~~Sakura~~

Já fazia uma semana, uma semana que eu tinha descoberto meus sentimentos por ele e uma semana que eu passo angustiada, que eu choro toda vez que ele fala que vai sair com aquela tal de Ayume, a única coisa que tem me deixado feliz, é meu filho.

-Sakura! Será que dá para parar de sonhar acordada?! – Disse a Ino berrando no meu ouvido, estávamos olhando coisas pro casamento dela, arrumando as coisas aos poucos.

-Sinto muito...

-Olha Sakura, já chega! Você já descobriu que ama o Sasuke e se quer saber ele também te ama! Agora para de chorar e toma alguma atitude! Fala com ele, marca um encontro, manda uma mensagem, eu sei lá! Mas faça algo! – Ino disse brava para mim.

-Eu concordo com ela Sakura, você tem que tomar uma atitude, ficar sentada chorando não vai resolver nada, ao contrario, só te fará pior. – Disse Hinata, calma como sempre.

O pior de ouvir tudo isso é saber que é a verdade, eu tenho que falar com ele, mas eu tenho medo. Eu adiei essa conversa por essa semana com a desculpa do Jean, que ainda era muito recente a perda dele e tals, mas a verdade é que eu tenho medo, medo de não ser correspondida e o perder, para sempre, mas tá na hora de agir.

Levantei do sofá, sem olhar para as duas e peguei meu celular, discando para ele.

-Alo? – Ele atendeu no segundo toque.

-Sasuke?

-Sakura! Há quanto tempo que não falo com você. Por que está me evitando? – Suspirei, sabia que ele perceberia que eu o estava evitando. Eu não ligava pra ele, quando ele vinha aqui eu evitava ficar na mesma sala com ele – Eu sito muito pela briga da semana passada eu não dev...

-Não é nada disso Sasuke! Eu... eu preciso conversar com você, podemos nos encontrar hoje?

-Claro, eu saio as 17 horas do trabalho, que tal nos encontrarmos no restaurante perto da sua casa, umas cinco e meia?

-Tá, claro. Nós vemos lá – Eu estava desligando o telefone, quando ele me chamou – Sim?

-Senti sua falta essa semana.

Um sorriso bobo se formou no meu rosto, um sorriso que eu não tinha desde o colégio, quando era apaixonada por ele.

-Eu também, você não faz ideia. Tenho que desligar, estou ajudando a Ino com os detalhes do casamento.

Ele riu.

-Ok, então até mais.

-Até.

Desliguei o telefone e percebi que as meninas me olhavam, aprovando a minha atitude. Sorri para elas e voltei a sentar no sofá, ajudando elas.

-Vou te arrumar, viu? – Ino me falou.

Eu ri concordando, já esperava por isso.

O resto da manhã e tarde se passou normal, com choros do Koji, saídas da minha mãe com meu pai, meu irmão me ligando pedindo ajuda com os trabalhos da faculdade e essas coisas. Quando estava perto das cinco, fui me arrumar, com o acompanhamento das meninas.

Estávamos mexendo no meu armário, procurando uma roupa, quando reparei que a Hinata estava meio preocupada, sei disso porque ela franze a testa e fica passando a mão na nuca quando está preocupada com algo.

-O que foi Hina?

Ela suspirou.

-Hanabi...

-O que aconteceu com ela? – Perguntou a Ino.

-Ela e Konohamaru terminaram, eles não estavam se entendendo muito bem e ela que decidiu terminar, mas mesmo assim ela está triste, pois gostava dele e muito.

-Sabe, uma vez eu ouvi uma frase que dizia assim Hina, repasse para a Hanabi, “As vezes, até mesmo um pé na bunda nos leva pra frente” .

As menina riram e concordaram.

-A prova viva é você né Sah, depois de tantos foras do Sasuke você acabou se tornando uma modelo, uma modelo famosa.

Eu ri concordando.

-Pois é, quem imaginaria.

Continuamos lá relembrando nosso passado e escolhendo uma roupa, no final, eu acabei colocando uma blusa regata preta com detalhes em dourado na frente, um jeans escuro, botas pretas de cano alto e um trench coat preto.

-Tá linda amiga, agora vai que você já está atrasada.

-Mas...

-Já sabemos Sakura, o Koji tem que mamar as sete, depois arrotar e ele tem que dormir no máximo as nove – Disseram juntas – Agora vai!

Eu ri e dei um beijo em cada uma e no meu bebe, que brincava no carrinho com um brinquedo, dizendo que eu o amava. Peguei minha bolsa e decidi ir a pé, pro restaurante, afinal, não era longe.

Fiquei ensaiando na minha mente o que eu iria falar pro Sasuke, mas acabei não chegando a conclusão nenhuma e deixei melhor rolar naturalmente. Quando fui chegando perto, vi que tinha um casal se agarrando e quando me aproximei, percebi que era o Sasuke e a Ayume.

