Amor De Pai escrita por Little Flower


Capítulo 13
O dia especial de Renesmee


Notas iniciais do capítulo

Oie meus leitores queridos! =D Desculpem a demora. Quero agradecer a duas leitoras fofas: LARISSA F e a NandaMarieCullen pelas suas recomendações elas são lindas, obrigada de coração mesmo.
Boa leitura.

Capítulo atualizado em 02/03/21



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[Bella]

— Já que vocês estão aqui por que não estendem a visita e ficam para a festa de aniversário de Renesmee? — Alice propôs. Para mim a ideia não soou das melhores. Porque dividir o teto — mesmo que por um curto tempo com minha arque rival não parecia me agradar?

Eu ri internamente.

“Não existe “arque rival Bella!”. Disse a mim mesma.

Mas eu não gostava do modo como aquela vampira olhava para meu Edward. Que nesse momento carregava nossa filha em seu colo. Os Denali eram gentis e amáveis, somente Tanya não podia ser enquadrada nesse quesito. Estava totalmente fora de cogitação.

Ela tentava conquistar minha filha seja tentando conversar ou até mesmo lhe presenteando com algo. Renesmee não gostava dela, o que me deixava aliviada. Quando via Tanya se aproximar pedia colo a mim ou pedia a Edward para irem passear em qualquer outro lugar que ela não estivesse.

— Claro que aceitamos! — falou Carmen prontamente, uma vampira amável, ela me lembrava Esme pelo sorriso e sua forma carinhosa de tratar as pessoas, principalmente minha filha. Os outros riram pela sua falta de hesitação.

— Que bom, fico feliz, Carmen. — falei cortês.

Ela sorriu simpática e obviamente retribuí. Ela era totalmente gentil, Renesmee a adorava. O sentimento parecia ser totalmente reciproco por Carmen, as duas não se largavam. Eu estava começando a me sentir deixada de lado.

— Hum, aproveitando a deixa preciso anunciar algo a vocês, nossos amigos de longa data. Já que nossa família já sabe. — Edward manifestou-se com um sorriso iluminando seu rosto. Olhou brevemente para mim, como se pedindo apoio e eu assenti. Seu sorriso aumentou ainda mais — Bella e eu iremos nos casar.

A família Cullen estava radiante, menos Rosalie. O que já não era tão surpreendente assim. Os Denali também pareceram gostar da notícia, a não ser Tanya que me fuzilou com os olhos, cheguei a me encolher. Edward passou o braço livre pela minha cintura, com o outro apoiava Renesmee. Que esboçava um sorriso largo.

— Meus parabéns, Edward. Deve estar muito feliz. — disse Eleazar.

— Eu estou, obrigado. — respondeu Edward.

— Mamãe, podemos ir brincar? — perguntou Renesmee me fitando com os olhos brilhantes, como Alice. Ela e sua influência de ensinar como dissuadir alguém. Balancei a cabeça sorrindo, mas antes de pegá-la nos braços Alice me puxou pelo braço, sem força alguma. Seus dedos gelados tão delicados em minha pele que quase não percebi o aperto.

— Bella, você me ama ainda não é? — sibilou.

— Claro, Alice, mas por que o drama?

— Então por que vejo você indo para Lãs Vegas novamente para se casar? A cena é quase igual ao que eu vi dois anos atrás, só que com Renesmee agora. Bella, você quer me fazer infeliz? Se casar sem um vestido fabuloso, é sério? Ou uma cerimônia espetacular?  — fez beicinho. E de repente ela começou a soluçar.

Não sei o que deu em mim no momento, não sei se foi remorso por tê-la feito “chorar”. Ou por vê-la caída no chão se debatendo em cima do tapete peludo como uma criança mimada. Quando os pais negam algo ao filho. Fiquei com certa dó da minha amiga. Os Denali e os Cullen encaravam a cena incrédulos. Renesmee colocava as mãozinhas em frente a boca para abafar o riso.

— Alice, pelo amor de tudo que é sagrado! Se levante. Tudo bem, tudo bem. Eu deixo você cuidar de tudo!

Foi como se eu lhe dado a notícia mais fantástica de todo o mundo. Realmente isso era valioso para Alice. Ela se recuperou no mesmo instante ficando ereta no lugar.

— Você é máximo, Bella! — exuberou, me abraçando com força moderada.

Eu sorri.

Não parecia ter sido uma escolha tão ruim assim. Eu esperava sinceramente não me arrepender de deixar aquela baixinha a frente dos preparativos. A pessoa mais qualificada — até mais que eu — era Alice Cullen. A cerimonialista da família.

