The Rise Of The Legends escrita por Plpl12


Capítulo 2
Treinar, treinar e treinar


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo!
Já estava pronto a, tipo, três semanas, mas voltei agora de minha viagem, sem acesso a internet...
Aproveitem!



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Contrariando o belo dia que nascera na manhã anterior, em que o sol brilhara com intensidade e o céu era de um azul claro e límpido, este dia começara com chuva. Muita chuva. Durante toda a madrugada a água caiu torrencialmente e o tempo permanecia nublado.

Luke acordou ao som das gotas batendo no telhado de sua casa. Pensou em desistir de treinar com Albert na Rota 115. Porém, a chuva parou pouco antes de ele sair de casa. Então, após tomar banho e comer seu café da manhã, Luke pegou suas pokébolas, que estavam em seu criado-mudo e se dirigiu ao Centro Pokémon.

O Centro Pokémon estava bem mais cheio do que o normal. As paredes eram feitas de pedra, como se o lugar fizesse parte das primeiras construções da cidade. Todos os comunicadores estavam ocupados, exibindo imagens perfeitas das pessoas do outro lado da linha. Num deles estava Albert, que conversava com um senhor de idade avançada, provavelmente seu avô. De repente, na parte inferior, onde havia uma espécie de bandeja, apareceram duas pokébolas que, novamente, eram de estilo irreconhecível para Luke. Uma era de cor azul escuro, quase preto, com quatro “calombos” mais claros, dois em cada canto, sendo que a parte inferior era branca. A outra era laranja, com dois triângulos: um vermelho e um preto, sendo que o preto se sobrepunha do vermelho.

Albert agradeceu e se despediu, desligando o comunicador. Logo que se virou para a sala de estar, para aguardar Luke, o adolescente o encontrou lá, em pé, observando as pokébolas que ele segurava uma em cada mão.

– Você só tem pokébolas estranhas, não é? – perguntou Luke – Ah, bom dia.

– Bom dia para você também. – respondeu Albert. Ele vestia uma camiseta listrada, com faixas brancas e pretas, com uma calça jeans azul e um par de tênis preto. No pescoço, havia uma corrente prateada, com uma placa, no qual estava entalhada com perfeição Espeon e Umbreon. – Essas pokébolas não são estranhas, não em Johto. São feitas a partir de frutas por Kurt, da cidade de Azalea. – ele mostrou as duas pokébolas, colocando a mão em formato de concha. – A da direita é uma Pokébola Pesada, usada para capturar pokémons pesados. A da esquerda é uma Pokébola de Nível, usada para capturar pokémons com pouco treinamento.

– Que interessante. – indagou Luke, curioso sobre aquelas pokébolas.

– Bem, que tal irmos agora? A maioria das pessoas aqui irá desafiar sua tia. – falou Albert – Muitos são treinadores iniciantes, que pegaram seu primeiro pokémon em Littleroot. Treinadores inexperientes, muito fracos ainda para batalhar no meu nível.

– Mas minha tia está viajando.

– Eu sei. – respondeu o adolescente – Por isso o Centro Pokémon está tão cheio. Se não me engano, eu peguei o último quarto disponível. E eu soube, por algumas fontes, que há dos treinadores na Rota 116 que não perdem uma batalha há muito tempo. Vamos ver se esses caras vão conseguir ganhar de alguém que não seja um iniciante.

– Tudo bem. – concordou Luke, pensando no que faria. – Desde que você treine comigo a Rota 115.

– Fechado!

***


A Rota 116 era composta de uma estreita e pequena estrada de terra batida, cercada de mato alto e algumas árvores baixas, de, no máximo, dois metros e meio. Vários pokémons raros habitavam o lugar como Skitty e Abra. Apenas os mais sortudos os encontravam. Mas os pokémons mais comuns, como Poochyena, Whismur e Taillow podiam ser facilmente encontrados e capturados.

Após algumas horas de caminhada, os dois amigos finalmente encontraram os dois treinadores, ou seja, os supostos caras invencíveis. Ambos estavam na saída da rota e na entrada do Túnel Rusturf.

A primeira era uma jovem, um pouco mais velha que Albert. Tinha cabelos ruivos e cacheados, que caia como uma cascata até a metade de suas costas. Curiosamente, seus olhos eram violetas, cor que Luke nunca vira em qualquer olho. Vestia uma camiseta regata vermelha, uma saia branca que ia até a metade da coxa. Nos pés, calçava uma sandália rasteirinha dourada.

