

 – Isabella... – começou o primeiro deus a falar novamente. – Aqui, perante essa corte, você foi julgada. Você teve uma existência exemplar, e por tal tem o direito à eterna felicidade que a aguarda do outro lado, porém decidimos lhe dar uma nova chance...

– Uma nova chance? – repeti sem entender.

– Sim, você sacrificou sua vida protegendo o povo que Amon-Rá criou e isso o emocionou de tal forma, que ele pediu para que nós revessemos os conceitos existentes há muito tempo sobre o reino dos mortos. E eu Osíris, senhor desse reino, junto a meus irmãos, decidimos lhe conceder outra oportunidade para viver sua vida...

– Mas essa escolha de querer voltar é apenas sua. – disse uma mulher, enquanto caminhava em minha direção. - Você pode escolher ir para além da morte ou voltar para o mundo humano e continuar a viver sua vida... Mas acho que todos aqui já sabem qual é a sua escolha, afinal, você deixou coisas muito importantes para trás, não é? – perguntou-me sorrindo.

Não pude conter o sorriso ao constatar que eu realmente sabia qual era a resposta. Não posso mentir que por segundos eu quis estar em paz, poder estar longe de todas as coisas ruins e poder ser livre. Mas as memórias, a saudade em meu peito e meu coração gritando pedindo para eu voltar era muito mais forte do que qualquer vontade que eu já sentira na vida.

Eu queria estar com eles, com a minha família, meus amigos e o homem que amo, o homem que durante muito tempo eu pensei odiar.

– Eu quero voltar. – respondi ainda sorrindo.

– Pois bem, se é essa a sua escolha, que assim seja... – disse Osíris, enquanto levantava suas mãos. – Eu Osíris, senhor do reino dos mortos, com o poder que me foi concedido, lhe concedo sua nova chance e dou por encerrado esse julgamento. Agora, você está livre para voltar para casa. – disse ele com um pequeno sorriso no canto dos lábios.

– Obrigada.

A porta atrás de mim se abriu e a mulher a minha frente estendeu sua mão para mim, que peguei sem hesitar.

Ela começou a andar e eu caminhei ao seu lado para fora da sala. Assim que atravessamos a porta, ela se fechou delicadamente e desapareceu, não deixando vestígios de que ela existira.

– Posso lhe perguntar uma coisa?

– Claro... o que quer saber Isabella?

– O que... aconteceu com o deus Seth? – perguntei.

– Não se preocupe com ele... Ele voltou para lugar de onde nunca deveria ter saído...

– Mas, ele vai voltar não vai?

– Eles sempre voltam não é? Mas não se preocupe com isso, pois se ele voltar haverá alguém para impedi-lo, assim como você o fez. Apenas aproveite sua vida e esqueça tudo que aconteceu no passado. Deixei essa preocupação para nós apenas. Ok?

Eu nada respondi, apenas assenti com a cabeça. Depois disso, continuamos a caminhar, enquanto o silêncio nos fazia companhia.

– Estou orgulhosa de você Isabella. Orgulhosa das escolhas que você fez. – disse ela a mim sorrindo, quebrando o silêncio.

– Obrigada, eu acho.

– Ram, você realmente se parece a mim...

– Como? – perguntei sem entender.

– Você ainda não se deu conta não é? – perguntou-me ela. Eu nada disse, apenas neguei com a cabeça. – Eu sou Mut, sou sua mãe Isabella.

– Minha... mãe? – repeti paralisada.

– Desculpe, eu não queria atormentá-la com isso. – disse ela com um sorriso fraco.

– Não... eu... não.... – tentei dizer, mas eu não sabia ao certo o que dizer. O choque em saber que era minha mãe era tanto que eu não conseguia pensar em nada.

