Wish You Were Here escrita por Jules


Capítulo 32
Once Upon a December


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um, minha gente! Espero realmente que gostem xD Esse não tem Logan & Mandy, quase, mas prometo que vou compensar no próximo capítulo, então não me matem!! hahahaha Digam-me o que acharam xD A fic está chegando cada vez mais ao fim, e mereço meus reviews nessa altura do campeonato! hahahah!
Beijoooooooooooooooooooooos



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O sol brilhava alto quando acordei naquela manhã. Bem, nada havia mudado muito naquela semana, acredite se quiser. Na sexta feira passada, havíamos tido o jogo e logo depois havia saído com meus amigos incluindo Logan e Jason para fazermos um bom lanche, e rirmos como idiotas. Nem preciso falar que todos eles amaram Logan e Jason, certo? Riam das piadas um dos outros, pareciam realmente interessados em nossos assuntos e fingia perfeitamente se importar comigo, ou seja, enganamos todos tão bem, que ninguém na face da terra poderia sequer pensar que Logan e eu não éramos de fato um casal. Mas nada mudou, para ser sincera. Digo, se desconsiderarmos o fato de Fanny viver me enchendo o saco desde então me dizendo o quão sortuda eu era, tudo pareceu na mesma, sejam coisas boas e coisas ruins, assim como o meu relacionamento com Logan.
Eu realmente por um momento pensei que estivéssemos ficando de bem, e que finalmente eu pudesse parar de me preocupar com o seu jeito idiota de agir... De fato, ele não estava me tratando mal nem nada, mas era nítido que ele sequer queria falar comigo. Havia passado a semana inteira longe de mim, onde trocamos pouco mais de duas palavras, e só. Mas eu não pediria por mais também. Se estávamos em uma quase-paz já bastava, certo? Bem... Logan e eu não nos falaríamos muito, até aquele dia em si.
Eu estava terminando de me arrumar para a escola quando ouvi três batidas em minha porta. Terminei de abotoar os shorts e aos tropeços, tentando colocar meus sapatos, abri a porta segurando-me na maçaneta antes que pudesse ir de cara no chão. Como sempre, desajeitada. Abri um sorriso para Logan que estava parado e me observava de forma um tanto... Estranha, tentando segurar um sorriso que estava prestes a surgir em seu rosto, mas parecendo tentar a todo custo, parecer o mais carrancudo e emburrado possível para mim. Eu só não entendia o que tinha feito daquela vez.
–Hm... Oi!
Cumprimentei um pouco sem jeito enquanto me endireitava, Logan abriu um sorrisinho sem graça e mudou de posição desconfortável, enquanto levava a mão até a nuca, parecendo meio sem jeito. Franzi a testa.
–Oi. Cumprimentou. Hora ruim?
–Não. Como se eu tivesse hora para não ser desajeitada. Brinquei soltando uma leve risadinha, coisa que o fez sorrir. Acenei com a cabeça para que ele adentrasse. Pode entrar.
–Não, obrigada.
Recuou um passo tentando soar simpático, mesmo que eu estivesse sentindo uma certa tensão em sua voz. O observei por um momento um pouco confusa. Logan definitivamente não era um cara pelo menos não comigo, nessa altura do campeonato que costumava se atrapalhar em suas palavras e ficar nervoso. Mas ele estava daquela forma. Como se algo tivesse realmente o incomodando.
–Aconteceu alguma coisa?
Perguntei, Logan balançou a cabeça negativamente.
–Não... Na verdade sim. Soltou um suspiro enquanto apoiava-se na quina na porta, tentando de alguma forma, acalmar a si mesmo, mas não estava obtendo muito sucesso com aquilo. Parecia desanimado. Lembra-se do filme que acabei de fazer? E há alguns meses, quando lhe disse que havia sido chamado para um outro?
