This Feeling That I Get escrita por Schmerzen


Capítulo 11
Capítulo XI




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– Você acha que James e Peter vão continuar insistindo no assunto? – Remus perguntou aleatoriamente.

– Que assunto? Ah... Acho que não. Bom, talvez – Sirius pensou bem. – É, vão sim.

– Imaginei – Lupin suspirou. – Você tinha mesmo que ser tão galinha?

– A culpa é minha se sou irresistível?

– Você é o irresistível, não as garotas.

– Sou?

O castanho se calou, com um sorrisinho imperceptível adornando os belos lábios. Sim, Sirius era realmente irresistível com seu bagunçado e sexy cabelo preto e aqueles olhos acinzentados que Lupin nunca tinha visto igual. Os lábios grossos que pareciam completar perfeitamente o rosto... E o corpo bem trabalhado. Muito bem trabalhado, aliás. E era dele, só dele, e não de alguma daquelas garotas que ficaram com Sirius por um ou dois dias.

– Muito.

Eles ficaram em silêncio durante um tempo, apenas olhando para cima, as mãos dadas, acariciando-se lentamente. Remus desviou seus pensamentos novamente para algo que o estava incomodando há uns dias.

– Você está muito quieto hoje. O que houve?

– Só um pouco preocupado.

– Não fique assim, sei que James e Peter não vão continuar com isso por muito tempo.

– Não é por isso... Não estou preocupado com isso, confio em você – Sirius sorriu. – É que Madame Pomfrey me disse que mês que vem acontecerá uma lua azul*.

– Ah... – Sirius estreitou o abraço. – Não importa quantas vezes por mês aconteça, Remus, sempre estarei lá pela manhã, lambendo seus cortes.

O menor riu, cheio de gratidão.

– E isso me lembrou... ajuda em algo?

– Como você mesmo disse há alguns dias, a saliva de cachorro realmente tem propriedades curativas. Nos cães normais, só neles mesmos ou em outros cães, mas como você é um... cachorro diferente, acho que sua saliva também é curativa em humanos. E além de estancar o sangramento, sua língua é bem quente e relaxa meus músculos, diminuindo a dor. Então, sim, suas lambidas são uma delícia – Remus corou um pouquinho.

– Se quiser, posso te lamber agora. Onde você quiser.

– Sirius!

– Calma. Estou brincando – ele riu, vendo o outro ficar roxo. – Sabe, você tem que superar toda essa vergonha.

– Concordo.

– Então, podemos fazer alguns treinamentos, o que acha?

– Acho que você pode parar de ser pervertido.

Sirius rolou para cima do castanho, beijando-o avidamente. Os lábios travavam uma luta, tocando-se sem arrependimento. Por um momento, eram apenas duas bocas se movimentando juntas, sentindo a doçura uma da outra.

E então Remus entreabriu o espaço necessário para o namorado invadir sua boca com urgência, as línguas dançando eroticamente, enquanto as mãos seguravam nas roupas, os olhos fechados.

Nada seria capaz de separar aqueles lábios que, naquele momento, pareciam ter encontrado seu lugar certo. Era como se fossem feitos para se encaixar, se conectar ali. O oxigênio se fez necessário, mas eles ignoraram aquele detalhe tolo. No momento, as mãos que se perdiam nos cabelos e o beijo eram mais importantes.

– Você tem um gosto bom – Sirius segredou rouco no ouvido de Lupin. – Um gosto só seu... Muito bom.

– Você tem gosto de chocolate.

– Remus...

– O que?

Sirius olhou nos olhos de Remus, ainda em cima dele. Viu ali toda a verdade do que ia dizer em seguida. Pressionou a testa na do castanho e fechou os olhos, sussurrando.

– Eu amo você.



Os alunos da Grifinória e Sonserina estavam em silêncio, fazendo a poção que o professor Slughorn havia mandado. A de Peter estava marrom e ele teve certeza de que não devia estar daquele jeito quando viu a de Sirius e a de James verdes. Pelo menos a de Remus estava amarela.

– Coloque mais um pouco de descurainia e mexa três vezes no sentido horário – Sirius sussurrou para o namorado, olhando para o próprio caldeirão.