~~Sasuke~~

Fique feliz com o telefonema da Sakura, ela tinha me evitado a semana inteira e eu me senti mal por ter brigado com ela, mas hoje nós íamos jantas. Algo me dizia que esse jantar ia dar o que falar, estava com um bom pressentimento. As cinco eu parei de trabalhar, deixei o paletó aqui no escritório e tirei a gravata e deixei aqui lá também e rumei para o restaurante, chegando bem na hora e a Sakura estava atrasada, mas isso é normal, afinal ela tem que cuidar do filho e dela. Encostei na parede do restaurante e fiquei esperando, quando um figura saiu de lá.

-Sasuke! – Disse a Ayume – O que faz aqui? – Ela disse caminhando até mim e eu não pude deixar de reparar que ela estava bonita.

-Eu? Jantando. É cedo eu sei, mas eu estava com fome...

Eu ri do comentário.

-E você?

-Esperando a Sakura, vamos jantar – Disse, tentando conter minha felicidade.

Ayume se aproximou de mim, arrumando a gola da minha camisa.

-Sabe Sasuke, eu não entendo porque você se importa com ela, ela não gosta de você como você gosta dela, e tem tantas mulheres que poderiam cuidar de você e te amar do jeito que você merece – Ela disse se aproximando e os braços dela já estavam envolta do meu pescoço, e eu? Bem, eu estava em choque.

-Ayum...

Não completei, porque ela me beijou e eu fiquei estático, quando ela me soltou olhei pro lado e vi a Sakura, me olhando decepcionada e triste, e eu nunca me senti tão mal comigo mesmo, me lembrou da época do colégio. Ela saiu correndo e eu, me larguei da Ayume e sai correndo atrás dela, mas ela me puxou pelo braço.

-Sasuke...

-Ayume, eu não gosto de você! Pensei que tivesse entendido isso já!

Me soltei dela e sai correndo, atrás da Sakura, mas já tinha a perdido de vista. Vamos Sasuke! Pense! Acho que sei onde ela pode estar. Sai correndo rapidamente, e fui em direção ao parque achando ela exatamente onde eu pensava que ela estava, no nosso lugar. Ela olhava o por do sol, mas ela não estava chorando.

-Sakura... – Me aproximei e quando fui me aproximar, ela se esquivou, virando de costas.

-Me deixa sozinha Sasuke!

-Não, eu...

-Olha, você não me deve nenhuma explicação, a vida é sua e você faz o que você quiser! – Ela disse ríspida.

-Por que você faz isso?! – Perguntei bravo agora – Guarda sempre tudo pra você?!

Ela se virou para mim e me olhou nos olhos, agora ela também estava brava.

-E você Sasuke, por que é sempre tão idiota?!

Ri sarcástico.

-Ah sim, a culpa é sempre minha! Nem sei porque eu vim atrás de você! Realmente, a vida é minha não te devo explicações!

Virei as costas e comecei a andar, quando ouvi um soluço, algo que me fez parar e virar. A Sakura estava chorando, chorando como eu não via há um bom tempo, igual como quando eramos adolescentes. Não era o mesmo choro de quando o jean entrou em coma e morreu. Esse choro era desesperado, era triste, como se ela pedisse que alguém a salvasse.

Voltei até ela e a abracei, pedindo desculpas sem parar por ter gritado com ela, sentindo ela me abraçando também, aos poucos ela se acalmou.

-Me desculpe – Ela gaguejou – Eu não deveria me meter na sua vida Sasuke, eu devia deixar você ser feliz, eu te deixo preso a mim e eu não deveria fazer isso e...

A abracei mais forte.

-Shh – Pedi – Eu fico ao seu lado porque eu quero e eu sou feliz Sakura, por estar ao seu lado, será que você ainda não entendeu isso? – Disse levantando  o queixo dela e a encarando nos olhos, só que eu de repente, me esqueci do que falava, eu estava perdido naquelas esmeraldas.

(N/a: para dar o clima do momento agora, recomento ouvir a musica Never Let Me Go do The Florence)

Meus olhos só desviaram dos olhos dela, para olhar a boca dela, que estava cada vez mais perto e agora entreaberta. Tomei isso como permissão e acabei a beijando. Puxei o queixo dela e encostei nossos lábios, iniciando um beijo intenso, intenso de um modo que eu nunca beijei outra mulher. Não era desejo, era paixão, amor, amor reprimido.

Eu a puxava cada vez mais para mim, já tínhamos aprofundando o beijo há tempos e agora lutávamos um com o outro, para ver quem poderia “ter” mais do outro. As mãos dela puxavam meus cabelos com força, mas eu não sentia dor, ao contrario. E eu, minhas mãos não paravam em um só ponto. Nos separamos só quando o ar realmente faltou. Respirávamos com dificuldade, e ainda não tínhamos aberto os olhos, estávamos com as testas coladas. Quando abrimos os olhos eu só disse uma coisa, que foi a mesma que ela disse.

-Eu te amo.