_ Astoria - a noiva chegou até a irmã mais nova, fazendo a mesma desprender sua atenção do namorado que conversava com o noivo - Preciso falar com você.

_ Vamos - a irmã mais nova apontou para o jardim agora vazio, assustada com o tom serio da irmã - Draco, já volto - ela selou os lábios do namorado antes de sair -

O vento frio de outono passou levando consigo algumas folhas amareladas que estavam caídas sobre o gramado. O orvalho da madrugada molhava a barra dos vestidos das irmãs e seus sapatos também.

_ Asty - Daphne começou ao chegar em um ponto onde nada se ouvi a não ser o lamento do céu em forma da brisa suave da noite fria de outono - Você ouviu as noticias? De que houve uma fuga em massa de comensais de Azkaban novamente? - Astoria assentiu - E que eles estão vindo atrás de comensais que negaram o nome de Voldemort após sua morte? - Astoria assentiu novamente nervosa - Eu quero proteger mamãe.

_ Como? - Astoria perguntou encarando os olhos azuis cristalinos da irmã loira -

_ Vou leva-la para viver comigo na Itália após a minha lua de mel - ela disse rápido -

_ Mas - Astoria tentou achar um motivo para que a irmã não fizesse isso, mas sabia que não tinha argumentos, sabia que a mãe corria perigo, ainda estava com a saúde fraca e bom, os comensais não são as pessoas mais amigáveis e gentis do mundo -

_ Sem mas, Asty, está decidido, trazemos ela de volta para seu casamento - elas sorriram cumplices -

_ Cuide bem dela - Astoria disse simplesmente antes de abraçar a irmã -

_ Agora vem, não podemos ficar resfriadas perto do dia do seu casamento - Daphne disse puxando a irmã pela mão para dentro do salão -

Elas correram, na medida do possível, afinal ninguém corria de salto em uma terra recém molhada pela garoa leve que caia a pouco, até o quente salão, que ainda estava lotado. Até mesmo por certa jornalista que comia e bebia e anotava tudo com sua pena de repetição rápida.

_ Olha, olha, olha, Astoria e Daphne Greengrass - a mulher de cabelos cacheados e oxigenados se aproximou, trajava um terninho em verde musgo, e sapatos extravagantes em cor azul céu e óculos cravejado em brilhantes - Rita Skeeter, do Profeta Diário.

_ Sabemos quem você é - eu disse em tom de tedio -

_ Sua mãe não ensinou a se comportar, frágil Astoria? - ela respondeu em mesmo tom -

_ Sua mãe nunca lhe ensinou como se vestir? - eu arqueei a sobrancelha ao ver Daphne tratando alguém mal em publico - Mas vai, o que você quer?

_ Queria entrevistar as noivas do mês - ela disse com um sorriso vitorioso - Podemos começar com a noiva do dia? - ela perguntou -

_ Ah desculpa, eu preciso ir com Math tirar umas fotos, comece pela Asty - Daphne disse empurrando meus ombros -

_ Obrigada - eu disse ironicamente -

_ Disponha maninha - ela sorriu e se retirou -

A jovem observou Daphne se retirar com uma expressão de raiva no rosto, expressão que mudou ao se virar, se tornou pior, misture raiva e tedio em uma expressão só, te garanto uma coisa, não é bonito.

_ Fala - ela disse seria -

_ Podemos ir para algum lugar mais reservado? - ela perguntou abaixando seus óculos até a ponta de seu nariz -

Elas saíram dali, até novamente o jardim, o céu estava escuro e povoado por estrelas reluzentes. Astoria se sentou em um banco branco mármore que havia ali, e a repórter a acompanhou.

_ Então - a repórter começou, e sua pena em verde-acido se posicionou escrevendo tudo - Astoria, doce Astoria Greengrass e futura Malfoy, você não sente medo?

_ Medo é para os fracos - a jovem respondeu observando os olhos azuis da mulher ao seu lado - Teria medo do que?

_ Dos comensais, afinal você irá se casar com um Malfoy, que é uma família com má fama. - ela instigou -

_ Draco está arrependido do que fez - ela respondeu apenas -

_ Mas você soube que os comensais que fugiram, estão vindo atrás daqueles que negaram o nome de Voldemort e estão o torturando, e os matando - ela disse - Não sente medo que seu futuro marido não sobreviva?

_ Eu sei que nossos aurores irão pega-los antes que consigam se aproximar do meu Draco - Astoria respondeu -

_ E os casamentos, são uma forma de sua família, agora arruinada subir o palanque social? - ela a encarou por sobre os óculos -

_ Que século acha que estamos? - Astoria disse sarcástica - Século XV? Por favor, casar para salvar família é como usar calçola.

