The Rise Of The Legends escrita por Plpl12


Capítulo 1
Começando com Aventura




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Mais uma manhã nascia na cidade de Rustboro. A aurora dava lugar ao Sol, que começava a mandar seus novos raios alaranjados em direção às casas e prédios da cidade feita de pedra cinzenta, tornando as ruas e parques mais cheios de vida. Um grupo formado de Taillow sobrevoava as construções, seguindo em formato de “V” para quebrar o vento, indo em direção ao Sul.

Para a maioria das pessoas, mais um dia comum se iniciava, com a mesma rotina de todos os outros do ano. Mas, para Luke, nascia à manhã do dia de sua vida como treinador. A data em que ele iria ganhar seu primeiro Pokémon, no seu aniversário de 12 anos.

– É hoje! – falou o menino, se levantando com um salto da cama em que dormia. – Vou ganhar meu primeiro Pokémon. Não um daqueles comuns e chatos do laboratório do professor Birch. Vou receber um mais legal, mais raro, mais poderoso! Direto das mãos da líder de ginásio, Roxanne.

O garoto se animava com esta idéia, porém não havia a mínima novidade para ele ganhar seu primeiro Pokémon de Roxanne, já que Luke a via todos os dia. Ela era sua madrinha, que tinha sua guarda desde que seu afilhado tinha 5 anos. Os pais dele haviam morrido em um acidente de carro na estrada que levava à cidade de Fallabor.

Luke se dirigiu ao banheiro de seu quarto, se despiu e ligou o chuveiro. Logo que a água forte que jorrava começou a esquentar, o garoto entrou no Box. Enquanto relaxava no banho, observou o banheiro. As paredes de azulejo branco estavam limpas, igual ao chão, de mesma cor. Além disso, havia uma pia de mármore preto bem lapidado, com um armário de madeira embaixo.

Em cima dela, jazia uma esfera metade vermelha e metade branca, com aro preto no meio, que dividia as duas cores. Apoiado sobre ela, um envelope branco, com alguma coisa escrita, ilegível do lugar que o garoto estava.

Uma pokébola!

O menino saiu do banho e pegou sua toalha. Após se secar, abriu a porta do banheiro e pegou as roupas previamente separadas por ele. Ele colocou sua roupa de baixo e pegou as peças restantes: uma camiseta preta, calça jeans preta e um colete de cor cinza, que colocou sobre a camiseta.

Luke calçou um par de meias e seu tênis preta, novo, que havia ganhando no dia anterior, como presente de aniversário, do Sr. Stone, presidente da Devon Corporation, a criadora da Pokénav. Caminhou até o banheiro, que ficara molhado graças ao banho do garoto, e abriu o envelope, endereçado a ele.


Feliz Aniversário Luke!

Não acredito que meu garotinho está fazendo 12 anos. Parece que era ontem que eu vi-o dar seus primeiros passos, brincar com meu Geodude...

Desculpe por não estar aí, mas houve um problema com o laboratório do Profº Birch e fui chamada para ajudá-lo. Voltarei amanhã, ao final de tarde. Aí sim vamos poder comemorar esta data tão importante.

Seu presente de aniversário está dentro dessa pokébola, como prometi a 5 anos atrás. Ele é muito especial, assim como você!

Felicidades!

Roxanne.

Curioso, Luke colocou o bilhete de lado e tentou em pegar a pokebola. Mas, antes, escovou os dentes e arrumou seu cabelo, olhando-se no espelho. Os cabelos negros e lisos estavam ainda molhados. O menino o penteou de lado, porém isto não adiantaria em nada, já que colocaria seu boné logo que saísse. Os olhos verdes brilhavam, quase chorando, tamanha a felicidade do menino, que tinha seu sonho dentro daquela esfera. Tinha, também, algumas sardas na região perto do nariz.