[...]

Estava subindo as escadas irritada. Motivo: Tanya não parava de jogar indiretas para mim, me olhava com indiferença. Eu tentei não me incomodar, mas agora, ela tinha passado dos limites. E eu estava indo para longe para não criar nenhuma desavença. Afinal, ela era uma vampira forte e eu ainda humana. Iria guardar aquilo com todo o carinho na memória para quando me tornasse imortal...

— Mamãe! Me espera! — Renesmee correu atrás de mim. Eu a peguei no colo. Então ela chegou bem perto de minha orelha e sussurrou — Vamos pregar um pecinha em Tanya, mamãe?

A oferta era bem tentadora, mas não permitiria que minha filha e eu nos rebaixássemos ao nível de Tanya.

— Embora seja uma ideia legal, não podemos fazer isso, meu coração. — eu disse a ela. Fomos para o seu quarto e a deixei sentada em sua cama.

— Mas por quê? — perguntou ela, seu tom de voz contrariado.

— Simplesmente porque não podemos nos deixar intimidar. Quer que seu pai fique chateado com nosso comportamento? Mesmo Tanya sendo maligna? — perguntei a ela que negou com a cabecinha.

— Ah, puxa! Então, o que vamos fazer? — perguntou e se jogou de costas na cama. Eu sentei ao seu lado.

— Hum... Não sei, o que você quer fazer?

Parou para pensar um pouco.

— Nos vestir de princesas? — disse hesitante. Eu arregalei os olhos e rapidamente sacudi a cabeça.

— Hum. Vamos apenas ver um filme da Cinderela então. — disse ela por fim e eu assenti. — Com pipoca e Coca-Cola! — levantou os bracinhos para cima em êxtase.

— Nem pensar em tomar coca cola! — eu a repreendi. O que antes era um sorriso em seus lábios, agora existia um beicinho fofo. Suspirei fundo. — Renesmee, você sabe, crianças não podem tomar esses tipos de coisas.

— Mas eu não sou tão frágil! Não vai me fazer mal, mamãe. — rebateu ela.

— Frágil ou não, não vai beber!.  eu disse seriamente. Seus olhos marejaram, seu lábio inferior tremeu e abriu o choro. Eu a peguei nos braços. — Por favor, meu amor. Entenda, eu apenas quero o seu bem.

— Tá bom. — falou um pouco contrariada, mas no fim já havia esquecido.

Depois que descermos para preparar nossa pipoca e suco natural, com tudo pronto subíamos a escada tranquilamente quando alguém agarrou o meu braço. Era a “ruiva”.

— Renesmee, meu amor, pode ir na frente, tudo bem? — ela assentiu e seguiu com as bebidas, ignorando Tanya totalmente.

Respirei fundo e olhei para a vampira.

— Tanya, querida. Algum problema? — eu perguntei e puxei meu braço. Saiu tão tranquilo que até me surpreendi.

— Tem certeza que vai fazer isso? Não terá volta sabia? — perguntou ela cética.

— Como é? — perguntei confusa. Eu não fazia ideia do que aquele ser ruivo queria comigo.

— Da transformação, Edward estava falando sobre isso... Está mesmo certa de que é ele quem você ama? — perguntou com certa ironia.

— E o que a faz pensar que pode opinar sobre isso? — fiz uma leve pausa — Obrigada pela preocupação. Mas eu tenho apenas um conselho para você: pare de tentar conquistar o Edward, você precisa entender que ele não quis você antes... Por que agora seria diferente? Sou eu quem ele ama. Ele não foi, não é e jamais será seu um dia! Então por que você não desiste?

— Nunca. — respondeu entre dentes.

Eu sorri amavelmente.

— Você está perdendo o seu tempo. — dei de ombros.

— O que está acontecendo? Bella? Tanya? — Edward surgiu, ficando ao meu lado.

— Apenas conversa de mulheres, mas já acabamos por aqui... Renesmee e eu vamos assistir a um filme, quer vim junto?

— Cinema com as minhas garotas? Claro, claro. Vamos, deixe-me levar isso. — pegou a tigela de minha mão. Depois com a livre pegou a minha mão. — Até mais Tanya.

— Espero que tenha ficado claro, Tanya querida.

Eu sorri para ela ao passo que ela me fuzilava com os olhos e deixei Edward me guiar até o quarto de Renesmee. Mais uma batalha vencida. Ela ficou feliz pelo pai também se juntar a nós. Às vezes não compreendia o grande vínculo que existia entre Renesmee e Edward, mas ele era forte. E lindo.