O outro era um garoto alto, possivelmente da mesma idade que sua parceira. Seu cabelo era negro, e ia até a metade da nuca. Os olhos também eram negros, e as sobrancelhas eram grossas, fazendo que ele não tivesse uma cara exatamente “amigável”. Vestia uma calça preta, uma camiseta cinza e, por cima da camiseta, usava uma jaqueta de couro preto.

– Vocês vieram aqui para nos desafiar? -perguntou o jovem – Sou Peter e esta é minha irmã Nina. Somos da cidade de Verdanturf e, enquanto a líder de Rustboro está viajando, vamos derrotar todos os iniciantes que tem a esperança de chegar até a Liga.

– É verdade, realmente sou um novato. Meu nome é Luke e sou sobrinho e aprendiz da líder de ginásio dessa cidade, Roxanne.

– Porém, eu não sou um iniciante. Sou Albert, vice-campeão do Grande Festival de Johto. Vim da cidade de Goldenrod e, acredite, já enfrentei pessoas que com um sopro derrotariam vocês dois. – completou Albert. – Preparados para perder?

– Ora, ora, ora... Finalmente alguém interessante para derrotar, não é Peter? – o sarcasmo na voz de Nina era bem evidente. – Vamos parar de conversar e acabar com isso de uma vez. Vamos lá, Combusken!

O pokémon de Nina era parecido com uma galinha. No alto da cabeça, Combusken tinha três penas laranja, sendo que penas que cobriam o tórax eram de cor amarelada. Os braços e as pernas eram bem longos, em comparação ao corpo, o que possibilitava socos e chutes com bastante força. No final dos membros superiores, ele tinha três afiadas garras. Nas coxas, havia um grande volume de penas alaranjadas, igual as da sua cabeça. Seu bico e seus olhos eram laranja, sendo que a íris era negra.

– Acompanhe-o, Manectric!

Manectric era semelhante à um lobo. Tinha o pelo do tórax, das pernas, da face e da cauda de cor azul, enquanto a alta pelagem na parte superior da cabeça, os pelos arrepiados do início da coxa e nos pés eram amarelado. A face tinha forma triangular, ser projetando para frente. Ele era conhecido por sua incrível velocidade e capacidade de ataques à distância.

Shroomish, vai! – exclamou Luke, atirando sua pokébola para o alto e liberando seu Pokémon Cogumelo.

Donphan, agite! – falou calmamente Albert, apontando sua Pokébola Pesada e liberando seu pokémon.

O pokémon de Albert tinha o corpo na cor cinza, num tom claro. Porém, nas costas, tinha uma faixa preta muito resistente, que ia de sua tromba até seu curto rabo. A parte preta também cobria as suas orelhas. Ao lado da boca, cresciam duas grandes presas de marfim, que indicavam que aquele Donphan era macho, já que elas eram mais desenvolvidas nos machos que nas fêmeas.

– Luke, mande o Shroomish pular nas costas do Donphan. – falou o adolescente.

– Ok... – respondeu Luke, temendo o que o amigo iria fazer. – Você ouviu Shroomish! Pule nas costas de Donphan!

– Combusken, use a Brasa no Shroomish. – ordenou Nina, sendo prontamente obedecida.

Combusken expeliu uma série de pequenas brasas na direção do Pokémon Cogumelo, que tinha dificuldade em subir nas costas do enorme pokémon. Mas, percebendo o problema, o Pokémon Armadura pegou Shroomish com sua tromba e colocou-o nas suas costas. O golpe do pokémon de Nina errou por pouco, mas Shroomish saiu ileso.

– Donphan, Terremoto. – falou Albert

– Shroomish, Semente da Morte no Manectric!

Enquanto Donphan empinava e batia suas patas no chão, criando um terremoto que atingiu Manectric e Combusken, Shroomish tentava se equilibrar na parte superior de sua cabeça. Infelizmente, o Pokémon Cogumelo caiu, e sofreu um pouco do ataque do pokémon de Albert. Mas os danos foram reduzidos, já que Shroomish tinha resistência ao tipo do movimento.

Quando o pokémon de Luke se recuperou do dano sofrido, expeliu três sementes pelo orifício do topo da sua cabeça, que caíram e grudaram em Manectric, criando vinhas verdes que envolveram o Pokémon Descarga. Logo, elas começaram a emanar uma luz vermelha, sendo que Manectric deu um urro de dor.

– Combusken, Chute Flamejante no Shroomish! – a voz de Nina continha um leve desespero.

– Manectric, se livre disso! Descarga! – ordenou Peter, preocupado mais com seu pokémon do que com a batalha em si.