– Tudo bem. Eu lhe entendo, sei como é difícil passar por tantas coisas rápido demais, enfrentar a morte inúmeras vezes e ter várias surpresas depois disso. Não é tão fácil de lidar. Mas mesmo assim, fico feliz de poder ter a oportunidade de conhecê-la pessoalmente, minha filha. – disse ela a mim sorrindo.

– Eu também estou feliz de poder ter tido essa oportunidade. – respondi assim que minha voz voltou ao normal. Seu sorriso aumentou ao ouvir minhas palavras, me fazendo sentir feliz por estar junto dela nesse momento.

– Infelizmente, é hora de você partir agora...

– Mas... eu tenho tanto para lhe perguntar.

– Eu sei minha querida... Mas não precisa se preocupar, pois ainda nos reencontraremos. E quando acontecer lhe responderei tudo o que quiser saber. Por isso vá... Há pessoas que precisam de você nesse momento. – disse ela me abraçando.

– Estarei esperando por esse dia.

– Eu sei... Agora vá... Siga esse túnel a sua frente e quando você vires uma pequena luz, siga-a... Ela lhe levará para casa.

– Obrigada... Mãe. – agradeci sorrindo. Ela assentiu, sorrindo, com a cabeça e então como um passe de mágica começou a desaparecer. E eu fiquei ali, sozinha.

“Ok Isabella. Você passou por muitas coisas hoje e agora não tem nada a temer... é só seguir esse túnel e você voltará para casa.”

Respirei fundo e adentrei o túnel. O túnel era um pouco escuro, tochas de fogo iluminavam o corredor. Caminhei pelo que pareceram minutos, até ver uma pequena luz a distância.

Meu corpo estremeceu na expectativa de poder voltar a ver a todos. De poder vê-lo.

Caminhei rapidamente em direção à luz que a cada passo que eu dava se iluminava mais.

A luz começou a consumir tudo a minha volta, senti meu corpo ser puxado fortemente em seu encontro. E então a luz me cegou por completo e depois veio à escuridão.

[...]

Em meio à escuridão eu podia ouvir vozes, não conseguia entender muito bem o que diziam, mas pareciam chamar meu nome.

 Aos poucos os sons começaram a ficarem mais nítidos, e então pude ouvir claramente meu nome ser proferido.

Bella. Bella.

Não consegui identificar a voz de primeira, mas assim que meu nome foi proferido pela segunda vez, consegui reconhecer o dono da voz.

Era voz dele... era a voz de Edward.

A voz continuava a me chamar e eu sem hesitar comecei a segui-la. Caminhei por entre a escuridão sem rumo certo, apenas seguia a voz que às vezes parecia vir de todos os lados.

Comecei a me desesperar com medo de não conseguir voltar ao meu corpo. Em meio ao desespero, ouvi a voz de minha mãe me pedindo para não ter medo, para apenas seguir por onde meu coração mandava.


Fechei os olhos e deixei que meu coração me guiasse e então eu senti... senti os raios quentes do sol contra a minha mente, os murmúrios a minha volta, sua voz e seu toque.

Uma corrente elétrica passou por meu corpo e um arrepio involuntário atravessou meu corpo e então eu abri meus olhos.

E ali diante de mim, estava ele com seus lindos olhos verde banhados em lágrimas.

– Bella? – sussurrou ele com espanto.

Todos à nossa volta se calaram e um grito assustado irrompeu por entre a multidão.

 – Bella... Não... Você está morta. – Edward disse descrente.

– Eu voltei Edward, eu voltei para ficar. – respondi sorrindo, fazendo-o sorrir por entre lágrimas.

– Você voltou... meu amor você voltou. – disse ele antes de tomar meus lábios em um beijo apaixonado.

Ignorando a todos a nossa volta, correspondi ao beijo com vontade... Nos separamos quando o ar se fez necessário.

Emmett que estava ao lado de Edward me puxou para um abraço, enquanto as pessoas sorriam felizes pelo momento.