Eu descobri que eu não precisava ser forte fisicamente para vencer Tanya. Somente as palavras, mesmo que fossem as mais simples a afetavam como se eu lhe causasse danos físicos. E isso me aliviava, pois nunca me considerei forte. E aqui estava eu, vibrando com sua derrota, a primeira foi perder — não precisamente, já que Edward jamais sequer a quis e entre eles nunca houve nada, além de amizade —. E agora quando eu falei aquelas coisas.

Eu não iria permitir que alguém perturbasse aquele sonho. Que tentassem arruinar o castelo de felicidade que estávamos construindo.

— Mamãe, o filme vai começar. —  Renesmee informou e eu percebi que estava em pé. Olhando para as razões da minha vida com um sorriso abobalhado. Então pulei na cama junto deles. Renesmee entre Edward e eu.

Era tão bom estar ali. Talvez nosso destino fosse esse estar os três juntos e seria para sempre. Eu tinha certeza.

[...]

O aniversário de Renesmee seria amanhã, ela estava bastante agitada. Eu tentava — inutilmente — acalmá-la. Ela andava de um lado para o outro, quicava no chão quando Alice lhe perguntava as coisas sobre a festa. Como os Denali estavam ali, apenas viriam os amiguinhos de Renesmee. Os do parque e algumas crianças da vizinhança. O que já se tornava um tanto arriscado dado a natureza da nossa família. Porém, aquele seria o seu dia e queríamos torna-lo o mais especial possível. Sem chateações.

— Aí, mamãe, será que eles virão? — perguntou pela milésima vez.

— Claro, meu amor. — eu assegurei.

Dei um sorriso para tranquiliza-la. Então correspondeu e voltou a brincar com sua casinha de boneca. Alice estava finalizando o quarto de brinquedos de Renesmee, ela havia planejado assim que dei a ideia um tempo atrás.

Fazendo de tudo para Renesmee não desconfia, eu tinha que cooperar distraindo-a. Dei uma olhadinha ontem à noite, estava incrível, Renesmee iria adorar, e se deixar, jamais sairá daquele lugar. Um comparativo: parecia a Disneylândia em miniatura.

Enquanto o restante da família Cullen estava caçando junto aos Denali para amanhã. Renesmee, Edward, Alice e eu nos encontrávamos na sala de estar, os três tinham se alimentado recentemente. Por isso não havia necessidade de irem de novo.

Estava silencioso. Ninguém falava — a não ser Renesmee ou Alice para fazer alguma pergunta em relação ao aniversário. Nem mesmo percebi Edward e Alice respirarem. Tocaram a campainha e eu me levantei. Caminhei até a porta e rodei a maçaneta para ter uma enorme surpresa.

— Pai! — eu exultei o recebendo com um abraço.

— Olá, Bella. — disse ele retribuindo com apenas um braço, pois o outro segurava um embrulho brilhante e grande. O presente de Renesmee. Eu havia encomendado o que iria dar para ela e já estava comigo, na gaveta de umas das cômodas do quarto de Edward. — Onde está minha netinha?

— Na sala brincando, entra pai. — eu disse e ele caminhou em passos largos. Renesmee quando o viu, levantou num jato e já estava abraçando o avô entre gritinhos. Eu fechei a porta e voltei para onde estavam. Alice começou a tagarelar ao telefone.

— Olha aqui, Nessie. Seu presente, me desculpe, mas é simples.

Ela rasgou o papel com os olhos curiosos e bem abertos de empolgação. Renesmee não se importava com o valor material das coisas, se fossem dadas com carinho, para ela era o mais valioso. 

Era uma caixa de palete colorida e brilhosa, o conteúdo eram livros infantis sobre contos de fada. Ela gritou radiante.

— Obrigada vovô. Eu amei! — festejou, sorrindo. — Olha papai. O que eu ganhei do vovô Charlie! — levou a caixa até Edward. Ele correspondia por vê-la tão feliz. — Agora, você e a mamãe vão poder ler historinhas antes de eu dormir.

— É sim, Nessie.

— NÃO! — o grito de Alice nos despertou do momento feliz em que estávamos.

— Alice, pelo amor de Deus! O que aconteceu?! — perguntei a sua frente, enquanto Edward, Charlie e Renesmee olhavam-na espantados. Embora desconfiasse que Edward devia saber do que se tratava.

Um silêncio irritante pairou no ar. Ela não me respondeu, continuando assim o que parecia ser uma discussão.

