Dreamland é uma dimensão onde os espíritos das pessoas mortas vivem felizes, em harmonia... Apenas uma se encontrava encolhida num canto. Lamentando-se e em sua melancolia de sempre. Isabella Swan.

Tinha uma pequena foto em mãos. E ao invés de olhar a campina, a linda paisagem em sua frente olhava para foto. Uma caricatura do grande amor de sua vida – Edward Cullen - e sua pedra preciosa – Renesmee - que jamais trocaria por nada. Isabella era a única que desejava mais do que todos voltar para o mundo onde os amores de sua vida estavam... Claro que os outros também tinham esse desejo, mas jamais podia ser comparado ao desejo de Bella.

Os habitantes de Dreamland não são transparentes, não são fantasmas. É basicamente como se eles morressem e fossem viver em outro lugar. Sentem tudo, amor, felicidade, tristeza... Menos ódio. Pois é um sentimento proibido em Dreamland. Assim como a cobiça, pois nesse lugar havia muito ouro, cristais, brilhantes e outras pedras preciosas... Quem sentir um pingo de ódio ou cobiça é expulso de Dreamland. Sendo mandado a viver eternamente num lugar escuro e horripilante chamado dimension of terror; Algumas vezes eles têm a permissão de visitar apenas uma pessoa que ama; Jamais em Dreamland alguém fora prestigiado a voltar para o mundo dos vivos... Mas Isabella Swan mudará a história...

[Bella]

Minha não vida se resumia a ficar aqui. Nesta grande campina que por mais que seja bonita, não era o que queria. Já ouvi dizer algo como “Nem sempre temos o que queremos!”. Uma vez. Era ruim demais e doloroso também ver Edward e não poder tocá-lo, quando tinha permissão eu ia vê-lo. E aproveitava para ver Renesmee também. Ela estava tão linda... Se parecia tanto conosco. Acho que mais com Edward... Queria estar com eles!

— A lamentação de sempre minha querida Isabella? – perguntou Ken. Ele se achava o supervisor de Dreamland. Jamais pensei que isso existia, era lindo o lugar, mas seria melhor ainda se Edward estivesse aqui comigo e Renesmee também... Não gosto de chamá-la de “Nessie” da onde Edward tirou esse apelido, aliás?Espero que não seja Do monstro do lago Ness!Isso me enfureceu, mas depois de um tempinho me acalmei.

— Então?

— Ah, até esqueci que você estava aí Ken. – eu disse ironicamente.

— Você se acha espertinha não é? – disse ele com a expressão superior.

— Você quem diz, vai procurar o que fazer projeto de supervisor! – eu disse irritada. Ele suspirou fundo. Ele era branco, tinha cabelos negros curtos e os olhos verdes.

— Para a sua informação eu sou aprendiz!Não projeto Isabella! – disse ele controlando a irritação.

— Da na mesma! – dei de ombros e voltei a fitar a linda foto, que sempre mantinha comigo. Ken aproximou-se de mim e arrancou-a de minha mão. Olhei enfurecida para ele – o que aconteceu?Por que fez isso?

— Sem lembranças, Isabella. São as regras! – disse ele e a fez em pedaçinhos. Eu olhei indignada a cena em minha frente, meus olhos marejaram e as lágrimas escorreram silenciosamente molhando minhas bochechas.

— Não pode fazer isso Ken! – eu disse chorando. – eu os amo!E isso nunca vai mudar!

Caminhei pela campina. Algumas “pessoas” que estavam ali acenaram sorrindo para mim, retribuí forçadamente. Era tão irritante está aqui, sem Edward, sem Renesmee... Sem ninguém que eu amasse. Na verdade minha avó Marie “morava” aqui. Do outro lado do lago de cristal. Era chamado assim pelo lago ter a água bem transparente e várias lascas de cristal no fundo. Mesmo, aquela água era tão limpa que nós víamos nosso reflexo, como a um espelho.