Logo a poção dele também estava verde.

– Obrigado.

Sirius apenas meneou a cabeça, concentrado. Assim que terminou a poção, James, que estava sentado ao seu lado, o chamou.

– O que foi?

– Já terminei a minha poção, também.

– E o que tem isso? Quer que eu te de um beijo de parabéns?

– Não, idiota – ele revirou os olhos. – Quer dizer que podemos conversar agora.

– Nossa, como eu tenho sorte por isso...

– Eu sei. Não é qualquer um que tem a honra de poder falar com James Potter. O que acha de sairmos hoje? Só nós dois, como nos velhos tempos?

– Velhos tempos?

– É.

– O que você está armando?

– Nada, só quero me divertir com meu melhor amigo.

– Onde você acha que estamos? Não tem muita opção de lugar por aqui.

– Sirius... Por favor, não nos subestime. Nós podemos ir aonde quisermos, você sabe disso.

– É, eu sei. Está bem.

James sorriu para ele, aquele sorriso que geralmente acabava com quatro garotos na sala de Argus Filch, e se virou para conversar com Lily, que também já havia terminado sua poção. Ele balançou a cabeça. Por que estava desconfiando das intenções do amigo?

Porque eu o conheço muito bem – falou para si mesmo, rindo.

– Peter, mexa doze vezes no sentido horário, coloque pó de sal e mexa sete vezes no sentido anti-horário. Acho que vai salvar essa gororoba que você fez.

– Valeu, Sirius.

– Disponha – ele pensou um pouco. – Ou não.



Muitos alunos da Grifinória estavam sentados no salão comunal, conversando, fazendo os deveres ou simplesmente perto de toda aquela bagunça. Ninguém sabia muito bem como os alunos conseguiam pensar no meio daquele falatório e alguns simplesmente nem tentavam.

– O que será que aconteceu para estarem tão animados hoje? – Peter perguntou, tentando equilibrar o livro na cabeça, por puro tédio.

– Acho que nada. Pelo menos, não ficamos sabendo de nada.

– Sirius? – James sentou do lado do amigo, batendo o ombro no dele.

– Fala.

– Vamos?

– Aond... Ah, certo. Agora?

– É. Ainda podemos andar pelo castelo sem sermos considerados criminosos. E então chegamos a alguma das passagens secretas.

– Você vai levar a capa?

– Já peguei. O mapa também está comigo.

– Aonde vocês vão? – Peter perguntou, traduzindo a curiosidade dele e de Remus, que encarava confuso os outros dois.

– Não faço a menor ideia – Sirius foi sincero.

– Vamos resolver algumas coisas. Não nos esperem acordados.

Ao ouvir isso, Sirius olhou significativo para o namorado, que apenas concordou com a cabeça. O que James estava aprontando? Era o que os três pensavam ao mesmo tempo.

– Está bem – Peter finalmente relaxou, dando de ombros.

Os dois levantaram, acenando rapidamente para os amigos e foram abrindo caminho entre alguns segundanistas que observavam intrigados um garoto do quarto ano mudar o próprio rosto.

– Ele é um metamorfomago, crianças... – Sirius explicou, passando por eles. As garotas suspiraram.

– Droga, Sirius! – ele voltou ao seu rosto normal. – Eu estava enganando eles...

– Eu percebi.

Assim que passaram pelo retrato da mulher gorda, os dois começaram a conversar sobre o time de quadribol. O moreno só percebeu que estavam na velha estátua da bruxa que dava no fundo da Dedos de Mel quando James parou.

– Vamos a Hogsmeade?

– Sim. Algumas garrafas de cerveja amanteigada e muitos doces seriam ótimos agora.

Eles atravessaram a passagem e logo estavam no porão da loja de doces. James jogou a capa por cima dos dois e saíram para as ruas do vilarejo. Assim que encontraram um lugar reservado, tornaram a aparecer.

– E então... vamos para o Três Vassouras?

Eles entraram no ambiente e logo pediram duas garrafas de cerveja amanteigada, sentando em uma mesa meio escondida. Alguns professores iam ao Três Vassouras de vez em quando e, daquele lugar, podiam observar sem ser observados.