— Não, eu não quero nada de cristal! Não foi isso o que eu pedi! — berrou novamente — É de gelo! De gelo escutou?! — depois que caí em mim, comecei a ter uma crise de riso. — Não importa! Eu quero tudo do jeito que eu havia encomendado! — fez uma pausa. Eu não acredito que ela estava surtando por causa de alguma coisa de gelo? Revirei os olhos ainda achando graça — Exatamente, pula-pula, o tobogã, cama elástica, todos os brinquedos infantis. Sim, a mesma coisa que disse ontem à noite! As toalhas decoradas! Sim! Quero tudo aqui às duas horas e meia da tarde, o horário que combinamos. — outra pausa. — Como lhe disse, não importa o quanto custe. Temos o suficiente para pagar, até mais do que isso! Obrigada. Tchauzinho! — e encerrou a chamada.

— Alice, consegue relaxar agora? — indagou Edward.

— Ufa! Essas pessoas de centro de decoração são tão incompetentes! — resmungou ela.

Eu ri.

O jantar fui eu quem havia preparado, meu pai ainda continuava os mesmos gostos. Fiz lasanha de queijo, com arroz e para a sobremesa torta de morango. Quase todos — exceto Edward e Alice — comeram sem hesitar ou reclamar.

— Nossa Bella, isto aqui está uma delícia. — comentou Charlie. O ouvi murmurar “Cozinha tão bem quanto Sue”. Hummm... Por que ele mencionara Sue Clearwater? Isso estava bem estranho, porém não o questionei. Na verdade, não queria tirar conclusões precipitadas, mas estava na hora de Charlie tentar mais uma vez se relacionar com uma mulher. A ideia era incrível.

Eu subi mais cedo para deitar, estava cansada, me despedi de cada um. Os quatro ainda permaneceram lá embaixo. Queria aproveitar mais a companhia deles, mas realmente não iria conseguir manter meus olhos abertos por muito tempo. Minhas pálpebras pesavam e à medida que os fechava, meu corpo relaxava. Puxei os cobertores até o pescoço, estava começando a ficar frio.

Só quando senti sendo abraçada que percebi que o frio vinha de sua temperatura baixa, não me importei nenhum pouco, quase joguei o cobertor fora para me aconchegar mais, só que suas mãos me pararam.

— Edward, você colocou Renesmee para dormir? — perguntei, a voz arrastada. Ele riu, não entendi o porquê.

— Sim meu amor, acabei de fazer isso... Não se preocupe, eu sei cuidar da nossa filha. — respondeu ele, seu tom de voz com uma pontada de presunção. Eu ri fracamente. Depois só encostei a cabeça em seu peito e me deixei ser vencida pelo sono totalmente.

[...]

— Mamãe, levanta! — entoava uma voz doce ao longe.

— Meu amor, deixe sua mamãe dormir mais um pouco. — uma num tom mais grave respondeu. Senti alguém pular em cima da cama, tive a impressão que ela quase quebraria com o impacto. Ouvi alguém resmungar. — Alice! Pelo amor de Deus! Desça daí e deixe a Bella dormir!

— Bella, anda. Acorda! — senti a cama balançar com o movimento dela. Eu abri os olhos no mesmo instante que ela pulou novamente.

— ALICE! — disse espantada. Ela tinha um sorriso faceiro nos lábios.

— Bella, é que eu queria dar o presente de Nessie junto com vocês dois. — apontou para mim e Edward.

— Tudo bem. — falei esfregando os olhos e soltando um bocejo. — E o meu pai?

— Charlie acordou cedo, eu preparei o café para ele. Segundo ele disse que eu cozinho bem. — disse Edward. Parado ao lado de Renesmee ao pé da cama.

— Bom, eu terei de provar para saber. — dei de ombros. Ele franziu o cenho.

— Vamos, quero ver o meu presente, titia! — disse Renesmee arrastando Alice pela mão, que também me levou junto. Chegamos em frente à porta colorida, com pinturas de estrelas e corações.

Renesmee no começo estava confusa, mas quando Alice abriu a porta seus olhos achocolatados brilharam. Deu gritinhos entusiasmada e abraçou a tia, dizendo que a amava, que era a melhor... Que bom que Rosalie não estava presente, senão teria surtado com aquilo.

— Não mereço todos os créditos, sua mãe também ajudou, Nessie. — disse Alice com o sorriso abobalhado recebendo o carinho da sobrinha. Então Renesmee puxou a barra da minha calça e eu me abaixei.

— Obrigada mamãe, esse presente é incrível! — disse ela muito agradecida. Entramos todos juntos e ela correu diretamente para a casinha enorme pintada em rosa e branco, ela tinha uma pequena varanda na frente.