Assenti olhando-o atentamente. Eu me lembrava da noite em que ele havia chegado com a notícia de que havia sido chamado para um outro filme. Lembrei-me também em como eu chamei-o de idiota por querer recusar. Mas esse era o X da questão agora. Logan tinha recusado, certo? Pelo menos era o que eu pensava... E se não tinha... O que eu poderia ter a ver com a história? Cocei a cabeça ainda o olhando um tanto na expectativa.
–Sim.
–Eu aceitei. Deu de ombros. Mas não é isso o que vim falar com você. Na verdade é mais sobre O Soar da Meia Noite do que qualquer coisa. Vamos ter uma estreia e uma premiação, para a qual eu fui chamado. Tapete vermelho, sabe como é?
Engoli em seco arregalando os olhos lentamente. O-ou. Senti meu corpo congelar e por um momento senti-me incapaz de me mover, respirando com cautela, como se cada movimento brusco que eu poderia fazer, fosse capaz de me matar. Mordi o lábio. Eu sabia o que viria. Ou sabia que sim... Mas nada pareceu tão real, quando Logan mais uma vez soltou um suspiro e deu de ombros, olhando-me de forma desanimada.
–Eu queria que fosse comigo. Na verdade Sarah mandou. Acha que será bom para nós e...
–Ok.
Concordei sem pensar duas vezes. Logan franziu a testa observando-me confuso, como se não tivesse entendido direito o que eu havia dito.
–O quê?
Perguntou desconfiado, sorri ainda imóvel olhando-o de forma espantada.
–Ok. Eu vou.
–Mesmo? Perguntou surpreso. Pensei que fosse ficar nervosa.
–Estou trabalhando o meu medo de público. Sorri. Tapete vermelho! Isso vai ser incrível.
Logan assentiu abrindo um sorrisinho não muito contente, e deu de ombros enquanto me erguia um cartão de crédito, e fazia meus olhos saltarem para fora das órbitas. Franzi a testa observando-o desconfiada. O que ele queria que eu fizesse com o cartão dos Maverick?
–Use pra comprar um vestido. O mais elegante que achar.
Abri a boca para falar, mas seja o que eu fosse pronunciar, simplesmente não saiu, e minha boca foi incapaz de fechar-se. Ai caramba! Aquilo era sério? Peguei o cartão de forma hesitante me perguntando se aquilo era uma brincadeira ou coisa do tipo, mas Logan me entregou com tanta naturalidade, que me surpreendi ao ver que ele falava o mais sério possível. Abri um sorriso olhando o objeto prateado em minhas mãos. Oh céus. A má vontade de Logan era nítida, mas... Uau! Eu não estava nem aí se ele parecia não gostar de mim ainda, eu não estava nem aí se ele estava me levando por pura e simples ordem de sua mãe, Fanny ia simplesmente surtar quando eu contasse! Eu tinha que contar para a loira! Olhei para Logan, eufórica, esperando que ele saísse logo para eu pular de alegria como uma retardada, mas por enquanto, eu apenas me continha.
–Mais alguma coisa?
–Só isso. Falou dando de ombros. Ah. Tente não usar preto.
–Por quê?
Perguntei confusa. Logan deu de ombros estreitando os olhos um pouco confusa.
–Eu sou apenas o pombo correio. O porquê já é com Sarah.
Assenti enquanto Logan dava-me as costas e em passos lentos saía pelo corredor. Ok, talvez nós tivéssemos passado a semana sem nos falar, talvez estivéssemos em um relacionamento complicado, mas se cada vez que Logan fosse abrir a boca para mim, fosse em relação a notícias tão maravilhosas como essas, ele poderia ficar o tempo necessário longe de mim para me dar mais pérolas daquela. Veja bem por meu lado: Eu tinha uma premiação onde era transmitida mundialmente, era conhecida como a namorada de um dos garotos mais queridinhos da América e tinha, ainda por cima, o cartão da família Maverick para eu comprar um vestido que provavelmente eu nunca poderia comprar com o salário brasileiro dos meus pais. Aquilo era um sonho! Pela primeira vez em minha vida, nunca me vi com tanta vontade de ir para a escola. Eu tinha que encontrar Fanny! Tinha que contar as boas novas! Nem acreditava que aquilo estava realmente acontecendo.
