– Fe-e-esta de 15 anos? - perguntei surpresa, nunca tinha pensado nisto.

– Sim, você irá ter uma festa de 15 anos! Não é lindo? - comentaram meus pais, minha mãe não parava de mexer no cabelo ondulado dela – Ah, mas temos uma notícia.

Assim eles fizeram uma cara séria, parecia que eu estava no teatro, pois ambos falavam as mesmas falas e faziam as mesmas caras! Engoli em seco e pedi para eles falarem o que tinham a falar, afinal, eu não tinha nada a perder, certo?

– Não tem aquele seu amiguinho shota? O … Amor, qual é o nome dele mesmo? - minha mãe começou, meu coração começou a disparar.

– O Len, mamãe? - falei, que não seja o Len, que não seja o Len, que não seja o Len PELO PAIZITO AMADO.

– Siiim, ele mesmo! Você pode convidar o mundo inteiro, - ela continuou, seus olhos brilharam na última frase, mas logo perderam o brilho quando ela continuou – Menos ele.

– Por quê? - perguntei, meu coração já tinha parado naquele instante e eu jurava que ia começar a ter uma crise de choro.

– Digamos que ele não seja um bom exemplo para as pessoas que serão convidadas, minha filha. - disse meu pai, seu óculos negro escondia seus belos azuis de quem herdei, sei que as minhas lágrimas começaram a descer pelo meu rosto.

Minha mãe tentou se aproximar de mim e eu apenas me afastei com o braço, gritando um “NÃO ME TOCA!” e saindo correndo para o meu quarto. Subi as escadas correndo, quase caindo no último degrau, consegui graças ao equilíbrio que o Len me ensinou a ter e corri em direção ao meu quarto. Chegando lá, tropecei no meu tapete amarelo com formato de estrela e comecei a chorar por ali mesmo.

Juro que ouvi alguém bater na porta do quarto e chamar meu nome, mas continuei lá no chão chorando até que dormi. Não sei como dormi em uma situação como essa, não era para isso acontecer, mas infelizmente aconteceu e eu tenho que dizer, fazer o que né.

Acordei no dia seguinte, não, infelizmente não era isso que meu relógio dizia, eu tinha dormido por volta de umas seis da tarde e acordo as onze horas sem nada para fazer. Mãe, pai, odeio vocês, do fundo do meu coração, mas eu odeio.

Sai do chão e fui andar pela casa, se encontrasse meus pais no caminho eu viraria uma sonâmbula somente para não falar com eles, yes, eu penso rápido! Ou pelo menos eu acho que penso rápido. Fui em direção a cozinha porque tinha doces para atacar, muitos doces. Olhei para ambos os lados antes de abrir a porta da geladeira, vá que tem uma câmara nova que eles botaram e eu não vi?

Dooces! Minha geladeira é o mundo de doces! Peguei vários brigadeiros, cupcakes e uma fatia de bolo que tinha, acho que era de laranja com cobertura de chocolate. Sentei na mesinha da cozinha e comecei a comer os doces, deixei o bolo por último porque ele é de laranja, então os primeiros doces a sumir da mesa foram os brigadeiros, depois os cupcakes e, por último, a deliciosa fatia de bolo de laranja. Posso falar que fui aos céus e voltei, não é?

Enquanto realizava meu sonho de consumo, que era comer aquele belíssimo bolo, olhei para frente e jurei ter visto o Len, tomei um susto tão grande que acabei gritando e tropeçando no meu próprio calcanhar e cair pra trás, bati a cabeça em algum lugar que não consegui identificar e puf, desmaiei.