— Ah, construímos outra casinha lá fora no quintal dos fundos! — informou Alice, e Renesmee ficou ainda mais empolgada. Havia milhares de brinquedos espalhados, pufes em forma de flor e corações em algumas partes, uma mesinha com quatro cadeiras, outra mesinha com um bule de porcelana florida com quatros xícaras e pires embaixo. E vários túneis, escorregador, piscina de bolinhas e etc.

— Você gostou não é, meu amor? — quis confirmar mais uma vez.

— Sim, obrigada de novo... Mas onde está o papai? — perguntou olhando para os lados a sua procura.

— Aqui! — disse Edward voltando para o quarto e trazia consigo um pequeno embrulho nas mãos. — Vou aproveitar a deixa e entregar seu presente. — bastou isso e ela correu até ele. — Feliz aniversário, meu amor. — ela o abraçou e ele lhe deu um beijo na bochecha, sua mãozinha capturou o embrulho e logo o rasgou em pedacinhos. Foi revelado uma caixa quadrada com um aparelho na capa. Renesmee abriu confusa.

— O que é isso? — perguntou tentando abrir a tampa.

— Um Ipod. — disse ele. — Você não gosta das músicas que toco? — ela assentiu — Então, aí estão todas elas, incluindo a canção de ninar de sua mãe e a sua.

— Eu amei papai! Obrigada!

— Você merece, meu anjo. — disse ele. Todos esses presentes eram tão lindos e caros, o meu não chegava aos pés deles, eu estava começando a me preocupar.

Comecei a me sentir mal. Eu deveria ter levado o café da manhã em sua cama, ter acordado mais cedo. Que péssima mãe eu era. Eu fiquei me remoendo de culpa enquanto ela brincava com Edward na piscina de bolinhas. Depois de um tempinho Charlie apareceu para desejar feliz aniversário à neta, mas depois disse que iria assistir beisebol e desceu para a sala de estar.

Puxei uma das cadeiras e sentei apoiando as mãos nas pernas e elas tocando minha bochecha. Estava realmente chateada comigo mesma. Ouvi um estrondo no andar e baixo e levantei caminhando até a janela para verificar o que estava acontecendo. Olhei para o jardim e lá estava Emmett, tinha acabado de derrubar uma parede, pelo jeito alguma coisa estava o perturbando.

Achei incomum seu comportamento e pude notar através de sua expressão que ele estava mesmo irritado. Não ousei incomodá-lo. Olhei mais além e vi que Alice estava recebendo os organizadores da festa de Renesmee, ela estava realmente trabalhando com afinco dando tudo de si, imaginava como seria a festa de dezesseis anos.

[...]

Terminei de colocar a presilha prateada no cabelo de Renesmee. Alice tinha acabado de sair do quarto. Para receber alguns convidados que tinham chegado. Foi difícil convencer Renesmee a sair daquela brinquedoteca, por isso ainda não estava pronta. Alice já havia ajudado a me arrumar. Colocou em mim um vestido azul-marinho com um leve decote acima do busto, um sapato de tiras prateado combinando — de somente 4cm, esperava não me espatifar no chão — e os cabelos soltos com cachos nas pontas.

— Mamãe, todos me deram presentes... — falou ela de repente.

— Sim, todos incríveis. Você gostou, não é? — eu disse e ela assentiu.  

Eu sabia aonde ela queria chegar, fui a única que ainda não havia dado seu presente. Por parte porque eu estava me sentindo insegura por dar a ela uma coisa tão simples. E outra porque esse era o momento certo.

— Então... Você não precisa dar nada, mamãe, já tenho tudo! — declarou. Talvez pensasse que eu havia esquecido de comprar algo. O que jamais seria capaz de acontecer, nunca me esqueceria daquele dia. Um dos mais importantes para mim. O dia onde eu a vi pela primeira vez e percebi o quanto fui forte o bastante para suportar as dores e as complicações para poder tê-la em meus braços, era tão pequena e linda. Tudo valeu a pena.

Eu a virei de frente para mim, seu vestido cor-de-rosa de seda de babados era tão brilhante quanto os cachos grossos e perfeitos que caiam até a metade das costas, havia um laço cinza-perolado na cintura, os sapatos eram da mesma cor do laço e contrastava com a meia-calça branca. E para finalizar o look pus a pequena coroa dourada, demonstrando que ela era uma princesa.

