This Feeling That I Get escrita por Schmerzen


Capítulo 13
Capítulo XIII


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo. Não sei se fico triste ou feliz... Mas vamos lá, sem choro, rs.



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Alguns raios tímidos de sol entravam pela janela opaca da Casa dos Gritos, iluminando fracamente os dois corpos que dormiam abraçados no chão. A capa de tecido prateado brilhava de modo ofuscante, mesmo com a pouca luz.

Sirius acordou e se mexeu um pouquinho, acomodando o menor em seus braços antes de voltar a dormir de modo instantâneo. Ele teve um sono ótimo, sem sonhos nem pesadelos, apenas a consciência de Remus em seus braços e o descanso. Era bom não ter que se preocupar em acordar antes dos outros colegas de quarto para voltar para a própria cama.

Um sopro asmático de vento frio entrou por algumas frestas na parede da casa, passando direto pelos dois, que estavam protegidos por uma coberta que encontraram lá. As roupas ainda espalhadas por ali, denunciando a pressa na qual foram tiradas.

Tudo ali estava calmo e quieto, diferente do dormitório no qual Remus e Sirius deveriam estar. Lá, dois garotos preocupados chamavam pelos amigos.

– Peter, acha que devemos abrir a cortina? Estou preocupado.

– Sim. Sirius demora a acordar, mas nem tanto. E Remus sempre acorda cedo! Já era para estar sentado fazendo seus deveres com aquela cara de responsável. E eles não estão no salão comunal, nem na mesa do café da manhã.

James puxou a cortina da cama dos amigos, encontrando as duas vazias. Ficou ainda mais preocupado. Se tivesse se lembrado de procurar pela capa, perceberia que alguém tinha saído com ela.



– Está acordado há muito tempo? – Sirius perguntou, bocejando. Remus o encarava fixamente, os olhos brilhando.

– Há uns vinte minutos.

– Por que não me acordou?

– Estava te observando dormir – tirou o cabelo dos olhos do outro.

– Que passatempo legal – Sirius ironizou, sorrindo torto.

– Eu acho.

– Sabe... me parece que ainda estamos sem roupa.

Os dois riram, beijando-se em seguida.

– Você ainda quer contar?

– Quero – Remus disse de modo decidido.

Sirius sorriu. Então pela primeira vez realmente se lembrou de que James e Peter não sabiam o paradeiro dos dois.

– Será que já se deram conta da nossa ausência?

– Não sei... Que horas são? – Remus tentou localizar todas as suas peças de roupa. – Feche os olhos.

– Por quê? – o moreno ficou confuso.

– Porque eu vou pegar minha roupa. Feche os olhos.

– Remus, é sério isso? Acha que tem algo que eu não vi ontem à noite?

– Ontem estava escuro. Feche logo os olhos!

– Não vou fechar os olhos – ele falou, fazendo pirraça. – Se quer tanto assim manter seu corpo longe de olhares, leve a droga da coberta.

– Certo – o castanho revirou os olhos.

Assim que puxou a coberta, Lupin tentou inutilmente não olhar o corpo nu do namorado. O outro riu.

– Feche os olhos, Remus!



James e Peter estavam no dormitório, sozinhos, pensando no que fazer; se esperavam ou pediam ajuda a Dumbledore. James sabia que Sirius não se colocaria em perigo, pelo menos não intencionalmente, ele achava, e que iria se virar caso estivesse realmente em perigo.

Depois imaginou que o amigo devia estar armando algo grandioso e percebeu que estava exagerando. Ele havia sumido, e daí? Já havia feito isso uma ou duas vezes... Estava prestes a transmitir isso para Peter quando viu Remus e Sirius surgirem no meio do quarto. Sirius jogou a capa para ele, que pegou, ainda boquiaberto.

– Cara! Onde estavam? – Peter ficou em pé. – Ficamos muito preocupados e... Por que está sem camisa, Sirius?

