A Paixão Em Cores. escrita por Pop Chan


Capítulo 1
Unique.


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic Apollo/Artemis.
Espero que gostem.



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Apollo POV


Ano novo. Era o primeiro ano novo que eu passo casado. É, casado. Não, eu não era uma pessoa que costumava amar ou se apaixonar de verdade.

Até o dia em que Afrodite tramou uma de suas peças amorosas comigo. E eu me apaixonei pela Artemis – minha irmã gêmea, sabe?

Então, depois de brigas, problemas, discordâncias e um monte de outras coisas, acabamos ficando juntos.

Em fim. O problema é que eu não sabia o que fazer.

Quero dizer, era uma data especial, importante. Não queria deixar nada passar em branco.

Mas, é mais complicado do que parece. Principalmente quando se trata de alguém que você goste muito.

Depois de pensar, escutar música, socar a parede, lavar a louça, tomar banho, vagar pelo Olimpo e ver uma luta de boxe pela TV com Ares, decidi que apenas uma pessoa poderia me ajudar: Afrodite.

Logo que a encontrei, supliquei por um conselho.


– Hum... Lembra-se de quando Têmis estava com medo de ficar com você?


– Porque eu era muito galinha? Lembro, sim.


– Prove que a ama. – Estava pronto pra contestar, quando ela falou novamente. – Ela é insegura, você sabe. Só... Prove que seu amor não é da boca pra fora. Isso é o suficiente. É o que Artemis quer.


Depois desse belo “código” que Dite me deu, voltei para o meu templo – ou melhor, nosso templo, meu e da Artie –, sentei numa cadeira, peguei lápis e papel e deixei minha criatividade fluir. Olhava tudo ao redor.

Cores. Muitas delas. E eu podia relatar todas elas a uma lembrança diferente. Cada lembrança tinha uma semelhança: Artemis.

E eu já sabia o que escrever.



–--------

Quando terminei de escrever, me preparei para a grande janta olimpiana. Coloquei uma camiseta, um moletom azul, uma calça jeans escura e um par de All Star vermelho. A “carta” ficou no bolso do moletom.

Artemis chegou logo depois e foi se arrumar. Ela usava um vestido simples de cores claras, um headband prata (como sempre usava), sandálias estilo gladiador também prateadas, um pouco mais bonitas do que as usuais, uma bolsa pequena, com detalhes de flores rosa e um colar, que tinha o formato de relógio.

Como deu pra perceber, não tem essa de usar só branco no Ano Novo aqui do Olimpo. Quem costuma fazer isso são Zeus e Hera, apenas.



–--------

Logo após a janta, nós – todos os deuses – fomos para o terraço, assistir os fogos de artifício, contando para meia-noite.

Ao meu lado, senti Artemis tremendo de frio.


Artemis’ Pov.


O frio me dominava. Por um ato de vaidade, desisti de colocar qualquer coisa que pudesse me aquecer.

Acho que Apollo percebeu que eu estava tremendo e, num ato de cavalheirismo, retirou seu moletom e me entregou-o.


– Veste isso aí. Não quero ver você resfriada. – Ele disse, com um sorriso no rosto.


– Obrigada. – Falei, pegando a blusa.


– Eu mereço um beijo por isso, não mereço? – Sussurrou, chegando mais perto. Barrei seu rosto com a mão.


– Para de safadezas. Papai está olhando. – Ao ouvir isso ele se ajeitou e murmurou:


– Você não escapa depois. – E eu ignorei, embora o rubor aparecesse levemente.


Coloquei a mão nos bolsos. Senti um pedaço de papel. Retirei-o. Um envelope. Abri-o. Havia um texto. Reconheci rapidamente a letra de Apollo. Comecei a ler.


Violeta

É como seus olhos ficam, quando a Lua começa a aparecer no céu.

O meio mais fácil de me enlouquecer.

Ruivos

A cor natural de seu cabelo.

Você reclama do quanto ele era rebelde e sem-graça, mas, para mim, é perfeito.

A contagem para o novo ano começou.

Prateado

A cor de seu arco e flecha e de sua armadura.

E do prendedor de cabelo que eu te dei quando éramos pequenos, para você usar em batalhas. E se lembrar que eu estava te esperando.

