Percy Jackson E O Mundo Na Escuridão. escrita por Chiclete


Capítulo 3
Annabeth vira frisbee




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Nós saímos correndo para fora da Casa Grande.

E lá na entrada do acampamento, perto do pinheiro de Thalia, estava o Sr. D, lutando contra um animal de forma indefinida, todo escuro.

O Sr. D lutando.

LUTANDO.

O Sr. D nunca luta. Ele fica sentado com o seu bundão tomando diet coke o dia todo.

Mas lá estava ele, criando vinhas pra todos os lados, tentando derrotar o monstro. Que por sinal conseguiu entrar na barreira protetora do acampamento.

Se não fosse pelo fato de ter uma campista em perigo, eu teria ficado o dia inteiro observando isso, sem acreditar.

E eu nunca tinha visto aquela campista antes. Estranho.

Subimos correndo o morro para chegar na entrada do acampamento. Só a gente estava acordado no acampamento todo.


Quanto eu cheguei lá, foi ai que eu tive uma visão do que realmente estava acontecendo.

O monstro não era solido. Ele era feito de sombra. Não tinha como derrotá-lo, ele podia nos atacar, mas quando tentávamos o ferir, a espada simplesmente passava reto por ele.

Ele tinha uns 2 metros. Tomava a forma que quiser. Ele podia criar um braço a mais se quisesse, ou criar uma ferramenta de destruição.

Puxei a contracorrente do meu bolso.

A sombra tinha conseguido derrubar a campista no chão, e ele estava prestes a esmurrá-la.

E ela não tinha nem cara de medo. Ela tinha cara de ódio pelo bicho.

SAIA DAQUI SEU FEDORENDO DESGRAÇADO, VOCÊ ACHA QUE É QUEM?! VAI PRENDER OUTRA PESSOA NO CHÃO SEU...

Enfim, é melhor eu nem descrever o que ela falou.

Eu tentei passar a espada no monstro mas obviamente não deu certo. Meu braço passou reto na sombra. E acredite, era uma sensação horrível, parecia que ele perdeu a gravidade.

“A campista já era” - pensei.

Mas então vinhas apareceram de dentro do corpo do monstro e me pegaram pela cintura. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, elas me puxaram e fizeram atravessar bem no meio da sombra.

Não adiantou nada claro, mas distraiu o monstro suficientemente para ele não matar a campista.

Essa garota era bem esperta pra quem tinha chegado a minutos no acampamento. Ela rolou pro lado e conseguiu escapar do monstro.

Quando a o bicho se deu conta de que a vítima dele havia fugido, ficou tão enfurecido que pegou a primeira coisa com as mãos e tacou-a pra cima.

Para a infelicidade, essa coisa foi Annabeth.

ANNABETH!

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! -o grito dela ia diminuindo quanto mais alto ela ia subindo. O problema foi é que logo, o grito começou a aumentar de novo.

Eu corri como se fosse um apanhador de beisebol tentando pegar uma bolinha.

Teria sido uma cena bem engraçada se nossas vidas não tivessem em risco.

Por mais que eu conseguisse apanhar ela, meus braços provavelmente se descolariam do meu ombro por causa da velocidade que ela estava descendo.

Então Dionísio salvou a segunda vida nesse dia. Ele fez uma espécime de cama elástica de vinha, e Annabeth caiu exatamente lá. Mas não bastava, o monstro já estava pronto para contra-atacar novamente.

Annabeth se mexa! -gritou Quiron.

Ela estava extremamente zonza e grogue para fazer qualquer coisa. Deveria estar machucada também porque mesmo com as vinhas o impacto foi grande.

Peguei ela no colo de qualquer jeito antes que o monstro a fizesse de frisbee de novo.

Quiron, leve-a até a enfermaria, a gente toma conta daqui.

Ele nem hesitou e foi galopando a toda velocidade para a enfermaria, ela em suas costas de cavalo.

O monstro partiu em nossa direção, minha e do Sr. D.

Peter Johnson faça alguma coisa! -gritou ele.

Você que é o Deus aqui! Dá um jeito nesse troço!

O monstro estava chegando mais perto.