– Longa história – Sirius comentou, suspirando. Depois assumiu um raro tom sério – Podemos conversar? É importante.

– Ah... Claro – James concordou, esperando.

– Vou colocar uma camisa, primeiro.

– Boa ideia – Lupin comentou baixinho, olhando o chão.

James e Peter ainda estavam tentando entender alguma coisa ali, sem sucesso. Remus se sentou em sua própria cama, o olhar perdido e preocupado, a cabeça entre as mãos. Sirius vestiu a primeira coisa que encontrou e ocupou o lugar ao lado do castanho. Sussurrou para ele que tudo daria certo, ainda sob os olhares assustados dos amigos, e então os chamou.

– Sentem-se aqui.

– O que está acontecendo?

– Vamos explicar... Se vocês se sentarem aqui.

Potter e Pettigrew se colocaram de frente para os outros dois, na cama de Peter. Olharam atentamente para eles, enquanto Remus erguia finalmente a cabeça. Os olhos ainda arredios, tentando não encarar ninguém.

– Primeiro, nós queremos que vocês entendam que, independente da resposta de vocês ao que vamos contar, é segredo.

– Certo – James ficava cada vez mais assustado com o tom sério que nunca havia ouvido de Sirius.

– E que mesmo que não apóiem... – Remus se calou, sem terminar a sentença. Não queria nem mesmo pensar na ideia dos amigos os abandonando.

– Vocês podem ir direto ao ponto? – Peter perguntou, ansioso. Ganhou um olhar feio de Sirius.

– Nós... – os dois começaram juntos.

– Quer que eu fale? – Sirius perguntou.

– Não sei. Ah, droga! Isso é mais difícil do que imaginei – ele respondeu angustiado.

James olhou para Peter. Os dois olharam de volta para Sirius e Remus.

– Peter – James começou –, você acha que eles finalmente decidiram nos contar sobre o namoro-secreto-não-tão-secreto-assim deles?

– É o que parece.

Os dois ganharam olhares assustados. Remus quase desmaiou e abriu a boca, sem voz. Sirius começou a gaguejar.

– Vocês... Vocês já... já sabiam?

– Há alguns dias – Peter comentou, fingindo indiferença.

– Ora, por favor, não nos subestimem! – James rolou os olhos dramaticamente. – Você o lambe toda manhã após a lua cheia, Sirius, por Merlin! Vocês passam a noite toda um na cama do outro. E durante as aulas ficam se olhando como se quisessem se agarrar. É tão óbvio, nem sei por que demoramos para perceber.

– E não acham isso estranho? – Remus perguntou, finalmente recuperando a fala. Ou parte dela; sua voz saiu num fiapo.

– Estranho é o quanto o cabelo de Snape é seboso. O resto dá pra levar normalmente.

Remus suspirou aliviado, enfiando o rosto nas mãos.

– Seus idiotas! – Sirius se manifestou. – Quase morremos agora para contar e vocês nem avisam que sabiam! E todo esse tempo que nos esforçamos pra esconder...

– Parece que não deu muito certo, né? – Peter riu.

– Não digam que vocês não mereceram! – James olhou bravo para Sirius. – Não acredito que esconderam isso de nós! Há quanto tempo estão juntos?

– Quase dois meses – Remus respondeu, com o rosto ainda escondido. – Mas Sirius queria contar a vocês. Fui eu quem não quis.

– Não importa! Vocês acharam mesmo que não iríamos apoiá-los? – James parecia realmente magoado por ter sido deixado de fora. – Sirius, somos quase irmãos! Não posso acreditar que escondeu isso de mim, cara... E você, Remus! Nem parece que demos todo nosso apoio quando nos contou sobre sua licantropia.

– James, não é tão simples assim. Você tem que entender nosso lado!