Cinzentos

Os dias que você mais odeia.

Eu gosto de pensar que você os detesta tanto porque sabe que eu estou triste.

Dez...

Azul

É a calmaria de seus olhos. Seus dias tranqüilos e felizes.

Que me arrancam um sorriso, mesmo a distância.

Dourado

A cor de sua flecha.

De suas promessas, de seus sentimentos.

De sua alma.

A cor do Sol. A minha cor.

Nove...

Vermelho

Você nunca usa nada vermelho.

Você é muito tímida pra algo chamativo, até mesmo para uma cor.

O vermelho só aparece quando você cora.

Uma manchinha pequena na palidez de sua pele.

Você fica realmente adorável, se quer saber.

Lilás

A cor de seu vestido no casamento de Poseidon e Atena.

Realçava seus olhos e a deixava muito bonita.

Minha foto daquele dia saiu patética.

Eu estava impressionado demais com voccê pra tentar parecer elegante.

Oito...

Preto

Seus medos. Demônios do passado.

Você convive com eles – se você é um deus, tem que conviver.

Ninguém desconfia, mas eu sei.

Você tem pesadelos horríveis sobre coisas que aconteceram há bons milênios atrás.

E você não se perdoa por não ter ajudado aquela guerreira a sair viva de uma batalha.

Ou aquela mãe a fugir de algum bombardeio.

E eu quero afastar tudo isso dela.

Branco

Neve. Guerra de neve.

Você adora. Brincávamos disso quando eram menores.

A neve virou gelo. Você tinha virado a Rainha do Gelo.

Por fora, porque, por dentro, você ainda era a minha Artie.

Sete...

Verde

Grama.

Rolávamos e nos sujávamos durante a primavera e o outono.

Crescemos e nos distanciamos, mas, seu perfume de flores ainda estava muito bem guardado na minha memória.

Salmão

A tarde em que me declarei pra você, Artie; era meio salmão, eu acho. Pôr do sol.

Você correu. Foi embora. Eu pensei que estava tudo perdido.

Seis...

Amarela

A cor da lâmpada do meu quarto, no Olimpo, onde você me visitou um dia depois da confissão.

Cinco...


Creme

O vestido que você usou na nossa festa de noivado.

Afrodite reclamou pra caramba porque ele não era do jeito que ela queria.

Não que eu estivesse ligando pro vestido.

Não estava mesmo.

O que importava era a pessoa que estava usando ele.

Você.

Âmbar

A cor do meu amor, da minha paixão por ti.

O fogo que me move.

Quatro...

Isso provavelmente não é uma cor;

Mas, eu não me importo.

Ainda posso definir algo com isso, não importa em qual categoria isso se encaixe.

Porque, depois de tudo, o que importam as cores, quando se tem amor?

Três...

Invisível

Meu sorriso, no escuro, enquanto eu abraçava-te, no nosso primeiro dia de casados.

E sentia, pela primeira vez na minha vida, a mulher que eu realmente queria em meus braços.

Dois...

E uma coisinha adicional, que é muito importante:

Quando você se vai...

Todas as cores desbotam.

Todas as cores se tornam frias; insensíveis.

Sem graça.

E tudo fica preto e branco.

Um...

Sendo assim...

Acho que as cores não importam, contanto que você esteja aqui.


A carta terminou e os fogos explodiram no céu escuro.

Algumas lágrimas de felicidade brotaram em meu rosto. Eu deixei a carta e o envelope caírem e olhei para Apollo, que estava ao meu lado.


– Feliz ano novo, Artie. – Falou ele, não olhando para mim. Então, eu pulei em cima dele, o abraçando.


– Feliz ano novo, Appy. – Ele sorriu, e me roçou seus lábios com os meus.


– Eu te amo. – Falei com a testa encostada na dele.


– Oh, eu sei. – Disse, dando pequenos risos. Olhei-o seriamente. – Mas você sabe que eu te amo mais. – Então me beijou, rápida e apaixonadamente.


O novo ano havia começado e eu sabia que não importava.

Por que, afinal, de que importa o ano novo, se você tem amor garantido o ano todo, por todos os anos da sua vida?



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Notas finais do capítulo

Então, fic de ano novo meio adiantada, mas, whatever.
O que acharam?



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