Combusken corria na direção de Shroomish, com sua perna direita já envolta em chamas, e saltou, mas não chegou a atingir o objetivo: ele foi atingido pelo movimento de Manectric, que liberara uma onda de energia elétrica amarela. Donphan não sofrera dano e Shroomish havia se protegido atrás do companheiro, ou seja, não sofreu dano.

– Seu idiota! Eu ia derrotar o maldito cogumelo! – gritou Nina, se virando para o companheiro e começando uma discussão acalorada. – Se essa droga de pokémon fraco do caramba não tivesse me atrapalhado...

– Ei, ei! Seu pokémon é, tipo, dez vezes mais fraco que o meu. – interrompeu Peter – Também, com uma treinadora assim, até um lendário ia ser incompetente! Que nem você!

Uma série de palavras de baixíssimo nível era gritada naquela “conversa amigável”, coisas que Luke só conheceu naquela hora. Pelo visto, além dos humanos, os pokémons também começaram a discutir. Combusken e Manectric brigavam até mais que os donos, já que, além de verbalmente, eles já partiram para a agressão física.

Albert, Luke, Shroomish e Donphan faziam a única coisa possível naquele momento: riam. Pois Combusken tentara usar a Brasa no Manectric, mas, no entanto, errou. O movimento se dirigiu para o cabelo de Nina, que começou a pegar fogo.

Desesperada, ela sacou uma pokébola do cinto e liberou uma andorinha. A cabeça era bem grande, em relação ao tamanho do tórax. Era branco e tinha três faixas azuis: uma em cada asa e outra nas penas do rabo. Um Wingull. Ele abriu o pequeno bico e liberou um forte Jato D’água. Forte demais.

Agora os que riam se jogaram no chão, não aguentando a cena que viram. O golpe de Wingull fora mal calculado e jogara a treinadora no chão. Além de Luke, Albert, Donphan e Shroomish, agora Combusken, Manectric e Peter riam como se não houvesse amanhã. Nina se levantou, retornou Wingull para sua pokébola e voltou para sua posição original

– Ai, ai... Bom, vamos voltar à batalha? – perguntou Albert, se recuperando da crise de riso. – Donphan, Rolo Compressor no Combusken.

– Vamos lá Shroomish! Mega Drenagem no Manectric! – ordenou Luke, tentando se concentrar.

– Combusken, tente se esquivar.

– Manectric, Ataque Rápido no Donphan.

Donphan abaixou sua cabeça e tomou o formato de “bola”. Após isso, começou a girar rapidamente, indo em direção ao Combusken. O pokémon de Nina tentou se esquivar, dando um salto para a esquerda. Porém, ele se moveu com muita antecedência, fazendo com que Donphan conseguisse mudar o curso e atingí-lo.

Combusken caiu derrotado no chão, devido à energia gasta nos ataques sem sucesso e no dano esmagador causado por Donphan e Manectric.

Manectric vinha em alta velocidade, deixando um rastro branco atrás de si. O golpe atingiu o Pokémon Armadura, mas como o mesmo estava em forma de bola, o dano foi praticamente zero.

Shroomish usou seu ataque mais poderoso, o Mega Drenagem, no qual lançou seu característico raio verde e sugou a energia de Manectric.

– Donphan, finalize com o Poder Secreto – ordenou Albert, com um sorriso.

Donphan assentiu e começou a brilhar intensamente, com uma luz branca que emanava fortemente de seu corpo. Ele correu em direção ao Manectric e atingiu-o com sua presa direita. O pokémon de Peter foi parar numa das árvores, que faziam parte do lugar onde a batalha aconteceu.

– É Manectric... – falou Peter, um pouco desanimado – Não foi dessa vez.

Luke retornou Shroomish e cumprimentou Peter, e agradeceu pela batalha. Nina estava sentada ao lado e acenou com a cabeça para o seu companheiro. Enquanto Peter e Nina retornavam seus pokémons, e se viravam, para seguir pelo Túnel Rusturf, Luke acenou:

– Quando nos encontrarmos de novo, vou te dar uma revanche! – exclamou o garoto

– É cara. Eles não eram tão poderosos. – afirmou Albert, começando a andar em direção à Rota 115 – Se Nina e Peter derrotaram tantas pessoas como dizem, o nível dos iniciantes está cada vez mais baixo.

– Verdade... – concordou Luke, pensativo – Não sei se isso é bom ou ruim para mim.

– Por quê?

– Se eles forem fracos, a Liga será fácil, porém deixarei de treinar e explorar os limites dos meus pokémons – respondeu Luke – Agora, se eles forem fortes, conseguirei me tornar mais poderoso, mas aí também haverá uma maior chance de eu perder e não me tornar o Campeão.