Não conseguindo esperar, o garoto recolheu a pokébola, colocou no bolso, apertando o botão na frente para ela ficar menor, e desceu correndo as escadas, que levavam ao andar de baixo da casa. Abriu a porta com tudo e, quando finalmente chegou ao lado de fora da casa, jogou o objeto no alto, que rodopiou antes de emitir uma luz branca.

O pequeno pokémon tinha um corpo arredondado, quatro perna curta e uma cabeça oval e grande na frente. Ele era cinza e tinha olhos azuis e opacos. Na face, também dois pequenos buracos, que seriam as narinas. O pequenino tinha um espinho dorsal, com mais alguns buracos na sua armadura de metal.

Era um Aron.

– Olá amiguinho. – falou calmamente Luke, tentando esconder sua animação de seu pokémon, para não assustá-lo. O menino se aproximou e se agachou perto de Aron – Sou Luke, seu treinador. Prazer em conhecê-lo.

Aron expressou dúvida no seu olhar. Já ouvira história de sua mãe para ficar longe dos seres humanos, pois eles machucavam os outros, inclusive eles mesmos. Mas, para o pokémon, seu “novo treinador” não parecia mal. Então, ele deixou que o humano se aproximasse.

– Muito bem, amiguinho. Você deve estar com fome... – disse Luke, pegando o Pokémon Armadura de Aço e colocando-o entre seus braços. – Minha madrinha deve ter comida para pokémon do tipo Pedra.

Luke e seu novo pokémon adentraram na casa novamente, mas dessa vez foram em direção à dispensa. O lugar, que não passava de um pequeno cômodo cercado de prateleiras com comida, tanto para humanos quanto para Pokémon. Antes que Luke conseguisse achar a ração para seu Aron, encontrou-o roendo a base dos armários, que era feita de metal.

– Ah, então o senhor gosta de comer metal! - disse Luke, se lembrando de uma matéria que leu na Hoenn ‘s Curiosities, que falava sobre a alimentação dos pokémon e contava sobre as mais estranhas. Numa das dietas diferentes estava sobre Aron, Lairon e Aggron, que se alimentavam de ferro. – Vamos ver... Aqui, coma isto. – ele ofereceu algumas latinhas de refrigerante de um saco cheio delas. Ele tinha uma coleção delas há algumas semanas atrás, mas tinha desistido por conta que ninguém coleciona isto.

Aron, em vez de se contentar com apenas três ou quatro latas, continuou pedindo mais até que tinha comida mais de uma dúzia delas. Quando, finalmente, ficou satisfeito, um terço da antiga coleção de Luke se localizava no estômago dele.

– Ei, Aron, que tal se nós treinássemos um pouco na Rota 104? Há vários pokémon de seu nível por lá. Aí poderemos ver qual é seu poder de luta e quais movimentos você consegue usar. Feito? – perguntou Luke, pretendendo treinar muito para conseguir vencer Roxanne e começar sua jornada.

– Aron, Á! – respondeu o pequenino, aceitando a proposta.

– Ótimo! Mas antes de irmos tenho que pegar uma coisa no quarto da Tia Roxanne! – o menino retornou seu Pokémon para a pokébola, e correu até o quarto da tia. A porta estava trancada, o que não surpreendeu Luke. O garoto enfiou a mão no bolso e de lá retirou a cópia da chave do quarto, que tinha feito em segredo.

O menino adentrou no quarto. As paredes eram recém pintadas em um tom vermelho. Era bem espaçoso, maior de que o próprio quarto de Luke. Dentro do lugar havia a cama king size da tia, arrumada com uma manta vinho, um criado-mudo de madeira escuro ao lado direito, dois armários embutidos, um para os sapatos e outro para as roupas e, por último, mas mais importante, a grande cômoda branca do lado direito do garoto. Ele abriu gaveta por gaveta do móvel, até encontrar o que precisa: uma pokébola.

