_ Astoria, você tem que se arrumar - Narcisa me puxava pelo braço para o meu quarto, após uma tarde em que fomos tirar as medidas para meu vestido de noiva - Daqui a pouco os convidados começam a chegar e você e meu filho tem de estar perfeitos.

_ Sra. Malfoy - eu disse hesitante olhando para a bela mulher que me puxava delicadamente - Você convidou minha mãe e Daphne?

_ Claro, mesmo ela tendo te expulsado de casa, ela ainda é sua mãe - ela sorriu docemente me fazendo sentar em uma cadeira próxima a penteadeira -

_ Tenho quase certeza que ela não virá - eu disse francamente -

_ Virá - ela disse apontando a varinha para algumas partes de meu cabelo, onde surgiram mechas perfeitamente enroladas, agora que eu tinha tomado uma poção para alisar o cabelo - Ela irá honrar o nome de sua família, e o que melhor que sua filha se casando com um Malfoy, aparecendo em jornais? - ela sorriu - Eu conheço sua mãe a muito tempo, sei como ela preza tudo isso.

_ Ela me disse que queria que eu casasse com outro qualquer com fama que ela escolheu - eu a olhei seria -

_ Mas agora ela não poderá mais escolher. - ela sorriu - Queria poder ter casado por amor, eu me apaixonei por Lucius nos tempos que ficamos juntos, mas nós éramos prometidos desde que nascemos, e tudo dificultou.

_ Você gostou de outro homem antes de ama-lo? - eu disse prestando atenção no olhar sonhador que ela mantinha -

_ Ah sim, uma vez quando terminamos nosso namoro imposto, eu bom, gostei de um garoto, ele era totalmente o oposto de Lucius, era sangue puro, mas ele era todo rebelde, era grifinório, prezava os amigos e os valores do ser humano. - ela sorriu - Mas ele só foi uma paixão passageira, eu realmente gostava de Lucius, e quando ele pediu para voltar eu não hesitei.

_ Que lindo, ele já tinha esse pensamento que tem hoje, elitista e bom, de comensal? - eu perguntei baixo -

_ Desde que eu o conheço - ela sorriu fraco - Lembro quando ele e Severus começaram a agir dessa forma, no nosso quinto ano, depois só piorou. Mas eu sei que Lucius se arrepende hoje em dia, depois de tudo que passamos, e por Draco não falar mais com ele.

_ Você acha que um dia Draco e ele estarão como pai e filho?

_ Não, eles nunca foram assim. Draco tinha o pai como um herói, e viu que era tudo mentira, e hoje eu tenho certeza que ele nunca mais dirá: "Meu pai saberá disso" - nós rimos - Agora só falta o espartilho e o vestido.

_ Espartilho? - eu choraminguei -

_ Sim, você tem que estar perfeita - ela sorriu - Vá se acostumando, essa é a vida de uma adulta.

_ As vezes prefiro ser criança - eu sorri -

_ Eu também, mas vamos, eu prometo, querida, que não apertarei muito.

_ Ok - me levantei e assim que tirei o roupão ela passou o espartilho cobrindo todo o meu abdômen e parte de meus seios -

_ Respire fundo - ela disse docemente - Agora solte - eu o fiz e ela apertou o espartilho - Muito bem - ela disse quando fechou -

_ Isso irá me matar até o fim da noite - eu sorri -

_ Calma a noite passará rápido - ela sorriu e me estendeu o vestido - Eu venho lhe buscar quando for a hora.

Eu assenti e ela se retirou de meu quarto, olhei o longo vestido vermelho sangue, de mangas 3/4 e detalhes em preto, era perfeito, o vesti e me olhei no espelho. Respirei fundo, hoje seria o dia, talvez um dos mais difíceis de minha vida, vocês sabem que eu odeio, mais do que tudo esses hipócritas da alta sociedade puro sangue. Ouvi batidas na porta.