Não entendo por que temos reflexos já que estamos mortos. Dei de ombros. Não reclama Bella!Disse a mim mesma. Caminhei até chegar à ponte que dava para o outro lado do lago de cristal. Sentei com minhas pernas para fora da ponte, olhei o lago.

De repente vi minha filha brincando no horizonte. Meu coração se apertou eu queria tê-la aqui. Queria mostrar o quanto a amo. O quanto amo Edward... Limpei as lágrimas que escorriam pelas minhas bochechas, mas outras se seguiram. Eu amava Edward e Renesmee mais que tudo, mas do que minha própria vida. Eu faria tudo para voltar novamente!

Inclinei minha cabeça para trás olhando o céu azul. Por que eu não posso estar lá?O que eu fiz para merecer isso?Amá-lo?Foi por amor que eu vim parar aqui e por amor que eu quero voltar novamente!

Minhas preces jamais seriam atendidas!Chorei mais ainda... Abracei meus joelhos e apoiei meu queixo nelas. Ficando encolhida. De repente escutei sons como sinos, virei o rosto para encarar e arregalei os olhos. Liam. Ele era o supervisor chefe, ele quem mandava e desmandava aqui em Dreamland. Levantei-me num pulo, Ken vinha trás dele. Tínhamos que ter devido respeito a Liam. Ele era como o manda chuva daqui!Ele parecia um anjo, tinha cabelos encaracolados loiros e seus olhos eram bem azuis.

Arrumei minha roupa e fiquei ereta no lugar. Como um soldado que espera o capitão. Eu estava tremula ninguém recebia uma visita de Liam sem nenhum propósito. Mas eu nem fiz nada!Minha nossa será que eu seria expulsa daqui?E ir para aquele lugar que tanto falam que é horrível e frio?

Tentava controlar a respiração, mas é impossível quando você está perto de estar frente a frente com o manda chuva do lugar onde você vive!Ele caminhou até mim, era como se ele flutuasse, seus pés mal tocavam a madeira lisa da ponte. Ele parou e minha frente, encarando-me, eu estremeci nessa hora...

— Isabella. – disse ele, seu tom era grave. Por que todas essas pessoas insistem em me chamar de Isabella?Prefiro Bella, já disse milhares de vezes, mas me escutam?Não!

— Olá Liam. – eu disse educadamente e dei um leve sorriso. – A que devo o prazer de sua visita?

— Há algo que eu venho percebendo Isabella, há muito tempo. Desde que chegou aqui... – ele gesticulou para atravessarmos a ponte. Eu o segui, Ken vinha atrás de nós. Ele era o braço direito e o braço esquerdo de Liam, por isso se achava um supervisor.

Paramos no enorme gramado. Mal dei uma piscada e magicamente apareceram três cadeiras e uma mesa. Como aquelas de quintal. Gesticulou para sentarmos e eu o fiz automaticamente. Sem nenhum segundo tirar os olhos de Liam. Eu estava com medo de ser deportada para aquele lugar horrível. Bem, não sei se é horrível, mas é o que dizem!

— Isabella, minha visita é bastante importante a você... – começou Liam – eu sei que sente saudades, e sei qual seu desejo maior. Voltar para o mundo dos vivos não?

Assenti.

— Muito bem, sua missão na terra era tocar o coração de quem nunca havia conhecido o amor. E você o fez... Mas você não estava predestinada a vim para cá, até eu me surpreendi por isso ter acontecido... – fez uma pausa, ficando com a expressão pensativa – você sabe muito bem que ninguém pode retornar não é?

— Sim. – eu disse e abaixei a cabeça entristecida.

— Ora, não fique assim minha querida. Vou lhe revelar algo... – fez outra pausa – você os ama certo?Sua filha e seu Edward?

— Com toda minha er... Eu ainda tenho alma? – perguntei confusa.

— Se acreditar nisso. Claro que tem.

— Muito bem, eu os amo com toda minha alma!Meu ser!Muito mesmo, que chega a doer...

Liam sorriu largamente.

— Eu sei disso... Escute. Seu amor por eles é tão forte e poderoso que tornará seu desejo em realidade... – disse com um sorriso.

— C-como?