Luke pretendia desafiar a tia na próxima semana, mas precisava ter, ao menos, dois pokémon para isto. Ele planejava capturar seu segundo companheiro hoje, conseguindo, assim, cumprir seu plano no tempo estipulado.

Luke saiu novamente, trancando a casa. Mesmo que ainda fosse por volta do meio-dia, havia boatos de vários roubos de objetos e pokémon no continente de Hoenn, principalmente na porção oeste, antes da cidade de Fortree.

As ruas de Rusboro estavam cheias, já que aquela era uma das maiores cidades da porção oeste de Hoenn. A cidade era feita, em sua maioria, de pedra, material que vinha sido usado até os tempos atuais. Porém, construções de cimento já podiam ser vistas com mais frequência. Luke passou pela Devon Corporation, de onde viu a limusine do Sr. Stone saindo pelos portões de aço. Avistou, também, a Escola de Treinadores de Rustboro, onde sua madrinha era a professora. Luke acenou para algumas crianças, que saiam da escola para o almoço. Reconheceu Isa, uma garota que sempre aparecia no ginásio, já que tinha uma paixão enorme por pokémon do tipo Pedra.

Ele chegou à Rota 104, na qual se encontrava uma grande ponte de madeira, que atravessava o lago. Alguns pescadores aguardavam algum pokémon morder sua isca. Mas, pelo visto, era um dia fraco para eles. Na água, alguns Carvanha pulam na no ar e mergulhavam de volta. As folhas de Lotad e Lombre boiavam, anunciando a localização deles.

Luke continuou caminhando até a Floresta Petalburg, que ligava a cidade de Petalburg à Rusboro. Antes de adentrar na floresta, encontrou uma famosa loja de artigos de jardinagem. Várias árvores frutíferas estavam plantadas do lado de fora, cuidadas carinhosamente pelas mulheres que trabalhavam na loja.

Após isso, o garoto adentrou na densa floresta. As copas das grandes árvores bloqueavam a maior parte dos raios solares, tornando o lugar mais escuro. Vários Slakoth dormiam embaixo das gigantescas plantas. Um grupo Silcoon e Cascoon permanecia parado no lugar, perto da grama, encarando Luke e alguns Wurple escalavam as árvores, tentando fugir do garoto que, para eles, representava perigo.

Apesar de interessantes, Luke não queria capturar nenhum deles: os Wurple e suas evoluções eram fracos contra tipo Pedra, já que pertenciam ao tipo Insetos, e os ataques dos Slakoth, que eram do tipo Normal, teriam pouca efetividade nos pokémons rochosos.

O pokémon que Luke procurava se encontrava na parte mais profunda da Floresta de Petalburg, embaixo das folhas caídas das árvores, localizadas nos solos mais férteis. Aquele tinha o tipo e os ataques perfeitos contra os pokemon rochosos do ginásio.

O garoto se empenhou ao máximo para tentar encontrar seu objetivo: saiu da trilha diversas vezes, correndo o risco de se perder, foi vítima do ataque de um Poochyena, incomodado pela presença dele no seu território e, ainda, teve que correr até o meio da floresta, fugindo do pequeno lobo.

Porém, o resultado daquela corrida foi, finalmente, o encontro do objetivo de Luke: um Shroomish. O Pokémon Cogumelo era baixinho, tendo meio metro de altura. A base era mais larga que a porta da cabeça, deixando o corpo dele parecer um pêssego. Tinha cor marrom clara, quase bege, com manchas verde-musgo espalhadas por ele. A cabeça terminava em um tipo de babado, e dava lugar às pequenas perninhas. Sua face expressava sempre irritação, por causa das sobrancelhas franzidas, que nunca mudavam sua posição, mesmo quando feliz.

O pequeno se encontrava entre uma grande árvore e um grupo de Wurple. Shroomish discutia com as lagartas, que queriam se alimentar da folhas e dos frutos da planta, conseguindo alimento suficiente para evoluir para sua fase de casulo, ou seja, Silcoon ou Cascoon. Porém, aquilo significava a destruição parcial da árvore, que demoraria um grande período para se recuperar.