– Já tomou uma decisão? Quanto a ir morar comigo?

– Você sabe que o que eu mais quero é sair daquele lugar.

– Eu quero que você vá e você quer ir. Então, parece que estamos decididos. Vou mandar uma coruja para os meus pais amanhã.

– James, espera. Não é assim, você nem sabe o que seus pais vão dizer.

– Que eles vão adorar ter outro filho – Potter sorriu para o amigo. – Podemos ser irmãos. Nós até somos parecidos... Claro que eu sou mais bonito.

Eles riram. Na verdade, eram bem diferentes. Apesar de ambos possuírem cabelos pretos e beleza incrível, um tinha os olhos esverdeados e usava óculos, o outro tinha os olhos azuis acinzentados. Os rostos tinham formatos diferentes e os cabelos eram de comprimentos distintos.

– Mande uma carta a eles, depois me diga o que eles pensaram da ideia. A última coisa que eu quero é incomodar seus pais, eles sempre foram ótimos para mim.

– Combinado – ele deu um grande gole em sua bebida. – Mas agora, temos assuntos não acabados. O que está escondendo de mim?

– Escondendo de... Como assim, o que estou escondendo de você, James? Nunca escondi nada de você – ele ficou na defensiva.

– Nunca mesmo. Lembre-se disso, Sirius. Você nunca escondeu nada de mim, não comece a fazer isso agora.

– Até parece que você sabe de alguma coisa...

– E o que é que tem para saber?

– Nada! O que eu quero saber é de onde você tirou isso.

– Você está estranho. Ficou na defensiva quando eu perguntei, o que significa que realmente está escondendo algo. Conta logo.

– Eu não estou escondendo nada de você, James.

Sirius enfatizou o eu, para não ser de todo mentira. Afinal, não era apenas ele que estava escondendo, era um segredo conjunto. Dele e de Remus. Pensar nisso lhe deu certeza de que não deveria contar o segredo para o amigo, apesar de estar tentado a fazer isso. Seria traição, pois ele tinha prometido manter o segredo.

– Sério mesmo?

– É claro.

– Certo, vou acreditar em você. Mas saiba que eu descobrirei se estiver mentindo, Sirius. Saiba disso.

– Ok, agora você está me assustando. Isso é um interrogatório?

– Não. Mas você realmente está estranho – James se desarmou. – Não de um jeito ruim, de um jeito... bom, eu acho.

– Como assim?

– Você parece mais feliz. Peter também percebeu isso. E quando nós dois falamos para Remus, ele concordou.

– Ah, os três andam falando de mim quando não estou perto, é isso?

– Não, apenas comentei que você parecia mais animado e eles concordaram. E você tem que admitir que é verdade.

Sirius apenas franziu o cenho.

– Já falou com a menina da aula de Aritmancia?

– James, por favor, cale a boca e beba sua cerveja amanteigada.

Os dois ficaram em silêncio.

– Mas você pelo menos viu se ela é bonita ou...

– James!

– Certo, já fiquei quieto – ele sorriu torto.

– Não sei para que toda essa preocupação com meus relacionamentos. Foi você mesmo quem disse que eu estou mais animado, não foi?

– É, mas você também acharia estranho e ficaria preocupado se fosse o contrário. Pelo menos me dê um motivo.

– Não tem motivo. Podemos mudar de assunto? Achei que fosse para relembrarmos os velhos tempos e, seja lá qual forem os velhos tempos, não me lembro desses interrogatórios neles.

O outro gargalhou, decidindo deixar para lá. Realmente queria passar um tempo simplesmente falando bobeiras e rindo com seu melhor amigo. 




*O termo “lua azul” se refere à segunda Lua Cheia que ocorre num mesmo mês. A lua não fica realmente azul, é apenas o nome dado ao fenômeno e a frequência de acontecimento é de uma vez a cada dois ou três anos.


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Notas finais do capítulo

James interrogando geral. Fiquei ~assustada~, haha
Espero que tenham entendido o que é a "lua azul", se precisarem de mais explicações, é só perguntar (:



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