_ Mas tivemos conhecimento de que você foi traída recentemente. - a loira encarou a jovem - 

_ Isso é uma mentira - Astoria disse - E eu não quero falar sobre isso. - ela bufou e se retirou - A entrevista acaba aqui.

_ Onde você estava? - Draco perguntou se aproximando de sua namorada preocupado -

_ Argh, aquela... Argh - foi a única coisa que a morena disse antes de entrar por entre os braços de seu amado - Rita Skeeter. 

_ Eu odeio ela - Draco sorriu apertando a namorada em seus braços - Mas esqueça ela, e lembre de mim, já faz meia hora que estou sem seus lábios. - ela fez uma cara de cachorro que cai do caminhão de mudança -

_ Ah desculpa - ela pegou delicadamente o rosto pálido e fino dele, e ficou na ponta dos pés para poder aproximar as alturas - Não era a intensão - ela sorriu e tomou os lábios dele contra os dela delicadamente, para os dois terem um momento apaixonado -

_ Astoria, espere até seu casamento - Daphne disse risonha próxima a irmã que se separou do namorado - Estou indo, lua de mel, praias lindas do Caribe. - a loira fez uma dancinha e o casal a olhou rindo -

_ Ah, boa viagem - Astoria disse indo abraçar a primogênita da família - E aproveite. - elas trocaram um sorriso malicioso -

Em poucos minutos a irmã foi embora, para uma viagem da qual ela se lembraria eternamente.

_ Vamos para casa comigo? - Astoria perguntou ao namorado - Ficará tão vazio sem Daphne lá.

_ Tudo bem - o loiro sorriu pegando na mão da namorada e aparatando até a casa dela -

Astoria abriu a porta vagarosamente, e tirou os sapatos, e fez com que o namorado fizesse o mesmo, uma resposta: " mamãe está dormindo". Ela subiu até seu quarto, onde tomou um banho rápido, e colocou um pijama simples para dormir, e se deitou enquanto esperava o namorado tomar seu banho.

Quando Draco saiu do banho, nada encontrou além de uma linda morena dormindo serenamente abraçada com o travesseiro, Ele se deitou ao lado dela, a apertando contra seu peito, e sentindo um conforto sem igual. Logo ele adormeceu sentindo o cheiro que vinha dela, um cheiro único e tão bom.

[...]

O cheiro de café invadiu o quarto onde Astoria dormia com Draco, a garota acordou, mas não foi o cheiro do café que a fez sorrir, e sim o cheiro amadeirado e masculino que Draco tinha. Ela tirou lentamente o braço dele que a envolvia e selou seus lábios antes de levantar e ir até a cozinha.

Sua mãe já estava acordada, sentada na sala, olhando o piano que agora juntava poeira e lembranças. Astoria a abraçou, e beijou seu rosto, vendo sua mãe sorrir então.

_ Vou sentir sua falta - a mulher disse sem encarar a filha -

_ Mas vamos nos ver sempre, não é? - a filha sorriu animada -

_ Sempre que for até a Itália me ver. - a mulher respondeu -

Uma coruja então invadiu a sala, e parou perto da garota, ela trazia o profeta diário de cada dia. A garota pegou e encarou a manchete de primeira pagina " A Jovem Greengrass: desiludida, com medo e sendo a salvação da família?". Ela rosnou para sua foto que aparecia abraçada com a irmã depois do casamento.

"A Jovem Greengrass: desiludida, com medo e sendo a salvação da família?

Astoria Greengrass sempre foi doce e gentil, mas se apaixonou pelo garoto errado, ou será que isso não e paixão, e sim a obrigação de salvar sua família que vai a ruina. Em suas próprias palavras ela disse que a sua família vive no século XV e que foi obrigada a casar com alguém de classe elevada"

A fúria subiu a cabeça da menina.

" Quando perguntada sobre os ataques a ex-comensais ela diz que teme a vida do futuro marido, afinal acredita que os aurores talvez não consigam controlar a fúria dos fugitivos. E então, ela desabou aos prantos quando perguntada sobre o rápido fim de relacionamento, e a traição acontecida anteriormente. Essa é a pobre Greengrass o turbilhão de sentimentos reprimidos."

Ela subiu para seu quarto decidida, iria tirar satisfações com a raposa de rapina que escreveu aquelas basbaquices sobre ela no jornal. A raiva a dominava, e ninguém, em circunstancia nenhuma iria querer ver Astoria Greengrass (Malfoy) irritada.