– Aron, saia! – gritou Luke, saindo do arbusto que estava escondido e se interpondo entre Shroomish e os Wurple. No percurso, clicou no botão da pokébola, deixando-a no tamanho original, e lançou-a para cima. No ar, ela se abriu e liberou uma luz branca que, após desaparecer, revelou Aron. – Use a Defesa de Ferro!

A armadura do pokémon começou a brilhar num tom azul brilhante. Os Wurple começaram a atacá-lo utilizando o Espinho Venenoso que, graças ao movimento, tiveram pouco efeito.

– Você sabe utilizar a Garra de Metal? – perguntou Luke, conseguindo a afirmação de seu pokémon. – Então a use!

Aron começou a correr em direção ao grupo adversário, com suas pequenas pernas começaram a brilhar como sua armadura. Quando chegou perto o suficiente, usou suas pernas dianteiras para golpear dois Wurple, que lideravam o grupo. O ataque atingiu-os com sucesso.

O grupo, então, decidiu desviar de Aron e Shroomish e começaram a ir em direção da árvore, passando ao lado dos dois defensores da planta. Aron, mesmo assim, continuou a atacar com Investida e Garra de Metal toda lagarta que conseguia. Aquelas que sofriam o ataque caiam derrotadas ou fugiam, devido à sua baixa força.

Shroomish, incentivado pelo companheiro de batalha, derrotava os Wurple que conseguiam chegar ao tronco e começavam a escalá-lo, golpeando os insetos com sua Investida ou Mega Drenagem, sendo o último um ataque peculiar para o nível dele.

Finalmente, todo o grupo de Wurple se dispersou uns derrotados e deitados no chão, outros saindo rastejando pela densa floresta. Shroomish comemorava sua vitória, agradecendo Aron por ter ajudado-o a defender sua árvore.

– Ei, amigo – falou Luke, se agachando para ficar mais próximo da altura do Pokémon Cogumelo. – Eu vou me tornar um treinador pokémon e, para isso, preciso de companheiros fortes e corajosos como você. Gostaria de me acompanhar nessa jornada?

O pokémon pensou por um momento. Após dois minutos, ele olhou diretamente nos olhos de Luke e balançou a cabeça, aceitando a proposta. Então, o garoto encostou a pokébola que pegou “emprestada” da tia e a encostou em Shroomish. O pokémon foi transformado em um raio vermelho, que entrou na esfera. Logo em seguida Luke liberou o pokémon, para ele conversar com Aron que, mesmo tímido, parecia gostar da companhia do novo colega.

– Shroomish, preciso de sua ajuda. – declarou Luke, após perceber que não fazia à mínima ideia de onde estava. – Você pode nos guiar até Rustboro novamente?

O pokémon confirmou e começou a caminhar na direção em a cidade. O pequeno continuou a caminhar pela floresta, passando por caminhos que nenhum ser humano conhecia, sem nenhuma trilha.

Os três continuaram assim, até, finalmente, chegarem novamente à trilha de terra batida, que levava a cidade. Luke pode observar os raios solares que passavam entre as folhas das copas das árvores agora adquirira um tom alaranjado, o que significava o começo da noite e o fim da tarde.

No meio de sua constatação mental, o menino ouviu um grito de socorro vindo da direita da trilha. Luke correu até lá, procurando a pessoa que necessitava de ajuda. Porém, a mesma se localizava fora da estrada, dentro do conjunto de árvores. Sem pensar duas vezes, Luke retornou Aron e Shroomish e adentrou novamente na floresta.

O garoto deu, aproximadamente, somente uma dezena de passos, até se encontrar numa clareira. A área era pequena, com somente uma barraca de madeira e uma toco, utilizado para cortar madeira. O mato era baixo e o lugar era completamente cercado por plantas, fazendo dele um ótimo esconderijo. Numa das janelas limpas e transparentes da moradia, Luke avistou um adolescente, amarrado numa cadeira de madeira velha.