– Você pensa demais. – falou Albert – Acho que se pensasse um pouco menos, seria uma pessoa mais extrovertida.

– Mas eu sou extrovertido! – discordou Luke – Tenho vários amigos.

– Ah, é mesmo? Já é meio-dia e ninguém falou, além de mim, com você até agora. E olha que a Rota já está cheia de treinadores...

Albert, como na maioria das vezes, estava correto. Uma garota e um garoto, que Luke conhecia como os “populares” da sua antiga classe caminhavam. Seus dois pokémons, um Mightyena e uma Skitty seguiam na frente, no que parecia ser uma conversa animada. Outros três garotos, trigêmeos, também estavam lá. Luke já falara algumas vezes com eles, pois eram vizinhos, mas não o suficiente para serem amigos.

– Ok, eu sou um pouco introvertido – admitiu Luke, recebendo um olhar desaprovador do mais velho – Tá, sou bem introvertido. Dificilmente falo com alguém que não seja minha tia. Eu convivo mais com o Probopass do ginásio do que com as pessoas da minha cidade.

– Acredite isso melhora quando você saia na sua jornada – falou Albert, olhando para o nada, como se tivesse se lembrado de alguma coisa – Eu saí na minha jornada no ano passado, na minha região. Eu estava acompanhado da minha prima, Lyra, e de um amigo dela, Ethan. Eu era chamado de “bicho do mato” antes disso, mas olha como estou agora. Praticamente perfeito.

– É, só falta a modéstia... – disse Luke.

Os dois treinaram por horas, com Albert funcionando como instrutor e Luke como aluno. O mais velho ajudou o mais novo na questão de ganhar tempo para criar a sua estratégia ou achar o ponto fraco do oponente.

– Mas eu já vi minha tia fazer dezenas de batalhas. Conheço todos os seus pokémons e a força deles. Depois dela, eu vou assumir o Ginásio de Rustboro, lembra?

– Quando foi à última batalha de sua tia que você assistiu? – perguntou Albert

– Há duas semanas, mais ou menos.

– Então vamos treinar isso sim! – replicou Albert – Sua tia sabe muito bem que você conhece as estratégias dela. Ela deve estar guardando algo especial para você. Vou jogar meu pokémon e você terá que achar uma falha na defesa dele. Eu não irei atacar.

– Ok.

Bayleef – Albert chamou, apontando a pokébola para frente e liberando seu pokémon.

Bayleef tinha um pouco menos de um metro e meio de altura. Era um quadrúpede, com pele amarelada. Possuía brotos em volta do pescoço, fazendo parecer que eles eram um anel. Uma grande folha crescia no topo de sua cabeça, brotando de sua testa. Tinha também um pequeno rabo e olhos amendoados.

Aron, vai!

O pequeno pokémon saltou de sua pokébola e se pôs em posição de combate. Ele e seu dono observavam atentamente o Bayleef, e quando Luke finalmente decidiu o primeiro movimento, foi interrompido por uma voz que sou na sua esquerda.

– Nós desafiamos vocês para uma batalha! – exclamou a garota popular, aquela colega de classe. A menina tinha a mesma idade que Luke. Possuía longos cabelos loiros e lisos, que estavam presos em uma trança. Usava uma camiseta branca, escrito “I Love Pokémon!” e um shorts jeans que ia até o joelho. – Eu contra você, Luke, e meu namorado contra Albert. Cada um tem direito a dois pokémons. Sem trocas. Pode ser?

– Fazer o que? – respondeu Albert – Eu começo, mas se o seu “namoradinho” sair chorando, eu não vou ser o culpado. E, caso haja empate, usaremos um terceiro pokémon. Fechado?

– Beleza! – exclamou o namorado. O garoto tinha em torno de 13 anos. Possuía cabelo marrom e olhos cor de mel. Vestia uma jaqueta de couro, camiseta listrada azul e preta, calça jeans preta, com um corrente no bolso direito, e coturnos. – Mightyena, saia.

O Pokémon Mordida tinha pelos cinza na partes do tórax, no início das pernas e na face. As outras áreas, ou seja, o rabo, a região das costas e da parte traseira do pescoço, tinha pelugem preta. Ele exibia os poderosos dentes, dando destaque aos caninos avantajados. Sua íris era vermelho sangue.

Luke e a garota saíram do meio do caminho, e Albert se afastou para trás. Ele sacou a pokébola laranja, a Pokébola de Nível, e a jogou para o alto. A luz brilhante saiu e revelou a escolha de Albert: uma Ninetales.