— Você retornará, mas com uma pequena exceção.

— E qual é?- perguntei feliz, eu estava tão alegre que meu coração poderia explodir de tanta felicidade a qualquer momento.

— Você não se lembrará totalmente deles... – disse ele calmamente.

— O que? – eu perguntei surpresa. Eu aqui pensando que finalmente estaria com Edward e minha filha novamente para vivermos felizes e vou voltar e não me lembrar deles?Isso é um ultraje!

— Acalme-se Isabella, terá de ser paciente. Você já está sendo prestigiada por retornar ao mundo dos vivos!Jamais alguém fora capaz de receber essa honra, nem mesmo eu. – disse ele olhando-me seriamente – Você é especial, agora. Se você voltar para cá, nunca mais os verá novamente nem mesmo os poderá visitar!

— Ah, o que está esperando para aceitar sua cabeça dura? – perguntou Ken revirando os olhos.

— Ken, comporte-se. – repreendeu Liam.

— Desculpe senhor. – disse Ken e fez gestos para aceitar.

— Isabella que terá que tomar esta decisão... Vamos Isabella, o tempo está passando. – disse Liam olhando-me tranquilamente. – escolha com sensatez...

Pensei e pensei.

— Lhe darei tempo para pensar até o anoitecer... Se caso não tiver resposta, perderá essa grande oportunidade. E nunca mais terá uma chance como essa. – disse ele levantando-se acenou com a cabeça levemente e caminhou para ponte, onde magicamente desapareceu numa luz forte.

Estava feliz por ter sido escolhida para retornar, mas o que adianta voltar e não me lembrar das pessoas que amo e que são importantes para mim?Isso é muito confuso, pelo menos aqui eu me lamentava, mas podia vê-los quando podia. Mesmo assim ainda me lembraria deles para sempre!

— Ah, Bella!Pare de lamentar!Aceite logo! – disse Ken me pé, encostado a cadeira que Liam estava minutos atrás.

— O que?Ken, você está mais maluco do que antes!Eu voltarei para quê?Ficar zanzando pela rua sem saber quem encontrar?Pois se Liam disse que eu me esquecerei de todos, isso inclui meu pai, minha mãe, Phill, minha filha, meu Edward, Alice, Esme, Carlisle, Emmett, Jasper, e até a Rosalie... O Jacob também!

— E quem é esse tal de Jacob? – perguntou com as sobrancelhas unidas.

— Meu melhor amigo, ele não aceitou minha decisão. – eu disse de cabeça baixa.

— Ter sua filha? – perguntou Ken.

— Sim, queria que eu a machucasse, ele me conhecia!Eu jamais faria isso!Então deu as costas para mim... – eu disse e as lágrimas caíram de meus olhos. Ao lembrar...

Eu terminava de sair de minha casa, eu caminhava em direção a minha Chevy. Tinha ligado para Jacob e disse que precisava falar com ele. Urgentemente. Então eu ia a La Push, só que como ele é atordoado e afobado veio até minha casa.

Bah!

— Aí, que susto Jacob! – eu disse com a mão no meu coração e por reflexo pus minha mão em meu ventre. Ele havia vindo atrás de mim e me assustado. – está maluco?

— Nossa, por que todo este mau humor Bells? – perguntou sorrindo.

— Eu disse para me esperar em sua casa!Vejo que não me escutou! – eu disse um pouco irritada, mas depois me acalmei, pois não podia ter emoções fortes.

— Que bom que está enxergando bem... – disse sarcasticamente – então, qual esse assunto de tão importante que tem a me contar?

— Jacob... – eu olhei dentro de seus olhos castanhos – eu... Er... Vou embora.

— O que?Para onde?Por quê? – uma pergunta atrás depois da outra.

— Não sei para onde, eu... Conheci uma amiga. Ela disse que me ajudaria... – eu disse simplesmente.

— Amiga?Que amiga é essa?Não me diga que...

— Não, não é nenhum deles!E só fiquei esse dia para te dizer isso, vou pela manhã. Antes de Charlie acordar. – eu disse e ele pegou minhas mãos.