Eu não pude evitar as lágrimas. A minha garotinha estava a minha frente tão linda, achei que estar aqui para presenciar seu aniversário seria impossível, porém era real. Eu podia cuidar e amá-la incondicionalmente. Os soluços escaparam da minha garganta sem que eu conseguisse me controlar. Alice iria ficar bem chateada se eu conseguisse destruir a maquiagem que fez em mim.

— Mamãe, por que está chorando? — perguntou triste. — Está triste?

— Não, é só... Ah, deixa para lá. — lembrei do presente — Espere um pouco, meu amor...

Como estávamos no quarto de Edward, apenas caminhei até a cômoda ao lado do guarda-roupa, peguei a caixinha de camurça lilás de dentro da gaveta. Voltei para junto de Renesmee e depositei o presente na palma de sua mãozinha quando ela abriu.

— Abra. — eu disse ternamente. Ela obedeceu e um inesperado sorriso iluminou seu rosto. Pegou o medalhão e o ergueu para ver melhor.

— O que está escrito? — alternou o olhar entre o medalhão e eu.

— Mais do que minha própria vida. Está em francês.

— E aqui? O que diz?

— Seu nome, Renesmee Carlie Cullen, meu anjo. — eu esclareci e ela sustentou o sorriso. Abri o fecho para que ela pudesse ver uma pequena foto dela, Edward e eu. — Você gostou?

Negou com a cabeça. E por um instante parei de respirar em choque.

— Eu amei! Obrigada mamãe!

Respirei aliviada.

— Feliz aniversário, meu anjo. — eu falei ainda emocionada e ela pulou em meus braços. Abraçamo-nos, coloquei o medalhão em seu pescoço. Alice gritou para descermos. Peguei a mão de Renesmee e saímos porta a fora. Edward nos esperava no alto da escada. Estava bastante elegante numa calça jeans escura, uma blusa verde-oliva social e sapatos formais. Tudo combinava perfeitamente.

— Hum, como as minhas garotas estão lindas! — não precisei de confirmação para saber que eu estava corada. Pensei que me acostumaria com os elogios principalmente dele, mas acreditava não ter mais jeito.

— Obrigada. — eu murmurei e ouvi seu riso baixo.

— Eu sei disso! — Renesmee falou divertida e fez pose.

— Como é convencida essa menina! — disse Edward com escarnio.

— Eu estou apenas avisando... Se vocês não descerem agora eu vou arrastar cada um pelos cabelos. Andem logo! — berrou Alice no fim da escada. Ela trajava um vestido amarelo rodado e bastante discreto — para não falar o contrário — e saltos de tiras de cor marrom. Florezinhas brancas enfeitavam o cabelo.

Reviramos os olhos ao mesmo tempo.

Então para que Alice não cumprisse sua doce ameaça, Edward nos levou nos braços em disparada. Os tios e os avós de Renesmee a elogiaram, assim como os Denali. Depois Edward e eu seguimos com ela para recepcionar os convidados que a aguardavam.

— Olá Sr. e Sra. Baker. É um prazer recebê-los. — eu disse para um casal jovem, e os filhos gêmeos deles cumprimentaram Renesmee. Assim se seguiu até vermos os amigos conhecidos de Renesmee.

— Gina! Maggie! Tay! — abraçou os três e cumprimentamos os pais deles. Eram pessoas gentis, principalmente os pais de Maggie. A mãe dela era agitada, percebi logo de cara onde ela herdara tanta energia.

Quando não havia mais ninguém para recepcionar resolvi verificar o trabalho de Alice. O painel estava lindo, um arco com balões conforme o tema, a longa mesa do bolo era enfeitada pelas miniaturas das princesas da Disney sob panos brilhantes e vibrantes. Meus olhos se arregalaram quando encontraram o bolo. Era em forma de castelo e enorme. Infelizmente na questão da velinha todos chegamos à conclusão de que era necessário manter as aparências e ao invés do número dois colocamos o número três, também das princesas. Tudo combinava muito bem. O local para pôr os presentes tinha o formato de carruagem com dois cavalos brancos a frente. Era gracioso.  

Quando vi a outra mesa, com diversos doces de todo e espetinhos. Percebi que Alice realmente tinha se esforçado bastante... Ou não...  Se eu achava que ela havia se superado não foi nada comparado quando me deparei com uma escultura de gelo. GELO! Idêntica à minha filha.

Então era esse o motivo de sua reclamação na noite anterior ao telefone. A obra de arte estava posicionada no centro da festa, cheguei perto o suficiente para analisar e além de bonita era uma preciosidade. Eu realmente gostei. Os brinquedos infláveis espalhados pelo jardim, balões coloridos enfeitando as árvores e em lugares esporádicos.