A Pokémon Raposa tinha uma pelugem amarelada elegante e bem cuidada, com mais volume na região do pescoço e no topo da cabeça, parecendo um topete. Tinha nove caudas, sendo que cada uma tinha uma mancha laranja nas pontas. Suas pernas eram finas e esguias e as patas, pequenas. Seus olhos eram vermelhos

– Já que ninguém se opõe, eu serei a juíza... - disse a menina.

– Na verdade, eu me oponho. - interrompeu Luke - Eu serei o juiz, já que sou a pessoa presente mais apta a isso. "Alguém" se opõe? - a voz de Luke era carregada de ironia. Todos ficaram em silêncio. - Que a batalha comesse!

– Ninetales, Lança-Chamas!

– Mightyena, Mordida!

O Pokémon Mordida partiu correndo na direção de Ninetales. Porém, ele foi impedido pelo o movimento dela, que o atingiu em cheio no rosto. Ninetales expelira uma grande quantidade de fogo laranja pela sua boca, em forma de jato, que acertou o rosto dele.

– Agora, utilize o Ataque Rápido - falou Albert - Depois continue com Esfera de Energia.

– Mightyena, esquive, e depois contra-ataque com a Presa de Fogo.

Ninetales correu em direção ao alvo numa velocidade tão alta que ela não passava de um borrão com uma luz branca deixada atrás de si. O pokémon do oponente não teve tempo para a esquiva, e fora atingido na sua lateral esquerda.

Porém, aquilo fora apenas uma armadilha.

– Agora Mightyena!

Os caninos do pokémon foram envoltos com chamas laranjas. Ele mordeu com força o pescoço de Ninetales. No entanto, Albert formou um sorriso no canto dos lábios.

– Cara, não sabia que você gostava tanto da minha Ninetales! – ironizou Albert, observando sua pokémon que aguardava a ordem dele.

– Do que você está falando? – perguntou nervoso o dono de Mightyena

Somente Luke, além de Albert, percebera o erro do garoto: ele usara um golpe do tipo Fogo em Ninetales, o que ativara sua habilidade Fogo Brilhante. Além de não sofrer dano, agora seus movimentos deste elemento ganharam muito mais força. A Pokémon Raposa emanava um brilho avermelhado, como se ela estivesse envolta em chamas.

– Ninetales, cancele o Esfera de Energia. - falou Albert - Finalize com o Super Aquecimento!

O ataque liberado por Ninetales invocou uma luz e uma energia tão poderosas que cegaram momentaneamente todos, menos o dono da pokémon, que parecia acostumado com aquilo. Ela lançara um raio de chamas de pura energia, que misturava as cores vermelha, amarela e laranja. Anéis de fogo brotavam da espiral flamejante, que atingiu Mightyena em cheio.

Após finalmente Luke conseguir enxergar o que havia ocorrido, encontrou o pokémon do seu colega de classe caído no chão. Uma vala, igual aos dos asteróides quando caem na terra, fora aberta no chão. No final dela, uma pequena cratera se abrira, e, dentro dela, se encontrava Mightyena, caído e derrotado.

– Mightyena está fora de combate. O ganhador da primeira rodada são Albert e sua Ninetales.

– Belíssimo trabalho, Ninetales. - elogiou o jovem, se aproximando e afagando a cabeça de sua pokémon, que ainda tinha alguns resquício da energia do Fogo Brilhante. - Pronta para a próxima? - ela assentiu - Ótimo!

Kadabra, vamos lá! - disse o oponente de Albert, retornando Mightyena e, logo após, lançando outra pokébola no ar.

Kadabra parecia a mistura de um humano com uma raposa. Tinha uma cabeça parecida com a de um canino, possuindo nela duas grandes orelhas e, na testa, um símbolo em vermelho. Os seus dois olhos eram um tanto assustadores e misteriosos. Tinha um longo bigode amarelo, mesma cor que tinha nos pêlos da cabeça, das pernas finas e da grossa e longa cauda. Na região do peito, o que parecia ser uma armadura marrom ocupava-o. Na mão direita, segurava uma colher, que amplificava seus poderes psíquicos.

– Comecem! – falou Luke, anunciando o início da segunda rodada.

– Ninetales, Lança-Chamas. – ordenou Albert, enquanto analisava o Pokémon Psíquico – Depois, uma sequência de Esferas de Energia.

Ela acatou as ordens e lançou seu poderoso jato de fogo, vindo da boca. Porém, dessa vez, o ataque estava normal, mesmo com a habilidade Fogo Brilhante, já que o Super Aquecimento diminuiu o poder do golpe.

– Kadabra, Proteger!