***
–Prada, Tiffany... Me diz quando achar uma loja suficientemente boa para o cartão de milhões de dólares do seu namorado perfeito.
–Pare com isso. Dei risada enquanto dava um leve empurrão Fanny. Ele não é perfeito.
–É claro que é! Exclamou arregalando-me os olhos. É gato, é famoso, é um fofo e ainda por cima confia o cartão de crédito em suas mãos! Não da para ser mais perfeito!
Eu não estava sendo poupada dos discursos que promoviam Logan Maverick, vindos de minha amiga, enquanto caminhávamos pelo shopping em busca do vestido perfeito. Eu sei que geralmente os famosos mandavam fazer vestidos para essas premiações e tudo mais, mas não me vi em real necessidade de fazer isso, digo, era Logan o famoso ali, o centro das atenções. Eu seria uma mera acompanhante com um sorriso simpático.
Minhas amigas haviam simplesmente morrido quando havia contado as boas novas para elas. Fanny ainda namorava a capa da revista na qual havíamos saído na edição de semana passada, ela simplesmente não podia acreditar que estava famosa, e assim que ouviu onde eu estaria em breve, quase teve um surto e um ataque do coração. O pobre Kyle até derrubou o refrigerante que trazia em sua bandeja com o pulo da loira. Por sorte não havia manchado sua jaqueta do time de futebol, que todos sabiam que ele amava mais do que a própria mãe. Mas em fim, agora Fanny e eu estávamos perdidas em meio a enorme construção do California Mall, procurando pela loja mais cara e maravilhosa já que... Bem, eu não teria a chance de comprar algo caro e maravilhoso tão cedo.
Havíamos encontrado a loja favorita da minha amiga a Prada logo depois que havíamos passado pela Gucci e algumas outras marcas com nomes engraçados. Eu realmente achava que a Prada tinha os acessórios mais lindos do mundo, mas eu realmente havia descoberto que a marca também fazia roupas há pouco mais de alguns meses, tipo, quando conheci Fanny. Eu simplesmente confiava em minha amiga. Ela tinha um gosto incrível e andava tão bem arrumada, que a própria estilista de suas roupas teria ciúmes. Eu não. Apenas estava seguindo o fluxo. Ainda não era muito de me arrumar e coisas do tipo, mas as vezes se sentir bonita poderia ser maravilhoso, e eu havia aprendido aquilo com a loira.
Andando pelas araras e afundando-se nos divinos tecidos coloridos, Fanny foi me erguendo vários vestidos diferenciados, para os quais eu torcia o nariz, ou então erguia uma sobrancelha, em uma caretinha de quase aprovação. Eu não queria nada muito colorido, mas Sarah havia me mandado não usar preto, então a escolha de Fanny em um dos vestidos longos vermelhos pendurados por ali, não me pareceu ruim, quando chocaram-se contra meus olhos. Vermelho. Uma cor que chamava atenção e o pesadelo de uma garota discreta como eu. Mas como havia minha amiga eu tinha que parar de esconder o corpo lindo que eu tinha e isso não significava que eu deveria andar nua por aí, só... Ousar um pouco mais.
–Vai provar esse, esse, esse, esse...
–Ou, ou, ou, Fanny! Exclamei dando risada enquanto sumia sob todos aqueles tecidos coloridos. Vamos com calma! Não posso experimentar a loja inteira.
–Claro que pode! Exclamou enquanto pegava uma taça de champanhe sobre a mesa. Você é cliente. Pode tudo. Pode pedir para alguém te vestir, se quiser.
–Não quero.
Dei risada, enquanto minha amiga revirava os olhos e dava um delicado gole no espumante.
–Ótimo. Então vá experimentar os vestidos que te dei.