Ao longe puder ver Ana abraçada há um homem sorrindo para nós. Feliz por ela ter reencontrado seu amor, retribui o sorriso e com um aceno agradeci pela ajuda. Ela balançou a cabeça negando e se curvou agradecendo a mim pelo que eu lhe fizera.

Ainda sorrindo me virei para Emmett e Edward e os puxei para um grande abraço, fazendo-os rir.

Soltei-me dos dois e sorri, deixando uma lágrima de felicidade escorrer por meus olhos.

Edward sorriu para mim e secou minhas lágrimas, puxando-me para seus braços e ali... eu fiquei. Sentindo-me pela primeira vez depois de tanto tempo, paz, livre de meus pesadelos e de todo o mal. Aproveitando alegremente essa minha segunda chance.

O Egito estava a salvo, assim como todo o mundo, não havia mais nada a temer, pois a pequena garota da profecia havia cumprido o seu destino...

***Fim!***

– E o que aconteceu com eles mamãe? – perguntou Renesmee a mim, enquanto eu fechava o livro.

– Segundo uma das lendas que encontraram há alguns anos eles continuaram no Egito, reconstruindo tudo o que fora perdido, mas já outra diz que eles voltaram para o futuro, para reconstruir suas vidas ali, ao lado dos amigos e da família que já possuíam...

– E eles tiveram filhos mamãe? – perguntou ela enquanto soltava um bocejo.

– Quem sabe... Mas, agora é hora de dormir princesa. Conversamos sobre isso amanhã.

Renesmee assentiu e se virou de costas para mim, enquanto eu a cobria. Deixei o livro em cima do criado mudo e apaguei a luz do quarto, saindo logo em seguida.

– Não vi Alice, onde ela está? – perguntou meu marido a mim sério, assustando-me.

– Ela foi para a casa de minha mãe, parece que hoje ela ia sair com Jasper...

– Jasper? O filho de Emmett e Rose? – perguntou ele exaltado.

– Ei, calma. Alice já tem 15 anos meu amor. Acho que nossa filha já esta grande o suficiente para começar a namorar.

– De modo algum! – gritou ele.

– Fala baixo, Renesmee acabou de dormir. – o repreendi.

– Ela já dormiu? – perguntou ele agora um pouco relaxado.

– Já. Tive que contar a história para ela novamente. Não entendo como ela não se cansa dela.

– Talvez seja que inconscientemente ela saiba que essa é a nossa história meu amor. – disse Edward para mim, enquanto me abraçava.

– É talvez ela saiba. Devemos agradecer a Emmett por escrever esse livro então. – respondi sorrindo, visualizando a cara do grandão sorrindo de alegria.

– Hum...devemos mesmo, mas amanhã apenas. – respondeu Edward, enquanto beijava meu pescoço e me apertava mais contra si, esquecendo completamente de Alice, por enquanto.

– Isso eu concordo. – respondi sorrindo, puxando seus lábios para os meus, enquanto ele me empurrava para nosso quarto.

Continuando alegremente aquela parte pequena e perfeita de nosso destino.

Fim!


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHq saudades de postar aqui!
Fazia tempos hem! Mas agora as coisas vão mudar... Vou voltar a postar novamente! DD
Bem pessoal.. Qro saber o q vcs acharam! É muito importante para mim, pq essa One foi complicada de escrever.
Espero tbm q tu paulinha tenha gostado, afinal a one foi escrita pra ti. Espero realmente q tenha gostado.
Tu tbm Ana q ficou aqui me importunando para terminar logo. DD
Reviews pessoal? Aguardando aqui hem.
Ah e se tiver vários coments, vou fazer um bonus da One com o q aconteceu depois, lemons (tvz) e aí para encerrar as partes q ficaram no ar. DD
Aé. Fefe obg por betar a One, vc me ajudou muito flor. Gracias!
Bem é isso. Nos vemos logo.
Aguardo as reviews, qro muito saber o q vcs acharam. DD