Não tem como derrotá-lo, minhas vinhas não fazem efeito nenhum!

Nem minha espada!

Tarde demais, o monstro já havia derrubado a gente. Nós estamos presos em garras de sombra.

De tudo que eu passei, esse com certeza seria o jeito mais indigno de morrer: cercado por uma criatura feita de sombra, do lado de um Deus que não sabia o que fazer.

Já estava pensando se eu conseguiria ir para o Elísio ou não, quando eu reparei que os olhos do monstro desfocaram e ele começou a babar espuma.

A sombra estava com raiva?

Ele nos soltou e começou a se torcer freneticamente, e soltando ruídos horríveis.

Atrás do monstro estava a campista, com as mãos levantadas em direção ao monstro.

Era ela que estava causando a doença da raiva.

–Mas o que... De que Deus ela é filha?!

Olhei para Dionísio e ele não estava nem um pouco surpreso com o que estava acontecendo.

Em torno de um minuto, o monstro se dissolveu, e a menina desmaiou.

–Leve Lyssa para a enfermaria Pedro. Eu vou cuidar de assuntos com o Quiron. -disse Sr. D, e simplesmente se retirou, como se nada houvesse ocorrido.

Simples assim.

Peguei a garota -que aparentemente se chamava Lyssa- no colo, e cambaleando, fui para a enfermaria.

Senti-me humilhado, verdade. Fazia mais de quatro anos que eu estava no acampamento, já havia derrotado um monte de monstros, segurado o céu, achado o caminho em um labirinto, batalhado várias vezes, e hoje, quase morri por causa de uma sombra. E a Lyssa que mal tinha entrado no acampamento conseguiu derrotá-lo.

Reparei pela primeira vez nela.

Ela tinha cabelos ondulados cor de chocolate e -que eu me lembre- olhos azuis. Mas o mais estranho é que ela tinha em torno de dezesseis anos. É basicamente impossível qualquer semi-deus viver fora do acampamento até essa idade. E os poderes dela... Qual Deus que teria poderes assim? De causar a doença nas coisas?

Pensei em Apolo porque ele era o Deus da medicina, mas não me lembrava de nada a respeito de causar doenças tanto quando eles conseguem curar.

Estava lá tendo meus devaneios quando de repente:

–O que você pensa que está fazendo?! -gritou Lyssa.

Então levei um soco em cheio no queixo.

Acabei soltando ela e nós dois caímos no chão.

–Qual foi a necessidade disso? -disse eu enquanto acariciava meu queixo.

–Quem você pensa que é para ficar me levando no colo? Hein? -disse ela se levantando e tirando a terra de sua roupa, boquiaberta com a minha suposta ousadia.

Me levantei também.

–Eu estava te ajudando a chegar até a enfermaria!

–Bom fique sabendo que eu tenho duas pernas em perfeito estado. -e saiu marchando até a enfermaria.

Ah, que ótimo. Comecei o dia bem.


Fui para a enfermaria também, não para argumentar com Lyssa, mas para ver como Annabeth estava.

Quando cheguei lá, felizmente Lyssa havia sido levada para outra ala, e Annabeth estava viva. Ela sorriu.

–Olha só você não morreu. -disse ela calmamente.

Sentei-me no baquinho ao lado da maca dela.

–Pois é, novidade. E ai, fraturou alguma coisa?

–Desloquei um osso do antebraço mas ele já está bom por causa da ambrosia. Obrigada por tentar me apanhar quando estava caindo. -ela riu alto- Você fica bem engraçado quando corre em círculos com as mãos estendidas.

–Ah você também fica muito engraçada quando balança os braços enquanto cai. Mas admita foi bem fofinho: se você tivesse caindo em cima de mim eu teria quebrado minha cabeça e todos os meus membros, mas você teria se salvado.

Nós rimos juntos.

A enfermeira entrou.

–Vamos Annabeth, eu tenho que te levar pra fazer um curativo nesse braço. -disse ela impaciente.

Ela se levantou preguiçosa, parou em minha frente, passou a mão na minha bochecha e disse:

–Você é fofinho cabeça de alga.

Não preciso nem dizer que o meu estomago fez aquela dancinha frenética.



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