Dei risada enquanto era empurrada com a pilha de roupas em direção ao provador e logo em seguida me via sozinha com nada mais do que um espelho. Eu devo ter provado pelo menos dez vestidos, e dos dez, no máximo dois deles realmente me agradaram. Um deles era um amarelo brilhante, que não consegui gostar de forma alguma, pela cauda que ele tinha atrás de mim, fazendo-me parecer com uma cortina ambulante cheia e purpurina. Outro que provei foi um prateado, tão colado na área das coxas, que as únicas coisas que poderia falar que tinha e grandes, sequer conseguiam mover-se para eu andar. Me senti uma sardinha na lata. Provei também um azul tão bufante, que me vi perdida em suas mangas. Eu já estava de saco cheio de provar os vestidos, digo, geralmente quando ia em lojas, comprava aquele preto básico e pronto, assim ia... Mas foi então que meus olhos pararam nos dois restantes daquela pilha interminável. Um vermelho, e um azul marinho.
O vermelho foi o primeiro que eu experimentei. Ele caiu perfeitamente em meu corpo, desenhando minha cintura e deixando o mar de stras cair pelo lado direito de meu peito e tórax, sumindo na medida em que se encontrava na área mais larga dos pés, onde abria uma enorme saia, como uma cauda de sereia. Uma coisa maravilhosa. Saí do provador e dei uma voltinha, fazendo os olhos de minha amiga se arregalarem e soltar a terceira ou segunda taça de champanhe que tomava. Um sorriso se abriu em seu rosto, na medida em que se aproximou de mim, para olhar mais de perto. Pisquei.
–Maravilhoso.
–Concordo. Sorri olhando mais uma vez no espelho. Ele coube direitinho e eu amei o toque.
–Eu só não gostei muito da cor.
Falou Fanny estreitando os olhos em minha direção. Franzi a testa um pouco confusa, tocando no tecido liso que descia maravilhosamente em uma costura perfeita que só poderíamos ver em lojas de grife. O que tinha de errado com a cor vermelha? Vire-me de costas para o espelho, tentando enxergar meu corpo de trás, mas os olhos de Fanny continuavam a me encarar de forma incomodada. Dei uma risadinha fazendo uma careta.
–Por quê?
–Você é ruiva, o vestido é vermelho... É muito tom igual para o meu gosto.
Deu uma risadinha enquanto batia lentamente no tecido tirando um amassado. Concordei. Talvez o fato de eu já ter o cabelo avermelhado, poderia ficar meio estranho com um vestido de tom semelhante. Dei de ombros um pouco desanimada. Aquele era o único que havia gostado, se não fosse ele, não sabia o que fazer.
–Eu gostei tanto do modelo...
–Eu também. Concordou Fanny. Acho que um tom branco ficaria maravilhoso ali. Se quiser eu olho com a vendedora.
–Por favor.
Pedi com um sorrisinho enquanto mais uma vez mergulhava para dentro do provador. Enfiei-me dentro do último vestido que faltava o azul marinho e ajustei seu decote tomara que caia, reto, enquanto observava o mesmo brilho tomar-lhe por inteiro, acompanhado do véu em um azul transparente pregado em suas laterais, que dava um ar mais curvado para meu corpo, junto com a pequena fenda do seu lado direito onde conseguia passar minha perna. Tossi olhando-o maravilhada. Ele era tão lindo quanto o vermelho e era em um tom que não chamava tanta a tenção, mesmo se tratando de um vestido com brilho. Na verdade, o modelo, as cores e tudo mais, me lembravam muito um vestido que já havia visto uma vez, usada pela personagem do filme Anastásia da Disney. Imaginei meus cabelos ruivos presos assim como os dela, e os brincos de pérolas, acompanhado pelo colar brilhante. Aquilo sim, ficaria divino. Com um sorriso, abri as cortinas, fazendo Fanny interromper no mesmo momento a conversa com a atendente, e com uma expressão completamente surpresa, correr em minha direção, olhando-me completamente feliz, e dando risadas animadas.