Kadabra ergueu sua colher na frente do peito e crio uma cúpula verde circular em volta dele mesmo, que impediu o ataque da Pokémon Raposa. Mas, pelo visto, o Pokémon Psíquico teve que fazer força para manter a barreira, que mostrava para Luke que Albert não se preocupava com o fato dos ataques a distância de Ninetales terem sua força diminuída.

Agora Ninetales rapidamente lançava as esferas esverdeadas pela sua boca, numa velocidade incrível. Em alguns segundos, cinco delas já voavam em direção a Kadabra, que havia desfeito a barreira. As cinco atingiram-no, três no tórax, uma na coxa e outra na mão, o que fizera a colher que ele segurava ser derrubada.

– Kadabra, Explosão Focalizada!

– Ninetales, Super Aquecimento!

Enquanto Ninetales carregava as chamas de seu movimento, dentro de sua boca, Kadabra carrega entre as mãos uma pequena esfera azul. Os dois pokémons encaravam um ao outro.

Os dois liberaram os movimentos ao mesmo tempo.

Mesmo pequena, a esfera do Pokémon Psíquico era realmente poderosa. Quando ela se chocou com a massiva espiral de chamas da Pokémon Raposa, houve uma explosão imensa. A energia do choque foi tamanha que apenas Ninetales ficou em pé, colocando sua força nas patas.

Luke, que era a pessoa mais próxima do choque dos ataques, foi jogado por alguns metros, até se chocar contra o chão. As costas ficaram bem machucadas e, como ele pode ver depois, com vários arranhões.

Quando Luke se levantou, encontrou Ninetales com um sorriso arrogante e Kadabra ainda em pé. Porém, o último não resistiu e caiu derrotado.

– A vitória vai para Albert – exclamou o Luke – e Ninetales!

– Ótima como sempre, não é Ninetales? – afirmou o ganhador, afagando novamente os macios pelos de sua pokémon – Quando chegarmos no Centro Pokémon, vou fazer alguns deliciosos Pokéblocos, do jeito como você gosta. – ela concordou e agradeceu.

Albert retornou Ninetales para sua Pokébola de Nível e caminhou até o seu adversário. O garoto já havia retornado seu pokémon e estava com a cabeça baixa.

– Da próxima vez, saiba que a habilidade do adversário, em vez de atacá-lo a esmo. – aconselhou o ganhador, com severidade – Se fizer isto, talvez venha a participar da Liga. Mudando de assunto, eu vou ser o juiz da próxima batalha. Vamos, Luke e...

– Vanessa

– Vanessa – repetiu Albert.

Luke e sua oponente assumiram seus lugares, sendo que o garoto assumira o mesmo que Albert, no campo de batalha. A menina sacou uma Pokébola de Luxo, as mais caras da cidade. Ela era filha de um rico empresário, que fizera sucesso em toda Hoenn. Sua empresa vendia cosméticos para pokémons.

– Skitty, mostre-se!

A pequena tinha uma grande cabeça, um corpo redondo e pernas curtas. A cauda era fina, terminando num amontoado de pelos rosa no final, com três “pinos” no final. O rosto era creme, com a parte superior rosa. As orelhas eram rosa na parte de fora e, na parte interna, roxa.

– Shroomish, vai lá!

– Comecem! – exclamou Albert, animado

– Shroomish, vamos evitar ataques de contato. – aconselhou Luke – Ela tem a habilidade Charme Fofo, que irá fazer com que você se apaixone por ela caso encoste-se a ela. Então, use o Esporo Paralisante

Antes que Vanessa pudesse ordenar que seu pokémon esquivasse, Shroomish correu para perto dela, e, quando perto o suficiente, lançou do topo da sua cabeça uma grande névoa de pó laranja, que caiu exatamente em cima da cabeça da Pokémon Gatinho.

– Agora que ela não consegue se mexer, Semente da Morte. – ordenou Luke.

O Pokémon Cogumelo expeliu, pelo orifício na parte superior de sua cabeça, três sementes que caíram e grudaram em Skitty. Logo, vinhas nasceram delas e envolveram o alvo, que nada pode fazer, já que estava paralisado. As “plantas” brilharam em vermelho, enquanto sugavam a força da pokémon.

– Agora, use o Mega Drenagem até acabar com isso.

Shroomish usou seu ataque mais poderoso, lançando um raio de energia verde, que envolveu Skitty. A cor do movimento mudou para vermelha, fazendo com que a Pokémon Gatinha sofresse mais ainda. O pokémon de Luke manteve o movimento até sua oponente cair no chão derrotada. Então, o movimento foi absorvido por Shroomish e fez com que ele recuperasse do dano sofrido na batalha anterior. As vinhas que a envolviam tinham desaparecido e Luke comemorou a vitória.