_ Entre - disse em uma altura aceitável -

_ Oi pequena - Draco disse entrando -

_ Oi Doninha - eu sorri sabendo que isso o irritaria, mas pelo contrario ele riu -

_ Pode me chamar assim hoje, hoje é nosso noivado oficial. - ele sorriu me abraçando -

_ Me diz como estou? - disse me desvencilhando de seus braços e girei na sua frente -

_ Você tá maravilhosa - ele me olhava - Está mais magra?

_ Eu estava gorda antes? - eu o olhei seria -

_ Não, mas parece que você está mais magra ainda - ele disse me analisando -

_ É por causa do espartilho que sua mãe pôs em mim - eu disse me olhando no espelho - É horrível para respirar.

_ Mas bem, você está perfeita - ele me beijou com posse, desejo e paixão -

_ Astoria - Sra. Malfoy bateu na porta e nós nos separamos - Ah Draco, você está aqui também. Vamos, vocês dois, temos convidados a receber. - ela fechou a porta -

_ É, e que comece a tortura, a falsidade, prenda a respiração - ele sorriu me estendendo a mão –

Eu peguei sua mão e descemos as escadas, encontrando um salão cheio de gente, e muitas câmeras apontadas para nós. Draco mantinha o olhar superior assim como seu pai e sua mãe que estavam a nossa direita, e eu apenas sorria. Sorri até que encontrei a mulher que se dizia minha mãe, meu sorriso murchou, ela estava imponente em meio aos convidados.

_ Ah, querida Narcisa – minha mãe disse se aproximando de minha sogra –

_ Sophie – Narcisa disse sorrindo e olhou para mim –

_ Lucius, querido, como está a vida? – minha mãe sorriu para o homem loiro, agora com a barba bem feita e os cabelos ajeitados –

_ Muito bem, Sophie, e a sua? – ele a olhou superior –

_ Boa, sabe com minhas duas filhas noivas. – ela sorriu – Falando nisso, Draco, é bom tê-lo na família – ela o abraçou, posando para fotos –

_ Olá senhora Greengrass – ele disse frio –

_ Finja que nada daquilo aconteceu, pelo menos por agora – ela sussurrou enquanto passava por ele – Filha – ela disse expressando uma falsa felicidade –

_ Olá, mãe – eu disse tão fria quanto Draco –

Depois de muita falsidade naquele meio, depois de cumprimentar a todos que ali estavam, eles foram aproveitar dos comes e bebes grátis, povo sem noção. Eu estava sentada conversando com Narcisa, ela agora não me parecia a mãe fria, e louca de Draco Malfoy, ela só era ela, eu ignorava ao máximo minha mãe e Daphne que haviam chegado um pouco depois.

_ Tá.. me... faltando.. o.. – eu comecei a dizer ofegante mas não terminei, sai sorrateiramente de onde estava, sem chamar atenção e fui até o jardim tomar uma longa dose de ar. –

_ Esse negocio deve fazer mal a uma pequena como ela – ouvi uma voz grossa e conhecida –

_ Não a chame de pequena Blas, ou ela te corta seu “Bzinho” – ouvi a voz arrastada de Draco soando divertida –

_ Acho que ela corta seu “Dzinho” antes de cortar meu “Bzão”, Draco – ele riu –

_ Dá para pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui, ou eu corto o “Bzinho” e o “Dzinho” também – eu sorri –

_ Ui, acho que ela não gostou de nossa companhia, Draco – Blas disse vindo me abraçar – Meus melhores amigos noivando – ele limpou uma lagrima que não havia caído – Vou me emocionar.

_ Você só tá preocupando com quem vai sair para encher a cara agora – eu disse venenosa –

_ Você me assusta às vezes, pequena – ele disse –

_ Eu me assustei com você saindo assim de lá – Draco me abraçou, afastando Blas –

_ Tá tudo bem, só faltou ar – eu sorri e balancei os ombros –

_ Tá certo, Daphne veio nos parabenizar – Draco disse como se não fosse nada – Achei bom te avisar.