–Oh céus! Está igual a uma princesa, ou sei lá! Mandy! Temos que levar esse.
–Concordo!
Exclamei dando uma risadinha enquanto dava uma voltinha de trezentos e sessenta graus para minha amiga, que me deu uma piscadela.
–Veja quanto custa.
Falei enquanto me virava de costas para ela e erguia meu cabelo para que ela alcançasse a etiqueta. A loira puxou o papel para fora do tecido e limpou a garganta, dando de ombros e logo em seguida um tapinha em minha bunda.
–São quintos e oitenta dólares. Dali namorado rico.
Revirei os olhos dando risada e olhando agora um pouco desanimada para o reflexo. Será que não era abusar? Não era pedir demais por um vestido de quase mil dólares? Ou seja, mais de mil reais? Acho que não poderia abusar dessa forma dos Maverick, essa não era eu... Mas eu estava me sentindo tão bem... Fora que Logan e Sarah haviam me mandado ficar bonita. Se olhássemos por esse lado, eu não estaria fazendo nada além de obedece-los.
Tentando convencer a mim mesma de que estava fazendo a coisa certa, abri um sorriso para Fanny enquanto caminhava até o provador e vestia minhas roupas iniciais. Seria ótimo pararmos pela Prada, porque depois de termos entrado em seis lojas diferentes, meu corpo já estava pedindo por um sofá e uma televisão bem grande. Peguei o vestido azul marinho e dando uma piscadela para minha amiga, anunciei enquanto me direcionava ao caixa.
–Vai ser esse.
–Boa escolha, gata.
Brincou enquanto não pegávamos fila alguma como eu pegaria em qualquer outra loja e passávamos o preço enorme no computador, e logo em seguida no cartão de crédito prateado que deslizou suavemente pela maquininha. Eu não tinha motivos para me sentir mal, certo? Aquela era uma chance única e eu tinha de estar perfeita para ela. Não só para mim, como para Logan e também para as câmeras. Era muita bagagem, certo? Com um sorrisinho, agradecemos a moça que havia nos vendido a peça, e cerca de cinco minutos depois, estávamos andando radiantes para fora da loja Fanny um pouco mais animada agora por causa das taças de espumante. Eu estava feita, havia feito a compra dos meus sonhos, estava completamente ansiosa para a premiação e nem conseguia acreditar no que estava acontecendo. Dava para ficar melhor?
O sorriso no rosto da minha amiga desapareceu, e logo em seguida, meus olhos assim como os dela, caíram na mesa de frente à praça de alimentação, onde alguns garotos comiam. Franzi a testa por um momento, observando de frente para dois meninos, um ruivo, o qual reconheci de algumas fotos furadas por dardos que Fanny tinha em seu quarto, quando havia ido ali. Ted. Seu ex-namorado. Ou ex alguma coisa. Eu não tinha certeza ainda, a única certeza que tinha, era que ambos não se suportava.
–O que ele está fazendo com eles?
Grunhiu Fanny, completamente arisca enquanto olhava imóvel para a mesa não muito longe. Quando ela disse ele pensei que estava se referindo à Ted, mas só então, pude perceber que não era só Fanny quem conhecia o garoto sentando na mesa próximo ao ruivo de seus pesadelos: Brandon estava ali. Estremeci completamente sentindo meu corpo se arrepiar e a vontade de fugir surgir dentro de mim. Eu não queria encontrar Brandon. Já era difícil vê-lo na escola, quem diria começar a encontra-lo no shopping agora. Os garotos que pareciam não ter nos notado anteriormente, viraram os olhares em nossa direção e logo em seguida, pude ver um sorriso se abrir no rosto de cada um. Olhei para Fanny pronta para sugerir que fôssemos embora, mas antes que eu pudesse fazer, Brandon se levantou, arrumando o boné do time de basebol em seus cabelos castanhos e caminhando de forma completamente confiante em nossa direção. Já eu? Queria dar um chute forte em seu saco. O garoto nos abriu um enorme sorriso, quando Fanny avançou em sua direção, parando de frente para ele.