– Aron, Shroomish, saiam! – o menino liberou seus dois pokémons - Aron, você acha que consegue libertar aquele cara? – perguntou Luke, conseguindo uma confirmação positiva. – Ótimo! Então dê um jeito de quebrar essa janela e use a Garra de Metal para liberá-lo. Eu e Shroomish vamos criar uma distração.

Enquanto Luke e Shroomish se dirigiam para a porta da cabana, Aron se afastava para sua tentativa de salto pela janela, que era mais alta que ele.

– Alguém está ai? – gritou Luke, batendo na porta do lugar. Foi atendido por uma mulher jovem, de aproximadamente 20 anos. Ela tinha cabelos loiros claros, que estavam presos em uma trança, e olhos verdes esmeralda.

– O que foi garoto? – perguntou emburrada a mulher, com uma expressão de “Vá embora!”

– Eu e meu pokémon estávamos explorando por aqui, mas nos perdemos. Você sabe por onde devemos ir para chegar a Rustboro? – indagou Luke, nervoso.

– É só seguir nessa direção e você chegará a estrada, que dá nessa cidade – respondeu com irritação a mulher, que fechou a porta logo após sua fala.

– Vamos, Shroomish! – fingiu o menino, se dirigindo à direção apontada pela loira. Porém, ele retornou para a janela onde Aron fazia sua parte do plano.

Aron já havia entrado no quarto, e agora cortava as cordas com seu ataque. O adolescente parecia aliviado, mas ainda preocupado. Afinal, havia colocado um iniciante em perigo.

– Você me acha tão burra assim, garoto?! – exclamou uma voz, vinda de trás de Luke. Ele se virou e encontrou a mulher que atendera a porta e mais uma companheira. Agora, ele pode perceber que as duas usavam o mesmo uniforme: uma mini saia e uma camiseta preta, sendo que a camiseta tinha um grande ”R” vermelho, botas de cano alto e luvas cinza e, na cabeça, uma boina preta. Também havia um cinto de cor cinza, onde as mulheres guardavam suas pokébolas.

– Nã-Não! – gaguejou Luke, com medo das três mulheres que o encaravam com uma profunda irritação.

– Deixe-o Marie! Eu gostei dele! – exclamou uma ruiva, localizada à direita da loira. – Nós podemos pegá-lo e convidá-lo para brincar!

– Melissa! Não é hora de brincar! – exclamou Marie, colocando a mão na testa, em sinal de decepção. Ela retirou a mão da testa e pegou de seu bolso uma pokébola. – Vamos acabar logo com isso! Vai, Drifblim!

Drifblim parecia o próprio balão de ar quente que ganhara vida em um pokémon. Seus olhos eram vermelhos e bem separados, com um “X” um pouco abzixo deles, no meio. Nas pontas dos tentáculos, haviam partes amarelas, que seriam as “mãos” dele. O pequeno pelo felpudo no topo de sua cabeça era realmente pequeno, comparado com seu grande e arredondado corpo roxo.

– Bola das Sombras! – ordenou Marie, cruzando os braço sobre seu peito.

Drifblim concentrou uma energia arroxeada na sua frente por alguns segundos. Logo, ela tomou forma de uma esfera e foi lançada em direção a Luke.

Espeon, Umbreon! Saiam! – o adolescente atrás de Luke falou, já do lado de fora de sua prisão. Ele lançou duas bolas, como uma pokébola, mas com estilo irreconhecível. Os pokémons saídos dela entararm na frente de Luke e desviaram a esfera negra com suas caudas, que adquiriram um tom metálico. Luke reconheceu aquele movimento, chamado Cauda de Ferro

O primeiro deles estava à direita de Luke. Era semelhante a um gato, com pelo cor de lavanda. Tinha orelhas grandes com o escuro interior do ouvido azul e tufos de pêlo longo abaixo deles, com uma pedra preciosa vermelha na testa e um par de olhos roxos, com a íris branca. Possuia quatro pernas finas e patas pequenas. Sua cauda esguia era dividida em duas no final.