_ Draco, Asty, acho que tem uma garota bêbada lá dentro, minha chance de me dar bem – Blas disse –

_ Vai se dar bem quando achar alguém que te ame, e que você ame – Draco disse frio –

_ Drac, eu não sou como você. Tudo bem que com a Asty eu passaria minha vida se fosse preciso, mas eu prefiro ser livre. – ele riu entrando – Eu to precisando de um Uísque de Fogo.

_ O que ele quer dizer que com você ele passaria a vida? – Draco disse nervoso –

_ Draco ele é nosso melhor amigo, ciúmes dele? – eu sorri segurando seu rosto –

_ Não sinto ciúmes – ele disse serio –

_ E o que é isso que sente, possessão?

_ Eu só reclamo por sua exclusividade – ele sorriu –

_ Ah, que fofo – eu aproximei minha boca da dele – Eu sou exclusivamente sua relaxe.

_ É assim que gosto – ele me beijou, não sabia dizer que sentimento o beijo exprimia, era um beijo meu e de Draco, apenas isso, o beijo perfeito, o beijo que me fazia arrepiar, e querer mais. Em poucos minutos nos separamos, eu estava sem ar, por causa do espartilho apertado, ele apertou minha cintura – Já disse que está maravilhosa?

_ Acho que não – eu disse maneando a cabeça como quem pensa – Mas se quiser dizer agora – eu sorri –

_ Você está maravilhosa, perfeita. – ele sorriu – Vamos entrar?

Eu assenti e nós entramos de mãos dadas na mansão ainda lotada, eu fiquei apenas com ele, esperando o tempo passar e todos irem embora. Quando isso finalmente aconteceu eu festejei internamente. Afinal aquela falsidade toda já estava me sufocando, além do espartilho apertado.

_ Até mais Blas – Draco gritou para o amigo que ia embora acompanhado de uma garota de pele morena, a tal garota bêbada que ele realmente teve chance –

_ Ele foi o ultimo. – eu festejei, me jogando sentada no sofá que havia atrás de mim –

_ Agora você é minha – ele sorriu e se aproximou de mim –

_ Eu sou sua desde o começo – eu sorri –

_ Eu estou falando que mais ninguém terá sua atenção agora, apenas eu. – ele riu baixo – Essas pessoas não tiravam o olho de você

_ Ciúmes – eu sorri olhando para ele –

_ É ciúmes, pronto, satisfeita? – ele disse se aproximando –

_ Muito satisfeita – eu sorri –

_ Vem, vou te levar para a cama – ele me pegou em seus braços –

Ele subiu as escadas comigo no colo, e me deixou em minha cama, e ia saindo lentamente.

_ Draco me ajude a tirar isso. – eu ordenei apontando para o vestido –

_ Como é? – ele sorriu malicioso –

_ Nada do que você está pensando, é só me ajudar a tirar o vestido e o espartilho. – eu disse seria, tirando o cabelo das costas para que ele pudesse abrir –

_ Ok – ele se aproximou de mim, e beijou meu pescoço rapidamente antes de puxar lentamente o zíper que abria o vestido – Uau – ele sorriu – Nunca me contou que tinha uma tatuagem.

_ É, uma fugidinha para o mundo trouxa dá nisso – eu ri envergonhada, lembrando da frase que havia tatuado em letras delicadas nas costas –

_ Sempre o Carpe Diem? – ele sorriu –

_ Sempre – eu sorri – Agora puxe os fios do espartilho, antes que essa tortura me mate – eu ordenei –

_ Você quem manda senhora – ele disse e puxou lentamente os fios do espartilho, me dando uma chance de respirar aquela noite – Você continua linda – ele sorriu e me virou para um beijo cheio de desejo, intimidade e força, que eu correspondia da mesma forma –

_ Draco – eu murmurei sabendo o que ele queria –

_ Por favor – ele me olhou como uma criança que pede algo a sua mãe –

Eu cedi, eu faria como ele o que ele tanto queria, e eu não podia negar eu também desejava ele daquela forma.