–Olá, meninas.
–O que faz com Ted? Perguntou direta. Pensei que não se falassem mais.
–Nos falamos de vez em quando. Brandon deu de ombros. Ele continua sendo meu amigo.
Uma risada fria e nervosa saiu da loira, fazendo-me estremecer no mesmo momento, eu queria tanto poder desaparecer. Mas infelizmente ainda não havia desenvolvido meus poderes mágicos.
–Amigos? Faça-me o favor! Não se lembra que roubou a namorada dele?
–Não se lembra que roubou o melhor amigo dele?
Rebateu Brandon para Fanny. Pude ver seu rosto tornar-se mais vermelho. Eu sentia que a garota estava prestes a descobrir. Então era essa a história... Fanny já havia comentado que já havia ficado com Brandon algumas vezes... Até suspeitei que haviam tido algo grande, mas o fato de ele ter roubado a namorada do melhor amigo, apenas me confirmava uma informação que eu já sabia com total clareza: Brandon era um idiota completa. Fanny soltou um longo suspiro e balançou a cabeça negativamente enquanto cruzava os braços nervosa, os olhares e Brandon viraram-se para mim, indicando que era minha vez de receber atenção. Engoli em seco.
–E aí, gata?
–Vá se foder.
Soltei olhando-o de forma irritada. O sorriso em seu rosto se alargou e pude vê-lo balançar a cabeça lentamente, enquanto soltava uma risada gostosa. Revirou os olhos enquanto voltava-se para Fanny.
–O que? Hoje estão todas de TPM? Sorriu, agora voltando-se para mim. O que é uma pena... Eu preciso mesmo falar com você.
Olhei para Fanny curiosa e por um momento trocamos olhares entendidos. EU não iria a lugar algum. Não sozinha. Mesmo ele sendo amigo de Fanny, eu queria a maior distância possível.
–Pode falar.
–Eu ia, de qualquer forma. Deu de ombros. Mas não é nada demais. Já que você está dando para todo mundo agora, queria saber quando seria a minha vez.
Abri a boca para falar, mas som algum saiu dali. Eu estava horrorizada. Será que todo mundo me chamava de vadia agora e achava legal? Fanny deu um empurrão em Brandon, o surpreendendo... Não sei se me senti exatamente bem naquele momento, digo, era muito legal o que Fanny estava fazendo, mas quem deveria ter tomado um pongo da maldita coragem e ter me defendido, era eu.
–Olha como fala.
–Não se intromete, Fanny. Seus olhos pararam em mim novamente, e logo em seguida na sacola que eu segurava. Sorriu. Comprando roupas novas?
–Ela tem uma premiação. Com o namorado dela. Logan Maverick. Conhece?
–De alguns filmes, sim. Sorriu Brandon, para Fanny parecendo agora um pouco irritado. O garoto que tem alguns chifres.
–Calado, Brandon.
Grunhi olhando-o de forma completamente irritada. Fanny olhou-me um pouco surpresa enquanto o garoto limitava-se a abrir um maldito sorriso, que depois de um tempo me analisando, começou a morrer.
–Você gosta dele, não é?
Não respondi. Brandon balançou a cabeça negativamente, em seguida olhando para Fanny e para mim novamente. Ele de certa forma parecia um pouco confusa, como se não esperasse aquela reação de mim. Mas o que ele queria, afinal? Que me jogasse em seus braços e o beijasse por ser um idiota? Não era aquele o tipo de cara que eu queria por perto. Observei-o lentamente, da forma mais fria que conseguia. Brandon finalmente deu de ombros.
–Tudo bem. Acho que ele vai gostar de saber algumas coisas sobre a namoradinha dele...