O outro localizava-se à esquerda do garoto. Umbreon tinha um elegante corpo negro, parecido com o de uma raposa. Os olhos eram vermelho, com a íris negra. Espalhados por seu corpo, haviam anéis amarelos. Suas orelhas eram pontudas e, sua cauda, espessa.

– Umbreon, Pulsação Sombria! – ordenou o adolescente – Espeon, fique ai e proteja esse garoto

O pokémon arroseado se pôs a frente de Luke, enquanto o outro lançou um raio negro em direção a Drfblim. A energia se movimentava com velocidade e atingiu o balão em cheio, que conseguiu resistir, mas sofreu bastante.

– Ajude o Drifblim, Mismagius – falou Melissa, lançando um pokébola.

Mismagius era um pokémon fantasma de cor púrpura, que tinha a aparência de que estava vestindo um manto. Ela possuía em seu pescoço três esferas vermelhas, formando um colar, com a pedra do meio maior que as outras. Seu pescoço parece era tortuoso, pouco longo. Tinha uma cabeça redonda com tufos em cima dela, as extremidades dos tufos com uma cor mais clara do que a maioria do corpo, fazendo parecer um chapéu de bruxa. Mismagius tinha uma boca vermelha, que se assemelhava a um "W."

– Queridinha, use a Folha Mágica!

O pokémon, que flutuava no ar, começou a ser rodeado por folhas, que brilhavam com as cores do arco-íris, liberadas em direção à Espeon. Ela nem se mexeu.

A jóia em sua testa começou a brilhar, e logo uma esfera verde se formou, em volta dela e de Luke. O ataque de Mismagius se chocou contra a proteção e foi destruído.

– Aron, Shroomish! – chamou Luke, após a sua proteção ter desaparecido. - Ajudem Espeon e Umbreon! Shroomish, Esporo Paralisante! Aron, Garra de Metal!

Shroomish se aproximou de Mismagius e expeliu pelo orifício no topo um pó de coloração amarelada, que caiu sobre o fantasma. Ela, que tentara novamente usar a Folha Mágica em Espeon, agora não se movimentava mais, o que causou o desespero de Melissa.

– Vamos Mismagius! Faça alguma coisa! – gritou a mulher.

Aron, aproveitando a paralisação de Mismagius, usou suas pernas que brilhavam num tom metálico para arranhá-la em diversas partes de seu corpo. Ela fazia uma careta de dor a cada ataque do pokémon metálico.

– Agora Shroomish, Mega drenagem! – ordenou Luke, confiante que ganharia a batalha travada.

O Pokémon Cogumelo, que observava a batalha entre Aron e Mismagius, correu em direção ao fantasma. Quando chegou perto o suficiente, lançou um raio de energia verde, que “grudou” no pokémon de Melissa. O raio envolveu completamente Mismagius, e se transformou em vermelho. Nesse momento, a pokémon fez caretas mais expressivas de dor, enquanto o raio voltava para Shroomish e mudava de cor novamente, envolvendo o pokémon com a cor branca.

– Aron, Garra de Metal, mais uma vez!

Aron repetiu o movimento, atacando a fantasma com mais intensidade, não parando até que, finalmente, Mismagius caiu derrotada no chão, sobrando somente, para Melissa, a possibilidade de retorná-la para a pokébola.