Quando Alice passou por mim, a peguei pelo braço de forma gentil e sorri largamente.

— Então era isso que você estava aprontando? — apontei para a escultura impecável.

Ela então exibiu o sorriso mais ofuscante e radiante quando falou:

— É claro, Bella! A festa da minha única sobrinha não pode ser menos que incrível. Ela é uma Cullen afinal das contas! — arqueou a sobrancelha direita ao mesmo tempo em que o lábio direito se erguia — Prepare-se para o espetáculo que será o seu casamento!

E antes que eu pudesse responde-la, ela já havia se distanciado para distribuir ordens entre os organizadores da festa.

Sacudi minha cabeça.

Deveria me preocupar agora ou deixava para depois? Eis a dúvida.

Vi espantada Emmett e Irina pularem animados na cama elásticas e os outros da família achando graça daquela situação inusitada. Eu não consegui segurar o riso também.

Encontrei Renesmee brincando com todas as crianças, mesmo não tendo muita intimidade com as outras crianças ela fazia questão de dar atenção a todas, e mais uma vez meu peito foi inflamado pelo orgulho da minha filha.

Senti braços frios enroscar em minha cintura e não precisei e virar para ter certeza de quem se tratava.

— A festa está animada, não é? — perguntou Edward bem perto de minha orelha. Seu queixo pousado em meu ombro.

— Sim... Nossa filha parece muito feliz. — eu soltando um suspiro satisfeito. — E ela não é a única. Olhe aquilo ali. — Apontei para os dois vampiros se divertindo no brinquedo, e Edward também não conseguiu se segurar.

— Eu estou um pouco surpreso por aquilo não ter quebrado ainda.

Eu ri mais uma vez. E ficamos um tempo abraçados, admirando nossa pequena garotinha correndo e sendo uma criança normal. Também estávamos atentos para qualquer coisa que saísse errado.   

Escutando as músicas “animadas” infantis soar. Naquele momento eu gargalhei por ver mais um episódio de Emmett, que se remexia agora na mesa tentando dançar as canções, mas era contido por Rosalie. Edward e eu fomos até eles, onde todos os Cullen e os Denali estavam reunidos.

— Novamente, quero agradecer por tudo o que vocês fizeram por Renesmee... — disse assim que nos acomodamos.

— Oh, Bella! — ralhou Esme. Procurei com os olhos meu pai e ele estava atacando a mesa de espetinhos. Os garçons serviam os convidados, o que não restava preocupação nesse sentido — Nós é que agradecemos, se não fosse por você não estaríamos comemorando hoje.

Eu sorri de canto, meio constrangida e meneando a cabeça.

— Nessie é incrível. Quem diria Carlisle. Somos avós! — continuou Esme, radiante. Ela usava um vestido lilás e um coque elegante.  

— É verdade, você nos trouxe muitas felicidades, Bella. Primeiro por ter atingindo o coração do nosso Edward, depois nos aceitar como somos. E agora nos dando nossa netinha, a luz de nossa existência. — falou Carlisle, trajando roupas casuais e em cores frias. 

— Bem, fico feliz por se sentirem assim. — eu disse sinceramente. — Mas não mereço todos os elogios, Edward também teve participação! — terminei com escárnio, onde eles riram. E percebi Edward exibir um sorriso presunçoso.

— É verdade filho. — disse Carlisle e eles riram novamente. Bateu de leve com o punho fechado o ombro de Edward de brincadeira.

— Vocês viram o que Alice aprontou? — perguntou Jasper, o que nos surpreendeu. Ele era meio calado. Desde que voltei, notei que ele não falava quase nada. De qualquer forma, aquele era seu jeito.

— Você fala sobre a escultura de gelo idêntica à Renesmee? — falou Rosalie. Nem precisava dizer que ela estava magnífica naquele vestido de seda vermelho com um leve decote acima do busto — Alice não cansa de nos surpreender com tanta imaginação. Mas a arte ficou maravilhosa. Claro, Renesmee é linda, então... — deu de ombros.

— Eu concordo, a minha pequenininha ficou incrível em forma de gelo. Ela é uma gracinha. — declarou Carmen de maneira doce, entrando na conversa. As mulheres do clã Denali exibiam looks lindos em cores quentes, detestava admitir que Tanya também. Embora eu quisesse muito expulsa-la da festa pois aquele seu olhar irritante e careta azeda a tornasse desagradável.

Me esforcei bastante levando em consideração a presença do restante dos Denali, que eram amigáveis.  