Eu senti o ódio subir por meu corpo. Eu estava cansada. Cansada de todos me chamarem de vadia, cansada de tomarem minhas brigas por mim, cansada de ser ameaçada, cansada de ser fraca. Sem pensar duas vezes, coloquei a sacola no chão e com todas as minhas forças, avancei sobre Brandon, lhe dando um tapa forte o suficiente para surpreende-lo, e prende-lo o mais forte contra a vitrine de uma das lojas, enquanto lhe gritava xingamentos e lhe dava socos. Eu estava realmente conseguindo atingi-lo, mas provavelmente pelo fato de ter o pego de surpresa, considerando que nossos tamanhos eram realmente desproporcionais. Fanny me segurou por trás com os olhos arregalados enquanto eu insistia em socar a aranhar o garoto. Eu queria mata-lo. Seu rosto já estava todo vermelho, ele tentava se defender colocando os braços na frente dos meus golpes, mas não era de todos que se protegia.
–Não me chantageie! Quem pensa que é? Vá para o inferno!
–Mandy! Vem!
Exclamou Fanny enquanto me puxava, mas eu estava com muita raiva. Prendendo a respiração e finalmente sentindo meu corpo murchar, parei de avançar contra o garoto, lhe dando tempo para recuar e logo em seguida, limpar o nariz que estava começando a sangrar depois de tantos socos que havia o acertado. Estreitou os olhos para mim, enquanto cambaleava para trás.
–Você é louca!
–Some daqui!
Exclamei sentindo meus olhos arderem enquanto ele se afastava o mais rápido possível. Fanny arregalou os olhos me observando atentamente, enquanto caminhávamos em passos pesados em direção ao banheiro...E foi então que me senti livre suficiente para chorar. Eu estava com as emoções muito carregadas, e deixava que minhas lágrimas se misturassem com a água da pia, enquanto lavava meu rosto calmamente tentando não me manchar inteira... Mas estava difícil. Minha amiga ergueu-me alguns papéis para que limpasse o rosto, e depois de alguns minutos, estava eu tentando tirar a maquiagem borrada dos olhos. Soltei um suspiro enquanto balançava a cabeça negativamente para minha própria imagem.
–Mas que merda.
–Brandon não vai falar nada, Mandy. Relaxe. Garantiu Fanny enquanto passava a mão em meus cabelos. Ele sabe ser babaca quando quer.
–Sei disso.
Funguei enquanto jogava a bola de papel dentro da lata de lixo. A loira abriu um leve sorriso para mim, enquanto me observava com uma expressão um tanto sapeca. Franzi a testa olhando-a confusa, e soltando uma risadinha chorosa, enquanto limpava o rosto mais uma vez, apenas me divertindo com sua expressão.
–O quê?
Perguntei em tom de manha, minha amiga deu de ombros, soltando uma alta risada e logo em seguida fazendo careta.
–Você deu uma ótima surra nele, hein?
–Dei, não dei?
Perguntei com um sorrisinho enquanto dava uma risadinha um tanto chorosa para minha amiga. Fanny assentiu, passando mais uma vez o papel em meus olhos, enxugando o borrado e logo em seguida me dando uma piscadela, erguendo-me a sacola.
–Vamos? Você não pode ficar chorando por aí. Tem um vestido maravilhoso e um namorado mais ainda para impressionar.
Abri um sorriso assentindo enquanto pegava a sacola das mãos de Fanny. Ela estava certa, mesmo sem saber sobre algumas coisas de minha história. Eu tinha coisas mais importantes com o que me preocupar, e nenhuma delas envolvia Brandon, e sim a premiação mais maravilhosa de toda a face da terra da qual eu estava prestes a participar. Dei um abraço forte em minha amiga completamente realizada em ter alguém para abraçar naquele momento. Eu posso não ter dado muita confiança para a loira de início, ou até duvidado de sua amizade. Mas naquele momento, eu via que Fanny era uma das poucas coisas reais que tinha ao meu lado.


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Notas finais do capítulo

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