– O que raios está acontecendo a... – disse uma voz masculina, que vinha da entrada da cabana. Após alguns momentos, Luke pode perceber que se tratava de um homem com cabelos negros, alto, com olhos castanhos e com a barba recém aparada. Vestia uma versão masculina dos uniformes das outras duas: camiseta preta e calças de cor preta, com o mesmo “R” estampado na última, as mesmas luvas cinza, porém, ao invés de botas, o homem usava tênis cinza. Ele também possuía o mesmo cinto das mulheres, com uma pokébola presa a ele. – Suas incompetentes! Idiotas! Deixaram o garoto fugir!

– A culpa não foi minha, Matthew! Foi da Marie! – respondeu Melissa!

– Espeon, Cauda de Ferro no Drifblim. Umbreon, Pulsação Sombria no mesmo alvo! – exclamou o adolescente

O pokémon arroxeado correu em direção ao Pokémon Balão e desferiu um poderoso golpe com sua cauda, que brilhava com o poder metálico do ataque. Em seguida, um raio negro, disparado por Umbreon, atingiu Drifblim, causando um maciço dano no pokémon, que caiu no chão, fora de combate.

– Suas idiotas, vocês duas foram derrotada por dois garotos! - rosnou Matthew – mas, como dizem, “se você quer um trabalho bem feito, faça você mesmo”. Vamos lá, Gengar!

Gengar era um pokémon roxo-escuro, com o corpo arredondado. Tinha pequenos braços, com mão no final. O pelo era espetado em volta das costas e os olhos eram vermelho sangue. Esboçava um sorriso macabro na face, que causou medo em Aron e Shroomish. Ele flutuava a meio metro do chão, na altura de Shroomish.

– Hipnose! – ordenou Matthew. – Quando já estiverem dormindo, utilize o Comedor de Sonhos!

– Espeon, Proteger. Umbreon use a Bola das Sombras. – falou o adolescente. Estranhamente, seu cabelo e seus olhos começaram a adquirir uma coloração diferente, como se tornassem dourados.

Os olhos de Gengar começaram a brilhar, carregados de uma energia vermelha, que foi liberada em direção a Espeon, Shroomish e Aron. Novamente, a barreira verde os protegeu completamente. Porém, a Pokémon Sol teve que se esforçar mais para manter a barreira durante o ataque. Ela parecia cansada, por causa do desgaste sofrido durante batalha.

Vendo que o ataque não deu em nada, Gengar dirigiu seu movimento na direção de Umbreon, que esquivou, dando um pequeno saltou para a esquerda.

Umbreon carregou a mesma esfera que outrora o derrotado Drifblim de Marie usara. A “bola” sombria, lançada rapidamente pelo Pokémon Luar, não atingiu Gengar, que desviou, abaixando a sua altura no ar e pousando no chão.

– Umbreon, Mordida. Espeon, Psíquico, para garantir que Gengar não escape dessa vez. – ordenou o jovem. – Ah, e depois, façam como quiser até derrotá-lo. Esse cara é muito chato...

A jóia no meio da testa de Espeon brilhou numa luz azul, assim como todo seu corpo. Logo, o corpo de Gengar estava envolto na mesma aura. Porém, dava para se observar que, ao contrário de Espeon, machucava-o. Impedido de se mexer, graças ao ataque da pokémon, o fantasma não conseguiu se esquivar do movimento de Umbreon, que avançou e, quando perto o suficiente, mordeu o braço direito de Gengar.

– Merda! Gengar volte. – disse Matthew, apontando a pokébola para Gengar. Um raio vermelho saiu de esfera e envolveu o fantasma. – Marie, Melissa, vamos! Vou reportar aos chefes seus desempenhos hoje.

O homem sacou de seu cinto uma pequena bomba e a atirou no chão, espalhando uma densa cortina negra de fumaça por toda a clareira, cobrindo a fuga dele e de suas comparsas. O único indício de que tinham fugido foi o ronco dos motores, que Luke ouviu.

– Ei, parceiro! – indagou o adolescente, se aproximando de Luke – Que tal sairmos daqui e irmos comer alguma coisa?