O assunto sobre a anfitriã se estendeu enquanto a observávamos. Ela sorria deliciada com as novas amizades. Taylor não saia do seu lado, causando certo desconforto em Edward. Achei um tanto engraçado. Cada um se dispersou em suas conversas deixando a mim e Edward sozinhos ali, ele se aconchegou um pouco mais em mim e passou o braço pela minha cintura.

— Veja como a lua está linda. — eu comentei com os olhos para o céu.

— Você está mais... — declarou ele e sorriu. Não foi tão difícil assim encostar meus lábios nos seus depois daquilo. Não importava quanto tempo havia se passado, eu ainda o amava ardentemente. O que nos fez parar foi Alice cantarolando animada:

— Hora de cantar os parabéns!

Edward e eu prontamente nos encaminhamos até onde Renesmee esperava. Os convidados com as crianças estavam em frente à mesa do enorme bolo. Começamos a cantar os parabéns e bater palmas enquanto as câmeras clicavam, Edward decidiu carrega-la no colo já que mesmo com assento ela sumiu atrás do bolo, nem isso foi capaz de tirar o sorriso contente em seu rostinho. Depois foi a vez de apagar a velinha e as câmeras novamente capturaram o momento.

Então o pai de Renesmee deixou-a em cima do banco para a ajudarmos a cortar um pedaço do bolo. Os cliques não paravam.

— Para quem vai primeiro pedaço, Nessie? — gritou Maggie.

— Para... Os meus pais! — relatou ela e nos entregou com dificuldade o prato de plástico com a fatia. Eu aceitei emocionada, além de nunca ter recebido o primeiro pedaço de ninguém antes, tinha vindo da minha filha. Ela continuou a declaração. — Porque se não fosse por eles, eu não estaria aqui... — eu tive que pegar um lenço para limpar os olhos e pude notar que o que eu sentia estava refletindo nos olhos de Edward. Percebi também que se fosse possível ele estaria entre lágrimas naquele momento tão especial.

— Obrigada pelas palavras, filha. Se não fosse por você nada disso seria possível... Você é tudo para nós... — eu disse e ela me abraçou. Ouvi palmas e percebi algumas mães ali emocionadas, com certeza elas sabiam exatamente como era aquela emoção.

[...]

A festa não se estendeu por mais das vinte e duas horas, as lembranças foram entregues para as crianças — bolsas personalizadas das princesas da Disney para as meninas, assim como coroas e afins personalizados, e para os meninos bolsas dos super-heróis e relógios — e logo nos despedimos dos convidados. Não interagimos tanto para evitar problemas, mas ainda assim o bastante para que se sentissem à vontade. Será que eles sorririam e acenariam tranquilos para os anfitriões se soubessem o que eram? Preferia não levar a minha imaginação àquele extremo. Afinal, os Cullen e Denali não seriam capazes de machucar alguém...

Antes de subir com uma Renesmee sonolenta agradeci a Alice mais um milhão de vezes pela festa incrível que prepara, minha amiga tinha realmente se esforçado para que tudo estivesse perfeito naquele dia. Eu não poderia estar menos grata por aquilo. Também fiz o mesmo com os Cullen e Denali — esquecendo minha birra com Tanya um instante, pois sua família era maravilhosa.    

Cobri Renesmee com a coberta de borboletas e lhe dei um beijo na testa. Edward fez o mesmo. Orgulhosos velávamos o sono de nossa filha, céticos de que nosso amor havia se expandido e se tornado aquela pequena garotinha. Meu peito se aqueceu mais vez, e em silencio deixei que as lágrimas dissessem tudo... Edward me abraçou de lado e também não foi necessário proferir nenhuma palavra naquele momento. Eu sabia que compartilhávamos do mesmo sentimento...

— ... Obrigado por isso, Bella... — sussurrou Edward, a voz carregada de emoção. E me colocou de frente para si enquanto me encarava intensamente. — Sou muito grato por esse dia, por este momento, pela nossa filha. Você me deu mais do que qualquer outra pessoa durante toda a minha existência e eu te amo tanto...

Senti meu rosto ser banhado mais uma vez ao ser tocada pelas palavras de Edward. Não fiquei envergonhada, mas não sabia descrever como eu estava me sentindo realmente, era milhares de emoções passando por mim.

— ... Eu... Também agradeço por ter cuidado da nossa menina e por lutar por mim... Eu também te amo tanto, Edward...

Nada mais foi dito. Nosso beijo selava aquela linda noite e demonstrava tudo o que sentíamos... A promessa de que estaríamos juntos para sempre no ar...


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Notas finais do capítulo

Então... Espero que tenham gostado :P
Bjinhos.