– Valeu Shroomish! – agradeceu o menino. – Você foi sensacional!

– O primeiro round vai para Luke! – exclamou Albert, apontando seu braço para o amigo mais novo.

– Skitty, volte. – disse ela, retornando sua pokémon para a Pokébola de Luxo que tinha na mão. Agora, ela tinha sacado outra Pokébola de Luxo – Ponyta vamos acabar com isso!

A Pokémon Cavalo de Fogo saiu da pokébola e relinchou, preparada para a batalha. Tinha pelo de cor creme reluzente, devido ao cuidado diário recebido. A crina flamejante balançava ao vento que soprava suavemente as árvores em volta da área usada como campo de batalha. Flamas também apareciam na região traseira da coxa da pokémon.

– Comecem! – ordenou Albert

– Shroomish, Esporo Paralisantes! – falou Luke, sendo prontamente obedecido, expelindo o pó alaranjado da abertura na parte superior de sua cabeça.

– Ponyta, use Brasa para queimar o pó! – falou a menina, espantando a cara derrotada após a baixa sofrida e adquirindo confiança.

As pequenas bolas de fogo expelidas da boca da pokémon queimaram o pó de Shroomish e atingiram ele em cheio. O pequeno sentiu o movimento fortemente, o que fez que Luke começasse a ficar preocupado.

– Shroomish, Semente da Morte!

– Ponyta, repita o que você fez com o ataque anterior!

As sementes mal foram lançadas por Shroomish, que se aproximou o suficiente para lançar o golpe, a Pokémon Cavalo de Fogo repetiu o que fez anteriormente, porém não conseguiu atingir o cogumelo, que pulou rapidamente para a direita e, sem nenhuma ordem de Luke, partiu para cima de Ponyta com a Investida. Ele conseguiu acertar o movimento no tórax dela.

– Boa, Shroomish. Agora, Mega Drenagem!

O raio verde conseguiu capturar Ponyta e se tornou vermelho, logo absorvendo a energia vital dela. No entanto, o ataque não absorvera grande quantidade, e pouco do dano sofrido foi recuperado.

– Ponyta, finalize com Brasa!

As pequenas bolinhas flamejantes atingiram em cheio o pequeno pokémon do tipo Grama, que caiu derrotado no solo de terra do campo.

– A vitória do segundo round vai para Vanessa! – anunciou Albert, enquanto a ganhadora da rodada comemorava junto de sua pokémon

Luke agradeceu e recolheu tristemente seu companheiro. Sacou a pokébola de Aron e dela o liberou. O pequeno Pokémon Armadura de Ferro entrou no campo e encarou Ponyta, esperando uma ordem de Luke.

– Aron, uma sequência de Tapa de Lama – ordenou Luke, recobrando a calma – Use isto até que Ponyta não tenha mais visibilidade do campo.

– Ponyta, Investida!

A pokémon de Vanessa avançou em direção a Aron, que conseguiu esquivar do ataque e, aproveitando a proximidade de sua oponente, começou a pegar a terra do campo e lançá-la na região da face. O pokémon de Luke repetiu o movimento até que Ponyta não conseguisse enxergá-lo. A égua relinchou, devido a ardência causada nos olhos.

– Use a Investida, com força máxima! – falou Luke, adquirindo novamente uma postura confiante de sua vitória

– Ponyta, Roda de Fogo! – indagou Vanessa

Ponyta começou a correr e, infelizmente, tinha acertado a direção de Aron. Logo, seu corpo foi envolto em chamas, de mesma cor que sua crina. O pequeno Aron corria em direção com sua Investida, quando algo aconteceu.

Pouco antes dele e de Ponyta se chocarem, seu corpo começou a ser tomado por uma energia branca forte e brilhante. Albert olhou para a exata metade do campo, aonde os dois pokémons iam se encontrar, se preparando para declarar a vitória de alguém. Porém, Luke deu uma ordem a seu pokémon no último momento:

– Desvie!

Aron se forçou a ir um pouco a direita, encostando em Ponyta, mas saindo ileso. Logo, a energia branca se dissipou e o Pokémon Armadura de Ferro parou, cansado, vendo a sua oponente continuar correndo e parar somente no limite da área. Porém, ela estava quase derrotada, como Luke observou.

– Aron, tem energia para mais um golpe? – o pokémon confirmou. – Então finalize com a Investida!

O Pokémon Armadura de Ferro avançou em alta velocidade em direção à Ponyta e atingiu-a na mesma região que Shroomish tinha acertado, tendo que dar um pequeno salto. Mesmo assim, o golpe foi certeiro, e só houve tempo dele se afastar para Ponyta cair.