*****

O Luke e o adolescente, que se chamava Albert, resolveram fazer uma refeição num modesto restaurante tradicional de Rusboro, logo na entrada da cidade. Lá, havia uma área para pokémons, onde se servia comida para eles também.

– Então... Porque e como eles te capturaram? – perguntou Luke, enquanto ele e Albert aguardavam seus pratos chegarem.

– Nos temos... Um “conflito de interesses”, se é que me entende. – respondeu Albert, olhando para o vazio, adquirindo uma expressão tristonha. Ele tinha olhos âmbar e cabelo castanho claro, que parecia loiro quando a luz alaranjada das lâmpadas iluminava-os. Tinha várias sardas na região em torno do nariz. – Mas o “como” eu posso explicar. – falou, disfarçando a tristeza e fazendo um sorriso de canto. – Eu estava acampando. Tinha achado uma área bem protegida pelas árvores e ergui minha barraca ali. Mas eles me encontraram. Estão me perseguindo desde Littleroot.

– Você não é daqui, é? Seus pokémons são muito fortes e bem treinados para ser um iniciante de Hoenn. – indagou Luke, pensando em Espeon e Umbreon – Acredito que seja de Johto.

– Por quê?

– É muito difícil alguém de Sinnoh ou Unova vir para cá. E, se você fosse de uma dessas regiões, seria mais provável ter um Leafeon ou Glaceon. Além do mais, se você fosse de Kanto, provavelmente teria Vaporeon, Flareon ou Jolteon, nativos de lá.

– Muito bom. Muito bom mesmo. – falou Albert, impressionado. – Realmente eu sou de Johto. Da cidade de Goldenrod. Meu pai e meu avô são criadores e cuidam da Creche Pokémon de Johto, que fica a algumas horas de caminhada da cidade.

Após mais alguns minutos conversando, os pratos chegaram. Albert comia uma deliciosa sopa de legumes, a especialidade daquele restaurante, enquanto Luke deliciava um enorme sanduíche de berries.

Depois de finalizarem a refeição e Albert pagar a conta, mesmo com Luke insistindo para eles dividirem, os dois recolheram os pokémons na área especial do restaurante e se despediram.

– Vou treinar amanhã, na rota 115. Quer vir comigo? – perguntou Luke.

– Claro. Vou ficar na cidade por algum tempo. – respondeu Albert. – Tenho alguns assuntos para resolver com Steven Stone... Estou hospedado no Centro Pokémon. Podemos nos encontrar lá às oito?

– Perfeito. Boa noite e até amanhã! – falou Luke, apertando a mão do mais velho e se dirigindo pelas escuras ruas de Rustboro, até sua casa.

Só Albert percebeu que uma figura observava-os, no outro lado da rua. Quando ele dirigiu seu olhar para lá, não encontrou ninguém. Calmamente ele voltou para o Centro Pokémon, percebendo o quanto o continente de Hoenn estava encrencado...



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Notas finais do capítulo

Defesa de Ferro: Iron Defense
Garra de Metal: Metal Claw
Investida: Tackle
Mega Drenagem: Mega Drain
Bola das Sombras: Shadow Ball
Pulsação Sombria: Dark Pulse
Proteger: Protect
Folha Mágica: Magic Leaf
Esporo Paralisante: Stun Spore
Cauda de Ferro: Iron Tail
Hipnose: Hypnosis
Comedor de Sonhos: Dream Eater
Mordida: Bite
Psíquico: Psychic
Defesa de Ferro: Iron Defense
Garra de Metal: Metal Claw
Investida: Tackle
Mega Drenagem: Mega Drain
Bola das Sombras: Shadow Ball
Pulsação Sombria: Dark Pulse
Proteger: Protect
Folha Mágica: Magic Leaf
Esporo Paralisante: Stun Spore
Cauda de Ferro: Iron Tail
Hipnose: Hypnosis
Comedor de Sonhos: Dream Eater
Mordida: Bite
Psíquico: Psychic
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