— Bella, por que vai fazer esta loucura?Não é um surto adolescente não é?

— Jacob, você é meu melhor amigo e eu amo você... Mas, tudo isso não importa mais. Só o que importa é...

— O que? – perguntou um pouco brusco. Brusco é o nome do meio de Jacob. Ele apertou mais minhas mãos na sua. Com certa dificuldade eu as tirei de seu aperto doloroso. E as pousei em meu ventre, ele seguiu com os olhos meu gesto.

— Jacob, eu estou grávida. – eu disse e ele olhou para mim com dó.

— Ele fez isso com você!Se eu o encontrar o mato! – disse ele, seu olhar se transformou em raiva e socou a porta de minha picape. Um barulho ensurdecedor ecoou. Pegou minha mão e me arrastou pela rua indo para a floresta.

— Ei, espera!O que pensa que está fazendo Jacob? – eu perguntei assustada – Me larga! – eu gritei a última parte. Eu milagrosamente me desprendi dele e ele parou bruscamente ficando a minha frente.

— Bella, você tem que tirar essa coisa de você!Quanto antes, menos danos!Se ele ficar aí matará você! – ele gritou e eu me sobressaltei.

— Isso não depende de você, Jacob! – eu gritei enfurecida, o que fez meus olhos se encherem de lágrimas. Elas escorreram por meus olhos. – eu quem decido!E eu quero meu bebê!Eu o amo, mais do que tudo, mais do que você! – eu gritei novamente e ele olhou para mim tristemente.

Ele fechou os olhos respirando fundo algumas vezes. Quando retornou a abri-los seus olhos queimavam de raiva. Deu-me até arrepios.

— Bom, se é assim. Eu não vou ficar ao seu lado, vendo-a morrer aos poucos. – disse ele rudemente, e um soluço escapou de minha garganta – espero que seja feliz Bella!Com seu monstrinho!

E correu para a floresta, ouvi sons de roupas rasgando e deduzi que ele havia se transformado. Ele uivou alto. Eu abracei meu ventre e deixei as lágrimas escorregar de meus olhos livremente, eu gemia e soluçava. Sozinha... Não, não estava sozinha. Eu tinha meu bebê... Que eu amaria para sempre e sempre. E ela jamais me deixaria por nada, assim como eu.

Só que a morte nos separou, mas jamais deixarei de amá-la.

— Não chore Bella! – disse Ken e afagou minhas costas. Olhando-me com dó. – já passou, esse Jacob não merece suas lágrimas. Quer estar com sua filha não é?

— Claro, mais que tudo.

— Então Bella, lembre das palavras de Liam “Você não lembrará totalmente deles” Isso quer dizer que você lá no fundo, os amará. E de certa forma, lembrará deles... Liam é discreto nas palavras... Tudo vai dar certo eu tenho certeza! – disse Ken pegando minhas mãos nas suas. Desde que cheguei aqui Ken é quase meu amigo-encrenqueiro. Tanto me apóia quanto implica comigo às vezes.

— Obrigada Ken. – sorri.

Depois de Ken e eu conversamos um pouco ele foi visitar algumas amigas. Bem, havia alguns prós e contras a minhas escolhas. Voltar ao mundo dos vivos, Prós: Eu estaria junto de Renesmee e Edward. Contras: Não me lembraria de nada e nem deles. Talvez me lembrasse de alguém.

[...]

Sete e meia e o céu estava ficando escuro. Eu já tinha feito minha escolha e nada me faria mudar de idéia. Estava sentada na mesma mesa que estive com Liam e Ken mais cedo. Esperando eles. Nervosa, minhas mãos tremiam e eu passei a mão nervosamente em meu cabelo.

— Bella! – disse Ken e eu me sobressaltei.

— Nossa!Que susto. – eu disse com a mão no peito. Ken sentou-se na cadeira e Liam apareceu no nada, como quase sempre.

— Então Isabella?Já tem a resposta? - perguntou Liam em frente à mesa.

Assenti.

— E qual é?