– Certo. Desculpe, mas eu precisava desabafar – ele sentou ao lado de Sirius, agora sorridente. – Já estou melhor. Agora me dá um abraço – ele abriu os braços, mas parou no meio do caminho. – Ahn... Posso abraçá-lo, Remus?

– Cale a boca.

James gargalhou, abraçando o amigo em seguida. Estava muitíssimo feliz por ele, sabia o quanto era bom ter alguém que o completava e via que era assim com os dois. Os olhares que trocavam quando achavam que não tinha ninguém vendo denunciava totalmente o quanto se amavam.

Depois ele abraçou Remus também.

– Ei, fica longe dele, que intimidade é essa? – Sirius falou, rindo em seguida.

– Pensei que Remus fosse o ciumento – Peter entrou na brincadeira. – Sabe, ele quase jogou o garfo em nós aquele dia...

– Vocês estavam parecendo cafetões, eu tinha razão em me irritar – Lupin se defendeu, vermelho, arrancando risadas dos outros três.

– Aquele dia vocês já sabiam?

– Não. Mas quando fomos a Hogsmeade eu já sabia há uns dias – James esclareceu.

– E por que continuou falando da garota da aula de Aritmancia?

– Para ver se você contava... Não deu muito certo. Por que decidiram contar hoje?

Sirius olhou para Remus. Também queria saber.

– Só achei que tivesse chegado a hora certa – ele deu de ombros.

Os quatro ficaram algum tempo em silêncio. James e Peter sorriram imperceptivelmente ao verem as mãos dos amigos juntas.

– Falando em hora – Peter se lembrou repentinamente. – Onde estavam?

Remus corou violentamente. Sirius tossiu algumas vezes.

– Melhor não saberem.

– Oh, droga! Seus pervertidos – James jogou um travesseiro nos dois.



Um cão pulou com violência em cima do lobisomem. Prendeu-o no chão com suas patas e arreganhou os dentes, ameaçador. Logo após, começou a lamber o rosto do lobo, ganhando algumas lambidas em troca. Provavelmente não era o beijo mais comum, mas para Padfoot e Moony era um beijo muito bom.

Prongs e Wormtail tamparam o rosto com as patas de modo teatral. Logo Padfoot estava soltando aquele latido estranho que parecia uma risada. E Moony uivava.

Aquela era a segunda lua cheia de março, uma lua azul. Mas o lobisomem não esteve nem um pouco preocupado. Era ótimo estar ali, livre, com os amigos e o namorado. E quanto à Casa dos Gritos... bom, digamos apenas que ele tinha muitas boas lembranças quando entrava lá.


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Notas finais do capítulo

Sério, só eu invejei o Remus quando ele tirou a coberta de cima do namorado gato dele? KKK
E James e Peter sacaneando os dois, hahaha. Eles são crueis '-'
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N/A
AAAAAHHH! Eu terminei de postar This Feeling That I Get! Que incrível... rs'
Vou contar uma coisa; era para ser uma one-shot. Mas eu me empolguei [muito] e decidi fazê-la em treze capítulos.
Nem tenho que falar que quis aumentar essa fanfic ainda mais, em muitos capítulos... mas ela já estava terminada. Era sobre o início dos dois, as dificuldades e os medos. E isso eu contei.
O resto é conteúdo para outras histórias ;)
(Outras histórias que eu talvez escreva, quem sabe?)
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Falando em outras histórias, quem gostou dessa (olha a Schmerzen sonhando alto) talvez goste de algumas ones que eu já postei. Sirius/Remus, claro.
Além disso, tenho mais quatro one-shots escritas sobre esse casal que eu amo. Logo, logo eu posto essas também.
E tenho muitas ideias, ando escrevendo bastante... pode até sair mais uma short-fic (ou até uma fanfic mesmo) sobre eles.
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Por fim, quero agradecer a quem leu, acompanhou, deixou reviews... Enfim, obrigada a vocês!
Espero vê-los novamente...
Beijos!