– A vitória da partida vai para Luke e seu Aron! – exclamou Albert

– Boa batalha Vanessa. – elogiou Luke, enquanto retornava Aron para sua pokébola.

– É. Até que você não foi tão mal... – ironizou com um sorriso simpático. – Te vejo por aí. Vamos Derek.

– Até lá. – respondeu o garoto, se despedindo.

– Que tal voltarmos garoto? – sugeriu Albert – Tenho que resolver alguns assuntos daqui a algumas horas. – Até lá, tenho que fazer os Pokéblocos para meus pokémons e me arrumar.

– Ok. – concordou Luke, acompanhando os passos longos e rápidos de um apressado Albert.

***


– Olá, senhor Stone. – cumprimentou Albert, entrando no espaçoso escritório de Steven e apertando firmemente sua mão. Ele se acomodou numa das duas poltronas que ficavam defrontes para a escrivaninha do homem, que se sentou na cadeira de couro. Os cabelos cinza iam até o final da nuca e estavam bem penteados. Vestia um terno preto, com uma gravata simples. Teve que mudar seu jeito de vestir depois que assumiu a empresa no lugar do pai, que se aposentado.

– É um prazer vê-lo de novo, Albert. – respondeu o homem, sentado com posição perfeita na cadeira. – Como estão seus pais e seus avôs?

– Estão ótimos. Meu pai te convidou a ir a nossa casa, qualquer dia desses.

– Irei, assim que os problemas aqui em Hoenn forem resolvidos. – comentou Steven, chegando ao motivo da reunião – Presumo que seja sobre isso que você veio aqui, não é?

– Sim, senhor. A Equipe Rocket está se erguendo novamente. E, dessa vez, o objetivo deles não é achar Giovanni. Participei da derrota deles, lá no meu continente, Johto, e dessa vez, os novos líderes não cometerão os mesmos erros.

– Que dizer que não são Proton, Petrel, Ariana e Archer?

– Seria melhor que fossem eles. Não consegui descobrir seus nomes, mas são três Executivos. Um deles é a cabeça de tudo. – respondeu Albert, sério – Temo que Hoenn não consiga escapar dessa vez.

– Mas você tem um interesse maior de derrotar os Rockets, não é? – indagou Steven, se levantando da cadeira e olhando pela enorme janela de seu escritório a noite de Rusboro, com as luzes amarelas vazando das casas e prédios pelas janelas.

– Sim. – confirmou Albert, se pondo ao lado de Steven – Acredito que minha prima esteja nesse continente, num dos vários esconderijos dos Rockets. Meu objetivo principal e achá-la e trazê-la para casa.

– Então, posso contá-lo como parceiro nessa possível guerra?

– Claro que sim, senhor.


***

– Bem pessoal, acho que vocês precisam de um descanso... – falou Luke, liberando Aron e Shroomish. – Vou ver se arranjo alguma coisa para você comerem.

Para o pokémon metálico, Luke trouxe meia dúzia de lata de alumínio (o que tinha sobrado de sua antiga coleção) e para o cogumelo, trouxe três frutas Sitrus, colhidas por ele na árvore que havia no quintal.

Os dois pokémons apreciaram bastante a refeição. Tudo o que Luke servira fora devorado por eles. Para ele mesmo, o menino tinha esquentado um pouco de pizza de queijo que pedira no dia anterior do seu aniversário.

“Em falar em aniversário, Tia Roxanne já devia ter chegado. Acho melhor ir até o comunicador e ligar para o professor Bir...”

O pensamento de Luke foi interrompido por três batidas seguidas na porta. Sem pensar, o menino abriu-a e constatou que não iria ter que ligar para o professor.

– Olá querido! Tudo bem? – cumprimentou Roxanne, depois de Luke abrir a porta, dando um abraço no sobrinho.


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Notas finais do capítulo

Ataques:
Brasa: Ember
Terremoto: Earthquake
Semente da Morte: Leech Seed
Chute Flamejante: Blaze Kick
Descarga: Discharge
Jato Dágua: Water Gun
Rolo Compressor: Rollout
Mega Drenagem: Mega Drain
Ataque Rápido: Quick Attack
Poder secreto: Secret Power
Lança-Chamas: Flamethrower
Mordida: Bite
Presa de Fogo: Fire Fang
Esfera de Energia: Energy Ball
Super Aquecimento: Overheat
Proteger: Protect
Explosão Focalizada: Focus Blast.
Esporo Paralisante: Stun Spore
Investida: Tackle
Tapa de Lama: Mud-Slap
Roda de Fogo: Flame Wheel
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